Tenente-Brigadeiro do Ar Protásio Nome: Protásio Lopes de Oliveira 30.05.1923 2003 Patente: Tenente-Brigadeiro do Ar Naturalidade: Macau (RN)
Este Oficial General jamais será esquecido por muitos, especialmente para os índios da tribo Tyrió. Isto porque o Tenente-Brigadeiro do Ar Protásio dedicou grande parte de sua carreira à Região Norte do Brasil, por onde cruzou os céus da nossa Amazônia, adentrando a selva aparentemente impenetrável. O Brigadeiro Protásio passava dias e dias no meio da floresta entre os índios e os ribeirinhos. Pousava nas águas dos rios amazônicos com seu avião-anfíbio Catalina e acreditava piamente que o avião era o grande responsável pela integração entre os povos brasileiros afastados dos grandes centros e repletos de necessidades. São 40 anos de carreira na Força Aérea Brasileira e nada menos que 16 mil horas de voo registradas. E todas essas experiências foram registradas no livro de sua autoria, “A Amazônia que eu conheci: o Ministério da Aeronáutica e a integração da Amazônia Brasileira”. Protásio assumiu diversos cargos de grande relevância, como o de administrador da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), o de Comandante do Primeiro
Comando Aéreo Regional (I COMAR) e de Presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Ten Brig Pro tásio Como bem ficou registrado pela Revista Aerovisão, “a obra deixada por ele se torna um belíssimo ingresso para conhecer seus caminhos e sobrevoar pelos seus grandes exemplos de dignidade e patriotismo”. Em seus últimos meses de vida, sua intensa energia produtiva voltou-se à coleta de documentos, textos e fotos que pudessem eternizar seus feitos e servir de legado para outros tantos entusiastas que possam dar continuidade ao seu trabalho. Neste material, o Brigadeiro Protásio recorda seus tempos de piloto do Correio Aéreo Nacional (CAN) pela Amazônia, quando foram estabelecidas 14 linhas internas na região para serem cruzadas a bordo do Catalina. “As linhas se distribuíam pelas áreas mais sensíveis, carentes e remotas, interligando em viagens normais 93 localidades, em percursos que totalizavam 67.271 quilômetros”, contou o Brigadeiro. Protásio viveu feliz e hoje seu nome é lembrado com frequência em todos os levantamentos históricos sobre a atuação da FAB na Amazônia. Em Belém há uma avenida com seu nome, eternizando este Oficial que tanto bem prestou ao País.
Tenente-Brigadeiro do Ar Camarão Nome: João Camarão Telles Ribeiro 08.06.1916 - 07.04.2000 Patente: Tenente-Brigadeiro do Ar Naturalidade: São Gonçalo (RJ)
Conhecido como “o Brigadeiro que domou as fronteiras”, João Camarão Telles Ribeiro fechou, com sua morte, uma fase heroica de desbravamento da imensa e selvagem Região Amazônica. Chegou à Belém pela primeira vez em 1941, quando integrou o efetivo do 7° Corpo da Base Aérea, quando era Tenente. Retornou à mesma Base já nos postos de Major e TenenteCoronel, no início da década de 50. Em 1957, assumia a Chefia do Estado-Maior da 1ª Zona Aérea, época em que foi promovido a Coronel. Finalmente, nos postos de Brigadeiro do Ar, Major-Brigadeiro do Ar e TenenteBrigadeiro do Ar, João Camarão Telles Ribeiro prosseguiu servindo na região, encerrando sua carreira como Comandante do COMAR I, de janeiro de 1971 a janeiro de 1976. Ao longo de todos esses anos, seu amor pelo norte do Brasil só cresceu. Suas atenções se voltavam às questões sociais dos povos amazônicos, bem como ao que se refere à defesa da região, com a devida proteção das nossas fronteiras, e a criação de uma infraestrutura que permita o seu desenvolvimento contínuo.
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Muitas localidades só são acessíveis de avião, o que as isola por completo, acarretando uma série de problemas sociais drásticos. E era nestes problemas que o Brigadeiro Camarão pensava quando Ten Brig C amarão dava suporte às ações da Força Aérea Brasileira em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e com outras instituições de ensino e de saúde, como, por exemplo, o acordo que assinou entre o COMAR I e um hospital de Bauru, interior de São Paulo, para o tratamento de hanserianos e de fissuras lábio-palatais (lábios leporinos). Neste caso ele realizava o traslado dos doentes com aviões da FAB. Dentre seus feitos podemos citar a reformulação da COMARA, abrindo caminho para a construção de aeroportos por toda Amazônia, tornando toda a região defensável e integrada, além de criar toda a infraestrutura básica para o desenvolvimento da aviação civil na área. Superar desafios e lutar por um ideal são legados deste Brigadeiro, que nos deixou como lema: “o maior inimigo de um povo é o subdesenvolvimento”.