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Um dia no Palácio de Versalhes pintando o retrato do Rei-Sol - Gazeta da História (#1 - junho 2022)

UM DIA NO PALÁCIO DE VERSALHES

Um dia no Palácio de Versalhes pintando o retrato do Rei-Sol

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Em 15 de Setembro de 1695, fui convidado por Luís XIV, para passar um dia no palácio de Versalhes, pois o rei queria que eu fizesse um novo retrato seu.

Quando cheguei ao palácio deparei-me com uma enorme quantidade de guardas reais à minha espera, mas no meio de tantos guardas apenas dois se dirigiram a mim e levaram-me aos aposentos do rei.

Enquanto andávamos pelos enormes corredores, tive o prazer de ver os enormes quadros e estátuas do rei. Como eu tinha chegado muito cedo, ainda assisti ao despertar do rei, junto de outros membros da corte. Passadas umas horas o rei que já tinha tomado o pequeno almoço, e mudado a sua peruca, levou-me para um pequeno quarto onde ficaria sentado num banco, em pose, para eu o pintar.

De repente, o rei lembrou-se que tinha de assistir à missa. Então, com pressa, disse-me para o acompanhar até à capela. Passados trinta minutos de missa, voltamos para a sala, onde consegui fazer apenas o seu tronco, pois o rei teve que ir à sua reunião matinal com os seus conselheiros.

Após duas horas de reunião, Luís XIV foi almoçar. Como ele almoçava sozinho, eu tive que comer na sala onde pintava. Acabada a hora de almoço voltei ao trabalho e terminei a pintura do tronco do rei, as pernas e cabeça.

Com o dia a terminar, solicitei ao rei autorização para descansar nos meus aposentos, mas o rei insistiu que eu acabasse o retrato ali mesmo, pois o prazo terminava à meia noite.

Então, ao fim de 5 longas horas, terminei a pintura, e o rei gostou tanto que a colocou na parede central da sala de baile. Acabei por adormecer nessa noite bem depressa. No dia seguinte, como não queria incomodar o rei, pedi a 2 guardas que me levassem à saída do grande Palácio de Versalhes.

Retrato de Luís XIV da França (1638-1715) segurando o plano da casa real de Saint-Cyr

Pintura por Nicolas-René Jollain, "o velho", anteriormente atribuído a um anónimo francês do século XVII

Texto: Martim Rocha 8ºB

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