03 belo sacrificio jamie mcguire

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— Leva ele lá para cima, Falyn, para tomar um banho. Vamos preparar um belo café da manhã para ele. Tenho certeza que o Taylor está morrendo de fome — disse Phaedra. Ele se levantou, me puxando junto. — Sim, senhora — ele disse, me puxando escada acima. Eu o segui, ainda em choque. Quando entramos no loft, fechei a porta e me recostei nela. Não parecia real. A noite toda eu havia pensado que ele estava morto e ruminei a ideia de realmente perdê-lo para sempre. Agora, ele estava parado a poucos passos de mim e, apesar de as circunstâncias não terem mudado, tudo estava diferente. — Você pode me dar um saco de lixo? Um bem grande — disse Taylor, com cuidado para não entrar sujo daquele jeito. Fui até o armário embaixo da pia e tirei um grande saco de lixo preto da caixa. Eu o sacudi antes de lhe entregar. Taylor soltou a mochila dentro do saco, e ela bateu com força no chão. Tirou a jaqueta amarela, depois as botas. Cada vez que tirava uma peça da roupa de proteção, ele a colocava dentro do saco. Quando terminou, fechou a parte de cima. — Não quero que a sua casa fique com cheiro de fumaça. Balancei a cabeça. — Não me importo. Ele sorriu. — Você vai se importar. Ele não some por um bom tempo. E é difícil tirar o preto do carpete. Pode acreditar. — Usando apenas uma boxer, ele amarrou o saco e o colocou no corredor. — Vou tomar um banho — disse. Dei uma risadinha. Agora que ele estava sem roupa, a pele só estava suja do pescoço para cima. Ele seguiu até o banheiro na ponta dos pés, e eu ouvi o chuveiro abrir. Cobri a boca, abafando um choro inesperado. Ele estava bem. Ele estava vivo e no meu banheiro. Pensei no que Kirby dissera — sobre os sacrifícios que ele estava disposto a fazer e como eu tinha sido cruel quando chegou a hora de eu assumir um risco. Bati na porta aberta do banheiro, o vapor subindo por trás da cortina. O espelho estava embaçado. Tudo estava enevoado de novo. — Taylor? — Espera — ele disse. — Eu sei o que você vai dizer. Sei que o que aconteceu ontem à noite não muda nada. Mas eu consegui sua atenção, porra. Quero conversar. — Sobre o quê? — perguntei. Taylor fechou a torneira, e, quando abriu a cortina, peguei uma toalha limpa na prateleira e estendi para ele. Taylor secou o rosto, desceu pelo peito e pelos braços e enrolou a toalha na cintura. — Você não vai fazer isso. Nós nos amamos. Isso não mudou — ele disse. — Como? Como você ainda pode me amar? Se eu merecia isso antes, eu definitivamente não sei — falei, exasperada. Ele deu de ombros.


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