Sessão ADFER | O Futuro do Porto de Lisboa e as Travessias do Tejo
margem direita, principalmente a mais próxima do centro, para actividades não mais nobres, mas mais limpas e menos ruidosas? d) 4º questão (e que está relacionada com a anterior): Quando é que o Porto de Lisboa se empenha realmente no projecto do fecho da golada que só traria benefícios à actividade portuária, proporcionando águas calmas (mesmo abrigadas do Sudoeste) e grandes fundos em significativa extensão, sendo esta a área de excelência para o grande terminal de contentores de que o porto necessita? Este projecto traria, por arrastamento, melhorias na consolidação nas areias da Caparica e obrigaria à “limpeza” e ao reordenamento de uma zona profundamente degradada e de construção ilegal que aí prolifera. A Polícia Marítima conhece bem a situação. e) 5ª e última questão: Será que é possível aceitar a tese bem intencionada que nos diz que, face à urgência, é de apoiar esta solução pois ela poderá
ser sempre transitória, quando vemos os investimentos que envolve, designadamente os dedicados, como a construção de “uma nova estação ferroviária para mercadorias, abaixo do nível do solo, que terá ligação ao futuro nó ferroviário de Alcântara”?
5. EPÍLOGO Terminarei a minha exposição com uma pequena reflexão. Quem tem que cuidar, defender, planear e decidir sobre o Porto de Lisboa é a sua Administração Portuária. Mas quando um coro de vozes, sem quaisquer interesses corporativos, se levanta, este deve ser ouvido como um forte sinal de alerta de que algo está mal - ou nas decisões tomadas, ou no não acautelamento de interesses maiores. E estes sentimentos, por genuínos, têm normalmente razão de ser. Pelo menos, no caso da Ota, assim foi.