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Café Seis de Janeiro investe em qualidade e ressalta a cultura popular
Produção acontece na Fazenda Limeira, em Altinópolis e é cercada de cuidados
FOTOS: Wilker Maia
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MARCO FELIPPE
Todas as etapas do café, do plantio até chegar à xícara, são feitas com aprimoramento na Fazenda Limeira, em Altinópolis. Com mais de mil metros de altitude e 60 anos de história, a propriedade está na terceira geração de cafeicultores e é praticamente 100% voltada ao cultivo do grão. E foi em busca de mais qualidade para o produto, que em 2007, Márcio Luiz Palma Resende, um apaixonado por cafeicultura, decidiu fazer parte da Associação de Cafés Especiais da Alta Mogiana. Na ocasião, o principal objetivo era produzir um café especial sem defeitos, que oferecesse mais qualidade para agregar valor.
“Meu avô plantava café nessa propriedade, depois meus pais assumiram na década de 90 e por um período virou uma fazenda de cana. Somente em 2000, ela voltou a produzir café e a partir de 2015 mudou o manejo de lavoura e terreiro para atender o mercado de especiais”, resume Márcio.
O despertar aconteceu durante uma viagem para uma feira internacional de café em Dublin, na Irlanda. “Lá aprendi o potencial dos cafés especiais, como o mundo agrega valor e sobre pontuação. Vi sobre cuidados, manejo, técnicas e houve um choque, pois ali percebi que havia um caminho grande para percorrer”.
De volta à Fazenda Limeira, Márcio começou a programar as mudanças e a investir em infraestrutura, com o aumento do número de secadores e terreiros. Com o desejo de apresentar o seu trabalho e, consequentemente, ter um retorno mais próximo sobre o café produzido, em 2016 o cafeicultor criou sua própria marca, que recebeu o nome de Seis de Janeiro como forma de homenagear a cultura da Folia de Reis, tradição muito forte em Altinópolis e parte das suas lembranças de criança.

“Sempre quis ter uma marca de café, aí veio a ideia de criar, um sentimento de participar do meio. Já o nome Seis de Janeiro surgiu por ser uma data muito forte em Altinópolis e pelo fato da minha infância e adolescência ter sido nesse universo”.
Atualmente a fazenda, que é certificada, conta com 180 hectares de lavoura de café e possui um campo experimental com 28 variedades. “A ideia é sempre trabalhar para que tenha a menor quantidade de defeito e assim quando um talhão se destaca, fazemos a separação e programamos uma colheita dedicada”, explica Márcio, que comemora os resultados alcançados. “65% da nossa produção tem alcançado acima de 80 pontos. Chegamos inclusive alcançar bebida com pontuação de 88 e 89”.
Para chegar a esse potencial, o processo de produção é cercado de cuidados e recebe um tratamento diferenciado dos seus 11 colaboradores. Como a fazenda fica localizada em um vale, o plantio e a colheita ocorrem de maneira mista (máquina e manual). Antes, há um mapeamento pré-colheita para identificar a qualidade do grão. Já o processo de secagem acontece à moda antiga e o café permanece até oito dias no terreiro. A propriedade ainda conta com estrutura para realizar todo o processamento do grão, incluindo tulha e o beneficiamento, além de um laboratório onde ocorre o processo de cupping para avaliação das características sensoriais do café, a torrefação, moagem e embalagem.
Com foco principalmente no mercado internacional, a Fazenda Limeira exporta 70% de sua produção para países da Europa, como Finlândia, Polônia e Alemanha. Outra parte é encaminhada para uma cooperativa da região e uma quantidade menor de sacas destinada para a marca. “Com o café Seis de Janeiro atingimos mais a região, de modo especial Ribeirão Preto, mas também fazemos vendas online para São Paulo, Rio de Janeiro e para cidades do Rio Grande do Sul, sendo que o nosso principal cliente são as cafeterias”.
A marca trabalha com embalagens de 250 gramas de café torrado ou moído, que em alusão ao nome Seis de Janeiro são ilustradas com elementos da festa folclórica. “O café Seis de Janeiro proporciona uma experiência única e especial e como sempre fui ligado à cultura e arte, decidimos por fazer essa homenagem”.
