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Cocapec tem laboratório de última geração para classificação de cafés especiais

Espaço funciona na cooperativa em Franca e segue protocolos da Associação de Cafés Especiais. Na safra passada, 3% do volume entregue foi comercializado como cafés especiais

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A fama nacional e internacional do café da Alta Mogiana e o crescente mercado de cafés especiais fez despertar, há dois anos, na Cocapec (Coo- perativa de Cafeicultores e Agropecuarista) o ensejo de ter um moderno laboratório para classificação desse tipo de grão.

Cuidadosamente planejado para seguir todos os protocolos exigidos pela Associação de Cafés Especiais (SCA – sigla em inglês), o espaço foi construído na sede da cooperativa em Franca e fun- ciona anexo ao departamento de café. O local conta com torradores, moinhos, sistema de filtragem e pressurização de água, além de mesas de trabalho e novos métodos de extração.

“Desde 2017, a Cocapec já vinha realizando alguns trabalhos nesse sen- tido, mas sentiu que precisava fazer investimentos para valorizar o cooperado e a região. Foi quando a cooperativa montou uma estrutura física específica para extrair o melhor de cada café”, explica Higor Brotifixi, QGrade da Cocapec, que junto com outros colaboradores foi treinado para aplicar todas as técnicas necessárias para análise dos grãos diferenciados e hoje, está habilitado para pontuar cafés. O processo para a identificação de cafés especiais começa a partir do momento em que o produto chega na cooperativa. De posse da Cocapec, todo café depositado é provado, e quando uma amostra apresenta sinais de cafés diferenciados estes são encaminhados ao Laboratório de Cafés Especiais e abre novas oportunidades de mercado. “O número de produtores produzindo café de melhor qualidade tem aumentado, assim como há mais produtores buscando informações, querendo saber mais sobre o mercado”, destaca Higor. Após a denominada classificação/ prova comercial, os grãos finos que foram detectados são analisados através da classificação americana da SCA para prova sensorial. Essa prova é rea lizada pelos Q-graders da cooperativa que fazem a pontuação. Na sequência, os cooperados são informados sobre as características de seus grãos e das possibilidades de mercado. Segundo Higor, a qualidade da bebida é o principal fator a ser levantado, mas outras características como o teor de umidade, o percentual de peneira e o perfil sensorial também são identificados. “É feita uma análise completa por meio de equipamentos de última geração. Além disso, para atender muitos compradores temos feito toda a rastreabilidade do café, com a localização da produção, história do produtor e até foto da lavoura”. De acordo com a Cocapec, por meio desse trabalho, os cafés pro- duzidos na região são comercializa- dos com um valor até 25% acima das cotações atuais. Entre os principais mercados externos estão a Europa, os Estados Unidos e mais recentemente a Ásia. Lá, os cafés especiais aqui produzidos são adquiridos por importadores e torrefadores de médio e grande porte. Já no mercado interno, os grãos verdes têm como destino as cafeterias, além de pequenas, médias e grandes torrefações. Na última safra, por exemplo, 3% do volume total entregue na cooperativa foi comercializado como cafés especiais.

“O consumo no mercado interno tem crescido com o aumento das cafe- terias e um maior conhecimento da bebida, porém ele ainda não consegue absorver toda a produção. Em contra- partida, o mercado externo quer esse café com origem única ou blend”, revela o QGrade da Cocapec, que prevê para 2020, um percentual ainda maior de cafés especiais. “2019 foi uma safra difí- cil. Para essa, estamos mais otimistas por se tratar de uma safra com volume maior”. A expectativa é que a região de cobertura da Cocapec produza cerca de 3,2 milhões de sacas de café de 60 quilos cada.

Fora a classificação e comercialização dos lotes especiais, o departamento ainda presta toda a assistência aos cooperados orientando sobre a secagem, regulagem dos maquinários, de modo especial a abertura de peneiras, umidade dos grãos e oferece informações a respeito dos custos para a produção, estrutura e mão de obra. “Oferecemos todo esse suporte em época de colheita e secagem para corrigir possíveis falhas antes do café ser entregue para a seleção, que hoje também é tida como um feedback para o produtor, já muitos tem utilizado esse café em marcas próprias”.