DESAFIOS - Ora di Diritu

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“Os jovens de agora não querem trabalhar! Apenas curtir e procuram uma mulher para lhes sustentar!” 4 Raparigas do Liceu Ho Chi Min em Canchungo. “Hoje em dia vemos alguns retrocessos sobretudo no seio da camada juvenil. Esta rapaziada que não tem trabalho, não quer trabalhar, passa a vida a conversar, a beber warga e alguns a fumar yamba, tem mentalidade mais atrasada do que os seus pais, apesar de pensarem o contrário. Vivem à custa do trabalho das mães, mas não têm consideração pelas mulheres, querem utilizá-las apenas como burro de carga e não respeitam o seu calor.” Hadja Djenabo Baldé, Presidente da APALCOF, Contuboel. Esta tendência foi detetada igualmente entre as raparigas, ainda que em menor escala. Tanto as raparigas como os rapazes, na procura de reprodução de modelos de vida e de consumo fora do seu alcance (para terem dinheiro, roupa e calçado de marca, telemóveis digitais, para poderem frequentar restaurantes e boîtes de fama, viajar para o exterior…) derivam, com alguma frequência, para situações que podem ser de prostituição ocasional, sem estarem minimamente prevenidos sobre os riscos que tal deriva possa comportar para sua saúde física e psicológica. As relações com os namorados são, muitas vezes, aliadas a interesses económicos, sendo que muitas moças reconhecem pretender um homem que lhes possa valer economicamente. Por outro lado, falaram-nos também de alguns rapazes vivendo na periferia urbana que procuram belas namoradas às quais “colocar na praça”, gabando-se entre si de quem tem a rapariga mais bonita e que lhe traz mais dinheiro com os “engates” que faz junto dos “cotas”.


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