N° 03
Dezembro, 2018
Informação para uma pecuária mais lucrativa
NO CENTRO DA GENÉTICA! Uma viagem pelo que há de melhor na pecuária leiteira americana
Mais informação, mais leite e mais lucro!
CARNE GOURMET A história do rebanho argentino referência em produção de carne superior
Oferecendo simplicidade para os usuários, ABS Monitor apresenta resultados surpreendentes em toda a América Latina.
Índice
ABS NEWS AMÉRICA LATINA
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12
16
20
26
30
36
38
40
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Porteira a dentro
Criador mexicano investe em genética para aumentar a produção de leite e agrega valor produzindo queijo de qualidade
Mercados e estratégias
Os detalhes por trás do De Novo: o maior e mais moderno núcleo de genética Holstein do mundo
Background Corporativo
Um pouco mais sobre a carreira de Katie Olson, a diretora Global de Produtos Leite da ABS
Resultados no campo
O sucesso da Black Label, a marca de carne Argentina produzida com ajuda da genética ABS
Matéria de capa
ABS Monitor: o sucesso do programa que contribuiu para o gerenciamento reprodutivo do rebanho e garante lucro ao produtor
Artigo técnico
Aprenda mais sobre a produção eficiente de prenhezes em rebanhos comerciais leiteiros
Especial Beef Tour
Diário de Bordo de Camila Mendoza, da equipe ABS Chile, sobre o roteiro por grandes fazendas de corte dos Estados Unidos
Especial ABS Global Experience
Uma viagem pelo maior polo de genética do mundo: um roteiro pelo que há de melhor na pecuária de leite nos Estados Unidos
Bate-papo técnico
Em pauta o avanço da ABS, com incorporação da IVB enquanto tecnologia de seu portfólio
Gente que faz a ABS
O perfil profissional de três gestores que contribuem para o sucesso da empresa
Update Acadêmico
A viabilidade econômica da inseminação artificial
Notícias curtas
Os assuntos que movimentaram o setor nos últimos meses
A importância de ouvir... Para inovação tecnológica, é necessário ouvir e estar em perfeita sintonia com os interesses do presente e do futuro dos nossos clientes. Caso contrário, podemos estar na frente de uma das razões mais comuns para o fracasso de um produto: não haver necessidade dele no mercado. Na ABS, vemos com orgulho o progresso alcançado nos últimos tempos, e, definitivamente, temos a certeza que estamos agregando valor ao mercado e aos rebanhos de nossos clientes. Por outro lado, o nosso foco na América Latina é oferecer produtos não de forma segmentada, mas sim dentro de um programa de melhoramento abrangente projetado especialmente para nossos clientes. Para isso, precisamos de muita preparação dos nossos profissionais, assim como também exige que sejamos capazes de atrair novos talentos e transformar ABS em uma das empresas mais atraentes do setor da biotecnologia. Uma das grandes experiências que sempre tivemos como empresa é poder compartilhar informações com nossos clientes através de visitas técnicas. E, é por isso, que este ano fizemos o primeiro “ABS Global Experience”, onde, em conjunto com mais de duzentos produtores de diferentes países visitamos propriedades de vanguarda nos Estados Unidos, apresentamos nossas instalações e tivemos o privilégio de mostrar o que fazer. Nesta nova edição do ABS News, te convido a ler uma variedade de artigos e entrevistas. Como nas edições anteriores, mostramos que temos um pilar importante para a nossa empresa: nossos clientes. Boa leitura!
Ricardo Campos
Diretor Regional - ABS América Latina
Expediente
ABS News é um informativo institucional da ABS América Latina
Jornalista Responsável
Diagramação
Projeto Gráfico
Gerente de Marketing & Comunicação
Estagiária
Contribuição
Faeza Rezende - 12323/MG faezarezende@namidiaassessoria.com.br
Livia França livia.franca@genusplc.com
Nativa Propaganda nativa@nativapropaganda.com.br
Laila Zago laila.zago@genusplc.com
Matheus Oliveira matheus.oliveira@genusplc.com
Pedro Marino Breno Cordeiro
PORTEIRA A DENTRO
Genética de qualidade e expertise em queijo para agregar valor ao leite Em Delicias, Chihuahua, México, a genética ABS faz a diferença na fazenda de Eduardo Faudoa, onde 100% do leite produzido é transformado em queijo
Uma das formas de garantir um
Guerrero
de leite por dia a partir de 800 vacas
produto de qualidade superior é estar
trabalha diariamente na sua fazenda, no
em lactação, o que resulta em três
presente em todas as etapas de sua
estado de Chihuahua. Comandando um
toneladas de queijo. Nos últimos anos,
elaboração. Controlar os processos de
rebanho de 1.500 animais, a propriedade
o melhoramento genético fornecido
fabricação, administrar os recursos
dedica-se inteiramente à produção de
pela ABS
necessários e planejar a melhor
queijo cheddar - desde a produção do leite
importantes para nós, especialmente no
estratégia de mercado são algumas das
até a comercialização do produto final.
que diz respeito à adaptação dos animais
ideias associadas a essa realidade. É com esse pensamento que o criador
mexicano
Eduardo
Faudoa
“100% do nosso leite é processado em queijo, produzimos 30 mil litros
trouxe
benefícios
muito
às altas temperaturas em nossa região”, diz Eduardo.
A fábrica de queijos opera seis dias por semana e o leite produzido no sétimo é armazenado para uso durante a semana seguinte. É uma estratégia simples que permite garantir um estoque durável, capaz de atender a alta demanda do mercado. “Felizmente,
temos
um
mercado
extremamente distribuído. Praticamente todo nosso queijo acaba nas mãos do consumidor, não temos excedentes de produção, por isso precisamos estar sempre em evolução para acompanhar o crescimento desse mercado”, afirma o produtor. Segundo Eduardo, a composição dos queijos na região norte do México é relativamente similar. Nesse cenário em que o queijo é uma atração, ele encontrou o seu diferencial na fabricação personalizada de seu próprio produto. “O que nos diferencia é que o queijo é produzido na fazenda, no mesmo lugar onde é extraído e leite e outros ingredientes processados. Isso nos permite controlar melhor a quantidade de leite e qualidades do queijo, como o sabor, a textura e a cor”, revela o criador. Para garantir que o leite extraído de suas vacas seja o mais adequado para produzir seu queijo, Eduardo investe na genética ABS. “É uma empresa que oferece excelentes touros, com opções verdadeiramente capazes de fazer a diferença em um rebanho. Mas o que realmente importa é escolher o touro certo para cada fazenda. É neste aspecto que a
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ABS nos deixa tão satisfeitos”.
dobramos essa produção graças ao
autossuficiência e preservação do meio
Os resultados obtidos com a genética
melhoramento genético do plantel, e o
ambiente. Na propriedade, é produzida a
ABS são tão satisfatórios que Eduardo
que nós esperamos é que, nos próximos
forragem utilizada pela equipe no manejo
prevê um futuro de muito crescimento.
10 anos, podemos dobrar essa quantia
dos animais.
“Quando começamos, nós produzíamos
novamente”, diz ele.
A fazenda também gera o gás metano
300 litros de leite e 30 kg de queijo
Mas Eduardo não se limita à produção
usado na fabricação do queijo, a partir
por dia. Hoje, 30 anos depois, são três
de queijo. Além do produto principal, sua
de um sistema de tratamento de águas
toneladas. Nos últimos 10 anos, nós
fazenda também trabalha o conceito de
residuais, que é responsável pela produção de 35 a 40% da eletricidade consumida. “Recebemos muitas visitas de escolas interessadas em mostrar aos alunos as etapas da produção de um queijo e também no aspecto ecológico com o qual trabalhamos. Para nós, é uma fonte de orgulho. Ainda não somos completamente autossuficientes, mas essa é uma das nossas metas para o futuro, certamente”, diz Eduardo. Em relação à responsabilidade ambiental e uma produção que se destaca cada vez mais, a fazenda de Eduardo Faudoa encontrou o segredo do crescimento, mesclando participação ativa no processo de produção do queijo e o melhor que a genética ABS tem a oferecer.
MELHOR FERTILIDADE
Um ano depois de quebrar o monopólio, a genética sexada Sexcel® continua sendo a mais avançada tecnologia de sexagem disponível. Já são mais de 1 milhão de doses produzidas. Quando os clientes pedem por desempenho, eles obtêm usando o Sexcel.
ABSSEXCEL.COM ©2018 ABS Global, Inc.
ABSAmericaLatina
MERCADOS E ESTRATÉGIAS
De Novo: o futuro está aqui O núcleo de genética fruto de parceria da ABS com a De-Su já responde por mais de 30% nos TOP 100 do mercado
O De Novo Genetics tem se consolidado
e, no decorrer do tempo, esse número
como um dos projetos mais ambiciosos
caiu drasticamente. Hoje, são cerca
e inovadores da ABS. Desenvolvido em
de 20. Assim, percebemos que esses
parceria com outra gigante do setor
reprodutores não estavam cumprindo o
pecuário – a Fazenda De-Su – o novo
objetivo de oferecer genética holandesa
núcleo de genética já mostra resultados
de elite”, afirma a diretora.
surpreendentes, com previsão de ainda
E foi aí que iniciou-se a busca por
mais novidades para o futuro próximo.
parceiros e no topo da lista estava Darin
“Em menos de dois anos após o início
Meyer com a Fazenda De-Su Holstein,
do projeto, o salto de qualidade da nossa
uma das principais fazendas independente
bateria é perceptível e surpreende. Entre
da América do Norte com animais alto
os top 100 touros do mercado, mais
índice de NM $ (mérito líquido) e TPI®
de 20 pertencem ao programa – uma
(índice de desempenho total). Desde
proporção impressionante”, comemora
que foi anunciado o empreendimento
a geneticista e diretora global de
em conjunto (joint venture) das duas
desenvolvimento de produto Leite na
potências, o mercado já sabia que o
ABS, Katie Olson.
mundo assistiria a uma melhoria global
Um projeto que começou em 2016.
da genética da raça Holandesa. “Desde o
”Percebemos que, ao criar a nossa
início, consideramos a De-Su como uma
própria genética, poderíamos direcioná-
potencial parceira no desenvolvimento
la da forma que quisermos, e apresentar
desse projeto. Os resultados têm sido
soluções melhores para os nossos
muito bons”, afirma Katie.
clientes, em comparação a recorrer a genética de terceiros”, explica
Além
da
rígida
seleção
para
características buscadas atualmente pelo
Essa necessidade de criação de
mercado, a De-Su Holstein ainda traz
um núcleo próprio foi percebida com
como diferencial ser uma grande fazenda
a avaliação da queda do número de
leiteira comercial com 1.900 vacas
reprodutores utilizados para formação
leiteiras e 2.250 novilhas. "De-Su é uma
dos produtos ABS.
"Há 10 anos,
fazenda comercial e podemos ver como a
usávamos 80 a 90 reprodutores
genética se comporta em uma operação
Holstein para os nossos produtos,
comercial de grande escala e validar o
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nosso trabalho. Nós realmente temos uma
núcleos em países estratégias como o
prévia da genética que vendemos para
Brasil, para onde foram enviados embriões
nossos clientes”, destaca Katie.
(frutos de acasalamentos detalhamento
A representatividade na bateria ABS.
planejados). A ação possibilita a presença
Atualmente, cerca de 50% da bateria da
desses produtos holandeses elite em
ABS tem origem no projeto De Novo e a
produção nas várias centrais da ABS
meta, segundo a diretora, é que essa seja
nos mais importantes mercados, como a
a fonte de 70% da genética holandesa
América Latina.
comercializada pela empresa.
"Com o De Novo, acredito que os nossos um
clientes ganharam a certeza de um
impressionante volume de touros (34%)
fornecimento genético de alta qualidade.
no top NM $, com uma parcela alta vindo
Ainda não cumprimos nem dois anos, e já
da genética De Novo (14%). Entre os
percebemos vacas e touros se destacando
touros destaques, estão Achiever, Kenobi,
graças a esse programa. Isso se repete
Yoda, Medley e Josuper.
em diversas avaliações. É um produto
Em
2017,
a
ABS
registrou
A intenção de difundir a genética De Novo também inclui criação de pequenos
de alta qualidade e muito consistente”, comemora Katie Olson.
09
BACKGROUND CORPORATIVO
Katie Olson Nome completo: Katrina (Katie) Olson Cargo atual: Diretora Global de Desenvolvimento de Produtos Leite da ABS Global Data de início de trabalho na ABS: 2012 Formação: Bacharel em Educação Agrícola, Mestre e Pós-Doutora em Ciência Animal. Maior projeto envolvida: De Novo Genetics Experiência de mercado: Foi professora e também pesquisadora da National Association of Animal Breeders (NAAB), Associação Nacional de Criadores de Animais, onde desenvolveu projetos com relação a avaliações genômicas em gado leiteiro. Segredo do sucesso: Uma boa e valorizada equipe
10
De professora
à diretora global de desenvolvimento
de produto Leite na ABS Global. Pós-doutora na área de genética aplicada na pecuária leiteira, ela já passou por diversos projetos da ABS, como o Real World Data, o Transition Right e, mais recentemente, o núcleo De Novo Genetics, sensação mundial.
todos os projetos em que trabalhei”, considera. É fácil entender o motivo do orgulho de Katie: o trabalho conjunto da ABS e a De-Su resultou em uma quebra de paradigma que mudou o panorama da genética. Mesmo com tanto trabalho, ainda existe espaço para a satisfação pessoal na ABS. “É animador fazer parte dos projetos da
Sempre sorridente, calma e disposta à ajudar, a drª Katie
ABS, e estou muito orgulhosa do nosso trajeto. Acredito que
Olson, geneticista da ABS, foi contratada para ajudar a
estamos no caminho certo, e é muito gratificante participar
empresa no desenvolvimento de produtos que impulsionam
das novidades que estão acontecendo na empresa”, conta
a produção de leite mundial, atendendo às demandas dos
a doutora.
criadores. “O mercado leiteiro tem uma demanda por um grande volume de leite, mas o leite precisa ser saudável também, assim como a própria vaca. É isso que os produtores de leite querem hoje”, detalha a especialista.
Construir uma carreira dedicada à pesquisa requer a superação de obstáculos difíceis, mas Katie mostra que tem o que é preciso para alcançar o sucesso merecido. “Às vezes, os resultados não são aqueles que esperamos,
É isso que eles querem. É para isso que ela e sua equipe
e é preciso ter a força e a perseverança para continuar
trabalham. Katie já havia concluído o seu pós-doutorado
investindo na ciência e na pesquisa”, destaca, completando
em genética leiteira quando começou a trabalhar na ABS
que também e, principalmente, acredita no valor da equipe
e também já havia tido experiência na sala de aula, como
como chave para o sucesso em qualquer empreitada. “No
professora do Ensino Médio, e em pesquisas na área de
nosso caso, temos a sorte de termos ao redor pessoas e
corte. “Quando comecei na ABS, o meu primeiro projeto
profissionais fantásticos. Em especial para o sucesso do
foi o Real World Data (RWD). A partir daí, me envolvi em
De Novo, que requer uma logística muito cuidadosa, o time
programas como o Transition Right (índice de saúde)
envolvido foi responsável por fazer com que tudo desse
e outros processos ligados à genética, à ciência e ao
certo”, finaliza.
desenvolvimento de produtos. Foi assim que cheguei ao De Novo”, revela.
Um esforço que é reconhecido pelo mercado. Katie Olson foi eleita recentemente presidente da National Association of
O espírito de valorização da ciência, de descoberta de
Animal Breeders Board, uma das entidades representativas
novas tecnologias e de criação de soluções inovadoras
da classe mais importantes dos Estados Unidos. A diretora
para os clientes da ABS é o que define o trabalho de Katie.
da ABS e é a primeira mulher a ocupar essa posição. E,
“O que estamos fazendo com o De Novo é tão incrivelmente
assim, aumenta a contribuição de Katie para o futuro do
único, que acho que escolheria esse como o destaque entre
melhoramento genético do rebanho mundial.
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RESULTADO NO CAMPO
O sucesso da genética Black Label com um núcleo genético próprio e ciclo completo de produção Com quase 50 anos de história e três gerações de trabalho, o cliente ABS criou um rebanho de referência e, hoje, é uma das maiores e melhores seleções de animais Angus da Argentina
Cerca de quatro mil vacas no rebanho
1970. Com a evolução do mercado e
que aconteceria nos anos seguintes.
e com previsão de crescimento. Uma
da empresa, também se desenvolveu o
Nos dois primeiros anos após a adoção
seleção rigorosa e reconhecida na raça
olhar do produtor.
da IATF, apenas as novilhas eram
Angus. Um núcleo de genética próprio
"No início, tínhamos um rebanho
com animais escolhidos por DEPs da
familiar comercial de vacas Angus,
American Angus Association (AAA) e
Hereford, e com cruzamentos entre as
Naquela época, em 2008, Pedro
com constante melhoramento genético.
duas raças. Em 2006, decidimos mudar o
começou a usar a genética ABS. "Os
Tudo isso complementado por touros
nosso conceito e focar apenas no Angus,
primeiros touros que usamos foram o
da bateria ABS.
com um programa de melhoramento
N Bar Prime Time, o Morgans Direction
Em Tres Arroyos, na fazenda Claudio
baseado na inseminação artificial em
e o New Design 878. Nos dez anos
Molina, ao sul de Buenos Aires, o criador
tempo fixo, a IATF, com o uso de touros
seguintes, mantivemos a ABS como
Pedro Gatti administra a Genética Black
comprovados", relembra Pedro.
a fonte de genética para o nosso
Label, onde trabalha um rebanho
A mudança na direção da fazenda foi
Aberdeen Angus desde a década de
crucial para o crescimento exponencial
inseminadas. Depois, passou-se a inseminar, também, as vacas adultas.
rebanho", diz.
Nesse momento, o rebanho era composto por 1.200 cabeças. Os bezerros eram engordados e as novilhas eram recriadas para a obtenção de matrizes. Todo o trabalho era orientado pelo programa de melhoramento instalado na fazenda. "O objetivo do nosso programa sempre foi obter mais aptidão materna, com facilidade de parto e bom crescimento, para que as vacas cheguem aos 15 meses preparadas para a reprodução. Quanto aos machos, procuramos alta aptidão de carcaça, bom ganho de peso no confinamento e uma boa taxa de conversão alimentar", descreve. Com um programa de melhoramento bem orientado e pautado no crescimento, era necessário escolher os touros corretos para potencializar a evolução do rebanho. Foi aí que a ABS começou a fazer a diferença que melhorou ainda mais a seleção da fazenda na Genética Black Label. "Em 2010, começamos a usar o touro Mytty In Focus. Mantivemos o animal por três anos, ele foi o que mais melhorou o rebanho. Nesse período, foram utilizadas mais de três mil doses, e ele fez uma diferença significativa no nosso programa
Durante todo esse tempo, o rebanho
maternal. Também utilizamos o Foresight
não parou de crescer. Em 2013, já eram
para melhorar as vacas adultas. Nesse
3.200 vacas. No ano seguinte, a fazenda
A ideia ganhou força e, atualmente, a
ano, já havíamos crescido para 2.500
começou a distribuir a sua própria carne,
propriedade conta com um grupo de 150
vacas", afirma o criador.
o que representou um divisor de águas
animais de pedigree registrado nos dois
A partir de 2013, a equipe passou a
na história da empresa. Em 2015 e
países, onde se produzem os próprios touros
ter mais contato com a ABS Global, nos
2016, Pedro apostou em animais como
melhoradores do rebanho já existente, com
Estados Unidos. "Começamos a participar
o Chinook e o Substancial para evoluir a
foco nas DEPs, enriquecidos com genoma,
do Beef Tour nos EUA, o que nos deu a
genética das novilhas, e passou a usar o
e com os índices econômicos visados pelo
oportunidade de conhecer touros como
Reserve - sem deixar de lado o Bruiser -
programa original de melhoramento genético.
o Absolute, Complement e Bruiser. As
para melhorar as vacas adultas.
Woodhill Farm, nos Estados Unidos, com genética da ABS.
Entre os touros ABS escolhidos para a
Com a ajuda da ABS Global, Pedro
potencialização desse núcleo, destacam-
particularmente.
começou a trabalhar em um novo e
se o Brilliance, o Consensus 7229, o
Passamos a usar o Absolute e o Complement
ousado projeto: a criação de um núcleo
Protocol, o Resistol, o Full Return, entre
no aprimoramento das novilhas, e o Bruiser
genético de pedigree na Argentina,
outros. "A ideia é manter o núcleo o mais
com as adultas”, explica.
composto a partir de embriões trazidos de
aberto possível, com heterogeneidade na
taxas de conversão e eficiência do Bruiser nos
impressionaram
13
genética", explica Pedro. A história não termina por aí. No ano passado, a fazenda incorporou dois novos touros ABS - Hickok e Broken Bow. "Eles são touros muito completos que se ajustam perfeitamente aos nossos requisitos de produção. Têm ótimos dados de carcaça, facilidade de parto, crescimento e prenhez das filhas e apresentam um tamanho moderado, o que vai ao encontro do que queremos para as nossas bezerras", diz. Hoje, a fazenda conta com espaços bem definidos para a realização das inseminações, dos primeiros partos e para o serviço de vacas adultas. A engorda dos machos e a recriação de 100% das bezerras são as atividades do dia a dia.
de animais com esse perfil", ressalta. Outro importante evento da Genética Black
com a adição de touros de altos índices genéticos", revela o pecuarista.
A mais recente novidade da Genética
Label é a realização de um leilão anual para
Mais de dez anos após o início da
Black Label é o uso de sêmen sexado,
a venda dos melhores animais, resultantes
associação entre a Genética Black Label e
iniciado este ano. O Sexcel foi incorporado
dos anos de trabalho e dedicação ao
a ABS, os resultados são mais que visíveis.
na inseminação e produção de embriões
melhoramento genético do Angus. "No
"A ABS tornou-se o nosso pilar de apoio,
de novilhas na primavera de 2018, para
próximo ano, vamos vender mais de
seja na Argentina, nos países vizinhos, ou
a evolução do núcleo genético. "Usamos
mil cabeças, incluindo vacas prenhas
até mesmo nos Estados Unidos. O apoio
a genética sexada Sexcel em vacas de
genotipadas. Agora, estamos planejando a
que recebemos foi fundamental para chegar
pedigree adultas, para multiplicar o número
criação de um segundo leilão na primavera
onde estamos hoje", orgulha-se Pedro.
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AUMENTE A LUCRATIVIDADE DE SEU REBANHO COM SIMPLICIDADE NO CONTROLE PRODUTIVO
Software para o manejo reprodutivo de rebanhos leiteiros. Simplicidade: menos tempo e menos complicação na gestão da reprodução. Mais simplicidade na operação.
Rápido entendimento: facilidade ao interpretar tabelas, gráficos e relatórios. É tudo muito visual e de compreensão direta.
Segurança: ao carregar as atualizações de seu rebanho, elas ficam seguras em nosso servidor. Caso haja qualquer problema é só baixar de novo. Não precisa refazer o trabalho.
Pergunte ao especialista: assistência técnica sempre presente de quem é especialista em reprodução.
Maior lucratividade: decisões baseadas em comparativos e índices zootécnicos de impacto econômico.
Relatórios: relatórios periódicos preparados por técnicos qualificados e experientes.
ABSAmericaLatina
MATÉRIA DE CAPA
Mais informação, mais leite e mais lucro! Oferecendo simplicidade para os usuários, ABS Monitor apresenta resultados surpreendentes em toda a América Latina, e cada vez mais clientes utilizam o programa de monitoramento reprodutivo para incrementar a produção de leite Desde o seu lançamento, em 2012, o ABS Monitor vem conquistando cada vez mais usuários. O programa de gerenciamento de rebanhos leiteiros possibilita o diagnóstico completo dos dados reprodutivos da fazenda e, nos últimos dois anos, o número de animais cadastrados quase dobrou – de 40 mil para 75 mil. O crescimento significativo da quantidade de vacas na base de dados
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indica o sucesso do ABS Monitor entre produtores usuários do programa. As informações estatísticas oferecidas e organizadas por ele permitem obter uma visão objetiva dos resultados da fazenda, abrindo espaço para soluções adequadas a cada necessidade. Atualmente, são 600 usuários em todo o mundo. Na América Latina, a ferramenta é utilizada no Brasil, na Colômbia, no Chile, no México, no Uruguai, na Argentina e no
Equador. "O produtor rural quer e precisa simplicidade. E é isso que o ABS Monitor oferece. Atingir os resultados desejados com manejo reprodutivo simplificado", afirma Hélio Rezende, gerente de Ferramentas e Serviços Técnicos da ABS. O gerenciamento mais eficiente dos índices do rebanho possibilita que o produtor tenha mais tempo para outras atividades que influenciam diretamente a produtividade. É o que aconteceu com
a produção da criadora brasileira Ana Cristina d’Ávila. “Depois de começarmos a usar o ABS Monitor, saímos de uma taxa de prenhez de 11% para uma de 27% - um dos melhores índices do país. Antes, a nossa média era de 350 litros de leite por dia; hoje, são 4 mil litros, com projeção de chegar aos 10 mil. Claro que existe todo um investimento paralelo, mas a ABS trouxe um novo olhar, com muita responsabilidade”, conta Ana Cristina. Este cenário de aumento de eficiência administrativa repete-se em toda a América Latina. No Uruguai, o criador Never Choca comanda a fazenda El Lelo, onde se encontra um rebanho de 440 cabeças Jersey e Holandês, na região de San José. Em 2014, Never começou a usar o ABS Monitor e, desde então, passou a desfrutar de um controle mais preciso dos seus animais. “A verdade é que ele proporciona uma tranquilidade no dia a dia. Fica mais fácil de identificar os problemas e facilita muito o trabalho do nosso veterinário”, conta o produtor, que destaca ainda a praticidade do ABS Monitor e a oportunidade de obter mais controle sobre o rebanho. Em Nueva Plata, na região de Buenos Aires, Argentina, o pecuarista Dario Javier dedica-se à criação de seus 1540 animais da raça Holandês, incluindo 800 vacas em lactação. Apesar de utilizar o ABS Monitor há pouco tempo, o criador já começa a perceber os benefícios da sua aplicação no rebanho. “Ainda é cedo para traçar uma avaliação completa, mas entendo a praticidade e velocidade na retirada de informações e dados importantes para se obter um retrato fiel da situação do rebanho. É uma ferramenta ágil, e isso ajuda no dia a dia”, conta Dario. Também na região de Buenos Aires, na
Argentina, se encontra a fazenda Santa Isabel, que possui um rebanho Holstein com 198 matrizes. O criador responsável, Jorge Oscar Saracho, começou a usar o ABS Monitor em outubro de 2014. “Comecei a utilizar o programa para conseguir um controle melhor de fertilidade e serviços relacionados à prenhez. Tem sido uma ferramenta muito útil para diagnosticar as ecografias, com dados muito exatos e calculados de forma muito rápida”, diz o pecuarista. Voltando ao Uruguai, na região de Florida, o criador Gonzalo Argul Gómez utiliza o ABS Monitor há sete anos. Para ele, o
programa foi útil na criação de hábitos de eficiência e agilidade na fazenda Bella Vista. O rebanho é composto por 550 cabeças da raça Holandês, acompanhado desde o início pelo programa da ABS. “Já usávamos outros produtos da ABS e nos pareceu natural que esta parte também fosse feita com eles. Como os dados do rebanho são bastante variáveis, o ABS Monitor nos permite um controle muito maior e preciso. Agora, revisamos as informações antes de cada inseminação, o que permite um melhor planejamento”, conta Gonzalo.
VISÃO TÉCNICA O ABS Monitor não é benéfico apenas para o cliente. Para a equipe de técnicos que atende as fazendas, o programa veio facilitar a identificação de problemas de produção e permite o estreitamento do relacionamento entre técnico e produtor. O técnico da ABS no Brasil, Lucas da Silva Rocha, afirma que não consegue imaginar uma fazenda leiteira que não faça uso do ABS Monitor. “Sem esse auxílio, é como se o técnico ficasse de olhos fechados. Ele abre a visão de como está a fazenda, e ajuda a focar nas oportunidades de melhoria. Como os dados são muito simples e claros, o próprio cliente consegue acompanhar os resultados, e perceber o quanto as mudanças gerenciais que implementamos contribuem para uma produção melhor”, conta. Lucas acredita que o ABS Monitor mudou a forma como as visitas dos técnicos às fazendas são realizadas. “Já chegamos com mais informação para saber onde e como agir. São inúmeras as vantagens e o resultado é muito evidente – recebo vários agradecimentos dos clientes, porque eles entendem com clareza como o dia a dia deles melhorou depois da nossa visita”, conclui. O distribuidor da ABS Equador, Sebastián Cuadrado, salienta as vantagens do ABS Monitor, com destaque para a clareza e objetividade dos dados disponibilizados. “É uma ferramenta genial para o dia a dia, porque as informações do ABS Monitor permitem fazer um diagnóstico completo do desempenho do rebanho, o que facilita a tomada de decisões para ajustar os processos na fazenda e aumentar as taxas de serviço, a quantidade de prenhezes, entre outros”, avalia. O programa funciona conectado a uma base de dados on-line, o que significa que os dados extraídos do rebanho podem ser acessados mais tarde, pelo smartphone, tablet ou computador. Com a informação em mãos, tanto a equipe da ABS quanto o cliente podem planejar melhor as soluções para cada problema.
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“Da mesma forma, quando uma mudança rende resultados positivos, como um novo protocolo de inseminação artificial, por exemplo, fica muito claro observar o impacto causado no rebanho. Além disso, o sistema de benchmarking do ABS Monitor permite comparar a realidade de cada fazenda às estatísticas médias do país”, finaliza.
BONS NÚMEROS COLHIDOS COM O ABS MONITOR! A evolução do ABS Monitor nos últimos anos fala por si só. De acordo com o gerente de Ferramentas e Serviços Técnicos da ABS, Hélio Rezende, o desempenho comprova o efeito positivo que o programa é capaz de exercer nos rebanhos leiteiros. “Além de verificarmos um crescimento geral dos índices de eficiência reprodutiva em rebanhos que utilizam o ABS Monitor, percebemos também a diminuição dos Dias em Lactação, que chamamos de DEL. Isso pode aumentar muito a rentabilidade de uma produção de leite”, considera. Só na regional Castro, no Brasil, o índice DEL caiu de 221 para 203, representando um ganho potencial de mais de R$ 25 mil por dia. A diferença dos dados reprodutivos entre 2016 e 2018 também é notável. Em rebanhos cadastrados no programa, a taxa de serviço passou de 49% para 64%, em média. A taxa de concepção também teve um aumento, de 32% para 34%. A taxa de prenhez subiu de 15% para 22%, e a porcentagem de vacas prenhas pulou de 45% para 52%. Após 150 dias em lactação, a taxa de prenhez passou de 45% para 61%. No total, 180 novos clientes contrataram o programa, elevando o número de fazendas cadastradas para 580.
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COMO FUNCIONA? O produtor de leite interessado se cadastra na ABS e recebe um login e uma senha. Com essas informações, ele terá acesso a uma plataforma virtual e também poderá baixar uma versão do programa para o computador, acessada mesmo sem internet. “Off-line, o usuário registra informações simples sobre o sistema reprodutivo na fazenda e, depois, com
ANO
TX SERVIÇO CONCEPÇÃO
acesso à internet, o usuário envia os dados cadastrados para o sistema online”, explica o gerente Hélio Rezende. Assim que os dados forem cadastrados, o produtor consegue gerar uma série de relatórios e ter um panorama completo da propriedade. Os gráficos são simples e sinalizam a situação da fazenda por um esquema de cores: verde (bom), amarelo
(merece atenção) e vermelho (ruim). “Assim, fazer o diagnóstico do rebanho é simples. O usuário ainda conta com um técnico da ABS que presta consultoria online, contribuindo para melhores resultados e solução dos problemas apresentados pela fazenda”, informa Rezende.
PRENHEZ
DEL
% DE VACAS PRENHAS AOS 150 DEL
PRENHEZ 150 DEL
CONTAS
ANIMAIS
2016
49%
32%
15%
221
45%
45%
400
40.000
2017
59%
35%
20%
208
49%
52%
470
63.000
2018
64%
34%
22%
203
52%
61%
580
75.000
O QUE O ABS MONITOR PODE FAZER POR VOCÊ? Organizar a rotina reprodutiva da sua fazenda Guardar as informações do seu rebanho com segurança Emitir relatórios periódicos com panorama da propriedade
Apontar os principais problemas e soluções Oferecer índices zootécnicos de impacto econômico para que você tome a melhor decisão
Gerar lucro!
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ARTIGO TÉCNICO
Produção eficiente de prenhezes em fazendas leiteiras comerciais Fernando Cavazos Gerente de Serviços Técnicos ABS América Latina Pablo Chesta Serviços Técnicos ABS Argentina
A produção eficiente de prenhezes em fazendas leiteiras modernos de alta produção tem sido difícil nos últimos 20 anos devido a uma diminuição na fertilidade de gado leiteiro, especialmente na raça holandesa. A necessidade de produzir prenhezes em tempo hábil continua sendo determinante para o alcance da lucratividade e sustentabilidade das fazendas. Podemos resumir que, para a produção eficiente de prenhezes, os seguintes pontos precisam ser alcançados: - Reinício precoce da ciclicidade ovariana no período pós-parto - Controle da variabilidade nos “Dias no Leite ao Primeiro Serviço” - Detecção precoce da ausência de gestação - Re-inseminação rápida de vacas detectadas como vazias - Manutenção de taxas de prenhez acima de 20% - Prevenção, tanto quanto possível, da perda de gestações
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REINÍCIO PRECOCE DA CICLICIDADE OVARIANA NO PERÍODO PÓS-PARTO
Alguns objetivos que geralmente se procura cumprir são, por um lado, atingir a taxa de prenhez superior a 50% do rebanho nos primeiros 90 dias após o parto e pelo menos 75% do rebanho aos 150 dias pós-parto. Acima de tudo, para alcançar esse primeiro objetivo, é necessário que as vacas recuperem a ciclicidade ovariana antecipadamente, para que possam receber seu primeiro serviço assim que cumprirem o período de espera voluntária e que, caso o primeiro serviço não seja bem sucedido, tenham mais uma ou duas chances de conceber antes dos 90 dias após o parto. O reinício da ciclicidade ovariana depende basicamente de duas questões importantes: Que o balanço energético negativo nos dias após o parto não tenha sido tão grave ou prolongado.
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Que o pós-parto passe com uma involução e saúde uterina adequadas, bem como uma baixa incidência de problemas metabólicos. Ambos requerem uma boa gestão do período de transição, durante o qual é necessário manter uma ingestão adequada de matéria seca, tanto nas semanas que antecedem o parto, como nas subsequentes - condição indispensável para que o balanço energético negativo não seja tão severo nem prolongado e também para que a incidência de doenças pós-parto seja baixa. Sabe-se que as vacas geralmente ovulam pela primeira vez cerca de duas semanas depois de terem atingido o equilíbrio em termos de perda de peso e que pelo menos já não perdem mais peso, embora essa primeira ovulação nem sempre seja acompanhada de um período de cio evidente. Durante o período de transição, é necessário também aplicar os recursos atualmente disponíveis para evitar não só a hipocalcemia clínica, mas também a subclínica, já que estas afetam o funcionamento do sistema imunológico e, portanto, aumentam o risco de metrite após o parto. O cálcio também desempenha um papel importante na contração do músculo liso do útero e o esfíncter da teta e, por conseguinte, a hipocalcemia afeta a involução uterina e de saúde, bem como a incidência da mastite nos primeiros dias do pós-parto. Afinal de contas, o objetivo principal é que a vaca consiga apresentar pelo menos um ou dois cios antes de receber o seu primeiro serviço, o que melhora as chances de sucesso desse serviço. Mas, para isso, é necessário que a grande maioria das vacas consigam ovular pela primeira vez até os primeiros 40 dias pós-parto. Também é muito útil estabelecer um programa de vacas frescas para acompanhar as vacas em suas primeiras 2 ou 3 semanas após o parto e descobrir qualquer desvio de seu estado de saúde a tempo de canalizar as vacas com problemas para protocolos de tratamento apropriados. Este programa deve considerar como prioridade evitar ou reduzir qualquer fator de estresse para a vaca recém-parida.
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CONTROLE DA VARIABILIDADE NOS "DIAS NO LEITE AO PRIMEIRO SERVIÇO"
Este controle depende muito do primeiro ponto já discutido sobre o reinício da ciclicidade das vacas. Como em qualquer processo biológico, é normal que haja variação entre as vacas em relação aos dias pós-parto necessários para lhes dar o primeiro serviço. No entanto, o importante é que essa variação não seja exagerada e que flutue apenas em uma faixa de 30 dias após as vacas terem completado seu período voluntário de espera. Assumindo que o período de espera voluntário estabelecido em uma fazenda é de 50 dias, a grande maioria das vacas (>90%) deve receber seu primeiro serviço entre o dia 50 e o dia 80 e, idealmente, não deve haver mais primeiros serviços após o dia 100 ou que apenas 1 ou 2% das vacas excedam esse limite de 100 dias após o parto. No caso desta fazenda do exemplo, a "Média de dias para o primeiro serviço" deve estar em 61 dias (50 dias de espera voluntária + meio ciclo, ou seja, 11 dias a mais), seja
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mais importante que não haja uma grande
importante, os de pré-sincronização, devem ser adequadamente programados nos
dispersão dos primeiros serviços.
dias antes do dia 80 para que as vacas tratadas recebam o seu primeiro serviço em
A
realização
mencionado
do
depende
acima basicamente
do seguinte:
Com os sistemas eletrônicos modernos de detecção de cio, como no caso dos acelerômetros, vem se tentando eliminar a necessidade de recorrer a esses sistemas
Porcentagem de vacas que estão realmente no final do período de espera voluntária. Como
torno do dia 80.
já
IATF como um cadeado de segurança para garantir que os primeiros serviços sejam entregues a tempo; porém, esse objetivo não foi alcançado em muitos dos casos.
mencionado, isso
depende de um período de transição bemsucedido apoiado por um bom programa de vacas frescas e, acima de tudo, com uma excelente ração e manejo nutricional. Mesmo nas melhores condições, é possível que 10 ou 15% das vacas não estejam no ciclo no final do PVE, especialmente se for muito curto. Proporção de vacas elegíveis que conseguem ser detectadas no cio e expostas ao sêmen em seu primeiro ciclo elegível ou nos primeiros 21 dias. Isto depende de tudo o que determina a eficiência com que o cio é detectado, ou seja, a "Taxa de Serviço" com a qual se está trabalhando. São envolvidos fatores como: a) o tempo dedicado diariamente à detecção do cio, b) o horário e frequência de realização da detecção de cio, c) os métodos auxiliares utilizados na detecção de cio, como lápis ou giz, tinta para colas, adesivos indicadores, pedômetros, acelerômetros, etc. Interferem também fatores que afetam ou podem afetar a manifestação do cio, como o tipo de piso onde estão as vacas (cimento ou chão ou lama), espaço disponível para se manifestar o cio, a forma de agrupamento do gado, etc. Aplicação de um sistema de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) que permite impedir que as vacas ultrapassem um certo limite, por exemplo, 80 dias após o parto sem ter recebido seu primeiro serviço. Se fosse esse o objetivo (não exceder 80 dias), os protocolos de sincronização e, também muito
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DETECÇÃO ANTECIPADA DA AUSENCIA DE GESTAÇÃO
3
Antes do primeiro serviço existe muita flexibilidade para se usar programas de présincronização combinados com protocolos de IATF, porque sabemos que todas as vacas estão vazias durante esse período, mas uma vez que as vacas recebem o seu primeiro serviço ou serviços subsequentes, não temos mais essa mesma flexibilidade, porque poderíamos afetar a gestação, e estamos limitados ao uso de certos hormônios, como o GnRH. É por isso que tentamos descobrir o mais rapidamente possível a ausência de gestação para definição de quais vacas podem ser reinscritas em um programa para conseguir sua reinseminação no menor tempo possível. O objetivo final é encurtar o máximo possível o tempo entre um serviço com falha e o próximo serviço, para que a vaca não acumule dias mais abertos. Mas esse período de tempo entre um serviço e o próximo geralmente tem dois componentes: Os dias que se levou para descobrir a ausência de gestação Os dias que se leva para re-inseminar a vaca depois de ter sido detectada vazia
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RE-INSEMINAÇÃO RÁPIDA DE VACAS DETECTADAS COMO VAZIAS
O cenário ideal após um serviço fracassado ou uma morte embrionária precoce é a exceção já mencionada da vaca que consegue manifestar seu cio e é detectada e inseminada nesse novo cio. Como essas exceções nem sempre são uma maioria, é uma questão de recorrer a algum sistema de "realistamento" de vacas que são descobertas vazias porque nenhum cio foi detectado desde o seu último serviço. Um dos sistemas de realistamento mais eficazes atualmente, assumindo que a detecção da ausência de gestação seja feita no 28º ou 30º pós-serviço, é o seguinte: 7 dias antes do diagnóstico da gestação, é aplicado GnRH a todas as vacas. Esse GnRH seria a primeira injeção de um protocolo Ovsynch (as vacas prenhas receberão esta injeção desnecessariamente). No dia do diagnóstico da gestação, as vacas não recebem mais nenhum outro tratamento e, no caso das vazias, é necessário determinar (preferencialmente assistido por ultrassonografia) se, naquele momento, o corpo lúteo é funcional. As vacas que tenham o corpo lúteo funcional têm que continuar com Ovsynch, ou seja, recebem nesse momento uma injecção de prostaglandina e, em seguida, recebem um segundo GnRH, 56 horas mais tarde, e são inseminadas 14 ou 16 horas após a última injecção. Aqueles que não têm um corpo lúteo funcional no momento da descoberta da ausência de gestação terão que começar de novo um protocolo Ovsynch completo e, portanto, recebem novamente a primeira aplicação de GnRH do protocolo Ovsynch. Notavelmente, em ambos os casos, melhores taxas de concepção são obtidas quando, em vez de se usar o Ovsynch tradicional ou convencional, usa-se o protocolo com injeção dupla de prostaglandina, o que implica apenas que uma segunda dose de prostaglandina seja administrada 24 horas após a primeira.
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NOTA: A exceção a isto é o caso da vaca que consegue repetir mostrando o cio depois do serviço fracassado e é inseminada quando seu cio é descoberto. Infelizmente, essas exceções nem sempre são a maioria. Para encurtar o componente nº 1, recorre-se ao uso de ultrassom ou aos sistemas de detecção de gestação em amostras de sangue, o que nos permite detectar a ausência de gestação no dia 28 ou 30 pós-serviço. O caso do componente nº 2 é discutido no parágrafo seguinte.
MANTER TAXAS DE PRENHEZ ACIMA DE 20%
pelo menos recebem sêmen, em um
prenhas num dado ciclo de 21 dias. Esse
determinado ciclo de 21 dias. Isso implica
é precisamente o índice mais afetado pela
Já é amplamente conhecido que o termo
que, ou elas foram detectadas no cio
perda de fertilidade do gado leiteiro e é
Taxa de Prenhez nos diz qual a proporção
ou foram inseminadas através da IATF,
o índice que apresenta maior dificuldade
ou porcentagem de "vacas elegíveis para o
sincronizando sua ovulação. Portanto, uma
para se aumentar, pois depende de
serviço" estão prenhas em um dado ciclo
alta taxa de serviço (>70%) dependerá
múltiplos fatores, alguns dos quais sob o
de 21 dias. Hoje, existem fazendas com
principalmente da eficiência da detecção
nosso controle (como descongelamento
excelente desempenho reprodutivo que
do cio, mas também é obtida através do
das palhetas e manuseio do sêmen,
mantêm taxas de prenhez por ciclo até de
uso inteligente da IATF, seja para o primeiro
técnica de inseminação, higiene geral
30%, e sabe-se que se uma fazenda não
serviço ou para serviços subsequentes.
durante todo o processo, precisão na
mantiver as taxas de prenhez por ciclo pelo
Os métodos auxiliares para detectar o cio
detecção do cio, etc.); mas há outros
menos acima de 20%, não está gerando o
desempenham um papel importante (lápis
fatores que não estão sob nosso controle,
número de prenhezes que deveria.
ou giz de cera, tinta, adesivos indicadores,
principalmente a morte embrionária
pedômetros de atividade, acelerômetros,
precoce, que ocorre devido a múltiplas
etc.)
causas, e onde o estresse térmico, a
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A taxa de prenhez é o resultado da combinação de dois fatores: Taxa de Serviço: refere-se ao percentual
vacas
elegíveis
Taxa de Concepção ou de Fertilidade:
que
refere-se à percentagem de vacas
conseguem ser atendidas, ou seja, que
inseminadas ou servidas, que estão
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de
mastite e a inflamação grave do casco desempenham um papel importante.
PREVENIR TANTO QUANTO POSSÍVEL A PERDA DE PRENHEZ
As prenhezes são perdidas em estágios muito diferentes da gestação. Perdas de prenhez podem ser classificadas em três categorias. MORTE EMBRIONÁRIA PRECOCE, quando o embrião morre antes do dia do reconhecimento materno da gestação, que é o 17º dia da vida embrionária. Nestes casos, a mãe não reconhece a gestação existente e normalmente a vaca repete um ciclo normal e mostra cio ao dia 21-23. MORTE EMBRIONÁRIA TARDIA: O embrião morre após o reconhecimento materno no dia 17 de gestação. Após estas mortes embrionárias tardias, a vaca repete o cio, mas com um ciclo anormalmente longo, que pode durar até 35 dias. Com o diagnóstico de gestação por ultrassom, algumas dessas perdas na gestação podem ser detectadas no momento do diagnóstico, quando se observa que o embrião ou suas membranas não estão mais normais ou que o coração não bate mais. PERDA DE PRENHEZ JÁ DIAGNOSTICADA (ABORTOS). Mantenha estes abaixo de 12%. Embora seja impossível evitar muitas das perdas embrionárias precoces ou tardias,
- Promover e cuidar do bem-estar
bem como evitar completamente o aborto, é preciso fazer o possível para evitar esses
animal em geral e do conforto do gado,
problemas através das principais medidas disponíveis:
respeitando as áreas de alimentação
- Esquemas completos de imunização contra as principais doenças abortivas na região, incluindo aquelas que causam morte embrionária. - Evite o uso de ingredientes da ração que possam conter micotoxinas ou outro tipo de problemas, como a listeria. - Esforçar-se para controlar a mastite em geral, bem como problemas de claudicação
necessárias, o espaço de sombra, evitando superlotação, disponibilidade de água limpa e fresca com espaço suficiente para beber. Sem esquecer a cama limpa e seca e confortável para a vaca.
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ESPECIAL BEEF TOUR
Beef Tour: o caminho pela pecuária americana Camila Mendoza Toledo Médica veterinária da ABS Chile Limitada Já faz doze anos que a ABS América Latina realiza o "BEEF TOUR" por vários locais dos Estados Unidos, berço do progresso genético, tanto do leite quanto da carne, e de um modelo de negócios eficiente e altamente produtivo. Desta forma, a participação de diferentes países, juntamente com as suas delegações, tais como a Argentina, o Brasil, o Uruguai e, claro, o Chile, constituiu-se como uma tradição mais de uma década atrás. Este passeio pela América dura oito dias, período em que milhares de quilômetros são percorridos na busca de conhecimento, aprendizado e experiência pelas diferentes realidades que este imenso país tem a oferecer.
07 14
Por que os Estados Unidos? A resposta é fácil: para nós, é a maior fonte de genética bovina, onde existem mais animais registrados e onde a tecnologia está na vanguarda, ditando modelos de desenvolvimento para o resto dos países envolvidos no agronegócio. Nosso tour começa com um convite aos nossos clientes, incluindo produtores, administradores e consultores veterinários, para nos acompanhar nesta viagem. A delegação chilena teve a presença de Roberto Riquelme (Região de Ñuble); José Miguel Riquelme (Região de Ñuble); Luis Vásquez (Região da Araucanía); Esteban Vinagre (Região de Los Lagos); Sérgio Donoso (Região do Maule); Tomas Moreno (Região de Los Rios); Camila Mendoza
(Equipe de Vendas ABS) e Francisco Castaño (Região de Ñuble). A viagem começou em Kansas e a nossa primeira parada foi na American Angus Association, onde, além de assistirmos a uma palestra, nos informaram sobre a função da associação, não só para a América, mas para todos os que estão ou poderiam estar envolvidos com a raça. Com o conteúdo sobre o impacto e o alcance de suas linhas genéticas, nossas expectativas de poder conhecer as instalações aumentaram repentinamente; elas foram satisfeitas depois de visitarmos as suas fazendas cheias de amostras de vários os touros com pedigree registrados nos Estados Unidos. Nossa próxima parada foi "Byergo
Angus", uma fazenda familiar que atua no manejo do ciclo completo: da cria até a comercialização da carne, já que eles têm um frigorífico e vendem todos os tipos de produtos para redes de restaurantes. No entanto, a capacidade de diversificação desta fazenda não se limitou a tarefas regulares, mas também inclui a venda de genética - o touro Black Magic nasceu deste rebanho; um reprodutor cujo sêmen tem uma alta demanda. O segundo dia, já em Nebraska, começou com uma visita à University of Nebraska com o Dr. Matt Spangler, Professor of Animal Science/Extension Beef Genetics Specialist, que nos falou sobre as provas genômicas e nos ajudou a entender como a tecnologia possibilita a previsão de parâmetros
produtivos e lineares de cada touro. Mas, sem dúvida, o ponto alto do dia foi durante a tarde, quando nos encontramos com Isabella, a estrela do rancho "Baldridge Angus", uma vaca extraordinariamente fértil, com mais de 40 embriões por lavagem, que já entregou mais de 70 filhas extraordinárias e que é a mãe dos melhores touros do ranking. Acrescenta-se que a fazenda tem um rebanho rico em genética; onde se trabalha 100% com inseminação artificial e transferência de embriões. Pensando que não poderiam mais nos surpreender, chegamos ao "Connealy Angus Ranch", outra fazenda familiar, onde 275 touros são vendidos por ano. Um lugar que é referência para a raça Angus.
O discurso de Jerry Connealy começa e termina com a importância da genética. À tarde, nos esperava Doug Deibler, dono do "Butcher Block", um espécie de abatedouro que serve a comunidade, onde Doug e sua esposa recebem o animal e entregam-no amadurecido e com cada corte pronto para congelar. Voltando ao Kansas, conhecemos Brady Larson em sua fazenda familiar, no "Larson Angus Ranch & Feedlot", onde Brady, além de trabalhar no rancho, é um representante da ABS. Como era de se esperar, dado o histórico das fazendas anteriores, a propriedade estava em perfeito funcionamento, comandada pela família. Sem dúvida, o que mais atraiu a curiosidade do grupo foi o sistema
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de cuidado das vacas em pré-parto no inverno, por meio de um sistema de câmera de 360° que permite o monitoramento a partir de casa, útil para encarar a dureza do inverno com temperaturas abaixo de zero todas as semanas. Durante a tarde, visitamos um rebanho de Red Angus e Charolais, onde Frank Wedel nos cativou com seu conhecimento técnico e pessoal, típico de alguém que dedicou sua vida ao campo e ao Angus vermelho. Nesta ocasião, ficamos surpresos com a F1, devido ao seu cruzamento pouco tradicional e a todos os seus registros. No dia seguinte, tivemos uma grande surpresa no "Gardiner Angus Ranch", onde cinco gerações foram inteiramente dedicadas ao gado, referências mundiais na seleção do rebanho Angus. Eles foram afetados em 2017 por um incêndio que os fez perder animais, infraestrutura e até mesmo suas casas; positivamente, ninguém ficou ferido, mas o cenário foi devastador. Com muita empolgação, Mark Gardiner nos disse que, naquele momento, eles perceberam o impacto que o trabalho que fizeram por todos esses anos teve em clientes, amigos, parentes e até mesmo na Associação Angus,
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que os ajudaram a retomar o trabalho. Todos entenderam o quão importantes eles eram como pessoas e personagens relevantes na genética Angus. Hoje, eles estão praticamente recuperados, com instalações de última geração e um grande sorriso em seus rostos. A nossa segunda visita naquele dia foi a um rebanho comercial, que tinha duas particularidades: a primeira era que o rancho era dirigido por três irmãs, cada uma responsável por diferentes áreas do campo, e a segunda é que a fazenda pertence a esta família desde 1872 e
as irmãs administram a propriedade há 10 anos. A particularidade da gestão é que a fazenda é gerida com sucesso em todas as suas dimensões pelas mulheres. Acrescente-se que, durante 2012, a fazenda criou uma aliança com um frigorífico local, onde a sua carne conseguiu um selo de qualidade e a certificação conseguiu gerar um maior lucro por quilo. A nossa última parada do dia nos possibilitou conhecer uma raça que não existe no nosso país: o cruzamento de Zebu com Angus, chamado de Brangus,
no "Suhn Cattle Company", rancho na cidade de Eureka, Kansas. O proprietário, Vern Suhn, tem uma maneira particular de desenvolver os seus negócios; ele aluga uma parte de seu rebanho e é proprietário de outra,. É interessante ver como esta raça se comporta, porque embora seja muito adaptada a climas quentes, após 20 anos de experiência, o "Suhn Cattle" nos mostra que ela também pode se adaptar a invernos rigorosos. Para finalizar, um rebanho Hereford, Schular Polled Herefords, fonte dos melhores touros da raça para os fornecedores dos EUA, surpreende pela conformação dos animais e características dos touros, com a busca não só das características da carne, mas de habilidades maternas de excelência. Durante o tour, pudemos conhecer o coração dos Estados Unidos da América, viajar por vários locais e apreciar a importância do pasto, fator predominante no nosso país como um pilar fundamental do processo de produção. Sem dúvida, o mais impressionante foram as respostas assertivas e concretas dos produtores norte-americanos em relação
às perguntas que lhes fizemos como delegação, por exemplo: Como alcançam essa condição corporal? Com que peso e idade eles desmamam? Com que idade e peso as novilhas são inseminadas? Qual é o seu ganho de peso diário? Diante dessas preocupações, as respostas foram sempre unânimes e acuradas pelos produtores: "Tudo o que conseguimos é resultado do trabalho e anos de GENÉTICA". Eles têm muito clara a vantagem que possuem em poder selecionar e ter os melhores touros que acomodam os seus rebanhos e com as características que eles querem. Atualmente, as apostas estão focadas nos touros genômicos, para encurtar o tempo dos processos e acelerar o progresso genético. Por fim, acrescenta-se o fator humano do tour: as conversas e trocas de experiências pessoais e profissionais que foram geradas no grupo, elementos enriquecedores que espero que, ao ler este artigo, incentivem outras pessoas. Esperamos por você no BEEF TOUR ABS 2019.
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ESPECIAL ABS EXPERIENCE
Mais de 200 clientes da ABS de mais de 20 países reunidos para vivenciar uma experiência única no maior polo genético leiteiro do mundo. O primeiro
Uma experiência única pela cadeia leiteira americana ABS inova e surpreende clientes com um roteiro especial marcado por muita tecnologia e muita genética superior: o ABS Global Experience
ABS Global Experience representou uma grande oportunidade a produtores que passaram quatro dias visitando fazendas e conhecendo o que há de melhor em termos de tecnologia para o avanço de rebanhos de leite. “Tivemos apaixonados produtores de leite do mundo reunidos. Eles estão animados com o futuro e, com certeza, aprendendo como colocar a genética para trabalhar para eles”, detalha o COO Leite da ABS Global, Nate Zwald. O tour passou pelos estados de Minnesota e Wisconsin. O roteiro foi cuidadosamente preparado pela equipe da ABS Global, que garantiu a execução impecável desde
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logística até estruturação dos conteúdos
clientes e equipe de suporte. O diretor
embora felizes. A melhor parte é que
passados aos participantes, proporcionando
da
Ricardo
aprendemos coisas que não sabíamos,
o maior aproveitamento de tempo e
Campos,
resultado.
e que vão permitir melhorar a qualidade
absorção de conhecimento. Durante as
“Com certeza, nossos clientes saíram
dos nossos negócios”. A avaliação positiva
visitas, o grupo foi dividido em quatro
extremamente satisfeitos com o que
também foi feita por Juan Esteban,
turmas que visitavam intercaladamente as
viram e o que puderam levar para seus
responsável pela ABS na Argentina e no
estações montadas nas propriedades.
respectivos países”.
Uruguai.“A ABS deixou claro que é uma
ABS
América
Latina,
comemorou
o
Essa foi a primeira edição do ABS
O maior grupo da região foi o do Brasil,
empresa que está buscando a excelência
Experience. O evento foi motivado pelo
com 17 participantes. “Com certeza,
em produção e com muito compromisso
avanço que a empresa sofreu nos últimos
eles vão ser os porta-vozes da ABS, de
com os clientes”, afirmou.
anos. “Tantas coisas positivas estão
tudo que nós temos feito para todos os
Para Luis Gonzales, responsável pela
acontecendo no momento, seja para De
nossos clientes, não só para aqueles
ABS no México, o resultado também
Novo Genetics, o lançamento do Sexcel
que trouxemos, mas sim para todos os
surpreendeu.
ou a genética de corte NuEra, de nossa
produtores, independentemente se são
experiência maravilhosa. Pudemos reunir
propriedade. É verdadeiramente incrível,
grandes ou pequenos. A ABS é uma
muitos produtores de toda a América
não há uma época melhor para trazer esses
empresa que atende todos”, destacou
Latina, que compartilharam com a gente
clientes de todo o mundo”, destacou o COO
Márcio Nery, diretor da ABS Brasil.
todas as suas experiências e tudo o que
A
viagem
foi
uma
Alejandro Luco, gerente geral da ABS
sabem sobre este negócio. Além disso,
Da América Latina, participaram 45
Chile, também acompanhou o tour. “Foi
conhecemos toda a tecnologia da ABS, e
pessoas, entre clientes, potenciais
uma ótima experiência. Estamos indo
foi muito interessante”, afirmou.
Corte da ABS Global, Jerry Thompson.
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O ROTEIRO O planejamento do roteiro foi um dos pontos mais elogiados pelos participantes do primeiro ABS Global Experience. Para Klaus Freitas, gerente de Leite da ABS na América Latina, o cronograma foi montado considerando o que há de mais importante e moderno para o setor. “Começamos visitando fazendas que utilizam a nossa genética, todos os serviços da ABS, a melhor genética disponível, sêmen sexado – o Sexcel, que está sendo um sucesso. Depois, na sequência, visitamos as fazendas que produzem esses touros que estão sendo disponibilizados. Também visitamos as centrais, onde vimos os touros, vimos o processo de sexagem, toda a tecnologia disponível, e destacando tudo que a ABS está fazendo pelos seus clientes e mostrando para todos os clientes do mundo o que pode ser feito por eles”, detalhou.
WEISS FAMILY FARMS
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A
produtividade
é
outra
das
Fundada em 1887, a fazenda é
características que definem a fazenda
comandada pela quinta geração da família
Weiss. São mais de 13 toneladas de leite
Weiss: o casal Don e Colette Weiss, que
produzido por dia (40 kg por vaca). Para
já são acompanhados pelos filhos, Nathan
alcançar esses resultados tão expressivos,
e Noah, na administração da propriedade.
a família utiliza uma variedade de produtos
Todos eles juntos, acompanhados pelos
ABS. Entre eles, destacam-se a genética
netos bem pequenos, receberam o
sexada Sexcel, o Icon Sires, o ABS InFocus,
grupo e falaram com muita propriedade
o GMS (Genetic Management System), o
sobre cada detalhe da história e da
RMS (Reproductive Management System),
rotina da fazenda.
o Genetic Audit e o ABS Cornerstone.
O crescimento está no DNA da fazenda.
“Nós começamos a usar genética ABS em
Em 1985, o rebanho consistia em 54
1987 e eu sinto que o comprometimento
vacas, e toda a propriedade ocupava um
com a superioridade dos animais que ela
terreno de menos de 65 hectares. Hoje, a
nos mostra foi o que nos transformou em
fazenda se estende por 2.500 hectares
uma propriedade lucrativa. Trabalhar com
e abriga mais de 2.000 animais da
eles nos possibilitou essa conquista”,
raça holandesa.
diz Don Weiss.
BOMAZ, INC.
basicamente
característica
seleção brasileira, personalizada com o
dos animais que utilizamos em nosso
seu sobrenome. Claro, uma referência
mais atentos e, digamos, deslumbrados, com
programa
ao
a chegada à fazenda Bomaz, propriedade
animais que têm mais do que 950
da família Zwald, que ocupa um terreno de
de Mérito Líquido e a maioria, quase
mais de 1.000 hectares e é conhecida pela
todos os touros, têm perto de 1000 de
consolidando cada vez mais como uma
excelência genética, com vários touros em
Mérito Líquido ou mais alto. Nós não
fonte excelente de genética de ponta.
centrais. Aqui, são mais de 2 mil animais
selecionamos por tipo. Selecionamos
Da bateria da ABS Global, nove touros
Holstein, incluindo 900 vacas em lactação.
por produção e desempenho em saúde”,
nasceram aqui. Outros 20 estão em
Com mais de 20 anos investindo na
revelou proprietário Bob Zwald, que faz
estudo para serem acrescentados ao
pecuária leiteira, a família comanda uma
questão de acompanhar todo o processo
portfólio da empresa em até um ano. A
fazenda que é referência nos resultados e
da fazenda.
qualidade da genética é fruto de muito
Os olhos dos participantes ficaram ainda
com
genético.
a
Nós
utilizamos
artilheiro
em
produzir
animais
comprovadamente superiores. E são muitos.
A Bomaz vem se
na produtividade: quase 45 kg de leite são
Foi Bob Zwald que deu as boas vindas
trabalho e também conta com a ajuda da
produzidos por vaca, diariamente. O foco da
à comitiva e, do grupo de produtores
ABS. A fazenda faz uso da genética sexada
seleção é essencialmente o Mérito Líquido.
e técnicos da América Latina, recebeu
Sexcel, além do Icon Sires e do GMS.
“Nós
usamos
o
Mérito
Líquido,
JOHNSON’S ROLLING ACRES
até um presente: uma camisa 10 da
nascem no rebanho, contribuindo para
animais e o volume alto de leite produzido.
um crescimento rápido e produtivo. Para
Além disso, o sistema de ordenha
Não é todo dia que se vê um rebanho
alcançar resultados tão surpreendentes, a
totalmente robotizado impressiona quem
com 1.280 vacas em lactação. Na fazenda
equipe da Johnson’s Rolling Acres conta
visita o local.
americana Johson’s Rolling Acres, é isso
com diversos produtos e programas da
“A nossa meta é sempre aumentar a
mesmo que se encontra. Propriedade
ABS: a genética sexada Sexcel, o Icon
produção. Quando alcançamos uma meta,
da família Johnson desde 1967, quando
Sires, o ABS InFocus, o GMS, o Genetic
sempre queremos um pouco mais de
foi
Audit e até o De Novo.
esforço, um pouco mais de resultados.
fundada, a
propriedade
leiteira
impressiona pela estrutura e manejo
Todo o trabalho é comandado pela do
investimento
Queremos assegurar-nos que estamos
dos animais holandeses. São quase 13,5
família. Além
em
tirando o máximo possível das vacas, sem
toneladas de leite produzidas todos os
genética, a fazenda é referência também
deixar de lado a saúde, o conforto, a limpeza
dias – aproximadamente 40 kg por vaca.
estrutura. Grandes barracões com sistema
e todas as condições necessárias”, explica o
Todos os anos, 1.400 novas bezerras
Cross Ventilation garantem o conforto dos
proprietário, Trinity Johnson.
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DE NOVO GENETICS
Localizada em um terreno de mais de
O programa de desenvolvimento genético
1800 hectares, o rebanho é composto por
criado pela ABS e pela fazenda De-Su
2 mil vacas, incluindo 1200 em lactação.
há dois anos já trouxe resultados muito
Chama atenção de quem chega a,
surpreendentes e superou as previsões de
digamos, simplicidade e a rusticidade com
especialistas, como o geneticista da ABS
que o rebanho é tratado, proporcionando
Global, Ryan Starkenburg. “O De Novo
condições mais próximas à realidade.
excedeu todas as nossas expectativas.
Durante a passagem pelo o local, os
Mais de 20 entre os top 100 touros de
participantes puderam ver progênies de
todo o mundo vêm do De Novo, ou seja,
grandes touros frutos do núcleo, como
mais de 20%. Para um programa que tem
Josuper. O grupo de filhas apresentado,
apenas dois anos, é um ótimo começo”,
com excepcionais úberes e extremamente
conta ele.
padronizadas, arrancou elogios e suspiros de
Com a união da ABS e da De-Su, duas empresas que são referências imbatíveis no setor da genética bovina, o programa continua a mostrar o seu verdadeiro potencial, deixando clientes satisfeitos com cada inovação que movimenta o mercado. A visita à fazenda De-Su, parceira no
desenvolvimento
do
programa,
era uma das visitas mais esperadas pelos participantes do ABS Experience.
34
quem entende e é apaixonado por genética.
ABS GLOBAL
para saber o potencial de um touro.
ELES VIVERAM ESTA EXPERIÊNCIA!
O centro de genética da ABS
Precisamos de mais touros, porque
Global localizado em Dekorra, no
eles são jovens e não produzem tanto
estado de Wisconsin, foi parada no
sêmen quanto os touros mais velhos.
última de visitas. Como seria de se
É por isso que vimos uma expansão
Mauro Paim Beraldo (Brasil):
esperar, é possível encontrar animais
no número de animais e estábulos
“Eu estou buscando muita evolução
excepcionais na sede da empresa,
na ABS”, explicou o coordenador de
para o meu rebanho, e acredito que esta
incluindo grandes promessas para o
serviços veterinários, Ray Karls.
viagem mostrou o que há de melhor,
mercado.
E por falar em genômica, ela tem
de mais inovação. Durante o ABS
pôde
aumentado também as exigências
Experience, aprendemos o que o mundo
acompanhar o processo de coleta
de cuidados com os bezerros que
está querendo no nosso setor”.
de grandes reprodutores, que segue
já nascem com todo o potencial
rígidas regras de biossegurança. Os
genético conhecido. Alguns animais
Andres Hinostroza (Chile):
clientes
da
de apenas seis meses já são líderes
“Aprendemos muito no tour em relação
estrutura e dos planos de ampliação
da raça holandesa e por isso merecem
às partes reprodutivas e de nutrição dos
para atender a era genômica. “Quando
tratamento ainda mais VIP na sede
animais. Conhecemos a realidade e o
a genômica chegou, começamos a
da ABS Global. A estrutura do Future
conhecimento de cada fazenda, que são
perceber quão bons os animais seriam
Genetics, montada para abrigar essas
distintos em cada caso. Isso enriqueceu
desde muito novos. Então, descobrimos
promessas da raça, está cada vez
muito toda a viagem”.
que não precisamos esperar por anos
mais cheia e potente.
Quem
visitou
a
descobriram
central
detalhes
Eduardo Faudoa Guerrero (México): “Conhecemos criadores de muitos lugares, que adotam práticas diferentes
INTELLIGEN
completa estrutura do laboratório. Para
em suas produções, e isso é muito
O laboratório da IntelliGen é onde se
o produtor leiteiro do Brasil, Reinaldo
interessante. Com certeza, as visitas às
desenvolve a genética sexada da ABS, o
Figueiredo, a visita esclareceu muitos
fazendas foram muito enriquecedoras”.
Sexcel, que revolucionou o mercado desde
aspectos sobre o produto da ABS. Maurício Martín Weidmann
o seu lançamento, em setembro de 2017.
“No nosso dia a dia, ficamos felizes
Em junho deste ano, um milhão de doses
quando nasce uma bezerra que é fruto da
(Argentina):
Sexcel já haviam sido comercializadas em
tecnologia do Sexcel, mas não imaginamos
“Durante a viagem, não encontramos
todo o mundo.
que ela representa o resultado de 12 anos
nenhuma vaca de que não gostamos.
Com a visita à sede da tecnologia
de trabalho constante. Aqui, o trabalho
São todos animais que eu gostaria muito
inovadora, os pecuaristas – muitos deles,
não para, e conhecemos mais sobre a luta
de levar para casa”.
usuários do Sexcel para o melhoramento
que foi necessária para chegar até aqui”,
genético de seus rebanhos – tiveram a
avalia.
Alenjandro Pérez (Uruguai):
oportunidade de conhecer de perto todas
“Tudo chamou a atenção. O tamanho
as etapas do processo de desenvolvimento
das instalações, os sistemas controlados
da genética sexada.
e ajustados. São propriedades muito
Os produtores visitantes familiarizaram-
eficientes, com alta produção e com
se com a tecnologia utilizada para se obter
muito controle de todos os processos”.
o produto final, bem como a moderna e
35
BATE PAPO TÉCNICO
Todas as soluções em melhoramento genético em um só lugar! ABS anuncia incorporação da IVB e se consolida como a maior empresa do setor no mundo com a oferta de um pacote completo de soluções para os clientes.
A incorporação da IVB na ABS vai muito além da união de duas empresas. Trata-se de um divisor de águas para o mercado da genética bovina, com a abertura de inúmeras oportunidades para a criação de novas tecnologias capazes de mudar a realidade do setor. A ABS consolida-se de forma definitiva, agora, como a líder do mercado, oferecendo melhoramento genético em três vertentes: sêmen convencional, genética sexada e embriões. O DIRETOR da ABS AMÉRICA LATINA, RICARDO CAMPOS, fala sobre a importância deste momento para a ABS e, principalmente, para os clientes.
1- ABS NEWS: Qual, na sua opinião, o impacto da incorporação da IVB? Como a ABS passa a ser vista pelo mercado? RICARDO CAMPOS: Realmente, a incorporação tem
uma grande presença nos diversos países onde essa
um impacto muito alto, porque finalmente vamos
tecnologia é utilizada. Vamos continuar crescendo,
alavancar as forças das duas empresas, não só na
não só no Brasil e no México. Outra coisa importante
questão da tecnologia, mas também em relação
é a estrutura comercial que temos no Brasil e na
às pessoas. Estamos combinando duas equipes
Argentina, que melhorou o atendimento ao cliente,
extremamente competentes, e consolidando uma só.
e que também promoveu o crescimento do setor
O cliente certamente vai sentir o efeito desse processo
de pesquisa e desenvolvimento. Assim, poderemos
nas tecnologias oferecidas pela IVB e pela ABS.
criar novos produtos que vão representar novas
Hoje, em relação à participação no mercado, a nossa tecnologia de embriões é líder mundial, com
36
soluções inovadoras para o mercado.
2- ABS NEWS: Como a ABS vê o mercado de embriões? E qual é a representatividade dele na América Latina? RICARDO
CAMPOS:
Um
aspecto
muito
O product offering será apenas um, através da
importante é que a ABS está totalmente focada
ABS, e isso deixa o processo mais simples e fácil
no desenvolvimento de biotecnologia. Com a
para o cliente. Temos inúmeros pontos de venda,
incorporação, nos tornamos a única empresa do
ampliando o acesso às nossas tecnologias em
mercado que oferece melhoramento genético por
qualquer lugar.
meio do sêmen, da genética sexada e de embriões.
É importante mencionar que também modificamos
Isso é uma notável vantagem competitiva, e
a estrutura da empresa. Com isso, priorizamos
queremos aproveitar esse fator, não só em relação
o cliente da América Latina, e formamos uma
ao crescimento da ABS, mas também para oferecer
hierarquia que atende os clientes da forma mais
o aprimoramento genético a clientes de todo o
simples, correta e eficiente possível, com a entrega
mundo, especialmente na América Latina.
de produtos e serviços da mais alta qualidade.
O processo de vendas também vai ser simplificado.
3- ABS NEWS: Com a incorporação, a IVB passou a ser uma tecnologia dentro da ABS. Os investimentos na IVB Technologies vão continuar? RICARDO
CAMPOS:
Os
investimentos
vão
nível no México, e vamos continuar analisando
continuar, de forma semelhante ao que aconteceu
mecanismos de expansão na América Latina e no
com a IntelliGen, a empresa responsável pela
mundo. Estamos com projetos na Ásia e na Europa,
tecnologia da genética sexada. Por exemplo,
mas sem deixar de focar nos países chave da nossa
estamos inaugurando um laboratório absolutamente
empresa, localizados na nossa região.
novo no Brasil, temos um laboratório de primeiro
4- ABS NEWS: Como você analisa o futuro do melhoramento genético? RICARDO CAMPOS: Vejo o futuro de forma
serão muito simplificadas, e a oferta de programas
tremendamente positiva. A missão da ABS é
de melhoramento genético passa a incluir três
oferecer melhoramento genético. Essa é a forma
mecanismos de inseminação – sêmen, genética
pela qual os clientes percebem o valor dos nossos
sexada ou os próprios embriões –, o que permite
serviços. Com a incorporação da In Vitro, esse ideal
disponibilizar soluções únicas que se adequam às
fica ainda mais evidente. As vendas de produtos
necessidades específicas de cada cliente.
37
GENTE QUE FAZ A ABS
“A unificação dos esforços de todos por um objetivo em comum é um dos diferenciais da ABS” Juan Camilo Escalante Alvarez Zootecnista por formação, Juan Camilo Escalante Alvarez trabalha na ABS Colômbia diretamente há oito anos. Mas antes de iniciar a carreira na empresa, já trabalhava na área. Foi na Austrália, o início do contato com o setor. Lá, atuou em centrais de biotecnologia, na coleta e processamento de sêmen. Durante essa época, Juan começou a entrar em contato com a equipe da ABS Colômbia e, em 2010, foi chamado para assumir o cargo de avaliador do GMS (Genetic Management System). “Foi uma oportunidade importante para mim, e representou a minha entrada oficial para a ABS. Como eu já conhecia uma boa parte da equipe, a transição foi feita de forma natural”, relembra Juan. Depois de um ano dedicado ao GMS, Juan foi transferido para trabalhar como diretor de serviços técnicos da ABS Colômbia, cargo em que também permaneceu por um ano. Por fim, ele
chegou ao seu atual cargo – gerente comercial da unidade. “Tem sido uma experiência incrível, especialmente em relação à equipe. A unificação dos esforços de todos por um objetivo em comum é um dos diferenciais da ABS. O nosso trabalho é sempre desenvolvido em equipe, e essa é uma das partes mais enriquecedoras do processo”, avalia. Sobre o impacto da ABS no mercado colombiano, Juan deixa clara a crescente importância da empresa: “A previsão é que a ABS Colômbia venda o triplo do resultado obtido oito anos atrás. Isso não só nos mostra que a empresa está crescendo economicamente, mas também que existe cada vez mais genética da ABS em circulação pela Colômbia, o que é uma grande conquista”, comemora.
“A ABS mudou o mercado em todo o mundo” Klaus Hanser de Freitas
Em 1993, Klaus Hanser de Freitas formou-se Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa MG, Brasil. Quatro anos depois, entrou na ABS, onde permanece até hoje. O seu percurso de 21 anos dentro da empresa construiu uma carreira dedicada ao desenvolvimento da genética na pecuária leiteira. Antes de 1997, Klaus estagiou em Israel e também na Suíça, onde acumulou conhecimentos que contribuíram para a sua entrada na ABS. Klaus atuou como representante comercial da empresa durante os primeiros seis anos. Em seguida, foi técnico de campo no Departamento Técnico Leite por três anos, e passou outros três no cargo de gerente de Produto Leite Tropical no Brasil. Depois disso, assumiu a função de gerente de Produto Leite, por quatro e, por fim, estabeleceu-se como gerente de Produto Leite América Latina, cargo que ocupa há cinco anos. “A ABS é praticamente a única empresa para a qual trabalhei.
38
No decorrer destes 21 anos, passei a ter uma admiração muito grande pela equipe e todas as experiências que trocamos aqui dentro”, conta o gerente, explicando que a longa trajetória dentro da empresa conferiu um olhar aprofundado sobre o mercado e as demandas dos clientes. “Uma das atitudes que aprendi a tomar é como me colocar no lugar do cliente. É um processo fundamental que a ABS faz muito bem – sempre se preocupar com o cliente, o que ele necessita em um determinado momento, como ajudá-lo no dia a dia conforme a realidade que ele vivencia”, completa. Além da atenção no atendimento ao cliente, a ABS destacase como uma líder e pioneira no mercado. “Já vi muita coisa acontecer na ABS. Tivemos touros líderes, tanto no Holandês e no Jersey, como também no Gir e Girolando. A ABS mudou o mercado em todo o mundo”.
A inovação da empresa é um dos pontos mais focados pelo gerente. “Muito do que acontece no mercado é consequência das novidades que a ABS trouxe. ABS criou a avaliação linear para o GMS que foi utilizado pelas Associações de Raça para gerar a prova de touros. Também criamos o transporte de genética com botijões de nitrogênio. E, é claro, temos a genética sexada, que revolucionou o mercado. Isso
é o DNA da ABS”, enfatiza. Com todas essas conquistas, Klaus demonstra o orgulho de fazer parte da história da empresa. “Somos líderes do mercado, com inovações, técnicas, novas tecnologias, sempre usando muito a ciência. Tenho muito orgulho de tudo isso e do prazer que sentimos na convivência diária com a equipe”, conclui.
“Nós estabelecemos padrões para o mercado, apontamos o caminho da evolução e damos um norte ao setor” Márcio Nery Comunicativo, atencioso e extremamente atento ao mercado, aos clientes e, principalmente, às pessoas que integram a equipe da ABS. O diretor geral da ABS no Brasil, Márcio Nery, já está há quase duas décadas na empresa e possui uma carreira consolidada no setor. Uma carreira que começou ainda mais cedo. Formado em Engenharia Agrônoma pela Universidade Federal de Viçosa (MG), Márcio Nery, antes de entrar na ABS, trabalhou por 10 anos como classificador e superintendente de registro na Associação de Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais. Depois disso, foi contratado pela empresa para atuar como técnico de campo, passou pela gerência de Produto Europeu Leite e Leite Tropical, gerência comercial Leite, até que em 2007, chegou ao seu cargo atual de diretor geral. Para Márcio, a sua trajetória pela ABS, que também incluiu uma atuação no departamento de Marketing e Comunicação, ajudou a formar o seu perfil inovador e a evoluir enquanto profissional, lado a lado com a empresa. “Passar por tantas funções diferentes na empresa possibilitou a criação de um olhar diferente sobre as oportunidades de mercado. Participei ativamente na idealização de projetos que viriam a ser, mais tarde, produtos e serviços
muito importantes para nós”, explica. Nery participou diretamente da criação de diversos projetos, como o ABS Monitor, ZPlan, GPlan, Sync, os selos de IATF (conhecidos, agora, como IATFmax), ABS Neo e o índice ABS XBlack. “Todas essas atuações só se fizeram possíveis graças à contribuição de uma grande equipe que sempre me apoiou. Nós estabelecemos padrões para o mercado, apontamos o caminho da evolução e damos um norte ao setor. A história da inseminação artificial sempre esteve ligada à ABS Global, e no Brasil não é diferente”, ressalta. A inovação e o pioneirismo da ABS são motivos de orgulho para Márcio, que sempre carrega consigo esses ideais para desenvolver o melhor trabalho possível. “Fazer parte da equipe ABS é um privilégio. Trata-se de uma equipe com pessoas de respeito, que vive intensamente os valores Genus”, afirma o gerente. O diretor geral da ABS Brasil enfatiza a importância do relacionamento entre as equipes de todos os países da América Latina. “Foi essa cooperação que nos permitiu desenvolver grandes projetos em conjunto. Seja em qual departamento for, da produção ao administrativo, passando pela juventude empolgante da IVB, tenho muito orgulho da empresa que estamos criando”, finaliza.
39
UPDATE ACADÊMICO
Rentabilidade da monta natural e inseminação artificial em tempo fixo na pecuária de corte Por Glauber dos Santos; Rodrigo Dorneles Tortorella; e Daiane Fausto
De
acordo
com
os
últimos
levantamentos, o Brasil possui o maior
em menor espaço, com menor custo e
concepção e intervalo entre partos [IEP].
maior eficiência.
A melhora nos índices reprodutivos e
rebanho bovino comercial do mundo,
A reprodução tem papel fundamental
consequentemente produtivos, pode ser
número este em torno de 210 milhões de
na eficiência e rentabilidade do sistema
alcançada com o uso de biotecnologias da
cabeças. Ao mesmo tempo a população
de produção de gado de corte, no qual
reprodução, como a inseminação artificial
vem aumentado, assim como a demanda
os baixos índices produtivos estão
em tempo fixo [IATF], que dispensa a
desta por proteína animal, o que acaba por
frequentemente associados à infertilidade
detecção do cio e possibilita um maior
exigir uma maior produção de carne pelos
prolongada durante o pós-parto, baixo uso
número de animais inseminados em
pecuaristas. Em contrapartida, a área total
de biotecnologias no rebanho e a forma
menor tempo.
de terra utilizada para a pecuária tem
extrativista da pecuária brasileira (Pires et
A IATF se caracteriza pelo uso de
diminuído ano após ano, muito em função
al., 2004). Neste contexto, a monta natural
combinações hormonais que objetivam a
do avanço de culturas, como a da soja
[MN] é o sistema de reprodução mais
manipulação e aumento da fertilidade do
e milho (IBGE, 2016). Neste contexto, é
utilizado na pecuária de corte, contudo
importante que a pecuária passe por uma
apesar dos avanços no melhoramento
modernização e profissionalização a fim
genético dos touros, o problema do anestro
de aumentar a rentabilidade e atratividade
pós-parto prolongado ainda persiste nas
da cadeia produtiva de carne, ou seja, na
vacas. Esta situação leva a diminuição
prática, o produtor deve estar preparado
da eficiência produtiva da fazenda, pois
para criar um maior número de animais,
aumenta o intervalo parto-cio, parto-
40
estro induzido, e da precisão do momento
de parição são mais pesados ao desmame,
frequentemente
negligenciados
pelo
da ovulação (McKinniss et al., 2011;
aumentando a lucratividade do produtor
produtor, o que leva a uma interpretação
Tortorella et al., 2013). Além das vantagens
(Bó et al., 2005).
equivocada sobre a rentabilidade do
da Inseminação Artificial [IA] que agrega
Independente de qual manejo reprodutivo
sistema de cria. É comum na análise de
valores genéticos e econômicos com o
for adotado na propriedade, sempre haverá
custos a omissão de informações como
uso de touros superiores geneticamente,
custos, seja com hormônios na IATF, com
custo oportunidade da terra, de capital
a IATF concentra a mão-de-obra da
mão-de-obra na inseminação artificial ou
e depreciação, o que provavelmente
propriedade,
a
com a aquisição de touros na MN. Sendo
provocará a falência a médio e longo
ciclicidade dos animais. Desta forma, um
assim, a decisão por adotar uma ou outra
prazo de muitas propriedades. Assim,
maior número de vacas é inseminado no
opção de manejo precisa ser tomada a
objetivou-se com este trabalho avaliar o
início da temporada de monta aumentando
partir de dados técnicos e econômicos,
benefício:custo do uso da monta natural
a proporção de prenhez, o que possibilita
a fim minimizar erros que possam
ou da inseminação em tempo fixo durante
maior tempo de recuperação para nova
comprometer o desempenho produtivo
a estação de monta de um sistema de
gestação na temporada seguinte (Sá Filho
(Amaral et al., 2003). Neste contexto,
produção de pecuária de corte, na região
et al., 2013). Além disso, os bezerros
é fundamental a análise dos custos
de Guarapuava, PR.
nascidos de IATF no início da temporada
diretos e indiretos, sendo estes últimos
sincroniza
e
induz
MATERIAL E MÉTODOS
Os dados utilizados para elaboração do trabalho foram
de matrizes e tipo racial. Para a análise da rentabilidade
baseados em uma fazenda de cria localizada no município
as vacas foram divididas em dois grupos, monta natural
de Guarapuava(PR) localizado a uma longitude de 25°22´S
(MN, n= 150) e inseminação artificial em tempo fixo (IATF,
e latitude de 51°52´W com 500 ha. O clima predominante
n = 150). Independente do grupo, as vacas foram alocadas
na região é o temperado, com inverno e verão bem
em pastagens de Brachiaria decumbens (lotação de 1,2
delimitados e chuvas distribuídas ao longo do ano.
UA ha-1) com água e sal mineral ad libitum.
A análise de custos e receitas foi feita baseada nos
O custo por prenhez na MN utilizou os seguintes
dados obtidos entre a Estação de Monta [EM] dos meses
parâmetros: número de vacas no sistema de MN (n
de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017 (90 dias). O
= 150), vida útil dos touros (seis anos), valor do touro
plantel era composto de 300 matrizes pluríparas, entre
descartado (R$ 3.380,00), remuneração do capital
30 e 60 dias pós-parto, com condição corporal média de
ao ano (R$), preço do boi gordo em 2017 (R$ 140,00
2,5, sendo 1 = magra e 5 = obesa (Wildman et al. 1982),
@-1), custos operacionais anual por touro (R$ 250,00)
com bezerro ao pé, das raças Charolesa (Bos taurus) e
e aluguel anual da pastagem por touro (R$ 201,60). O
Canchin (cruza 5/8 Charolês e 3/8 Zebu), representando
aluguel da pastagem anual por touro correspondeu a
bem a maioria das fazendas da região quanto ao número
12% do valor da arroba (@) do boi gordo multiplicado
por 12 meses. Dentro dos custos operacionais foram
Outro item de custo foi a remuneração do capital ao
contabilizados os gastos com alimentação, vacinação,
ano, em reais, em que foi utilizada a taxa Selic média
exame andrológico, vermifugação e mão de obra. O
de 12%. Foi utilizado um protocolo hormonal em que
valor do touro descarte foi baseado no peso final de
os animais passaram três vezes pelo curral, incluindo
abate em arrobas (26 @) multiplicado pelo valor da @ da
o dia da inseminação. O tempo de serviço total dos
vaca gorda (R$ 130,00). Para o cálculo da remuneração
manejos (dez horas) serviu de base para a análise do
capital ao ano, em reais, foi utilizada a taxa Selic média
custo da mão de obra da fazenda, em função do salário
de 12%. Dentro da propriedade o número de touros
funcionário. Foi utilizado um salário base de R$ 6,25
utilizados também influenciou no custo por prenhez,
por hora adicionados os encargos. Contudo, como na
sendo que na fazenda em questão, a proporção de um
segunda e terceira inseminação o tempo de serviço foi
touro para 30 vacas foi respeitada. Desta forma, foram
menor, utilizou-se uma média aritmética.
utilizados cinco touros da raça Angus com valor unitário
No grupo IATF foram realizadas até três inseminações
de compra de R$ 9.000,00. Além disto, foi estimada
por vaca, ou seja, no exame ultrassonográfico 30 dias
uma taxa de prenhez de 20%, 30% e 75% aos 30 dias,
após IATF, as vacas vazias eram ressincronizadas e
60 dias e final da EM, respectivamente (Sá Filho et al.
inseminadas novamente. Desta forma, o touro não foi
2013). O custo por prenhez/touro foi obtido através da
utilizado, totalizando uma EM de 80 dias. Sales et al.
seguinte eq. (1):
(2013) relata uma taxa de prenhez média por IATF de
CP = (CTo × n° T) / TFP (1)
50% o que resultaria em uma taxa de prenhez de 87% ao final da EM. O custo por prenhez/IATF foi calculado
onde, CP: custo por prenhez; CTo: custo por touro; n° T: número de touros; e TFP: total de fêmeas prenhes
pela eq. (3):
CP = (CTr × n° IATF) / TFP (3)
O custo por touro foi calculado pela eq. (2):
CTo=Dp+AP+CO+[(Dp+AP+CO+VC)×RC] (2)
onde, CP: custo por prenhez; CTr, custo por tratamento; n° IATF: número de inseminações em tempo fixo; e TFP:
onde, CTo: custo por touro; DP: depreciação; AP:
total de fêmeas prenhes.
aluguel de pastagem; CO: custo operacional; VC: valor
O custo por tratamento foi calculado pela eq. (4):
da compra do touro; e RC: remuneração do capital
CTr=VF+RF+[(VF+RF) × RC] (4)
A análise do custo por prenhez com a IATF (n= 150) foi baseada no modelo seguido pela maioria das fazendas
onde, CTr: custo por tratamento; VF: valor fixo; RF:
que contratam este serviço na região, no qual o
remuneração dos funcionários; e RC: remuneração do
veterinário cobra um valor fechado por vaca inseminada.
capital.
O valor, em torno de R$ 60,00, incluiu mão de obra
Independente do grupo experimental, não foram
(aplicação de hormônios e inseminação, R$ 20,00),
contabilizadas as despesas com depreciação de vacas,
sêmen (R$ 20,00), hormônios e material descartável
das vacinas, dos medicamentos, juros do capital
(R$ 20,00). Neste caso, a fazenda não teve custos com
imobilizado (matrizes, terra, máquinas e instalações) e
depreciação de materiais como o botijão de sêmen, ou
juros do capital de custeio. Para Arruda (1993), enquanto
operacionais como a manutenção do nível do nitrogênio
a vaca estiver com o bezerro ao pé estes custos estão
líquido dentro do botijão.
sendo creditados aos bezerros, ou seja, a contabilização destes custos só é válida após o desmame.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da análise dos resultados foi possível observar
taxa de prenhez final de 75%. Foi possível observar que a
que o custo por prenhez foi de R$ 117,62 e R$ 217,66
partir de uma taxa fixa de prenhez quanto maior o custo
para os grupos MN e IATF, respectivamente. Contudo,
de aquisição de um touro seria interessante otimizar seu
esta diferença pode ser maior ou menor a depender
uso em um maior número de fêmeas para diluir o custo
de alguns fatores como proporção de touro por vacas
por prenhez. Para tanto, é importante que seja feita um
e custo de aquisição do touro. Na tabela 1 realizou uma
exame andrológico prévio a EM para atestar a saúde
simulação do custo por prenhez de acordo com preço do
geral e reprodutiva do macho.
touro e proporção de touro para vacas, partindo de uma
Tabela 1. Custo por prenhez, em reais, da monta natural de acordo com o preço do touro e da relação touro:vacas, em uma taxa de prenhez final da estação de monta de 75%
PREÇO DO TOURO
RELAÇÃO TOURO:VACA 1:25
1:30
1:50
7.000,00
108,29
90,24
54,14
9.000,00
141,15
117,62
70,57
11.000,00
174,01
145,00
87,00
---- R$ ----
A diferença de R$ 100,00 a mais para o custo da
um bezerro. O Brasil tem uma taxa de natalidade
prenhez quando usada a IATF pode deixar de existir
em torno de 60% e um intervalo entre partos de 21
quando por alguma situação o touro vem a óbito (taxa de
meses, enquanto que em sistemas mais tecnificados
mortalidade de 1-3%) ou perde a capacidade de serviço
os mesmos índices estão em torno de 80% e 12 a 13
durante a EM. Além disto, em algumas situações o uso
meses, respectivamente (Kichel et al., 2011). Uma das
do touro pode ser um complicador para o manejo da
razões para a baixa taxa de natalidade, que aumentou o
propriedade, pois o mesmo necessita de uma pastagem
custo por prenhez, foi a baixa eficiência reprodutiva das
específica para ele quando fora da EM. Além disto,
vacas com cria ao pé (Yavas e Walton, 2000). Isto deve-
devido ao temperamento mais agressivo em função da
se ao fato de que quando não estimuladas artificialmente
elevada concentração de testosterona, pode ocasionar
acabam demonstrando o estro somente no final da EM ou
quebra de cerca ou até mesmo injúrias nos funcionários.
até mesmo após sua finalização, ou seja, o macho pode
Na tabela 2, mantendo-se a proporção de um touro
estar apto a reprodução, porém a fêmea não demonstra
para 30 vacas, foi colocado outro fator que interfere
interesse em aceitar a monta. Este fator fisiológico da
no custo por prenhez, a taxa de gestação ao final da
fêmea com cria ao pé, é agravado pelas condições das
EM. Foi possível visualizar que quanto menor a taxa de
pastagens brasileiras, as quais estima-se que em torno
prenhez ao final da EM maior será o custo para produzir
de 80% estão em vias de degradação.
Tabela 2. Custo por prenhez, em reais, da monta natural de acordo com o preço do touro e da taxa de prenhez final da estação de monta mantendo relação de um touro para 30 vacas
PREÇO DO TOURO
TAXA DE PRENHEZ 60
75
90
7.000,00
112,30
90,24
74,87
9.000,00
146,38
117,62
97,58
11.000,00
180,45
145,00
120,30
---- R$ ----
44
Apesar do maior custo por prenhez no grupo IATF
por kg de peso vivo para uma novilha com média de 325
observou-se uma maior taxa de prenhez em relação a
kg, ou seja, para as 18 novilhas seriam necessários R$
MN (130 e 112). A partir deste resultado, foi possível
37.050,00 sendo um valor maior do que o recebido pela
fazer uma previsão de receita no momento da venda do
venda das vacas de descarte.
bezerro desmamado com 6 a 8 meses e 240 kg a um
Amaral et al. (2003) realizaram simulações para
preço de R$ 7,00 o kg do bezerro desmamado. A receita
comparar o custo de prenhez do touro versus a IA
usando a IATF seria em torno de R$ 13.440,00 maior
convencional versus a IATF. Os mesmos concluíram
do que se fosse usada a MN. Além disto, é comum o
que o touro apresentava o menor custo seguido da IA
descarte de fêmeas vazias ao final da estação de monta,
convencional e da IATF. Segundo estes, a IATF teve no
descarte involuntário, o que gerou um custo indireto
custo dos hormônios e relativa baixa taxa de prenhez
de reposição do plantel com aquisição de novilhas ou
(~50%) os principais fatores que aumentaram o
diminuição das vendas de bezerras desmamadas, ou
investimento para sua realização.
seja, uma parcela das bezerras que poderiam estar
Na tabela 3 pode ser observado que quando a taxa de
sendo vendidas e gerando receita, deverá permanecer
prenhez da IATF foi maior ou o custo do sêmen foi menor,
no rebanho para repor este número extra de fêmeas
o custo por prenhez acaba diminuindo. Para exemplificar,
vazias a serem descartadas. Fazendo uma simulação,
quando a taxa de prenhez ao final da EM sobe 5% (87%
no grupo MN seriam descartadas 18 vacas a mais que
para 93%) usando um sêmen de R$ 20,00, o custo por
no grupo IATF, a um valor da @ da vaca gorda em R$
prenhez diminuiu em torno de 20% (R$ 217,66 versus
120,00 e um peso de abate de 16@ seria gerado de
R$ 180,51). Sá Filho et al. (2013) encontraram uma taxa
receita R$ 34.560,00. Contudo, para a aquisição de 18
de prenhez de 7% a 10% maior no final da EM quando
novilhas seria desembolsado por animal um valor de R$
comparam lotes que usaram IATF e outros que usaram
1.950,00 partindo do preço base na região de R$ 6,00
IA convencional ou MN.
Tabela 3. Custo por prenhez, em reais, da inseminação artificial em tempo fixo [IATF] de acordo com o preço do sêmen e da taxa de prenhez final da estação de monta após três IATFs
PREÇO DO TOURO
TAXA DE PRENHEZ EM GRUPO DEPOIS DE 3 IATF 78
87
93
15,00
258,82
206,00
172,15
20,00
271,38
217,66
180,51
25,00
283,94
226,00
188,87
---- R$ ----
Silva et al. (2007) avaliaram o custo benefício da IA
final, o que diminuiu as possibilidades da MN.
convencional versus a IATF em vacas mestiças com
A antecipação da prenhez com formação de lotes de
60 dias após o parto e verificaram que o custo por
bezerros também se mostrou interessante no momento
prenhez foi menor na IA convencional. Contudo, nem
da desmama. Aqueles advindos da IATF além de terem
todas as vacas do grupo IA convencional puderam ser
maior padrão morfológico, apresentaram maior peso o
inseminadas visto que não demonstraram estro. Além
que aumentaria a rentabilidade do produtor que trabalha
disto, foram necessários 35 dias para inseminar todo lote
com a cria. Bó et al. (2005) observaram que os bezerros
da IA, enquanto que na IATF todas foram inseminadas
da IATF eram em torno de 10 a 20 kg mais pesados do
em um dia. Desta forma, a antecipação da prenhez gerou
que os da MN. Duas causas podem ser relacionadas a
uma economia financeira, pois o custo da vaca vazia foi
este fato, sendo a primeira a antecipação dos partos o que
maior do que o da vaca prenhe uma vez que o futuro
aumentaria o tempo para o crescimento do bezerro e a
bezerro irá gerar uma receita extra.
segunda relacionada a maior qualidade genética do sêmen
Uma das grandes vantagens da IATF em relação a MN foi
do touro da IATF. Em uma simulação com o valor do peso,
a antecipação da prenhez, o que levou a um maior tempo
em kg, do bezerro desmamado em R$ 7,00 seria recebido
de recuperação da fêmea após o parto para a próxima EM,
de R$ 70,00 a R$ 140,00 a mais no momento da venda
aumentou a probabilidade de nova prenhez e diminuiu a
de cada bezerro. Segundo Neto e Dalchiavon (2017), o uso
taxa de descarte (Sá Filho et al., 2013). A causa para a
de inseminação artificial tempo fixo na pecuária de corte
maior taxa de prenhez no início da EM foi a indução da
é um projeto que tem viabilidade econômica, desde que
ovulação em vacas em anestro pós-parto que demoraram
sejam considerados os valores com a venda de matrizes
um certo tempo para retornar a ciclicidade. O anestro pós-
ao término do projeto.
parto, período sem demonstração do estro, é uma fase
A partir do investimento inicial de R$ 100,00 maior no
fisiológico de recuperação endócrina da fêmea, entretanto
grupo IATF por prenhez, quando este foi subtraído das
quando prolongado acaba por diminuir a eficiência
receitas extras com o maior peso a desmama (R$105,00)
reprodutiva e produtiva da pecuária (Yavas e Walton,
e taxa de prenhez ao final da estação de monta (R$
2000). Desta forma, no início da EM muitas fêmeas não
1680,00 * 10% = R$ 168,00) encontra-se um valor de
demonstraram estro, e inclusive, algumas não foram até o
- R$ 173,00, ou seja, o resultado econômico pode ser
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satisfatório mesmo com um investimento inicial maior.
do serviço completo, o que eliminaria as despesas com
Contudo, mesmo apresentadas algumas vantagens
depreciação de material.
da IATF, não é recomendado que seja executada sem
Conclusão. A estratégia reprodutiva com monta
um planejamento nutricional para as fêmeas e um
natural apresenta um custo inicial menor do que a
bom sistema de gestão zootécnica e financeira na
inseminação em tempo fixo. No entanto, quando levado
propriedade. Além disto, na primeira execução desta
em consideração outras vantagens zootécnicas, a IATF
biotecnologia recomenda-se a formação de lotes
obtém melhor custo/benefício, principalmente em
pequenos, em torno de 50 fêmeas, o que irá permitir um
fêmeas que não estão ciclando regularmente. Ressalta-
amadurecimento na execução das atividades por parte
se que outros cuidados como correta alimentação e
da equipe de trabalho da fazenda. Esta biotecnologia
manejo sanitário dos animais são fundamentais para
também é viável para pequenos criadores (10 a 20
que a técnica de IATF possa apresentar os resultados
fêmeas), principalmente neste método de contratação
econômicos positivo.
REFERÊNCIAS Amaral, T.B.; Costa, F.P.; Corrêa, E.S. 2003. Touros melhoradores ou inseminação artificial: um exercício de avaliação econômica. Embrapa/CNPGC, Campo Grande, MS. n°140. Arruda, Z.J. 1993. Considerações econômicas sobre a produção de bezerros de corte. Embrapa-CNPGC, Campo Grande, MS. n°47. Bó, G.A.; Cutaia, L.; Chesta, P.; Balla, E.; Picinato, D.; Peres, L.; Maranã, D.; Avillés, M.; Menchaca, A.; Veneranda, G.; Baruselli, P.S. 2005. Implementacion de programas de inseminación artificial en rodeos de cria de argentina. Proc VI Simposio Internacional de Reproducción Animal. Córdoba, Argentina, p. 97–128. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. 2016. Pesquisa Pecuária Municipal. Disponível em: <www.sidra. ibge.gov.br>. Acesso em: 12 jul. 2017. Kichel, A.N.; Costa, A.A.A.; Verzignassi, J.R.; Queiroz, H.P. 2011. Diagnóstico para o planejamento da propriedade. Embrapa/CNPGC, Campo Grande, MS. n°182. McKinniss, E.N.; Esterman, R.D.; Woodall, S.A.; Austin, B.R.; Hersom, M.J.; Yelich, J.V. 2011. Evaluation of two progestogen-based estrous synchronization protocols in yearling heifers of Bos indicus × Bos taurus breeding. Theriogenology 75:1699-1707. Neto, N.Z e Dalchiavon, F.C. Viabilidade financeira da inseminação artificial em tempo fixo de bezerros cruzados Nelore e Aberdeen Angus. Revista IPecege 3(3): 23-27, 2017 Pires, V.A.; Araujo, C.R.; Mendes, Q.C. 2004. Fatores que interferem na eficiência reprodutiva de bovinos de corte. In: SIMPÓSIO PECUÁRIA INTENSIVA NOS TRÓPICOS. Anais... Piracicaba: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, p. 355-398. Sá filho, M.F.; Penteado, L.; Reis, E.L.; Reis T.A.; Galvão, K.N.; Baruselli, P.S. 2013. Timed artificial insemination early in the breeding season improves the reproductive performance of suckled beef cows. Theriogenology 79:625-632. Silva, A.S.; Silva, E.V.C.; Nogueira, E.; Zúccari, C.E.S.N. 2007. Avaliação do custo/benefício da inseminação artificial convencional e em tempo fixo de fêmeas bovinas pluríparas de corte. Revista Brasileira de Reprodução Animal 31: 443:455. Tortorella, R.D.; Ferreira, R.; Dos Santos, J.T.; Neto, O.S.A.; Barreta, M.H.; Oliveira, J.F.; Gonçalves, P.B.; Neves J.P. 2013. The effect of equine chorionic gonadotropin on follicular size, luteal volume, circulating progesterone concentrations, and pregnancy rates in anestrous beef cows treated with a novel fixed-time artificial insemination protocol. Theriogenology 79: 1204-1209. Yavas, Y.; Walton, J.S. 2000. Postpartum acyclicity in suckled beef cows: A review. Theriogenology 54: 25-55. Wildman, E.E.; Jones, G.M.; Wagner, P.E. 1982. A dairy cow body condition scoring system and its relationship to selected production characteristics. Journal of Dairy Science 65: 495-501.
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NOTÍCIAS CURTAS
Reunião anual da América Latina Este ano, a tradicional reunião anual da região da América Latina foi realizada no Brasil. Representantes de países como Chile, Argentina, Uruguai, Colômbia e México se reuniram para discutir diretrizes para o ano fiscal 2018/2019. O grupo foi recebido pelo Diretor do Brasil, Márcio Nery, e o encontro foi coordenado pelo Diretor da América Latina, Ricardo Campos. A reunião ainda contou com a participação efetiva de uma comitiva da ABS Global, incluindo o COO Leite, Nate Zwald.
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Fazendas mexicanas recebem visita de criadores brasileiros
Um grupo de criadores leiteiros da região do Sul de Minas Gerais, no Brasil, participou de um tour por fazendas mexicanas nas regiões de Torreon e Chihuahua. Organizada por veterinários da empresa GS Consultoria, a viagem levou os produtores brasileiros a conhecer mais sobre o manejo realizado em grandes propriedades no México. Os visitantes também estiveram a sede do laboratório da IVB, e foram acompanhados pelo diretor da ABS México, Luiz González, o gerente do departamento técnico da ABS Brasil, Raul Andrade, e o gerente do departamento de Serviços e Ferramentas Técnicas da ABS Brasil, Hélio Rezende.
ABS Colômbia recebe primeiros embriões do Brasil
Após o acordo sanitário realizado entre os dois países, a ABS Brasil realizou, no início de outubro, a primeira exportação de embriões para a Colômbia. A ação é o início de uma nova etapa de abertura do mercado colombiano para produtos brasileiros, e a empresa pretende ampliar as exportações na região. Os embriões são fruto do programa GMS (Genetic Management System), produtos da raça Girolando em doadoras Gir da fazenda Canto Porto, com utilização de sêmen da bateria de touros Holandeses da ABS. A iniciativa da ABS é fornecer a diversas partes do mundo embriões adequados e preparados para condições climáticas variadas e sistemas de produção diferentes.
Criadores da América Latina participam da World Dairy Expo
Na primeira semana de outubro, aconteceu a tradicional World Dairy Expo, evento de grande importância para o setor agropecuário leiteiro, realizado no decorrer de cinco dias na cidade de Madison/WI, nos Estados Unidos. Na edição deste ano, produtores da América Latina estiveram presentes na feira, onde puderam conhecer as últimas novidades e inovações tecnológicas do setor. A feira é considerada o maior e mais importante evento da pecuária leiteira da América do Norte. Com uma história que remonta a 1967, a World Dairy Expo é uma oportunidade para quem quer conhecer o melhor da genética leiteira mundial.
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ABS México divulga novidades durante o DIGAL 2018 A ABS México marcou presença na edição deste ano do Digal (Día Internacional del Ganadero Lechero), na cidade de Delicias, na região de Chihuahua. O evento voltado para a pecuária leiteira aconteceu em setembro e reuniu criadores, empresas do setor e pesquisadores para apresentação das novidades que prometem movimentar a indústria leiteira do país e da América Latina. O Digal é um dos eventos mais importantes para o segmento no México, e permitiu também aprofundar o contato da ABS com seus clientes, e até mesmo fechar novos contratos.
ABS Colômbia realiza palestras sobre pecuária tropical Em outubro, o coordenador de comércio exterior da ABS Brasil, Rodrigo Moraes, e o gerente comercial da ABS Colômbia, Juan Camilo Escalante, ministraram palestras voltadas para a pecuária tropical, na Universidad de la Amazonía, em Florencia, Caquetá, na Colômbia. Rodrigo falou sobre “Estratégia Genética para os Trópicos”, e Juan Camilo explorou o tema “Grupos Raciais e Cruzamento em Gado de Carne”. Com inscrições gratuitas, as palestras reuniram mais de 200 integrantes do setor agropecuário no local. A iniciativa da ABS ao promover palestras na região de Caquetá consiste em oferecer mais conhecimento aos produtores locais,
considerando
as
características
geográficas complexas da região.
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