Revista Abre-te Cérebro! #7

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PLANETÁRIO

32ª BIENAL

QUINTAL DE TROCAS

MITOS

GRAFFITI FILMES

INSTITUTO CHÃO LIVROS

STOCK CAR

CURTAS-METRAGENS


Revista Eletrônica Abre-te cérebro! #7 Queridos Leitores, este é o 7º volume da Revista Abre-te Cérebro!, uma publicação anual dos estudos desenvolvidos no ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital. Ao longo do ano pesquisamos diferentes assuntos, visitamos exposições, assistimos a longas e curtas metragens, lemos diversos livros selecionados especialmente para o nosso ateliê, entrevistamos pessoas que fazem trabalhos bacanas, navegamos na internet e descobrimos coisas muito interessantes que agora podem ser compartilhadas nesta revista. Aproveitem! Abre-te cérebro! E descubra o tesouro do conhecimento.

O Ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital, pertence ao Projeto Matéria-Prima Itapevi, um projeto socioeducativo do Instituto Eurofarma, que oferece atividades complementares ao ensino escolar para crianças e adolescentes com idade entre 7 e 14 anos. Saiba mais sobre o Instituto Eurofarma: http://www.eurofarma.com.br/responsabilidade-compartilhada/

Envie sugestões para os próximos volumes: abretecerebro@hotmail.com


Idealização: Ateliê Matéria Prima no Ar/Cultura Digital Educadora responsável: Renata Melo Integrantes do ateliê Ana Caroliny Souza Santos Ana Clara Cardoso da Silva André Henrique Barbosa da Silva Beatriz Dias da Silva Camilly Victória Alves de Siqueira Débora dos Santos Pereira Diogo dos Santos Cardoso Emiliy Roberta de Souza Carvalho Neiva Fernanda Martins de Oliveira Gabriela Vitória Ribeiro Jorge Gabrielly Pereira da Silva Graziely Pereira Costa Kevin Pedro Silva de Jesus Leonardo Duarte Tavares Luan Ramos de Oliveira Luana Izidora Candido Milleny Vitória Fernandes de Oliveira Nicolas Alves de Siqueira Priscila Quiles Damas Raiany Siqueira Pereira Raissa Monteiro Alves Robert Henrique Coutinho Silva Rogério Daniel dos Santos Pereira Sarah Santos da Silva Thaís Cristine Menino Victória Silva Miguel Capa: Fulvia Marchezi, Grazielly Gomes, Kauê Martins, Roger Teixeira, Rogério Daniel Pereira e Victória Silva Miguel Diagramação: Bianca Colussi e Renata Melo com colaboração da turma do Ateliê Matéria Prima no Ar - Cultura Digital Realização: Instituto Eurofarma Gestão pedagógica: La Fabbrica do Brasil


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TINHO E FA GRAFF

MITOS GREGOS

PLANETÁRIO


32ª BIENAL

MAX WILSON E RICARDO MAURICIO STOCK CAR CAROL GUEDES QUINTAL DE TROCAS

ABIANO FITI

E+ FILMES CURTAS LIVROS INSTITUTO CHÃO


OS MITOS E O MUNDO

Há muito tempo atrás, povos antigos começaram a habitar a Terra. Nessa época as pessoas não compreendiam muitas coisas que aconteciam no mundo. Não entendiam porque chovia, porque caíam raios, trovões, amanhecia ou anoitecia, elas ficavam intrigadas e, ao mesmo tempo, atraídas por tantos mistérios. Muitas vezes tinham medo, justamente por não entenderem.

OS MI E O MU

Povos como os antigos gregos acreditavam em deuses, monstros, seres mágicos e criaturas sobrenaturais. Muitas vezes associavam esses seres aos fenômenos que aconteciam na natureza.

Naquele tempo, não havia ciência para explicar tais fenômenos e, numa tentativa de explicação, criaram os mitos, narrativas que tentam explicar o que para

eles ainda era um mistério. Há mitos que explicam a formação da Terra, as estações do ano, os raios, os trovões, o dia, a noite, a chuva etc. Nessas histórias, os personagens vivem romances, aventuras, enfrentam batalhas,

conquistam vitórias, sofrem derrotas. Algumas são bem alegres, outras muito tristes, outras engraçadas. Muitas vezes, alguns deuses ajudam ou atrapalham, dependendo da relação que existe entre eles e os humanos.

Hoje, já temos a ciência para explicar tudo, mas ainda assim, os mitos continuam encantando a todos, pois são histórias emocionantes que, muitas vezes, nos fazem pensar na nossa própria vida.

Quando os mitos surgiram no mundo, ainda não existia escrita, por isso, era comum as pessoas contarem essas histórias oralmente. Isso fez com que cada um contasse à sua maneira, com mais ou menos detalhe, acrescentando ou esquecendo algumas partes. É por isso que existem tantas versões de uma mesma história que, de boca em boca, perduraram por milhares de anos e chegaram aos dias de hoje.


ITOS UNDO Texto organizado por Camilly Victória Alves de Siqueira, Emiliy Roberta de Souza Carvalho, Gabrielly Pereira da Silva, Raissa Monteiro Alves, Robert Henrique Coutinho Silva e Sarah Santos da Silva. Ilustrações: Integrantes do ateliê Arte na Cidade do Projeto Matéria-Prima Itapevi sob a orientação de Fulvia Marchezi.


OS MITOS E O MUNDO

Há muito tempo atrás, povos antigos começaram a habitar a Terra. Nessa época as pessoas não compreendiam muitas coisas que aconteciam no mundo. Não entendiam porque chovia, porque caíam raios, trovões, amanhecia ou anoitecia, elas ficavam intrigadas e, ao mesmo tempo, atraídas por tantos mistérios. Muitas vezes tinham medo, justamente por não entenderem. Povos como os antigos gregos acreditavam em deuses, monstros, seres mágicos e criaturas sobrenaturais. Muitas vezes associavam esses seres aos fenômenos que aconteciam na natureza. Naquele tempo, não havia ciência para explicar tais fenômenos e, numa tentativa de explicação, criaram os mitos, narrativas que tentam explicar o que para eles ainda era um mistério. Há mitos que explicam a formação da Terra, as estações do ano, os raios, os trovões, o dia, a noite, a chuva etc. Nessas histórias, os personagens vivem romances, aventuras, enfrentam batalhas, conquistam vitórias, sofrem derrotas. Algumas são bem alegres, outras muito tristes, outras engraçadas. Muitas vezes, alguns deuses ajudam ou atrapalham, dependendo da relação que existe entre eles e os humanos. Hoje, já temos a ciência para explicar tudo, mas ainda assim, os mitos continuam encantando a todos, pois são histórias emocionantes que, muitas vezes, nos fazem pensar na nossa própria vida. Quando os mitos surgiram no mundo, ainda não existia escrita, por isso, era comum as pessoas contarem essas histórias oralmente. Isso fez com que cada um contasse à sua maneira, com mais ou menos detalhe, acrescentando ou esquecendo algumas partes. É por isso que existem tantas versões de uma mesma história que, de boca em boca, perduraram por milhares de anos e chegaram aos dias de hoje.


Zeus, os mais poderoso dos deuses do Olimpo, teve um filho com uma mortal que se chamava Alcmena. Quando o bebê nasceu, lhe deram o nome de Hércules. Os deuses do Olimpo presentearam a criança com dons especiais: força, bravura, coragem e bondade. Mas, Hera, a esposa oficial de Zeus, ficou com muita raiva da infidelidade do marido e, por isso, não suportava a criança. Como não podia medir forças com Zeus, Hera armou uma vingança contra Hércules. Quando cresceu, o herói se casou, teve filhos e se tornou conhecido e admirado em todos os lugares por onde passava. Vingativa, Hera jogou um feitiço em Hércules que o fez ficar completamente louco, matando a esposa e os filhos. Quando o efeito do feitiço passou, Hércules ficou horrorizado com o que havia feito, então, foi até o templo do deus Apolo que o mandou obedecer tudo o que o rei Euristeu mandasse fazer. Como castigo por ter matado a própria família, o rei, ordenou que Hércules cumprisse 12 trabalhos no tempo de 12 anos, tarefa impossível e fatal para um mortal comum.


OS MITOS E O MUNDO

Um

gigantesco leão de couro muito grosso, devastava a região de

Neméia. Hércules tentou matá-lo com seu arco e flecha e sua clava, mas nenhuma arma conseguia detê-lo. Hércules estrangulou o perigoso leão até a morte e, assim, realizou seu primeiro trabalho. Depois tirou sua pele e passou a usá-la como manto.

Na cidade de Lerna vivia Hidra, uma enorme serpente de nove cabeças que soltavam um bafo venenoso. Como segundo trabalho, Hércules a enfrentou e conseguiu decepar várias de suas cabeças, mas uma delas era imortal e, cada vez que era cortada, outra nascia no lugar. Hércules pediu ajuda a seu primo Lolau, que com um pedaço de madeira, ateou fogo em cada ferida das cabeças decepadas impedindo que outras nascessem. A cabeça imortal foi enterrada em um buraco fundo. Ao molhar as flechas no sangue da Hidra, elas se tornaram venenosas.


Um

javali aterrorizava a vizinhança das montanhas de Erimanto. Enor-

me, feroz e com presas muito afiadas, ele matava quem cruzasse seu caminho. Hércules tinha a tarefa de capturá-lo vivo, então, o perseguiu por um bom tempo. Assustado e muito cansado, o animal caiu num buraco e assim, o herói conseguiu dominar o imenso javali.

Hércules recebeu a missão de capturar viva uma corsa com chifres de ouro e pés de bronze que vivia no monte Cerinéia. Como o animal se movia com grande velocidade, ele teve que persegui-la por um ano. Certo dia, quando a corsa parou para beber água no rio, ele conseguiu captura-la. Depois, retirou seus chifres de ouro, que cresceram novamente com o tempo.

No

lago Estínfalo, um bando de aves enormes e monstruosas, devoravam

as colheitas e atacavam pessoas da região. Hércules tinha a tarefa de matá-las, então, atirou suas flechas venenosas contra elas, mas só conseguiu matar algumas. A deusa Atena o ajudou, entregando a ele um sino agudo que, quando tocado, irritava os ouvidos das aves. O herói balançou o sino três vezes, as aves se incomodaram com o barulho e foram embora.


OS MITOS E O MUNDO

Augias, rei de Élida, tinha um grande rebanho de bois, mas não cuidava de seus estábulos. Eles estavam imundos há muitos anos. Assim, Hércules teve a tarefa de limpar os estábulos no tempo de apenas um dia. Por causa da enorme quantidade de estrume acumulada com o tempo, isso era quase impossível. O herói percebeu que, por cima dos estábulos, passava um rio de água corrente. Então, teve a ideia de colocar três enormes pedras que desviavam a passagem do rio. Assim, a água passou por cima dos estábulos limpando todo estrume.

Um

touro, enviado por Poseidon, saiu

do mar Egeu e foi para Creta. Furioso, o animal aterrorizava toda a população. Hércules tinha que capturar o touro vivo, e leva-lo até o rei Euristeu. Hércules não só o capturou pelos chifres, como, montou no animal. Euristeu quis entregar o animal para Hera, mas a deusa não aceitou um presente vindo de Hércules, assim, pôs a fera novamente em liberdade.


Diomedes,

rei da Trácia, tinha quatro éguas ferozes que comiam

carne humana dos estrangeiros que apareciam pedindo abrigo em seu palácio. Hércules, se hospedou no palácio de Diomedes, dizendo que precisava descansar de suas batalhas. No meio da noite, o rei apareceu no quarto. Hércules fingiu estar dormindo e quando o rei chegou perto, o herói tapou sua boca para impedir seu grito. Então, levou o rei até as éguas que, famintas, o devoraram. Por causa da escuridão, os animais nem perceberam que estavam comendo seu dono.

Hipólita,

uma valente guerreira, era a rainha

das amazonas, Ela tinha um cinturão mágico e poderoso, desejado pela filha de Euristeu. O rei ordenou que Hércules roubasse o cinturão para dar à sua filha. Hera, vingativa, convenceu as amazonas a atacarem o herói. Na batalha, Hércules foi obrigado a fazer uma das amazonas de refém. Vendo aquela cena, Hipólita resolveu lhe entregar seu cinturão.


OS MITOS E O MUNDO

Como

décimo trabalho, Hércules deveria trazer por terra e mar todo o

rebanho de Gerião, um gigante de três cabeças. O grito de Gerião era tão alto que ecoava a grandes distâncias. Ele tinha um numeroso rebanho de bois, muito cobiçado, cuidado por seu cão Otro. Hércules enfrentou a criatura pavorosa, usando sua clava e entregou os bois a Euristeu.

Em

seu décimo primeiro trabalho, Hércules tinha que colher três pomos de

ouro da árvore das Hespérides. Mas, nenhum mortal sabia em que jardim ela ficava. Hércules vagou o mundo atrás dos pomos até que encontrou Atlas, um herói que havia recebido de Zeus o castigo de carregar o mundo nas costas. As Hespérides eram filhas de Atlas e ele resolveu ajudar Hércules. Como sabia que o herói tinha uma força descomunal, pediu para que ele segurasse o mundo em seu lugar enquanto colhia os desejados pomos.

Como

último trabalho, Euristeu mandou Hércules capturar Cérbero, o cão

de três cabeças que guardava a entrada do mundo subterrâneo, governado por Hades, seu tio. Chegando lá, o herói conseguiu convencer o deus do submundo a deixá-lo levar Cérbero para o rei, mas quando Hércules chegou com o cão, Euristeu ficou com muito medo daquela criatura e ordenou que Hércules o devolvesse rapidamente ao submundo.


Em sua visita ao

mundo subterrâneo, Hércules conheceu outro herói. Du-

rante a conversa, o homem falou sobre sua irmã Dejanira que precisava ser cuidada. Assim, pediu que Hércules se casasse com ela. Ele aceitou e quando a encontrou, logo se casaram. Voltando para a casa, o casal teve que atravessar um rio muito fundo e com forte correnteza. Encontraram Nesso, um centauro, que ofereceu ajuda para carregar Dejanira durante a travessia. O casal aceitou e, assim, Hércules foi nadando na frente. Mas, de repente, ouviu gritos e, quando olhou para trás, viu Nesso violentando sua mulher. Enfurecido, o herói atirou suas flechas venenosas no peito do centauro, mas, antes de morrer, Nesso recomendou

à Dejanira que

pegasse um pouco do sangue que escorria pelo seu peito e guardasse com ela para colocar no manto do marido, caso um dia percebesse que a paixão dele por ela estivesse acabando. Algum tempo depois, o casamento não estava indo bem. Então, Dejanira se lembrou do sangue do centauro e colocou no manto de Hércules. O líquido queimou a pele do herói como fogo e quanto mais ele tentava limpar, mais queimava. Quando não aguentava mais, pediu que seus companheiros o matassem para acabar com sua agonia. Então, o colocaram numa grande fogueira, dessa forma Hércules morreu. Zeus, ficou indignado por seu filho ter feito tantos atos heroicos e, mesmo assim, ter morrido daquela forma. Então, resolveu levá-lo para o Olimpo e concedeu a ele a imortalidade.


Pintura feita pelos integrantes do ateliĂŞ Arte na Cidade e MatĂŠria-Prima/Cultura Digit


tal sobre “Os 12 Trabalhos de Hércules”, nos muros da escola E.E. Paulo de Abreu


A ARTE DE TROCAR Ela é atriz, empresária, educadora e mãe da Maria. Seu trabalho é voltado para a economia compartilhada e o consumo consciente. Cheia de boas ideias, Carol Guedes criou o Quintal de Trocas, um site de trocas de brinquedos entre crianças do Brasil inteiro. Confira a entrevista e saiba mais sobre esse trabalho tão legal!

Carol Guedes durante entrevista via Skype


A.C: De onde surgiu a ideia de criar um site de trocas de brinquedos? C.G: Quando eu tive minha filha Maria Beatriz, que hoje tem cinco anos, recebi uma lista de coisas para comprar para ela. Era uma lista gigantesca, com mais de cem itens. Aquilo me pegou de surpresa, eu não esperava a quantidade de consumo que a gente teria. Aí, pensei: “Nossa uma criança demanda muitas coisas... Alguma coisa está errada”. A gente tem alto nível de consumo de coisas assim. Aí, chegou o primeiro Dia das Crianças e alguém me perguntou o que eu ia dar de presente pra ela. Eu achei estranho ter que comprar alguma coisa pra minha filha e não simplesmente sair para brincar ela. Pensei: “Eu preciso de uma alternativa para não ter que ir ao shopping”. Então, soube de uma feira de trocas de brinquedos que estava acontecendo na Avenida Paulista. Fui com a Maria e quando cheguei lá, vi um monte de gente fazendo trocas de brinquedos. As pessoas conversavam, ficavam amigas... Aquilo me deixou bem feliz. Fazia muito sentido. Então, pensei: “Eu não preciso comprar mais um brinquedo pra ela, ela pode só se divertir”. Quando fui para minha casa, fiquei pensando de que forma eu poderia viabilizar para que mais pessoas conhecessem essa alternativa do consumo. Assim, resolvi fazer o Quintal de Trocas, que tem como objetivo o consumo compartilhado de brinquedos, jogos, livros e fantasias, entre crianças do Brasil inteiro.

A.C: Depois que o site foi criado, você mudou a forma de consumir outras coisas? C.G: Quando fiz o site a minha ideia era só uma alternativa para o consumo, mas enquanto fui estudando, foi aumentando a riqueza de o porquê ele existir. Eu fui visitar a Fundação Casa e lá encontrei algumas crianças que estavam presas, por roubo de bens de consumo como celulares, roupas e tênis de marca. Perguntei porque estavam presas e elas me responderam que tinham roubado um tênis Nike, um Iphone, entre outras coisas. E eu entendi que se a gente vive em uma sociedade onde as pessoas dão muita importância ao que se está usando, isso diz muita coisa. As pessoas roubam para fazer parte dessa sociedade, quando na verdade, o importante é o que a gente é e não o que consumimos, vestimos ou o carro que temos. Isso não diz absolutamente nada sobre o que a gente tem de bom mesmo, sobre tudo que tem dentro de cada um. Então, o Quintal de Trocas é para que as pessoas brinquem mais e comprem menos. Ele nasceu para que a gente consiga ser esse ser amoroso que você é, que eu sou e que todos nós somos.


Turma do ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital durante entrevista com Carol Guedes

A.C: Todas as crianças escrevem cartinhas? Já aconteceu de alguma criança não escrever? C.G: Toda criança escreve cartinha quando a troca é via correio. Eu nunca soube de alguma história de alguém não ter mandado uma carta. Tem uma história muito legal sobre cartinhas... É sobre um menino de 6 anos de idade, que morava num hospital porque tinha um câncer muito severo. Ele estava tão sensível que não podia entrar em contato com outras crianças para não correr o risco de ficar ainda mais doente. A avó dele, muito preocupada pelo fato de ele não ter contato com outras crianças, conheceu o Quintal de Trocas e resolveu fazer a troca de um brinquedo via correio. Então, ele escreveu uma cartinha falando que morava num hospital, que já tinha passado dois anos de aniversário que ele estava lá, que não tinha amigos e que aquela era a primeira carta que estava escrevendo para outra criança. Então, mandou a cartinha dele e recebeu outra de volta de um menino chamado Antônio. A carta dizia assim: “Prazer meu nome é Antônio, estou te mandando um dinossauro, o botão dele fica nas costas. Quem me deu esse brinquedo foi meu pai. Eu gostava muito dele, mas agora não brinco mais. Fico muito feliz de conhecer você”. Esse menino ficou muito feliz por receber uma carta do seu primeiro amigo. Essa é uma cartinha que foi muito importante na minha trajetória no Quintal de Trocas porque eu entendo a carta como um momento em que você pode expressar seus sentimentos. O Quintal tem essa vontade de permitir que as crianças se expressem da melhor maneira que encontrarem, seja pela escrita ou por desenhos.


A.C: É difícil conciliar a vida de atriz e empresária? C.G: Muito! A rotina é bem complexa, então, é difícil sim. Mas quando a gente determina uma coisa, têm que lutar por ela, entender exatamente o que se quer e quais são os nossos sonhos. É sempre bom fazer o que se gosta porque uma hora as coisas começam a se abrir. Ser atriz, empresária, empreendedora, mulher, mãe e morar em São Paulo é uma função muito grande. Além de tudo, dou palestras sobre consumo consciente e pretendo, em breve, voltar para o teatro com a peça “Mulheres que correm com os lobos”. Mais do que difícil, é um desafio, mas ao mesmo tempo em que é tudo tão corrido, é um prazer gigantesco.

A.C: Como é a logística para fazer a troca de brinquedos entre crianças de cidades e Estados diferentes? C.G: É muito simples, com a ajuda de um adulto, que pode ser o pai, a mãe, a avó, alguém da família ou um cuidador, a criança escolhe o brinquedo que quer trocar, tira uma foto e coloca no site. Num clique já vai estar na internet. Em seguida, escolhe outro brinquedo e escreve uma mensagem, por exemplo: ”Olha gostei bastante da sua bola. Quer trocar pela minha boneca?”. Mostra a foto da boneca que já vai estar no site. Se o dono do brinquedo desejado aceitar, os dois marcam em algum local, que pode ser uma praça, um parque, ou outro lugar que for bom para o encontro. Se for em bairros ou estados diferentes, podem combinar de enviar pelo correio. Tem várias formas de fazer a troca, mas o mais legal de marcar um encontro ao vivo é que os adultos responsáveis podem se conhecer e as crianças podem brincar juntas. É importante que o adulto perceba que a criança é protagonista dessa história e que ela é quem deve escolher o brinquedo que não quer mais brincar.

A.C: Os brinquedos trocados sempre estão em bom estado? C.G: A gente tem alguns combinados no site e um deles é que só pode trocar brinquedos em bom estado. Nunca aconteceu de aparecer um brinquedo quebrado ou diferente da foto postada. No Quintal de trocas, as pessoas tem vontades e para isso tem que ter confiança no outro. Esse é o princípio básico de viver nessa nova sociedade que estamos tentando criar. Eu confio em você porque sei que o brinquedo que chegar na minha casa estará em bom estado, então se o brinquedo estiver quebrado vale a pena consertar antes de tentar trocar.


A.C: Depois que acontecem as trocas, você ainda tem contato com as pessoas que trocaram? C.G: Na verdade, eu não conheço as pessoas que trocam no site. Às vezes, elas me mandarem cartas ou e-mails falando sobre como foi a experiência da troca. Já aconteceu também de eu dar entrevistas para alguma emissora de TV e ter que gravar uma troca acontecendo, aí eu passei a conhecer essas pessoas. Mas no geral, eu não conheço.

Já aconteceu de crianças terem trocado brinquedos errados? Por exemplo, colocarem uma foto no site e no momento da troca ser outro? C.G: Que eu saiba, nunca aconteceu. Normalmente as trocas acontecem de acordo com o que foi fotografado.

A.C: Existe alguma ação que você já tenha feito para doar brinquedos a quem não tem? C.G: Já. A gente fez uma ação no Natal do ano retrasado. Foi um chamado que o Quintal de Trocas fez para as pessoas que não quisessem trocar, mas quisessem doar seus brinquedos. Pedimos que os enviassem para algumas entidades bacanas que a gente elencou. Foi uma ação em que as pessoas entravam em contato direto com as instituições, mas depois eu recebi um e-mail lindo de uma instituição falando que foi arrecadado vários brinquedos e que as crianças ficaram muitos felizes.


A.C: Qual a importância de uma ação como essa? C.G: As pessoas querem brincar, mas muitas vezes, não tem como comprar porque brinquedo é muito caro. Além do valor, temos que pensar que naquele brinquedo tem matéria prima do nosso Planeta. Não sei se vocês sabem disso, mas tem um oceano que tem uma ilha de plástico. A gente consome muito plástico e não tem como jogar fora do Planeta, fica aqui dentro mesmo. Então, quando a gente compra um brinquedo de plástico tem que pensar que estamos consumindo. Quando pegamos um copo descartável, estamos produzindo lixo. Então, não seria bom ter sempre uma caneca ou uma garrafinha na bolsa? A gente produz muito lixo, consome demais. Imagina que são utilizados 500 litros de água para fazer uma calça jeans, então precisamos pensar pra quê ter tanta calça jeans? Os brinquedos feitos na China são feitos com muita exploração, muitas vezes até de crianças. Então, na hora de comprar um produto, temos que pensar nessas coisas. E quando existe a troca ou a doação do que não se quer mais, evitamos um pouco isso.

Débora, integrante do ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital, durante entrevista com Carol Guedes


A.C: Percebemos que você é uma pessoa muito ocupada porque está sempre fazendo muitos trabalhos como empresária, além de ser atriz. Como fica o tempo para atuar como mãe da Maria? C.G: (Risos) Sim, sou bastante ocupada, mas moro numa casa colaborativa com nove pessoas e todos nós colaboramos muito uns com os outros. Isso me ajuda bastante. O meu ex-marido, pai da minha filha, mora em outra casa com a companheira dele e a gente tem uma guarda compartilhada, que também é muito bacana porque eu tenho alguns dias mais livres quando a Maria fica com ele. Esse apoio das pessoas me faz ter um pouco mais de tempo para me dedicar ao trabalho. Mas, minha filha tem cinco anos e entendo que ela precisa de um cuidado grande, assim, eu me dedico bastante a ela. Além disso, também tenho que cuidar de mim. Tenho que cuidar da minha saúde, ir ao cinema, ver meus amigos. Eu penso que é muito importante que as pessoas se unam e formem uma rede de apoio. É preciso entender que todos nós precisamos de ajuda, que todo mundo quer a mesma coisa, amar e ser amado, ter amigos, ser feliz. Então, o ideal é de alguma forma, tentar encontrar equilíbrio nisso. Nós mulheres temos muito mais tarefas do que os homens porque dedicamos um cuidado grande com os filhos. Apesar de muitos pais estarem mais presentes, ainda não é a mesma coisa. A gente luta para mudar isso e deseja que seja igual, mas a maior quantidade de tarefas ainda é nossa. A gente tem que encontrar tempo pra tudo.

Carol Guedes e sua filha Maria


A.C: Você tem uma equipe ou faz esse trabalho sozinha? C.G: Eu trabalhava sozinha, fiquei dois anos trabalhando assim, mas aprendi que isso não é muito bom. Quando você tiver um sonho tenta ver quem mais está sonhando com você, isso facilita muito a vida. É entender mesmo as pessoas como rede de apoio. E essa coisa de “não conta para ninguém porque as pessoas vão sentir inveja”, isso é uma bobagem, contem para as pessoas e elas vão te apoiar. As pessoas sempre apoiam pessoas que sonham. Quando eu sonhei com o Quintal, não quis contar para ninguém porque estava em uma fase solitária, tinha uma criança pequena e a maternidade traz um pouco dessa solidão porque você fica mais com a criança. Então, eu não contei para ninguém e fiquei por dois anos trabalhando só. Foi bem difícil, foram desafios atrás de desafios. Quando a gente está em turma é tudo mais fácil, mais gostoso, mais divertido. Hoje eu tenho um time, são nove pessoas trabalhando no Quintal, cada um tem uma luz, uma linda qualidade que soma muito. Tem a pessoa que ama filmar e que está fazendo os vídeos, tem a pessoa que escreve maravilhosamente bem e que está fazendo os textos... E o mais importante é que eu formei um time com pessoas que fazem o que querem fazer, então as pessoas têm muito prazer em estar trabalhando no Quintal. É um sonho que não se sonha só, mas se sonha junto. Quando você tiver um sonho, seja ele qual for, fale com outras pessoas, vá junto, se apoie e se não tiver ninguém, vá sozinho mesmo porque durante o caminho você vai encontrar seus pares. Agora, se tiver mais gente para estar com você, é a melhor coisa que poderá fazer. Não ande só, não é necessário. Quando você faz uma coisa sozinho, tem que fazer tudo e, quando faz tudo, tem que fazer várias coisas que não gosta. O legal é dividir o trabalho e cada um fazer o que se tem vontade. Isso faz toda diferença.

A.C: As crianças tem a consciência de que a ação de trocar um brinquedo beneficia o Planeta? C.G: Isso é um trabalho que começou a ser feito. Na verdade a gente achou que colocando algumas coisas escritas, ficaria claro, mas não ficou. Então, começamos um trabalho com vídeos também. Quando se faz a troca, as pessoas aprendem um monte de coisas sem saber que estão aprendendo. Mas, a gente quer que as pessoas também saibam o que estão aprendendo com aquilo. Estamos falando sobre sustentabilidade, como é melhor colaborar do que competir porque temos que trabalhar em colaboração, nos ajudando o tempo todo. Quando a gente faz as trocas acontecerem, entende que está aprendendo colaboração e isso é o mais importante de tudo.


A.C: Como você se sente fazendo esse trabalho?

C.G: Eu me sinto muito feliz e realizada. É importante a gente sonhar e realizar nossos sonhos. O Quintal era só um sonho há três anos. E, de repente, virou a minha realidade, o meu dia a dia. É muito gratificante quando você tem um sonho e decide botar a mão na massa pra fazer acontecer. É uma gratidão diária. E aí, sempre tem outros sonhos vindo, outros sonhos que vão acontecendo. Às vezes, parece que a realização está muito distante, mas se a gente coloca no papel e começa a organizar, vê que não é tão difícil assim. Aí, você se junta às pessoas que querem a mesma coisa e vê tudo ficando cada vez mais fácil e mais gostoso. Vocês podem começar a conversar sobre o que sonham e pensar juntos como viabilizar isso, como fazer acontecer. A força do coletivo é muito importante de ser percebida.

Turma do ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital durante entrevista com Carol Guedes


A.C: Como as pessoas se comunicam antes da troca do brinquedo? É apenas pelo site? C.G: Então, por enquanto só pelo site. O Quintal está começando a mudar um pouco, vamos começar a entrar nas escolas através de palestras, consumo consciente, feiras de trocas de brinquedos, de livros, não só para os pequenininhos, mas para adolescentes e gente grande também. Então, agora ele está começando a abrir outras frentes.

“Quando você tiver um sonho, seja ele qual for, fale com outras pessoas, vá junto, se apoie e se não tiver ninguém. vá sozinho mesmo porque durante o caminho você vai encontrar seus pares. Agora, se tiver mais gente para estar com você, é a melhor coisa que poderá fazer. Não ande só, não é necessário”.

A.C: Adultos também podem trocar brinquedos? C.G: Olha, eu quero muito que em breve isso aconteça... Mas, ainda são só as crianças que trocam brinquedos no site.


A.C: Você e sua filha trocam muitos brinquedos através do site? C.G: Muitos. Não só brinquedos. Eu vou muito a feiras de trocas com a minha filha e ela adora. Quando a gente começa a ter um olhar voltado para a colaboração e o compartilhamento, as coisas ficam bem diferentes. Hoje eu tenho um carro compartilhado que é meu e de outra pessoa porque eu não preciso ter um carro só pra mim se não uso todos os dias. Eu moro nessa casa colaborativa, onde tem muitas trocas e colaboração. Tem ioga, palestras, enfim, muitas trocas porque as coisas não precisam ser só na base do dinheiro.

A.C: O que você acha da separação de brinquedos por gêneros? C.G: Tem uma questão dentro do site que a Maria me ensinou que é muito interessante. Quando eu era criança me ensinaram que menina gostava de rosa e menino gostava de azul, que menina gostava de boneca e menino gostava de carrinho. E eu cresci com essa informação jurando que era verdade. Quando a Maria nasceu e começou a mostrar suas vontades, dizia que gostava de verde, odiava rosa e amava carrinho. Por isso, o site Quintal de Trocas não tem divisão de brinquedos por meninas e meninos porque não faz o menor sentido fazer essa divisão. As meninas têm todo o direito do mundo de brincar de carrinhos, da mesma forma que os meninos têm todo o direito de brincar de bonecas... Os meninos se tornarão homens e um dia serão pais e as meninas serão mulheres e terão seus próprios automóveis. Então, está tudo bem a gente brincar do que quiser e ser o que a gente quiser ser.


Carol Guedes

A.C: Você tem algum projeto futuro que se relacione às questões do meio ambiente e sustentabilidade? C.G: Tenho, meu projeto futuro é entrar nas escolas e fazer uma grande revolução de sustentabilidade. Tenho uma vontade enorme de trabalhar com capitação de água da chuva, compostagem, troca de brinquedos e alimentação que valorize a comida orgânica. Esse e um projeto de curto prazo que, em breve, espero já estar desenvolvendo.

Para saber mais sobre o Quintal de Trocas, clique nos links: https://www.quintaldetrocas.com.br/ https://www.youtube.com/channel/UCLRkwDF11WZMEFiX7kOLagg

https://www.facebook.com/quintaldetrocas/


planeTArio, UMA VIAGEM ESPACIAL Texto organizado por Diogo dos Santos Cardoso, Graziely Pereira Costa, Leonardo Duarte Tavares, Nicolas Alves de Siqueira, Priscila Quiles Damas e Thaís Cristine.

Em São Paulo é bem difícil ver as estrelas por causa da poluição e da quantidade de luz que existe na cidade. Quem já foi para cidades mais escuras e sem poluição, sabe que o céu é muito estrelado, mas quem não teve essa oportunidade, pode ter uma ideia da quantidade de estrelas existentes fazendo uma visita ao Planetário Professor Aristóteles Orsini, que fica no Parque do Ibirapuera, um lugar onde podemos controlar o espaço e fazer viagens para diferentes regiões do Sistema Solar. Através de um potente projetor, numa grande cúpula branca, o Planetário faz uma simulação removendo as nuvens, a poluição atmosférica e a luminosidade para observarmos o céu verdadeiramente como ele é, todo estrelado.


Muitas vezes, as nuvens atrapalham essa observação, mas na realidade, o céu possui uma tonalidade azulada. Em algumas grandes cidades ficam até alaranjada ou cinza, isso acontece por causa da poluição luminosa e da poluição atmosférica. As luzes mal projetadas nas cidades iluminam não só o chão, mas também o céu, ofuscando o brilho das estrelas, isso nos impede de visualizar o céu noturno como os povos antigos faziam. Atualmente só conseguimos isso em locais mais afastados dos grandes centros urbanos. Entretanto, mesmo com a poluição luminosa, é possível reconhecer algumas das estrelas mais brilhantes do céu.

Na apresentação que assistimos, iniciamos a nossa viagem por volta das 16h00, quando o Sol ainda estava próximo ao horizonte Oeste. Aprendemos que conforme as horas passam, o Sol se desloca até o horizonte. O crepúsculo formado pelos últimos raios, atinge a atmosfera e deixa nosso céu avermelhado. Assim chega o final de mais um dia. Assistimos a uma sessão de inverno, estação em que estávamos na época da nossa visita e vimos algumas constelações que são próprias desta estação, como o Cruzeiro do Sul e as Três Marias.


algumas coisas que aprendemos no planetArio de SP... As constelações São grupos de estrelas que existem no céu. Dependendo da época do ano conseguimos ver algumas delas. O céu está dividido em 88 constelações, e todas as estrelas pertencem a alguma constelação mesmo que não façam parte do desenho que a representa.

A Constelação de Crux ou Cruzeiro do Sul Ao olharmos na direção ao horizonte Sul, observamos cinco estrelas que formam uma cruz. Seu poste é formado pelas estrelas de Rubídea e Magalhães e a sua trave é formada pelas estrelas Mimosa e Pálida, a quinta estrela não integra a cruz, por isso é conhecida como Intrometida. O Cruzeiro do Sul é uma constelação de referência porque encontramos nela o Polo Sul celeste e, a partir dele, encontramos o ponto cardeal Sul, prolongando quatro vezes e meia a haste maior a partir da estrela de Magalhães. O Cruzeiro do Sul é a menor das 88 constelações, e a mais conhecida do hemisfério Sul, uma prova disso é que esta constelação pode ser observada em diversas bandeiras, inclusive na do Brasil. Por exemplo, a estrela de Magalhães, representa o estado de São Paulo da nossa bandeira. Em São Paulo, o Cruzeiro do Sul é visível quase o ano inteiro, esconde-se abaixo do horizonte apenas em parte da Primavera.


A Via Láctea Olhando para o céu noturno, o que mais nos chama a atenção é uma faixa esbranquiçada. Trata-se da nossa galáxia, a Via Láctea. De acordo com a mitologia grega, Zeus o pai dos deuses, que era casado com a deusa Hera, teve um caso amoroso com uma mortal e desse relacionamento nasceu Hércules. Zeus queria que o menino possuísse poderes de deuses, então levou o filho para sua mulher amamentar, mas Hera, bastante irritada, afastou bruscamente o bebê de seu peito, derramando leite no céu. Essa seria a origem da via láctea, indicaria inclusive o caminho para o Olimpo, lugar onde os deuses moravam. A palavra galáxia significa “caminho de leite”. A Nossa galáxia não é composta apenas de estrelas, mas de gases, poeira interestrelar, nebulosas e outros objetos astronômicos.

Constelação de Escorpião e a estrela Antares A constelação de Escorpião é o símbolo do inverno, do hemisfério Sul e Antares é sua estrela principal. Antares é uma estrela gigante vermelha, cerca de 800 vezes maior do que o nosso Sol e está aproximadamente 550 anos-luz de distancia da Terra. Antares representa o coração do escorpião. Segundo a mitologia, o Escorpião e Orion, o gigante caçador, são grandes inimigos. Por esse motivo, os dois estão em direções opostas no céu, de forma que o escorpião simboliza o inverno e Orion, o verão.


O movimento dos objetos celestes Embora pareçam estar parados os objetos celestes se movem lentamente. Para notar esse movimento precisamos olhar o céu durante várias horas. Mas, no Planetário o tempo pode ser acelerado e, assim, conseguimos perceber melhor o movimento dos astros que nasce no horizonte Leste e se põe no horizonte Oeste, tal como o Sol. Isso acontece porque a Terra em seu movimento de rotação gira em sentido contrário, de Oeste para Leste.

Os planetas que vemos A olho nu, conseguimos observar no céu dois planetas do Sistema Solar, Marte e Saturno, que também são vistos como pontos brilhantes, no entanto, ao longo do ano, seu movimento no céu é diferente do movimento das estrelas. Os planetas se deslocam rapidamente em relação às estrelas passando por várias constelações diferentes ao longo do tempo.


Saturno Este planeta recebeu o nome do deus do tempo da mitologia romana. Sua característica principal são seus anéis. Saturno leva quase 29 anos para completar uma órbita e apresenta alta rotação, completando uma volta em torno de si mesmo a cada 10 horas. Apesar dos anéis parecerem uma estrutura sólida, eles são formados por partículas de gelo e poeira e brilham por refletir a luz do Sol. Enquanto a Terra tem apenas a Lua como satélite natural, Saturno tem mais de 60 satélites.

Marte É o quarto planeta a partir do Sol. Tem coloração avermelhada, devido à grande concentração de óxido de ferro em seu solo. Por causa de sua cor, recebeu o nome do deus da guerra na mitologia romana. É um planeta rochoso como a Terra e tem a metade do tamanho do nosso planeta. Nele se encontra o maior vulcão do Sistema Solar, batizado de Monte Olimpo, com 27 km de altura. Desde a década de 1960, tem sido visitado por diversos instrumentos de pesquisa. Atualmente, há cinco satélites artificiais em sua órbita e três sondas em sua superfície. Através desses instrumentos, é possível saber que existe uma grande quantidade de gelo nos polos de Marte, além de moléculas de água em seu solo.


Plutão Até o ano de 2006, ele era considerado um planeta do Sistema Solar, e agora está inserindo em uma nova classe de objetos celestes, os planetas anões. Descoberto em 1930, pelo astrônomo Clyde Tombaugh, recebeu o nome do deus do submundo, por ser um lugar escuro e gelado, devido à sua grande distância em relação ao Sol. As temperaturas da superfície de Plutão são muito baixas. Como sabemos, a água congela 0°C, já na superfície de Plutão são registrados 230°C negativos. Além da baixa temperatura, outra consequência da grande distância de Plutão é o tempo que ele demora para dar uma volta em torno do Sol. Seu período orbital é de 248 anos, isso significa que desde que foi descoberto, há 86 anos, ainda não completou nem meia orbita ao redor do Sol, por exemplo, o dia em Plutão, dura 6 vezes mais que o nosso. Com apenas 2.370 Km de diâmetro, Plutão é menor que a Lua. Porém seu tamanho não foi o fator principal para que ele deixasse de ser considerado um planeta. Plutão tem características que destoam dos planetas do Sistema Solar. Os planetas orbitam o Sol quase no mesmo plano, apenas com leves inclinações, já a orbita de Plutão está mais inclinada. Com a descoberta de outros corpos com características semelhantes às de Plutão, tornou-se necessário definir formalmente o que é um planeta. Assim, em 2006 definiu-se que para um corpo ser considerado um planeta, ele tem que orbitar ao redor do Sol, ter massa suficiente para assumir forma aproximadamente esférica e ter limpado a vizinhança de sua orbita. Plutão não cumpre o terceiro requisito, pois estando próximo ao Cinturão de Kuiper, ele divide sua orbita com milhares de outros corpos celestes, dessa forma foi criada uma nova classe de objetos do Sistema Solar, os “os planetas anões”.


A lua Seu nome vem do latim Luna e em grego era chamada de Selene, a deusa grega da lua cheia. Ela é o objeto celeste mais próximo da Terra com distância média de 384 mil Km. O estudo e exploração da Lua começou a milhares de anos. Diversas civilizações observaram suas fases e as utilizaram para marcar a passagem do tempo por meio dos calendários lunares. Mesmo sendo tão pequena a Lua está muito mais próxima de nós do que o Sol, por isso ambos são vistos praticamente com o mesmo tamanho. Ela sempre apresenta a mesma face para Terra, pois a rotação em torno do seu próprio eixo tem a mesma duração do seu movimento de revolução. O lado iluminado da lua é aquele voltado para o Sol. Existem quatro fases principais: Lua Nova, Quarto Crescente, Lua Cheia e Quarto Minguante, que se repetem aproximadamente em 29 dias e meio. A importância da Lua para a humanidade vai além de marcar o tempo. Por exemplo, as marés dos oceanos são controladas principalmente pela posição relativa da Lua a uma certa localidade da Terra. A Lua é um escudo para a Terra desde a sua formação, protegendo-a contra impactos de asteroides de diversos tamanhos. A primeira missão tripulada a chegar à superfície desse satélite foi a Apolo 11, dos EUA, em 20 de julho de 1969. Neil Armstrong foi o primeiro astronauta a pisar no solo lunar. As missões à Lua foram encerradas e desde então, nenhum ser humano pisou nela novamente.



Turma do ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital durante visita ao Planetário no Parque Ibirapuera

A escola de astrofísica fica ao lado do prédio e é vinculada ao Planetário. Lá são oferecidos diversos cursos sobre o tema Astronomia e quem tiver interesse pode se inscrever entrando no site da prefeitura. http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/planetarios/ema/index.php?p=40786

Informações: Planetário Professor Aristóteles Orsini Local: Parque Ibirapuera Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Acesso: Av. Pedro Álvares Cabral– Portão 3 Funcionamento: Sessões gratuitas aos sábados, domingos e feriados às 10h, 12h, 15h e 17h com retirada de senhas a partir de 1 hora de antes do início da sessão. Para saber mais sobre o Planetário, visite o site: http://parqueibirapuera.org/equipamentos-parque-ibirapuera/planetario-ibirapuera-prof-aristoteles-orsini/


PELOS MUROS Graffiti

é uma arte que a gente ador Para deixar nosso Projeto ainda mais colorid

Tinho e Fabiano, que conduziram um

do MP mais alegre e colorido. Numa pausa d ram a grafitar, falaram sobre a evolução de se social que fazem através de sua arte. Leia a s


S DA CIDADE

ra porque embeleza e humaniza a cidade. do, recebemos a visita de dois artistas urbanos,

m trabalho com a nossa turma para deixar o muro desse encontro eles nos contaram como começaeus trabalhos ao longo dos anos e sobre a crítica seguir tudo que rolou nessa conversa.


PELOS MUROS DA CIDADE

A.C: Há quanto tempo vocês fazem grafite? Como cavam porque tinham que trabalhar. Aí, passei a descrevem o estilo e a evolução de seus trabalhos? desenhar uma boneca nas mãos dessas crianças pra que elas pudessem brincar, pelo menos no desenho. As bonecas são de retalho, porque tem uma Tinho: Já faz mais de 30 anos. Na década de 80, eu relação com o que acontecia antigamente. Teve um andava muito na rua, trabalhava como office-boy, e tempo em que as roupas eram muito caras e quanandava de skate. Então, conhecia bem todos os lu- do estragavam, eram remendadas pelas mãos de gares, até mesmo longe do bairro que eu morava, mães ou avós. As famílias também faziam bonecas na periferia da Zona Norte de São Paulo. Nessa épo- de retalho e outros brinquedos para suas crianças, ca, o Brasil não vivia muito bem das pernas, metade como bonecas de pano ou carrinhos de madeira. da população não tinha trabalho. Muitos viviam em Isso me levou a pensar sobre os brinquedos indussituação de rua e as pessoas não recebiam nenhum trializados e em como antigamente era diferente, tipo de incentivo por parte do governo. Muitas pes- tudo era feito com muito mais carinho, de forma arsoas não tinham dinheiro para pagar aluguel e nem tesanal. Hoje, nas indústrias, pessoas são explorapara comprar nada, até mesmo comida, então ti- das, ganham mal, preferiam estar em casa com nham que morar na rua. E não era só adulto, tinha seus filhos, mas não podem. Hoje, que sentimento crianças e adolescentes também, pois como eles existe na confecção desse brinquedo industrial? Eneram jovens para poder arrumar emprego, eram tão, a boneca que eu faço é dentro dessa referênobrigados a vender coisas no farol. Nos cruzamen- cia, é um brinquedo que lembra esse tempo. tos e semáforos, sempre havia crianças pedindo esmola, e do outro lado da rua, sempre tinha adultos deitados em um pedaço de papelão porque ali Fabiano: Eu sempre desenhei desde pequeno. era a casa deles, o lugar que eles tinham para dor- Comecei a desenhar para me livrar das coisas que mir. As crianças mais velhas com 11, 12 anos, mui- eu passava em casa. Sou filho adotivo desde os oito tas vezes já começavam a entrar no crime, levando meses de idade e tenho mais quatro irmãos que droga de um lugar para outro, roubando as pessoas. também foram adotados por outras famílias. Na miEra comum atacar em grupo, vinham quatro ou cin- nha infância, sempre estava sozinho e isso me moco deles e, de propósito, trombavam em alguém. veu a desenhar cada vez mais e a refletir sobre tudo Enquanto a pessoa prestava atenção nos que esta- isso. Mesmo sem apoio de ninguém, sempre gostei vam na frente, os que estavam atrás pegavam car- dos meus desenhos. Certa vez, conversei com um teira, relógio ou qualquer tipo de pertence. Assim, amigo que havia chegado de Minas Gerais, que já saíam disfarçando como se nada tivesse aconteci- desenhava e pintava muito bem, e disse a ele que precisava aprimorar meus desenhos. Depois de aldo. Daí vem o termo “trombadinha”. Então, o meu trabalho começou a partir dessa ob- gum tempo ele entrou numa oficina de graffiti no servação da cidade. Como via tudo isso, comecei a meu bairro e me convidou diversas vezes para partidesenhar nos muros fazendo uma crítica social so- cipar, mas como eu só gostava de bagunça, na época não fui. Depois de um tempo, percebi que precibre essas coisas que aconteciam. sava ocupar minha cabeça. Foi quando novamente Daí, com o tempo o Brasil foi mudando, veio o Plano ele me fez o convite e resolvi aceitar. Real, depois os programas sociais do Lula... E isso foi melhorando as condições de vida de muitas pes- Tive que parar em alguns momentos para trabalhar soas. Logo depois, algumas igrejas começaram a e ganhar grana para ajudar em casa, mas entre idas dar jornais nas ruas, e nas últimas páginas, tinha e vindas, já faz dez anos. sempre fotos de crianças desaparecidas. Nessa época foi lançado o filme Central do Brasil, e um dos temas abordados era o tráfico infantil. A partir daí, comecei a fazer o retrato das crianças que estavam desaparecidas. Depois, passei a refletir sobre a criança que cada adulto tem em seu interior e que , por causa das preocupações com tantas coisas do dia a dia, acabam se esquecendo dela. Então, passei a tratar do tema “abandono de crianças”. Em outra época, refleti sobre as crianças que não brin-

Acho que o meu trabalho é voltado exatamente para falar sobre abandono e adoção de crianças. Estou começando essa pesquisa e ela tem ficado cada vez mais firme sobre esses temas. Existem muitas crianças que estão aí na mesma situação e eu tento mostrar isso no meu trabalho.


A.C: Fabiano, vimos que alguns lugares que você tes da nossa, havia uma exposição do fotógrafo grafita são de difícil acesso. Como é a escolha des- brasileiro Sebastião Salgado que foi uma exposição muito visitada, mas no dia da abertura da nossa, ses lugares? Por que essa escolha? tivemos a informação de que tinha ultrapassado o número do total de visitantes de toda exposição do Fabiano: Eu vim da periferia, e um dos lugares que Sebastião. E no final deu um público três vezes eu mais brincava quando criança, era na beira dos maior que a dele, sendo a exposição mais visitada córregos. Então, tenho muita memória das minhas desse espaço até hoje. brincadeiras nesses lugares. Eram lugares sujos, Outra exposição que também achei bem bacana de abandonados pelo governo. Muitas mães não deixavam seus filhos brincando perto de córregos, per- ter feito foi num lugar chamado Minsk, que é a cato de esgotos a céu aberto, mas eu brincava. Talvez pital da Bielorrússia, um lugar bem diferente. É um a escolha desses locais seja por causa dessa me- país novo, tem menos de sessenta anos de idade e mória. É também pra gente pensar sobre esses lu- vive sobre uma ditadura. Então, estar num lugar gares que poderiam ser utilizados de outra forma desses e poder fazer alguma coisa relacionada à por outras pessoas e pra refletir que este abandono arte, é muito legal. vai depender do nosso olhar, do que a gente pensa sobre as coisas. A.C: Tinho, vimos que você já participou de algumas exposições? Qual foi a que mais te marcou e como foi essa experiência? Tinho: Bom, são vários lugares que não vou esquecer jamais, porque cada lugar tem a sua importância. Mas, vou falar de dois lugares diferentes que foram bem importantes para mim. O primeiro foi em Londres, na galeria da Embaixada Brasileira. Era uma exposição coletiva, minha e de mais dois artistas sobre Street Art. Foi muito legal porque an-

“... ANTIGAMENTE ERA DIFERENTE, TUDO ERA FEITO COM MUITO MAIS CARINHO, DE FORMA ARTESANAL. HOJE, NAS INDÚSTRIAS, PESSOAS SÃO EXPLORADAS, GANHAM MAL, PREFERIAM ESTAR EM CASA COM SEUS FILHOS, MAS NÃO PODEM. HOJE, QUE SENTIMENTO EXISTE NA CONFECÇÃO DESSE BRINQUEDO INDUSTRIAL?” (TINHO)


PELOS MUROS DA CIDADE


A.C: Tinho, percebemos que em algumas de suas com as pessoas que estão passando na rua, de produções, você faz colagens de textos. O que você quem circula por ali. quer passar com essas mensagens? Fabiano: Eu também, geralmente não levo nada Tinho: As mensagens que são escritas na colagem pronto. Eu paro, olho muito ao redor e me inspiro no eu retiro de revistas e jornais. Eu vou recortando al- próprio lugar. Sempre sentindo o ambiente. gumas frases para depois remontar dando outro sentido. Elas viram uma espécie de poesia. Essas mensagens estão sempre relacionadas à questões O que vocês diriam para uma pessoa que pretende sociais, políticas, artes, enfim coisas dessa natureza. fazer da expressão do graffiti, um trabalho? Tinho: Se a pessoa quiser mesmo, se tiver muita vontade, tem que acreditar. Além de ser artista, você tem que saber administrar aquilo que ganha porque não é um trabalho que vai receber um salário fixo Tinho: Quando vou fazer um trabalho pessoal, as todo mês. ideias surgem no local que vou pintar. Nunca vou para um lugar que eu escolhi com um desenho na cabeça. Mas, se é uma situação em que alguém me Fabinho: Nunca desistir daquela ideia que você quer contrata e pede pra eu levar o desenho pronto pra tanto passar, daquele seu ideal. Tem que batalhar ser aprovado antes de pintar um muro, tenho que mesmo. Se for preciso, bater de frente com os prolevar. Mas, fora isso, eu vou sem desenho nenhum blemas que aparecem porque eles sempre vão surporque gosto de sentar, ficar olhando onde vou pin- gir. Ir à luta e acreditar na sua arte. tar e aí, eu tenho a ideia na hora, a partir do que sinto, do que vejo, da energia do local, da conversa A.C: Vocês costumam fazer um rascunho do que vai pintar na rua ou as ideias surgem no momento?


PELOS MUROS DA CIDADE

Momento da pintura do muro do Projeto MatĂŠria-Prima Itapevi

Parte do muro pintado pela turma


Turma do ateliĂŞ MatĂŠria Prima no Ar - Cultura Digital com os grafiteiros Tinho e Fabiano


Livro: Terra de histórias O Feitiço do desejo Autor: Chris Colfer Editora: Benvirá O que será que acontece com os personagens de contos de fadas após a frase E viveram felizes para sempre? Será que a história continua? Pois, é isso que vamos ver neste livro. Conheça os irmãos Alex e Coner, que após ganhar um livro de presente de aniversário, descobrem que, na verdade, ele é mágico e com isso, acabam entrando no maravilhoso mundo dos contos de fadas. Para conseguirem voltar para casa, os irmãos são obrigados a recolher objetos para um feitiço do desejo, assim, acabam vivendo uma grande aventura, conhecendo diferentes reinos e descobrindo um novo Era uma vez, com uma única chance de retornar para seu mundo. Eu gostei bastante da história. É muito interessante descobrir o que acontece com os personagens que conhecemos e tanto amamos, eles estão sempre nos ensinando várias lições para a nossa própria vida. Achei incrível descobrir as “verdadeiras” histórias de alguns personagens, entender porque agem de certas maneiras e fazem tais coisas. Me fez pensar que não podemos julgar as pessoas sem conhecer sua verdadeira história.

Dica de Milleny Vitória Fernandes - 13 anos

Livro: A história sem fim Autor: Michael Ende Junior Editora: Martins Fontes

Bastian Balthasar Bux vai todos os dias à biblioteca antes de ir para a escola. Nessa biblioteca tem um livro pelo qual ele é apaixonado. Bastian deseja muito ler aquele livro, mas sabe que não tem dinheiro para comprar um novo e o dono da biblioteca não irá emprestá-lo antes de o menino desvendar um mistério sobre o livro. O garoto tem pressa em lê-lo, então, certo dia, antes de ir para a escola, decide dar um jeito de pegar o tal livro. Vai até a biblioteca e, num momento de distração do dono, consegue pegá-lo. Chegando à escola, vai direto para o sótão para começar a leitura que tanto deseja. De repente, quando abre o livro, algo mágico acontece, Bastian entra na história e passa a fazer parte dela. Nesta aventura, conhece a Ilha da Fantasia, os personagens Atreiú, a Imperatriz Criança, Graograman, Fuchur entre outros e, com eles, vive uma “história sem fim”.

Dica de Thaís Cristine - 14 anos


Livro: Minhas férias Autor: Marcelo Coelho Editora: Companhia das Letrinhas

Um livro gostoso de ler, que conta sobre as férias que Marcelo tinha na infância. O menino achava suas férias sempre iguais “super tediosas”. Até que um dia, passa a ver este período de modo diferente porque vive coisas bem legais. Vai para a fazenda, sai com os amigos, visita diversos lugares e sempre tem alguma história para contar. Nesse livro, ele fala sobre essas histórias, às vezes emocionantes, de aventura, de alegria, de curiosidades, enfim, histórias de vários momentos que vivencia. Eu gostei bastante da maneira como o livro foi organizado. A escrita é bem clara e me fez ter vontade de continuar cada vez mais a leitura. Eu recomendo este livro para o público a partir dos 8 anos. Aposto que todos vão adorar.

Dica de Raiany Siqueira Pereira - 14 anos

Livro: Pegasus e o fogo do Olimpo Autora: Kate O´Hearn Editora: Casa da Palavra Uma guerra começou no Olimpo. Os deuses estão ficando sem forças e o fogo está se apagando aos poucos. Os Nirads vieram com tudo. Paelen, o ladrão do Olimpo poderia ser a salvação, mas seu objetivo é sequestrar Pegasus e sua rédeas de ouro. Emily, uma menina de 13 anos, mora com seu pai em Nova York. Numa noite chuvosa, um raio cai no topo do Empire State, causando um grande blackout em toda cidade. Sozinha em sua casa, Emily ouve um grande barulho no terraço de seu prédio. Curiosa e com medo, ela vai até o local e se surpreende ao ver um grande cavalo branco com asas, todo sujo e molhado. Com a ajuda de Joel, um amigo de escola, Emily cuida de Pegasus. Eles descobrem que têm que sair de Nova York para encontrar a garota que carrega a chama do Olimpo para reacendê-la e salvar a humanidade. Esse é o primeiro livro da série Olimpo em Guerra. Os fãs de mitologia grega não podem perder essa grande jornada até o Olimpo. O livro é surpreendente, tem partes emocionantes durante toda a trajetória dos personagens, que passam por uma grande aventura até o templo dos deuses. Eu me apaixonei pelo livro e tenho certeza que você, leitor, também vai adorar conhecer essa história.

Dica de Gabrielly Pereira da Silva - 13 anos


ASSISTIMOS E INDICAMOS Filme: Vivendo com um dólar (Living on one dollar) Diretor: Claremont McKenna, Zach Ingrasci e Chris Temple País: Estados Unidos Gênero: Documentário Ano: 2013

Este documentário fala sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, no Vilarejo de Peña Blanca, na Guatemala. Os estudantes de economia, Chris e Zack resolveram viver uma experiência de 56 dias neste vilarejo, gastando apenas 1 dólar por dia para se aproximar da realidade dos moradores. Apesar de o documentário abordar um tema tão triste, ele nos faz perceber como é injusto alguns viverem com tanto dinheiro e outros com tão pouco, que há uma grande diferença entre as classes sociais. E nos leva a pensar que o ideal seria que todas as pessoas pudessem receber um salário justo para viver com dignidade.


Filme: Canção do Oceano (Song of the Sea) Diretor: Tomm Moore País: Irlanda Gênero: Animação Ano: 2014

A animação relata a história de uma família que vive num lugar lindo, à beira mar, cheio de mistérios lendários. A mãe, gestante, conta histórias de seu povo ao filho. Quando dá luz a uma menina, ela precisa deixar a família para cumprir uma missão relacionada à sua origem. Por causa disso, a vida do menino Ben tem uma reviravolta e ele passa a viver uma grande aventura comovente num mundo mágico e misterioso junto com sua irmãzinha Saoirse. Essa é uma lenda irlandesa que fala de maneira linda sobre sentimentos que, muitas vezes, são tão difíceis de falar, como amor, tristeza, dor e até mesmo sobre a morte. Uma curiosidade interessante é que o filme foi feito com a técnica tradicional de animação, ou seja, todo desenhado e pintado à mão. A experiência de ver esse filme foi muito especial porque fomos ao cinema para assisti-lo.

Turma do ateliê Matéria Prima no Ar /Cultura Digital no Cinesesc


Dicas de curtas-metragens disponíveis na internet

Malak e o barco

Baseado numa história real, este curta-metragem conta as mudanças que acontecem na vida de Malak, uma menina de sete anos que teve que sair da Síria por causa da guerra. Assim como muitas pessoas de seu país, Malak tem que deixar sua terra natal para viver num país desconhecido, deixando para trás seus amigos e sua escola. Durante a longa viagem por um imenso mar aberto, ela sente medo, frio, além de correr muito perigo. Esta animação foi produzida a pedido da UNICEF e recebeu importantes prêmios no Festival Internacional de Criatividade de Cannes de 2016. O curta-metragem nos faz refletir sobre o sofrimento vivido pelos refugiados adultos e crianças que acabam vivendo experiências que não combinam com a infância. Clique no link e assista ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=cDYquvl-2OM


The Scarecrow

Este curta-metragem de animação conta a história de um espantalho que vive uma vida tranquila na zona rural com uma bela natureza à sua volta. Certo dia, ele vai trabalhar numa fábrica de alimentos industrializados onde todos os setores são vigiados por corvos robôs. Neste lugar, se depara com uma triste realidade que o deixa horrorizado, encontra frangos e galinhas presos em lugares deprimentes, sendo injetados por hormônios de crescimento e máquinas de manipulação. Num enorme outdoor, a empresa passa a imagem de "lugar maravilhoso", quando na verdade, não passa de uma grande propaganda enganosa. Inconformado com tudo aquilo, o espantalho tem uma grande ideia. Clique no link e assista ao filme: https://www.youtube.com/watch?v=lUtnas5ScSE


Desde o dia 10 de setembro, está acontecendo a 32ª Bienal, o maior evento de arte da cidade. O título desse ano é Incerteza Viva. Mais de 80 artistas expõem obras que nos fazem refletir sobre esse tema que está relacionado às mudanças cotidianas, às condições ambientais e, até mesmo, sobre as incertezas da nossa própria existência... Afinal de contas, as dúvidas estão sempre presentes na vida de todos, não é mesmo?! Durante a visita, nosso olhar atento encontrou muitas coisas que nos chamaram a atenção. Assim, fizemos um registro do que foi mais importante para cada um de nós. Leia a seguir algumas de nossas impressões.


Texto organizado por Ana Clara Cardoso da Silva, André Henrique Barbosa da Silva, Fernanda Martins de Oliveira, Kevin Pedro Silva de Jesus, Luan Ramos de Oliveira, Rogério Daniel dos Santos Pereira e Victória Silva Miguel


Obra: Oca Tapera Terreiro Artista: Bené Fonteles País: Brasil

“Quando olhei as imagens e ouvi a música de fundo, achei um pouco tenebroso porque os formatos de algumas coisas assustam. Mas, depois refleti e vi que tudo aquilo fazia com que acreditassem em algo maior, era a religião deles... Fazia bem. Aí, me senti fazendo parte porque eu estava lá dentro sentindo aquelas coisas”. Gabrielly Pereira - 13 anos


Obra: Gordinhos, bailarinas e coqueiros Artista: Frans Krajcberg País: Polônia

“Parecem pincéis ou árvores de ponta cabeça. Eu achei interessante a forma como o artista reutilizou os troncos de árvores já mortas. Me faz ter uma visão diferente sobre coisas que não usamos mais e que podemos fazer delas algo bonito e intrigante” Milleny Vitória Fernandes - 13 anos

“Eu gostei bastante dessa imagem. As pessoas que montaram essa obra devem ter demorado muito tempo para terminar. Tem que ter muita criatividade para fazer algo assim. Adorei ter ido e ter aprendido coisas novas sobre as obras da Bienal”. Ana Caroliny Santos - 12 anos


Obra: Samadhi (Vídeo) Artista: Jordan Belson País: Estados Unidos

“Quando começou o vídeo, não dava para decifrar algumas imagens porque atrás da tela apareciam as árvores do Parque do Ibirapuera, que se confundiam com as imagens do filme. Depois meu olhar foi se acostumando e comecei ouvir o depoimento de um astronauta. Mesmo com o áudio em inglês eu entendi o que estava sendo passado por causa das imagens da galáxia e do espaço. Eu adorei porque gosto muito de coisas ligadas ao Universo e ao Sistema Solar”. Fernanda Martins de Oliveira - 13 anos


Obra: Chão Artista: José Bento País: Brasil

“Esse chão é uma obra de arte. Eu já sabia disso porque tinha visto uma matéria na TV. Pensei que não pudesse andar sobre ele, mas depois o mediador da Bienal nos informou que podia. Começamos a caminhar e a sensação era de estar no espaço porque algumas partes amorteciam nossos passos”. Luan Ramos de Oliveira - 13 anos


Obra: Pista de skate Artista: Koo Jeong País: Coreia do Sul

“Sem os skatistas a pista não se completa. Eles têm que andar nela com seus skates para que ela não pareça só uma oca ao contrário”. Nicolas Alves de Siqueira - 13 anos

“Quando eu passei na frente daquela pista de skate, não achei que fosse uma obra de arte. Deu vontade de andar porque parecia muito legal. Vi os skatistas sobre ela e fiquei impressionado com as manobras. É uma obra diferente porque é um espaço público que as pessoas podem interagir.” André Henrique Barbosa - 11 anos


Obra: Na forma de nós mesmos Artista: Rita Ponce de León País: Peru “Essa é uma obra que pode ser sentida, através do toque, da audição ou da visão. Com isso, a gente sente a textura e se conecta melhor com ela. Dependendo de quem está vendo ou escutando, pode-se ter várias sensações. Para mim, foi muito agradável, pois em alguns momentos deu até para descansar sentada em algumas partes dela”. Ana Clara Cardoso da Silva - 12 anos

“Eu achei essa obra bem legal porque é feita de barro. Quando vi, pensei que era um labirinto gigante. Eu gostaria de ter tido mais tempo para poder interagir com ela e sentir cada parte”. Rogério Daniel dos Santos Pereira - 14 anos


Obra: Volta ao tempo Artista: Ruth Ewan País: Reino Unido “Esse é um calendário relacionado ao trabalho. Ele é marcado por elementos da natureza de acordo com acontecimentos de diferentes épocas do ano. Cada dia é representado por um elemento específico, por exemplo, animais, sementes, alimentos, plantas, germinação, colheita etc. O dia do meu aniversário é o dia do girassol”. Luana Izidora Candido - 11 anos


Obra: Naturalizar o homem, humanizar a natureza, ou Energia vegetal Artista: Víctor Grippo País: Argentina

“Essa é uma obra muito interessante, eu até já tinha ouvido falar sobre a energia das batatas, mas não achei que fosse verdade. Na Bienal, vi que isso realmente acontece. Vários fios são ligados em muitas batatas e há um medidor que mostra o tanto de energia que elas possuem. Uma curiosidade é que as batatas precisas estar em bom estado para que tenham mais energia, as que já estão estragadas, não tem o mesmo efeito”. Gabriela Vitória Ribeiro - 13 anos


Obra: Painéis Artista: Ebony G. Patterson País: Jamaica

“Esta é uma obra que nos deixa curiosos . À primeira vista nos atrai pelas suas cores, brinquedos espalhados, brilho, enfim, muita alegria, mas quando a gente sabe sobre o que a artista queria realmente tratar, ficamos confusos porque se trata de coisas muito tristes, como discriminação, preconceito e violência contra jovens negros. Eu acho que isso não devia existir porque é uma forma muito errada de tratar as pessoas”. Raissa Monteiro Alves - 10 anos

Obra: Tabombass Artista: Vivian Caccuri País: Brasil

“Fiquei muito impressionado com o tamanho e o som que saía daquelas caixas. Quando ouvi os graves batendo forte, mexeu com o meu coração. Foi bonito ver as velas dançando ao som das caixas”. Kevin Pedro Silva de Jesus - 14 anos


Turmas do ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital durante visita à 32ª Bienal

Informações: 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva Data: De 07 de setembro a 11 de dezembro de 2016 Horário: Das 09h00 às 19h00 Endereço: Pavilhão da Bienal - Parque do Ibirapuera, portão 3 - São Paulo – SP Fechado às segundas-feiras Entrada gratuita. Clique no link e saiba mais: http://www.bienal.org.br/



INSTITUTO CHAO A semente de um mundo melhor Era uma vez um grupo de amigos que se incomodava com as injustiças em relação ao trabalho. Eles questionavam a concentração da riqueza nas mãos de poucos e tinham uma grande vontade de mudar de alguma forma tudo isso. Esses amigos se reuniram e tiveram uma ideia inovadora, fundaram o Instituto Chão, um lugar que está mudando a forma de trabalho e fazendo desse mundo um lugar melhor. Texto organizado por Ana Caroliny Souza Santos, Beatriz Dias da Silva, Débora dos Santos Pereira, Gabriela Vitória Ribeiro, Luana Izidora Candido, Milleny Vitória Fernandes de Oliveira e Raiany Siqueira Pereira


INSTITUTO CHAO

Como tudo começou... Antes de entrarem no ramo da alimentação saudável, algumas pessoas da equipe já tinham uma vontade de trabalhar de forma diferente. Primeiramente, era um grupo de quatro amigos, funcionários de um hospital que tinham o desejo de trabalhar de forma mais justa, em que todas as relações de trabalho fossem democráticas, ou seja, todos decidissem juntos. Pensavam num trabalho em que as pessoas sentissem prazer em estar juntas e não fossem obrigadas àquela relação de trabalho tão comum. Queriam fazer algo diferente, então, tiveram a ideia de conversar com todos os funcionários do hospital para que pensassem e opinassem e assim ficasse justo para todo mundo. Falavam sobre salários, dias de folga, entre outros assuntos do dia a dia. A ideia era que todos pudessem decidir tudo que envolvesse o trabalho da equipe como um todo. Lançaram a ideia para todos os funcionários e depois de colherem todas as opiniões, fizeram um estatuto e escreveram um projeto com o propósito de um trabalho democrático. Infelizmente, não conseguiram realizar, pois a diretoria do hospital não aprovou. Mas, os quatro amigos continuaram com a vontade de trabalhar de forma diferente, então, saíram do hospital e começaram a pensar em alternativas e modelos mais justos de trabalho. Foi aí que descobriram os orgânicos e tudo fez muito sentido para eles. Dessa forma, nasceu o Instituto Chão.

A inspiração do nome...

O nome do local foi inspirado em um poema de Manoel de Barros que fala sobre o trabalho e sobre pessoas trabalharem de forma justa e terem uma vida mais digna, onde possam estar lá porque querem e receber o salário que precisam, não o salário que o patrão decide.


Uma proposta diferente... O Instituto Chão é uma associação sem fins lucrativos. Tem uma proposta bem diferente. Tudo é vendido pelo preço que pagam nos produtos e através de doações de quem compra, cobrem os custos do local. É mais ou menos assim: quando uma pessoa deixa menos do que o que eles precisam, outra pessoa tem que deixar bem mais para cobrir as compras. A principal ideia é que todos possam manter esse lugar aberto pelo coletivo e em troca todos possam ter alimentos de qualidade e um mundo mais justo. Todos da equipe têm um salário base, pois é justo que recebam pelo que fazem, mas se sobra algum dinheiro, tem que ser investido no projeto ou em algo parecido, nunca dividido entre os sócios. Existem os custos que mantém o espaço aberto, mas a ideia é não acumular capital. A equipe do Instituto conta que uma das maiores dificuldades foi fazer os produtores entenderem o que estavam propondo, pois estavam acostumados com as grandes redes de supermercado que tinham uma forma muito diferente de lidar com o trabalho desses produtores, sempre tirando vantagem e os explorando de alguma forma.


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Mas, como funcionam as doações? Eles vendem pelo mesmo preço que pagam, não têm lucro, mas deixam tudo anotado na lousa e convidam as pessoas que vão ao local para fazerem uma doação na hora da compra. Todo mês, a equipe faz uma conta para saber o valor que irão precisar em doações para cobrir as contas. Por exemplo, no mês que visitamos o Instituto Chão, eles precisavam que a cada R$ 1,00 vendido, as pessoas doassem R$0,30. Assim, se a compra de uma pessoa desse R$ 2,00, ela poderia escolher pagar R$ 2,60. Mas isso, não é algo obrigatório, as pessoas ficam livres para escolher. Em cima do caixa tem uma lousa, onde são colocados todos os custos do local: aluguel, recursos humanos, água, luz, telefone, taxa do cartão de crédito, embalagens, segurança, alarme, entre outras coisas.

O que encontramos no Instituto Chão... No local há uma feira de produtos orgânicos, uma mercearia e um café com preços justos. As pessoas que vendem para o local são pequenos produtores de produtos orgânicos. Quando o Instituto, foi fundado, a equipe tinha a ideia de fazer com que as pessoas que tivessem menos começassem a viver melhor e desde a inauguração, há pouco mais de um ano, eles já conseguiram ver que mudaram de alguma maneira a vida desses pequenos produtores. A nossa opinião é que seria muito justo que todos tivessem a consciência da importância dessas doações para que esse trabalho continuasse acontecendo e inspirando outras pessoas a pensarem de forma coletiva.


A equipe e a divisão do trabalho... Com o passar do tempo, foram entrando novas pessoas na equipe que é formada por 11 pessoas. Cada um passou a contribuir com uma nova ideia que foram se somando e transformando esse espaço no que é hoje. A divisão do trabalho também é muito justa, todo mundo faz tudo. A partir de uma escala básica do que precisam realizar, organizam as tarefas de forma que todos passem por todos os setores: café, feira, caixa, recebimento de produtos, colocação de preço, faxina, lançamento de notas, pagamento de contas. Para deixar tudo bem certinho e analisar o andamento das coisas, toda semana acontece uma reunião de equipe. O trabalho entre eles acontece de forma harmônica. Ninguém é chefe de ninguém e um é complemento do trabalho do outro. Todas as decisões são tomadas em conjunto e sempre que precisam fazem votação. Como em geral todo mundo pensa de maneira muito parecida, as coisas se tornam mais fáceis. A equipe do Instituto Chão tem uma maneira muito justa de dividir os salários, que são pagos de acordo com as necessidades de cada um. Quem tem mais recursos financeiros ganha menos e quem tem menos, ganha mais.


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Por que escolher os orgânicos? Uma plantação de alface orgânica é muito menor do que as de alfaces normais. Só que as grandes plantações são feitas por máquinas, não por humanos. Os produtos orgânicos são plantados por pessoas, que vão regar, adubar de forma natural, se tiver uma praga, vão usar outros recursos que não sejam venenos, vão cuidar e depois colher de forma muito mais saudável. Produtos com agrotóxicos tem veneno porque são produzidos em grande escala, não tem o cuidado com o solo. Quando um solo é prejudicado, por veneno, causa muitas doenças, pois esses produtos tóxicos inevitavelmente vão parar na nossa alimentação. Os produtos orgânicos são de produção pequena, em geral, o produtor dá muita atenção ao solo, não coloca agrotóxicos e não prejudica os animais. A maioria das produções orgânicas é feita por pequenos grupos ou famílias, onde não há hierarquia. Todos os produtores que fazem parte da feira do Instituto Chão, são certificados e os documentos ficam disponíveis para todos que quiserem consultar.


A expansão da ideia e os projetos futuros... Muitas pessoas têm se interessado em conhecer esse modelo de trabalho, por isso, a equipe do Instituto Chão, vai a diferentes lugares como escolas, faculdades, projetos sociais, entre outros locais para explicar essa proposta e o que os motiva a pensar dessa forma. A vontade da equipe, é que outras pessoas abram mais lugares como esse. Um dos projetos que eles pensam para o futuro, é abrir uma filial na periferia só que sem cobrar doações. Pensam em vender tudo pelo preço que pagam, sendo cobertos pelas doações de pessoas que compram na matriz da Vila Madalena, pois as pessoas nesse bairro têm melhores condições de vida do que as que moram na periferia. A equipe ainda não produz seus próprios alimentos orgânicos, mas tem vontade de produzir futuramente. A ideia é que um dia possam comprar uma terra certificada orgânica, para plantar e vender alimentos muito mais baratos do que já vendem.


INSTITUTO CHAO

Instituto Chão visto de

Turmas do ateliê MP no Ar/Cultura Digital durante bate-papo com Agatha Fernandes, integrante da equipe, que nos contou toda a história do Instituto Chão

Lousa onde está marcada a previsão de todos os custos mensais para que as pessoas compreendam a importância de suas doações

Para saber mais sobre o Instituto Chão, clique no link: http://www.institutochao.org/ https://pt-br.facebook.com/institutochao/ Endereço: Rua Harmonia, 123 - Vila Madalena Telefone: (11) 3530-0907 Dias de funcionamento: de 3ª a 6ª feira Horário: Das 8hs às 15hs

Nas outras lousas, explicações de formas divertida e concisa de como funciona o Instit


e cima do mezanino

tuto Chão

Em nossa visita, fomos recebidos com um delicioso lanche orgânico feito com produtos que são vendidos no local

Corredor lateral do café do local

Turmas do ateliê MP no Ar/Cultura Digital durante visita ao Instituto Chão


Os pilotos Max Wilson e Ricardo Mauricio, patrocinados pela Eurofarma na categoria Stock Car, visitaram a sede do MP Itapevi e nesse encontro nos contaram fatos interessantes sobre suas carreiras. Confira a entrevista.

A.C: Com quantos anos vocês passaram a ter interesse pelas corridas? Ricardo: Eu sempre gostei de carro, sempre assisti Fórmula 1. A primeira vez que tive contato com algo relacionado à corrida foi aos 10 anos de idade, quando fiz dois cursos, um de mini bug e outro de kart e acabei correndo. Minha primeira corrida foi em outubro de 1989, foi quando iniciei minha carreira. São vinte e oito anos de automobilismo. Max: Eu comecei com 11 anos de idade, mas já gostava de carro desde os 6 anos. Comecei a acompanhar corrida com 7, anos. Passei a andar de kart com 10 e desde então, nunca mais parei.


Max Wilson

Ricardo Mauricio


A.C: Como se aprende a ser piloto de automobilismo? Max: O automobilismo, por incrível que pareça é um esporte que não existe um professor ou técnico igual futebol, basquete e outros esportes. Então, geralmente os pilotos vão para as pistas de kart e as equipes acabam dando algumas dicas, mas se aprende mesmo é observando e conversando com outros pilotos mais experientes. É um tipo de esporte que vai muito do talento de cada um.

A.C: Percebemos que no automobilismo sempre levantam bandeiras na pista. Para que elas servem? Ricardo: As bandeiras servem para a comunicação com os pilotos. Tem postos de sinalização no circuito onde fica uma pessoa com as bandeirinhas para dar algum aviso aos pilotos. Cada bandeira serve para uma coisa, por exemplo, quando tem acidente na pista, levantam a bandeira amarela, também tem a quadriculada, que é quando você chega na corrida, entre outras. Mas, é sempre um sinal para alguma comunicação.


A.C: Como foi a sensação na primeira corrida da vida de vocês? Max: Eu comecei no kart e logo na minha primeira corrida consegui subir no pódio, em 5º lugar. Já gostava bastante de automobilismo e começar bem, foi algo que me marcou muito. Acho que isso me ajudou bastante a tomar uma decisão na minha carreira. Daí, o sonho foi crescendo a cada ano que passava e vieram novas vontades de conquistar corridas.

Ricardo Mauricio e Max Wilson durante entrevista


A.C: Vocês pensam em se tornar pilotos de Fórmula 1? Max: Na verdade, o sonho de qualquer piloto no Kart é chegar na Fórmula 1, mas, como é uma categoria muito restrita e extremamente cara, não tem tantas oportunidades, não tem muita movimentação de troca de pilotos, sempre se mantém os mesmos. Na Stock Car também é um pouco assim, é difícil ver pilotos entrando ou saindo, sempre ficam aqueles que já tem bastante experiência nos carros. O nosso foco era chegar à Fórmula 1, mas isso não aconteceu e hoje estamos super felizes na Stock Car que é uma categoria muito legal também.

A.C: Qual é a velocidade máxima que vocês atingem nas corridas? Ricardo: Num circuito de competição, chega a mais ou menos 270 Km/h porque as retas de um circuito chegam a pouco mais de 1 km. Mas, esses carros que a gente corre, já foram colocados numa reta bem longa, de uns 8 km e chegou a 345 km/h. Essa é a máxima velocidade.


A.C: Como começou a história de vocês nas corridas da Eurofarma, como se sentem fazendo parte dela e há quanto tempo trabalham juntos? Max: Na verdade, fomos contratados pela Eurofarma no mesmo ano, 2009. Começamos juntos. O Ricardo já corria na Stock Car, desde 2004. Ele foi campeão em 2008 por uma outra equipe. Eu, até 2009, corria fora do Brasil e quando voltei, passei a fazer parte da equipe da Eurofarma. Então, já faz oito anos que estamos na mesma equipe. Mas, a gente se conhece desde a época do kart, desde criança. A nossa parceria é de longa data. Em 1999 já tínhamos pilotado pela mesma equipe também. Hoje em dia, não tem nenhuma outra equipe com dois pilotos que já tenham conquistado títulos de campeões. Apesar de sermos concorrentes, a gente se ajuda. Ele quer ganhar a corrida e eu também quero, mas a gente se respeita muito. E, para nós, é uma honra poder representar uma empresa diferenciada, que tem princípios e valores tão importantes, como por exemplo, manter um Instituto tão legal como esse de vocês. Carregar o nome de uma empresa assim no nosso carro, é muito gratificante e nos motiva a fazer um trabalho da melhor maneira possível dentro das pistas.

Turma do ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital durante entrevista com Max Wilson e Ricardo Mauricio


A.C: Como é a preparação de um piloto para participar de uma corrida? Max: A sede da equipe que a gente pilota fica em Curitiba e como moramos em São Paulo, temos que nos comunicar bastante com a equipe por telefone e, de vez em quando, vamos até lá para falar com os engenheiros e os mecânicos, que são as pessoas que preparam nossos carros. Mas, sempre estamos em contato, mesmo não sendo ao vivo. Fora isso, temos que trabalhar bastante na preparação física porque é bem desgastante. Dentro do carro, por exemplo, a temperatura é bem alta, chega a mais ou menos 50ºC, faz bastante calor. Hoje em dia na Stock Car, temos duas corridas todo final de semana e a gente fica dentro do carro por 1h30 somando as duas corridas. Então, temos sempre que fazer uma preparação física, manter contato com a equipe, tentando buscar uma maneira de trabalhar melhor, de fazer o carro mais veloz, de aperfeiçoar seja lá o que for em termos de técnicas, vantagens e estratégias de corrida para tentar chegar nas pistas e alcançar o melhor resultado possível.

A.C: Vocês já sofreram algum acidente? Max: Já. Como estamos no automobilismo há bastante tempo, sempre andando no limite, fazendo ultrapassagens com outros competidores, esse risco aumenta bastante. Os acidentes são coisas que acontecem, acabam sendo naturais. Mas, graças a Deus, nunca nos machucamos gravemente.


Turma do ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital durante entrevista com Max Wilson e Ricardo Mauricio

A.C: Se vocês não fossem pilotos, o que vocês gostariam de ser? Ricardo: Piloto (risos)... Na verdade, não sei. Desde cedo, eu já tinha uma certeza muito grande que queria isso, então, nunca pensei em fazer outra coisa. Max: Eu gosto de jogar tênis, mas pra ser tenista, teria que crescer mais 1 metro (risos)... Eu sempre gostei de esporte desde criança, então, se eu não fosse piloto, provavelmente, gostaria de fazer outro esporte. Outra área que sempre me interessou muito foi Direito, mas, a minha paixão mesmo é o automobilismo.


A.C: Como são organizados os campeonatos da Stock Car? Max: Existem algumas regras. Primeiramente, os pilotos tem que ter uma carteira de graduação máxima para participar da categoria Stock Car. Então, o piloto tem que ter passado por outras categorias anteriores e, assim, adquirir mais experiência. Todos da equipe têm que ter uma licença para participar dessa categoria e muita experiência para poder participar de um campeonato. Hoje a Stock Car tem doze corridas, que são feitas em etapas. A cada final de semana, tem duas corridas normalmente. Os carros são iguais pra todos os pilotos e equipes. O que difere na performance é justamente os acertos, mas as equipes preparam os carros da melhor maneira possível. As doze etapas acontecem em várias cidades, como por exemplo, São Paulo, Curitiba, Minas Gerais, Londrina, Rio Grande do Sul e outras cidades do Brasil. E quem chegar no final do ano com mais pontos, ganha o campeonato.

Ricardo Mauricio e Max Wilson Foto retirada do site: https://br.pinterest.com/eurofarma/stock-car-eurofarma-rc/


A.C: Que momento foi mais marcante na carreira de vocês? Ricardo: Eu acho que todos os momentos de uma carreira são importantes, todas as conquistas que a gente vai obtendo são marcantes. As fases que vamos passando, as primeiras vitórias, quando começamos a subir de categoria... Cada nova fase tem uma importância porque em cada uma, aprendemos um pouco mais. Claro que os títulos e as vitórias são melhores, mas duram pouco, é rápido. A gente ganha uma corrida, comemora e daqui a pouco, já vai pra próxima. A gente costuma falar que no automobilismo se tem mais derrotas do que vitórias. Então, é um esporte difícil. E é importante saber que a gente não ganha sozinho, tem uma equipe por trás. São muitas pessoas fazendo tudo aquilo acontecer, dando o seu melhor, se dedicando ao máximo. É como o trabalho de vocês aqui, estão todos se dedicando para uma mesma coisa. Todos estão juntos numa equipe. Então, para mim, cada momento, cada conquista tem uma grande importância. Max: Eu também vejo assim. Cada conquista é uma ponte. É uma grande satisfação representar todo o trabalho feito pela equipe. Mas, os melhores momentos são aqueles em que acontecem as conquistas, os momentos que ganhamos junto com os mecânicos e engenheiros que trabalham dia e noite preparando os carros da melhor maneira possível. A conquista de um campeonato é a retribuição de todo o esforço que a gente sabe que existe por trás do momento da corrida. Na verdade, estamos lá representando um trabalho que foi feito na oficina e de todos que nos apoiam durante o ano inteiro. Então, a gente fica bastante contente porque é uma vitória de todos.

A.C: Como é trabalhar com um esporte que está sempre colocando a vida em risco? Max: Quando estamos envolvidos num esporte que coloca a vida em risco, como o automobilismo, a gente tem que fazer uma coisa que, na verdade, é o que tem que ser feito em qualquer situação de trabalho, que é respeitar o que se está fazendo. Tudo o que a gente faz nas pistas é apoiado em uma técnica. Temos consciência dos riscos envolvidos e, por isso, respeitamos até onde podemos ir com o carro. Nunca perder a cabeça e fazer alguma coisa que o resultado final possa ser um acidente. Tendo esse respeito, a gente consegue minimizar os riscos.


A.C: Por que o esporte é importante? Ricardo: O esporte é muito importante na vida de todo mundo, principalmente para quem é criança e adolescente porque cresce já entendendo essa importância. Eu não consigo ver a atividade física fora do meu cotidiano. Acho que qualquer esporte faz com que a pessoa se desenvolva muito melhor. A gente consegue levar muitas coisas que aprendemos no esporte para a vida, como por exemplo, trabalhar em grupo mais facilmente, a cooperar e competir com respeito. Max: O esporte traz muita disciplina. Você aprende que a dedicação faz uma diferença enorme para o resultado final da competição. Aprende que para ter um bom desempenho, tem que estar bem, sabe que tem que descansar, então, aprende a fazer as escolhas certas. É muita sorte trabalhar com o que a gente gosta, mas foi necessário bastante esforço da nossa parte e nós aprendemos isso com o esporte. A nossa família também sempre nos apoiou. É como vocês nos ateliês do Projeto MP, tem que ter muita dedicação em tudo o que fazem, não é?! Se a gente quer que a carreira tenha êxito, se quer alcançar objetivos, tem que se dedicar muito. O esporte ajuda a ter essa consciência.

“ É I M P O R TA N T E S A B E R Q U E A G E N T E NÃO GANHA SOZINHO, TEM UMA E Q U I P E P O R T R Á S . S Ã O M U I TA S P E S S O A S FA Z E N D O T U D O A Q U I LO ACONTECER, DANDO O SEU MELHOR, S E D E D I C A N D O A O M Á X I M O ”. (MAX WILSON)


A.C: Quais são seus planos futuros? Ricardo: Ganhar mais corridas, mais títulos... (risos). Acho que a gente sempre almeja vitórias e títulos. De vez em quando a gente faz corridas internacionais, então, pretendo continuar fazendo essas corridas que é uma coisa que gosto muito. São corridas longas que duram de 12 a 24 horas, nas quais acabamos dividindo o carro com outros pilotos. Também pretendo me manter na Stock Car, que me permite estar próximo à minha família, pois eu sou casado e tenho duas filhas. Estou muito bem junto à Eurofarma, que é um ótimo patrocinador. Espero ficar com eles um bom tempo, quem sabe até quando for me aposentar na Stock Car. Tenho muito orgulho em estar com eles e junto com a nossa equipe.

Turma do ateliê Matéria-Prima no Ar/Cultura Digital com os pilotos Max Wilson e Ricardo Mauricio


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