G N A R U S |1
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GNARUS |2
Revista Eletrônica Acadêmica/Gnarus Revista de História. Vol.6, n.6 (jul – dez 2015). Rio de Janeiro, 2015 [on-line]. Semestral. Gnarus Revista de História Disponível no Portal Simonsen em: www.gnarusrevistadehistoria.com.br ISSN 2317-2002 1. Ciências Humanas; História; Ensino de História
Sumário
AO
LEITOR
S
e de início na sua história o homem
Esta é uma de nossas ambições, uma ode ao
necessita de crenças e juízos prontos
pensamento expresso na palavra, na linguagem.
(nas formas de senso comum ou mito)
Se a palavra, que distingue o homem de todos os
a fim de serenar a agonia diante do
outros seres vivos, se encontra fortalecida na
caos e adquirir garantias para agir, com o tempo
possibilidade de expressão, é o próprio homem
viu que ele seja capaz de “reintroduzir o caos”,
que se humaniza. Além disso, para que o
criticando as certezas e verdades sedimentadas,
distanciamento da ação seja possível, o homem
abrindo frestas e fendas no “já sabido”, de
faz uso da atividade coletiva, e na linguagem da
maneira a impetrar novas interpretações da
Gnarus que ao representar o mundo na palavra
realidade.
acadêmica, faz presente no pensamento o que a
está ausente e comunica-se com o outro, com o
esclerosar-se no costume, nos clichês, na
mundo e o homem. Assim sendo, nosso trabalho
superstição, no preconceito, no rigor das
se realiza então.
Todo
conhecimento
oferecido
tende
“escolas”, nas ideologias, no tempo. Esse
Nos trabalhos deste número, a palavra de
pela
nossos colaboradores nos leva a muitos mundos,
construção de novas hipóteses e pelo despertar
o dos vivos, o dos mortos, o dos heróis, das
de novas sensibilidades. É pelo empenho
mulheres, dos deuses, da barbárie, da música, da
resultante do questionamento, que o saber tende
política, dos pecados, dos guerreiros e muitos
a se tornar cada vez mais complexo, geral e
outros. Portanto buscamos somente um pouco de
abstrato, que a razão forma o trabalho de
ordem para nos proteger do caos. Nada é mais
conceituação. A atuação do homem, de início
doloroso, mais aflitivo do que um pensamento
fixada ao mundo, é lentamente esclarecida pela
que esquiva a si mesmo, ideias que escapam, que
razão, que consente “viver em pensamento” a
esvanecem apenas tracejadas, já desgastadas
circunstância que ele anseia compreender e
pelo esquecimento ou precipitadas em outras,
transformar.
que também não dominamos.
conhecimento
deve
ser
revigorado
Este processo se dá no campo da representação máxima que é a palavra, é pela palavra que somos capazes de nos colocar no tempo, lembrando o que aconteceu no passado e antecipando o
Venham mais uma vez a navegar rumo ao ALetheia.1
Fernando Gralha
futuro pelo pensamento. Se a linguagem, através da representação simbólica e abstrata, permite o distanciamento do homem em relação ao mundo, ao mesmo tempo é o que permitirá seu retorno ao mundo para modificá-lo. Logo, se não tem oportunidade de desenvolver e aprimorar a linguagem, o homem torna-se impossibilitado de compreender e atuar sobre o mundo que o cerca.
1 Sobre o A-Letheia ver “Ao Leitor” Gnarus, nº 1.