Como a Definição se Transformou ao Longo da História
O Papel da Estética na Arte Contemporânea
Fragmentos, Singularidade e Reconhecimento
A arte é a mentira que nos permite compreender a verdade.
Nesta edição, falaremos do livro “Iconografia: pesquisa e aplicação em estudos de Artes Visuais, Arquitetura e Design” Este livro materializa a multiplicação dos resultados do curso intensivo internacional realizado no Museu de Arte da Bahia (MAB), coordenado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFBA. São treze artigos de pesquisadores brasileiros e portugueses que se debruçam sobre o protagonismo da imagem e a linguagem figurativa, ponto de partida para análises iconográficas em múltiplos contextos.
Como colunista e pesquisadora, vejo nesta coletânea um mapa útil para quem precisa ler imagens com precisão e sensibilidade O mérito está em cruzar teoria e campo, oferecendo ferramentas para artistas, designers e arquitetos: do reconhecimento de motivos, contextos históricos e códigos culturais à tradução visual em projetos, cenografias, marcas e curadorias Também aprecio a diversidade de casos, que vai do patrimônio ao ambiente digital, estimulando leituras críticas das imagens que nos cercam.
Se você busca ampliar repertório e fundamentar escolhas visuais, esta é uma leitura essencial. Que tal adotar o livro como guia de estudo no ateliê ou sala de aula? Invista no seu olhar e deixe que a iconografia ilumine suas próximas criações, com rigor e poesia visual
A criatividade exige coragem.
OQUEÉARTE,AFINAL?
Como a Definição se Transformou ao Longo da História
A pergunta “o que é arte?” sempre desafiou filósofos, críticos e artistas. A definição de arte não é fixa; ela se molda de acordo com o tempo, a cultura e a sociedade. Na Grécia Antiga, arte era sinônimo de téchne, algo ligado ao fazer, ao domínio técnico e à habilidade. Já na Idade Média, a arte se confundia com devoção, sendo principalmente um instrumento de exaltação religiosa.
Com o Renascimento, surge uma nova concepção: a arte passa a ser vista como expressão da genialidade humana, fruto da reflexão e da busca pela verdade e beleza.
Mais tarde, no Romantismo, a ênfase recaiu na subjetividade, na emoção e no papel do artista como alguém capaz de traduzir sentimentos universais
No século XX, movimentos como o Dadaísmo e o Conceitualismo romperam completamente com as definições tradicionais, mostrando que a arte não precisa ser bela ou funcional, mas pode ser provocação, ideia ou protesto Hoje, na era digital, a arte se expande para universos virtuais, NFT’s e instalações interativas, questionando novamente:
será que a arte está em sua forma, em seu conceito, ou na reação que provoca?
O que permanece constante é o poder transformador da arte um espelho da humanidade em todas as suas fases. E talvez o mais importante não seja definir o que é arte, mas vivê-la em suas múltiplas possibilidades.
Deixe-se inspirar, explore diferentes expressões e não tenha medo de criar ou apreciar: afinal, a arte é, acima de tudo, um reflexo da nossa própria existência
Habilidades que levam
você adiante
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ENTRE O BELO E O PROVOCATIVO
OPAPELDAESTÉTICANAARTECONTEMPORÂNEA
A estética sempre ocupou um lugar central na arte, desde os cânones da Grécia Antiga até os movimentos modernos que romperam com tradições seculares. Mas na arte contemporânea, a relação entre o belo e o provocativo se tornou um campo de tensões e possibilidades. O que antes era avaliado pelo equilíbrio, pela harmonia ou pela perfeição formal, hoje é questionado pela força do impacto, pelo desconforto que causa ou pela capacidade de dialogar com questões sociais e existenciais.
No cenário atual, muitas obras não buscam ser “agradáveis” aos olhos, mas sim provocar reflexões, debates e até confrontos A estética da provocação não é um abandono da beleza, mas uma reformulação do que consideramos belo A ruptura com padrões tradicionais cria novos parâmetros: o choque pode ser uma forma de beleza, assim como a subversão pode ser profundamente poética. É importante destacar que a estética contemporânea exige do público um novo papel Não basta mais contemplar; é preciso participar, questionar e até se posicionar
O espectador se torna parte ativa da experiência estética, seja diante de uma pintura vibrante que desafia padrões cromáticos, seja diante de uma instalação que expõe fragilidades humanas.
Essa estética híbrida, que oscila entre o belo e o perturbador, nos obriga a repensar nossas próprias percepções
Afinal, até que ponto o belo pode estar no desconforto? Até que ponto a provocação pode ser uma forma de revelação? A arte contemporânea nos mostra que o belo e o provocativo não são polos opostos, mas dimensões que se entrelaçam em busca de significado. É nesse entrelaçamento que a estética ganha força e atualidade, tornando-se não apenas uma questão de forma, mas de conteúdo e impacto
Ao observarmos as obras de hoje, devemos ir além da aparência e permitir que o diálogo entre beleza e provocação nos transforme. Pois, no fim, a arte não é apenas sobre o que vemos, mas sobre o que sentimos e pensamos diante dela
Cada obra de arte é um pedaço da alma do artista.
Denilce Meirelles
FRAGMENTOS
ALCANCE
Ela transita entre técnicas de óleo sobre tela (OST), aquarela seca (AST), pintura mista, spray e mascaramento sempre em busca de novas experimentações A tecnologia também entra como aliada, ajudando a planejar composições e expandir o alcance de seu trabalho, sem substituir o gesto humano que dá alma às suas criações.
Singularidade
Atualmente, a artista celebra sua primeira exposição individual, “Cores e Dores”, um marco de amadurecimento criativo e de reconhecimento de sua voz singular
INTERNACIONAL
A arte de Denilce Meirelles é um convite a olhar além da superfície, a enxergar beleza mesmo nas dores e a reconhecer a força que nasce da vulnerabilidade Suas telas não são apenas composições estéticas, mas narrativas vivas de superação e esperança Denilce destaca a importância de iniciativas que valorizam artistas de diferentes estilos e trajetórias e diz:
“O que mais me inspira na iniciativa da Revista Creator é a valorização da autenticidade e da diversidade artística Ela nos lembra que há espaço para a arte com verdade, com emoção, com identidade.”
Descubra mais sobre sua trajetória e mergulhe no universo de “Cores e Dores”. Acesse a edição especial da Revista Creator em nosso site e permita-se ser tocado pela intensidade e pela poesia visual de Denilce Meirelles.
www revistacreator com
ONDE ESTÃO AS FRONTEIRAS (SE É QUE EXISTEM)
A distinção entre arte e entretenimento sempre foi tema de debates intensos. Enquanto a arte, em sua essência, busca provocar reflexão, expressar emoções profundas ou desafiar paradigmas, o entretenimento se concentra na leveza da experiência imediata, no prazer instantâneo e no consumo rápido No entanto, ao longo da história, essas fronteiras se mostraram cada vez mais difusas. O cinema, por exemplo, nasceu como entretenimento popular, mas rapidamente conquistou espaço como a chamada “7ª arte”, capaz de unir beleza estética, linguagem autoral e impacto cultural Da mesma forma, os videogames, antes vistos apenas como diversão, hoje ocupam museus e galerias como expressões artísticas legítimas Talvez a verdadeira diferença não esteja na forma ou no meio, mas na intenção: uma obra pode ser entretenimento e arte ao mesmo tempo se carregar consigo propósito, linguagem própria e a capacidade de transformar quem a vivencia
A arte contemporânea intensificou esse diálogo ao explorar a estética do espetáculo, aproximandose das linguagens do entretenimento para ampliar seu alcance. Performances que se assemelham a shows, instalações interativas que convidam o público a “brincar” e obras digitais que circulam nas redes sociais exemplificam esse cruzamento. O risco, claro, é a superficialidade: quando a busca pelo engajamento imediato sufoca a profundidade crítica Mas, por outro lado, essa fusão também abre caminhos inéditos de conexão, levando a arte a públicos que antes não se interessavam por ela Assim, a questão talvez não seja separar arte de entretenimento, mas compreender como ambos se alimentam e se enriquecem mutuamente. Ao consumidor e ao criador cabe o papel de não se contentar com o raso, mas buscar o que expande horizontes Permita-se ser tocado tanto pelo encantamento quanto pela provocação e descubra como a arte, em todas as suas formas, pode transformar sua maneira de ver o mundo.
A Street Art e o Grafite
De Keith Haring a Banksy
A arte de rua, ou street art, tem se consolidado como uma das formas mais revolucionárias e impactantes de expressão artística nas últimas décadas Surgindo das periferias urbanas, o grafite e seus derivados ganharam visibilidade mundial, desafiando as convenções da arte tradicional e, ao mesmo tempo, refletindo as questões sociais, políticas e culturais mais prementes de cada época De Keith Haring a Banksy, esses artistas não apenas adornaram as paredes das cidades, mas também transformaram o próprio conceito de arte
Keith Haring, com seus desenhos vibrantes e simbólicos, foi um dos pioneiros a levar o grafite para além das ruas Sua arte envolvia elementos de pop art e cultura de rua, abordando questões como a AIDS e os direitos humanos Haring usou o espaço público como uma galeria ao ar livre, democratizando a arte e tornando-a acessível a todos, independentemente de classe social ou origem
Banksy, talvez o nome mais reconhecido da arte urbana contemporânea, é um exemplo claro do poder da street art Seus murais, que frequentemente possuem um tom subversivo e crítico, abordam temas como o consumismo, a política e as desigualdades sociais A identidade de Banksy permanece um mistério, o que só aumenta o fascínio por seu trabalho e sua capacidade de fazer reflexões profundas utilizando as ruas como palco Esses artistas quebraram fronteiras e desafiaram a noção tradicional de que a arte deve ser confinada a galerias e museus A arte de rua é uma maneira de democratizar o acesso à cultura, tornando-a parte do cotidiano das pessoas Você também pode se expressar através da arte urbana! Seja criativo, observe as ruas e crie sua própria visão Não há limites para a arte quando ela vem da alma e se conecta com o público
A arte não reproduz o que vemos. Ela nos faz ver.
Desmistificando o Algoritmo das Redes Sociais
Na era digital, o talento por si só já não garante visibilidade Plataformas como Instagram, TikTok e YouTube utilizam algoritmos complexos que decidem quem verá o seu trabalho Para muitos artistas, isso parece um mistério intransponível mas, na verdade, compreender o básico pode transformar sua presença online
O algoritmo prioriza conteúdos que geram engajamento rápido: curtidas, comentários, compartilhamentos e tempo de visualização Isso significa que publicar com consistência, incentivar interações e criar conteúdos que prendam a atenção nos primeiros segundos é essencial Além disso, elementos como hashtags estratégicas, legendas envolventes e uso inteligente de tendências aumentam suas chances de ser descoberto CREATOR
Na coluna de hoje, quero refletir sobre a arte como forma de protesto esse grito silencioso que, muitas vezes, ecoa mais alto que qualquer manifesto político.
Sempre vi a arte como um espelho que não apenas reflete o mundo, mas também o confronta. Seja no mural de rua que denuncia injustiças, na música que expõe verdades incômodas ou na performance que incomoda pela ousadia, a arte provoca diálogos que outros meios evitam.
O poder do protesto artístico está justamente na sua sutileza e na sua força simbólica Ele atravessa barreiras, fala todas as línguas e atinge onde discursos formais não chegam: no emocional
Se você é artista, não subestime o alcance da sua voz criativa Cada traço, nota ou gesto pode acender questionamentos e, quem sabe, mudar mentalidades