Revista Xonguila Nº63

YARA COSTA

Entre mares e memórias Between seas and memories

KAYA 2023

Festival Internacional de Dança International Dance Festival

COMARP FÓRUM

Um marco transformador A transformative milestone

KIONI

Literatura, tradições e sustentabilidade Literature, traditions, and sustainability

Fotografia: Cortesia de Joana Vasconcelos / Kioni

Literatura infantil moçambicana entrelaçando capoeira, costumes e sustentabilidade

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Kioni é, sem dúvida, uma jornada literária que promete continuar a enriquecer, educar e inspirar.

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Literatura infantil moçambicana entrelaçando capoeira, costumes e sustentabilidade

O

universo literário infantil tem como finalidade mais do que apenas entreter; deve educar, sensibilizar e reflectir a rica conjuntura cultural de uma nação. Foi com essa premissa que nasceu "Kioni, A Pequena Mandingueira", um projecto literário inovador centrado na valorização da cultura moçambicana e na promoção de valores sustentáveis. É uma série em que a rica diversidade cultural de Moçambique é uma constante. Desde a pequena aldeia onde a história se desenrola, passando pelas interacções diárias dos personagens, até aos detalhes nas ilustrações, tudo respira moçambicanidade.

Fotografia: Cortesia de Joana Vasconcelos / Kioni

Há cerca de 7 anos, a criadora de Kioni, Joana

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Vasconcelos, identificou uma lacuna na literatura infanto-juvenil relacionada com a capoeira, arte desenvolvida por descendentes de escravos africanos no Brasil com a qual tinha uma relação profunda abrangendo mais de duas décadas. Enquanto a capoeira harmoniza movimentação, musicalidade, ludicidade e uma potente herança histórica, faltavam na literatura histórias que retratassem estes conceitos tão intrínsecos a esta arte: respeito, partilha, amizade, ancestralidade. Assim, nasceu o desejo de criar uma obra literária que fizesse jus a tal riqueza. A pausa imposta pela pandemia da covid-19 acabou por ser a oportunidade perfeita para dar vida ao projecto. Em 40 dias, a criadora desenvolveu uma colecção completa de 8 livros que

mergulham no universo encantador de Kioni, uma pequena mandingueira que se tornaria um ícone para crianças em Moçambique e além-fronteiras.

Kioni representa a moçambicanidade, o resgate de brincadeiras tradicionais, a importância da amizade, da partilha e do respeito. Diferente dos super-heróis convencionais que voam ou empunham espadas mágicas, a força de Kioni está na sua essência, representando a força interna que reside em cada criança.

caminho para a exploração da capoeira, do brincar tradicional moçambicano e da conexão com a rica tapeçaria cultural do país. Com o apoio de parceiros como o Ministério da Cultura, a Livraria Sequoia, o Centro Cultural Brasil-Moçambique, a Embaixada da Irlanda e a UNICEF, Kioni tornou-se mais do que um livro, transformando-se num instrumento para abordar assuntos sociais relevantes, promover a literacia e valorizar a cultura moçambicana.

E como se mede o impacto de um projecto destes? A aceitação da obra foi clara e diversificada. De imediato apareceram desde bonecas de pano feitas à semelhança de Kioni e escolas adaptando as histórias para peças teatrais, até à adopção do tema Kioni para festas de aniversário. Esse carinho do público é uma prova cabal do sucesso e relevância do projecto. A obra foi além das fronteiras moçambicanas, estando traduzida para o francês e sendo vendida em países como a França e a Suíça.

Mas o sucesso e inovação do projecto não estiveram isentos de desafios. Mergulhar no mundo literário, conciliar a rotina e lidar com incertezas são desafios que qualquer criador enfrenta, no entanto, o carinho e apoio da comunidade – verdadeira "aldeia" que se uniu em torno de Kioni – foram essenciais para superar essas barreiras.

"Kioni, A Pequena Mandingueira" não se restringe à de leitura. O projecto foi concebido para ser uma experiência imersiva que se estende à musicalidade, jogos tradicionais e sessões de storytelling, proporcionando diversas actividades educativas e lúdicas. O universo da personagem abre

E o futuro? Os fãs de Kioni podem esperar por mais aventuras e descobertas. Dos 8 livros planeados, apenas dois foram lançados, garantindo que muitas mais histórias e ensinamentos virão.

Kioni é, sem dúvida, uma jornada literária que promete continuar a enriquecer, educar e inspirar.

E, como numa roda de capoeira, o movimento não pára; ele apenas muda de ritmo e direcção, levando consigo a paixão e propósito de partilhar a cultura moçambicana com o mundo.

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Fotografia: Cortesia de Joana Vasconcelos / Kioni

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Diferente dos super-heróis convencionais que voam ou empunham espadas mágicas, a força de Kioni está na sua essência, representando a força interna que reside em cada criança.

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Mozambican children's literature interweaving capoeira, customs and sustainability

T

he purpose of children's literature is more than just to entertain; it should educate, sensitise and reflect the rich cultural background of a nation. It was with this premise that "Kioni, A Pequena Mandingueira" was born, an innovative literary project centred on valuing Mozambican culture and promoting sustainable values. It's a series in which Mozambique's rich cultural diversity is a constant. From the small village where the story takes place, through the characters' daily interactions, to the details in the illustrations, everything breathes Mozambicanness.

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About seven years ago, the creator of Kioni, Joana Vasconcelos, identified a gap in children's literature related to capoeira, an art developed by descendants of African slaves in Brazil with which she had a deep relationship spanning more than two decades. While capoeira harmonises movement, musicality, playfulness and a powerful historical heritage, there was a lack of stories in literature that portrayed these concepts so intrinsic to this art: respect, sharing, friendship and ancestry. Thus was born the desire to create a literary work that would do justice to such richness. The pause imposed by the covid-19 pandemic turned out to be the perfect opportunity to bring the project

And how do you measure the impact of a project like this? The acceptance of the work was clear and diverse. From rag dolls made in Kioni's likeness and schools adapting the stories for theatre plays, to the adoption of the Kioni theme for birthday parties, there was an immediate response. This public affection is ample proof of the project's success and relevance.

The work has gone beyond Mozambican borders, being translated into French and sold in countries such as France and Switzerland.

"Kioni, A Pequena Mandingueira" is not restricted to reading. The project is designed to be an immersive experience that extends to musicality, traditional games and storytelling sessions, providing various educational and entertaining activities. The character's universe opens the way to exploring

capoeira, traditional Mozambican play and connecting with the country's rich cultural tapestry.

With the support of partners such as the Ministry of Culture, Livraria Sequoia, the Brazil-Mozambique Cultural Centre, the Irish Embassy and UNICEF, Kioni has become more than just a book, it has become an instrument for addressing relevant social issues, promoting literacy and valuing Mozambican culture.

But the project's success and innovation were not without their challenges. Immersing oneself in the literary world, reconciling routine and dealing with uncertainty are challenges that any creator faces, yet the affection and support of the community a veritable "village" that has united around Kioni have been essential in overcoming these barriers.

What about the future? Kioni fans can look forward to more adventures and discoveries. Of the 8 books planned, only two have been released, ensuring that there will be many more stories and lessons to come. Kioni is undoubtedly a literary journey that promises to continue to enrich, educate and inspire. And, as in a capoeira circle, the movement doesn't stop; it just changes rhythm and direction, carrying with it the passion and purpose of sharing Mozambican culture with the world.

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Fotografia: Cortesia de Joana Vasconcelos / Kioni

to life. In 40 days, the creator developed a complete collection of 8 books that delve into the enchanting universe of Kioni, a little mandingueira who would become an icon for children in Mozambique and beyond. Kioni represents Mozambicanness, the revival of traditional games, the importance of friendship, sharing and respect. Unlike conventional superheroes who fly or wield magic swords, Kioni's strength lies in her essence, representing the inner strength that resides in every child.

4 KIONI

Literatura infantil moçambicana entrelaçando capoeira, costumes e sustentabilidade Mozambican children's literature interweaving capoeira, customs and sustainability

16 YARA COSTA

E a arte de contar histórias: Entre mares e memórias And the art of storytelling: Between seas and memories

44 COMARP FÓRUM:

Um marco transformador na comunicação, marketing e relações-públicas A transformative milestone in communication, marketing and public relations

Sumário

28 CENTRO CULTURAL MOÇAMBIQUE-CHINA

Novo grande empreendimento cultural em Maputo New major cultural development in Maputo

60 A REGRA 50-30-20

Dica essencial para uma gestão equilibrada An essential tip for balanced management

68 KAYA 2023

Festival Internacional de Dança International Dance Festival

52 ABSA BANK

Construindo um presente sustentável através da poupança Building a sustainable present through savings

84 2ª EDIÇÃO DO MODA BAÍA A evolução da elegância The evolution of elegance

102 SABIAS QUE/ DID YOU KNOW

Consumo de areia - uma prática singular e controversa Sand consumption - a unique and controversial practice

110 CINEMA 35MM

System K, ecos da vida em cena System K, echoes of life on stage

76 RELAXE

N’tendele Lodge, elegância rústica em Niassa N'tendele Lodge, rustic elegance in Niassa

36 MILLENNIUM BIM

organizou 16ª edição do Torneio de Minibasquete organized 16th Minibasket Tournament FICHA TÉCNICA/BIOS Propriedade/Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Conselho de Administração/Administrative Council: Omar Diogo, Nuno Soares, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Gestão de Conteúdos Editoriais/Editorial Content Management: Nuno Soares, Mariano Silva • Copy-desk (português): Fátima Ribeiro • Colunistas/Writers: Eliana Silva, Mariano Silva, Nuno Soares, Jaime Álvaro, Precidónio Silvério, Aayat Irfan • Tradução (Português-Inglês)/Translation (Portuguese-English): Pedro Amaral • Fotografia/ Photography: Mariano Silva • Design de Capa/Cover Design: Nuno Azevedo • Grafismo/Visuals: Omar Diogo • Infografia e Paginação/ Infographics and Pagination: Omar Diogo • Produtores Audiovisuais/Audiovisual Producers: Omar Diogo, Nuno Lopes, Ana Piedade• Gestão de Redes Sociais/ Social Media Management: Nuno Soares • Conteúdos de Marketing e Comunicação/ Marketing and Communication Contents: Omar Diogo, Nuno Azevedo • Gestão de Homepage e Edição Online/Homepage Management and Online Editing: Omar Diogo, Jorge Oliveira • Departamento Comercial/Commercial Department: Nuno Soares - comercial@xonguila.co.mz • Impressão/Printing: Minerva Print • Distribuição/ Distribution: Flotsam Moçambique, Lda • ISSN: ISSN-0261-661 • Registo/Register: 02/Gabinfo-dec/2018 • Registo de Propriedade Industrial/Industrial Property Registration: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018) Os artigos com assinatura reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, requer a autorização expressa da empresa titular da revista.

The articles reflect the authors opinion, and not necessarily the magazine opinion. All transcript or reproduction, partial or total, requires the authorization of the company that owns the magazine

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Editorial

Do Director / From the Director Estimado leitor,

Dear reader,

A Xonguila 63 não é meramente uma revista – é uma experiência. Ao virar da capa, depressa se aperceberá de que, através dela, poderá não só saber um pouco mais do que eventualmente já conhece, mas também desvendar o inexplorado e surpreendente de Moçambique. Pronto para isso?

Xonguila 63 is not just a magazine - it's an experience. As soon as you turn the cover, you'll realise that through it you can not only find out a little more about what you may already know, but also discover the unexplored and surprising things about Mozambique. Are you ready for that?

Na presente jornada terá consigo Yara Costa revelando um pouco de si e detalhes da sua nova obra, a instalação "Nakhodha e a Sereia", inspirada pela emblemática Ilha de Moçambique. Verá também o projecto de Joana Vasconcelos “Kioni, a Pequena Mandingueira”, uma série de literatura infantil que ilustra bem o poder da literatura: Kioni entretém e educa, entrelaçando a rica diversidade da cultura moçambicana com ecos da capoeira brasileira e da sustentabilidade como valor fundamental. Outro espaço de aprendizagem e entretenimento para os mais pequenos – e também de inclusão comunitária – aqui presente é o Parque das Crianças da Ponta do Ouro, que a começa tomar forma.

On this day, Yara Costa will reveal a little about herself and details of her new work, the installation "Nakhodha and the Mermaid", inspired by the emblematic island of Mozambique. You'll also see Joana Vasconcelos' project "Kioni, a Pequena Mandingueira", a children's literature series that illustrates the power of literature: Kioni entertains and educates, interweaving the rich diversity of Mozambican culture with echoes of Brazilian capoeira and sustainability as a fundamental value. Another space for learning and entertainment for the little ones - and also for community inclusion - here is the Ponta do Ouro Children's Park, which is beginning to take shape.

No domínio cultural, é com grande satisfação que registamos ainda a inauguração do Centro Cultural Moçambique-China, coincidindo com o 90º aniversário do saudoso Presidente Samora Machel, e a realização de mais uma edição do Kaya, Festival Internacional de Dança, que durante cinco dias reuniu em Maputo artistas, professores, bailarinos, DJs e entusiastas da dança de mais de 15 países.

In the cultural field, we are also very pleased to note the inauguration of the Mozambique-China Cultural Centre, coinciding with the 90th birthday of the late President Samora Machel, and the holding of another edition of Kaya, the International Dance Festival, which for five days brought together artists, teachers, dancers, DJs and dance enthusiasts from more than 15 countries in Maputo.

Por falar de eventos que já fazem ou começam a fazer tradição, teve este ano lugar a 16ª edição do Torneio de Minibasquete do Millennium bim, abrilhantado pelo entusiasmo de 1.230 jovens atletas. Na moda, retornou o Moda Baía, exibindo as novidades do Baía Mall.

Speaking of events that are already or are beginning to become a tradition, the 16th edition of the Millennium bim Minibasket Tournament took place this year, brightened up by the enthusiasm of 1,230 young athletes. In fashion, Moda Baía returned, showing off what's new at Baía Mall.

No âmbito financeiro, o Absa Bank Moçambique vem deixar algumas recomendações sobre o bem-estar pessoal e familiar, unindo-se à nossa colunista Sany Weng. O Absa dá conselhos gerais para edificar um futuro robusto, enquanto Sany explicita a regra 50-30-20, essencial para garantir uma gestão financeira equilibrada. Já no quadro da comunicação e marketing, destacamos o Fórum COMARP e o seu o impacto no sector.

On the financial front, Absa Bank Moçambique has come to give some recommendations on personal and family well-being, joining our columnist Sany Weng. Absa gives general advice on building a robust future, while Sany explains the 50-30-20 rule, which is essential for ensuring balanced financial management. As for communication and marketing, we highlight the COMARP Forum and its impact on the sector.

Finalmente, não podíamos deixar de referir que na nossa secção de curiosidades abordamos a singular e controversa prática de comer areia que se verifica em Moçambique e outras partes do mundo.

Finally, we couldn't fail to mention that our curiosities section deals with the unique and controversial practice of eating sand in Mozambique and other parts of the world.

A cada página, a cada tema, procuramos oferecer-lhe uma pequena parte do Moçambique de hoje. Desejamos-lhe, caro leitor, uma leitura enriquecedora!

Com o apoio de:

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On each page, with each theme, we try to offer you a small part of today's Mozambique. We wish you, dear reader, an enriching read!

Nuno Soares Director

Banca Corporativa e de Investimentos

Vê mais do que uma chávena de café?

Nós vemos cada passo da jornada do grão à chávena. Agricultores, transportadores, armazenistas, distribuidores e retalhistas, trabalhando juntos para garantir que o seu dia comece da melhor forma.

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Arte Daqui

Yara Costa e a arte de contar histórias entre mares e memórias 16 | Revista Xonguila © Ed. 63 • Outubro - October 2023

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Fotografia: Cortesia de Yara Costa

Arte Daqui

Arte Daqui

“Sou movida pela curiosidade e pelo desconhecido.

A Ilha de Moçambique, onde resido, e a conexão das pessoas com o mar são narrativas ricas que evocam passado, presente e possivelmente futuro que definitivamente me inspiraram.”

– Yara Costa, artista moçambicana 18 | Revista Xonguila © Ed. 63 • Outubro - October 2023

Arte Daqui

Yara Costa e a arte de contar histórias entre mares e memórias

Yara Costa, artista moçambicana radicada na Ilha de Moçambique, convida-nos a mergulhar na sua obra "Nakhodha e a Sereia". Esta instalação, que ressoa a cultura e a história das populações costeiras, é também um alerta sobre o aquecimento global. Embrenhando-nos na antiga Alfândega, somos transportados numa viagem que une o passado ao futuro, numa reflexão sobre a relação do homem com o mar. Na entrevista que se segue, não só descortinamos os pormenores desta criação como também exploramos o universo da artista e os seus projectos para o futuro.

A escolha da antiga alfândega na Ilha de Moçambique para a instalação foi propositada em termos de simbolismo?

Sim, a escolha foi absolutamente intencional.

Aquele espaço histórico, até à data, ecoava uma única narrativa. No entanto, ele simboliza fortemente o legado colonial português no país. O local evoca memórias do intercâmbio comercial entre o Oriente e o Ocidente, da troca de especiarias e marfim, e, crucialmente, da venda de seres humanos como escravos. Assim, senti uma necessidade de povoar este espaço com outras narrativas vivas que também integram o nosso legado e o nosso presente.

A reacção do público tem estado em linha com as expectativas?

A resposta do público excedeu tudo o que eu poderia antecipar. A magnitude do impacto da obra levou-me até França, onde fui distinguida com um prémio pela Ministra da Cultura e tive a oportunidade de dialogar com o presidente francês sobre o projecto. Os comentários positivos têm sido um presente inesperado, suge-

rindo que a instalação tem o potencial de tocar ainda mais corações.

Pode falar-nos sobre a inclusão da realidade virtual na sua instalação e a experiência que proporcionou ao público?

Vejo a realidade virtual como mais uma ferramenta de narração. Seja através do cinema, da escrita ou da realidade virtual, o meu interesse é contar histórias. Na minha instalação, a realidade virtual simboliza a experiência do Nakhodha, capitão do dhow, uma embarcação árabe swahili, um profundo conhecedor dos segredos dos ventos, marés e das estrelas. Esta tecnologia possibilita uma experiência imersiva, transportando o espectador para uma realidade alternativa, seja regressando ao ano de 1749 ou antecipando 2030, onde se destaca o perigo iminente da subida do nível do mar para toda a região.

Quero criar uma ponte entre as tecnologias ancestrais e modernas, mostrando que ambas podem coexistir e enriquecer-se mutuamente.

A história de Jorge Jamal Sadique foi a faísca para a criação deste projecto ou encontrou-o durante o processo de pesquisa?

O meu interesse pelo tema já existia e guiava a minha pesquisa. Contudo, o encontro com Jorge Jamal Sadique, numa tarde à beira-mar durante o meu aniversário há alguns anos, foi revelador. Rapidamente, compreendi que estava perante uma fonte inestimável de sabedoria e perspectivas pouco visíveis e valorizadas.

Jorge foi uma porta para um universo que, até então, apenas conhecia superficialmente. A aprendizagem com ele foi profunda e enriquecedora, tornando-se uma componente fundamental deste projecto e outros projectos.

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Fotografia: Cortesia de Yara Costa

Qual foi a sua principal inspiração para criar a instalação “Nakhodha (Nahota) e a Sereia”?

Não foi apenas uma fonte inspiração. Sou movida pela curiosidade e pelo desconhecido. A Ilha de Moçambique, onde resido, e a conexão das pessoas com o mar são narrativas ricas que evocam passado, presente e possivelmente futuro que definitivamente me inspiraram. A relação das comunidades costeiras com o oceano, o elo com a natureza e as histórias não documentadas realmente cativam-me. São essas narrativas singulares, não contadas e poderosas que me fascinam.

Arte Daqui

No passado, concentrou-se mais em documentários. Esta transição para instalações imersivas representa uma nova fase na sua carreira ou apenas uma forma diferente de contar histórias?

Vejo-o como mais um veículo distinto para contar histórias. Sou, essencialmente, uma contadora de histórias e a instalação imersiva é mais ferramenta ao meu dispor. Algumas narrativas pedem este tipo de representação, em todo o caso, estou também a desenvolver um filme intitulado "Em Busca da Sereia" baseado na minha pesquisa. Embora seja uma experiência pioneira para mim, esta forma de arte dialoga com o cinema e pode até ser interpretada como tal, mas sob uma óptica diferente. A minha paixão pelo som e pelo cinema permanece, mas a evolução tecnológica ampliou as minhas possibilidades de expressão.

Como é que a sua experiência anterior influenciou a abordagem deste trabalho? A sua formação em diversos países influenciou a maneira como encara o cinema e a arte de contar histórias?

A minha formação é uma parte intrínseca de quem sou, mas são as pessoas que encontrei, oriundas de variados cantos do mundo e com distintas visões, que verdadeiramente enriqueceram a minha perspectiva. Esta diversidade de experiências tem-me guiado na busca da minha voz única na arte de contar histórias. Em tempos de acesso globalizado à cultura, o desafio reside em encontrar a nossa própria voz nesse vasto coro. Quanto mais me exponho a diferentes influências, mais definida se torna a minha direcção e o prisma através do qual quero partilhar histórias.

O que a levou a criar a curta-metragem sobre o ciclone Idai? Como foi a experiência de filmar em áreas tão afectadas pela catástrofe?

A minha curta-metragem filmada no Dombe, Sussundenga, na província de Manica, denominada "Ruínas do Rio", nasceu de um convite de uma organização que tinha um projecto na região. Embora o convite não fosse directamente para produzir um filme sobre o trabalho da organização, encorajava-me a experienciar o local e os seus habitantes. Quando visitei a zona, foi algum tempo depois do ciclone Idai e, em vez de me focar nas imagens imediatas de devastação, fui atraída por uma perspectiva mais reflexiva, que requer contemplação. Mesmo com evidências claras da destruição, o meu principal foco recaiu sobre a forma como as comunidades interpretavam estas súbitas alterações nos padrões da natureza. Esta viagem provou ser extremamente valiosa, levando-me a conceber a

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ideia para a instalação imersiva e incentivando-me a aprofundar o entendimento ecológico das sociedades e comunidades tradicionais. Rapidamente compreendi o profundo respeito ancestral que estas comunidades têm pela natureza, um conhecimento que, muitas vezes, nos escapa enquanto urbanos. Infelizmente, persiste a ideia errónea de que estas sociedades são primitivas, ignorando a vasta sabedoria e ciência e o equilíbrio que albergam.

Quais os maiores desafios que enfrenta como cineasta em Moçambique, especialmente sendo uma mulher na indústria?

Um dos primeiros desafios é reconhecer a inexistência de uma verdadeira indústria cinematográfica consolidada em Moçambique. Apesar de existirem indivíduos dedicados à produção cinematográfica, afirmar que temos uma indústria é um equívoco. Uma indústria sólida implica um conjunto de técnicos especializados e profissionais qualificados dedicados exclusivamente ao cinema, algo que não se verifica no nosso país.

Os cineastas de renome não sobrevivem unicamente dos seus filmes. Portanto, acreditar cegamente na existência desta indústria pode ser um erro perigoso, que nos afasta da nossa realidade e nos impede de procurar soluções adequadas.

O verdadeiro desafio reside em permanecer activo numa área sem uma estrutura sólida, enfrentando dificuldades que vão desde a obtenção de financiamento e questões de distribuição à falta de profissionais qualificados. Ser mulher em Moçambique é, em si, um desafio, e o mundo do cinema não é excepção. O sector cinematográfico não está imune às dinâmicas sociais mais gerais, e os preconceitos e desigualdades que afectam as mulheres em diversas áreas também se fazem sentir no cinema. Assim, os obstáculos que enfrento não diferem muito dos que outras mulheres moçambicanas enfrentam em diferentes áreas profissionais.

O que podemos esperar para os próximos tempos?

Actualmente, estou a desenvolver um filme denominado "Em Busca da Sereia", sobre temas que tenho explorado nos últimos quatro anos. Apesar de já contar com algum financiamento de fora para o desenvolvimento, a necessidade de recursos para a produção, permanece. Acredito que 2024 será um ano de dedicação e empenho neste projecto, com a esperança de trazê-lo à realidade. Em paralelo, a instalação “Nakhodha e a Sereia” tem como ambição percorrer diversos portos, iniciando na Ilha de Moçambique e passando por Pemba, Nacala, Quelimane e Beira, com o desejo de também marcar presença em

Arte Daqui

Inhambane e concluir em Maputo. Este trabalho artístico não é exclusivamente meu ou da Ilha de Moçambique; aborda temas de relevância para todos nós, moçambicanos, africanos e, diria, para toda a humanidade, já que reflecte sobre a crise ambiental, oferecendo possíveis soluções. Seria um sonho vê-lo viajar pela costa suaíli e até alcançar portos internacionais. Recentemente, durante uma visita a França, fui agraciada com um prémio da ministra da cultura da França e tive o privilégio de dialogar com o presidente francês sobre a crucialidade de investir seriamente nas

artes e cultura. É imperativo que deixemos de encarar a cultura meramente como um adereço folclórico e reconheçamos o seu valor intrínseco como motor de desenvolvimento. Imaginemos um país onde para cada igreja, templo ou mesquita existisse um centro cultural estruturado e activo e onde a educação cultural e artística fosse parte integrante do currículo escolar desde o início. Qual seria o nosso futuro em 5 ou 10 anos?

O meu objectivo agora é projectar “Nakhodha e a Sereia” da Ilha de Moçambique para o panorama global.

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Fotografia: Cortesia de Yara Costa

“Quero criar uma ponte entre as tecnologias ancestrais e modernas, mostrando que ambas podem coexistir e enriquecer-se mutuamente.”

Arte Daqui

A resposta do público excedeu tudo o que Yara Costa poderia antecipar. O impacto de “Nakhodha e a Sereia” foi tal que a levou até França, onde recebeu um prémio e teve a oportunidade de dialogar com o presidente francês sobre o projecto.

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Fotografia: Cortesia de Yara Costa

Arte Daqui

Art from here

Yara Costa and the art of storytelling

between seas and memories Yara Costa, a Mozambican artist based on the island of Mozambique, invites us to immerse ourselves in her work "Nakhodha and the Mermaid". This installation, which resonates with the culture and history of coastal populations, is also a warning about global warming. Entering the old Customs House, we are transported on a journey that unites the past with the future, in a reflection on man's relationship with the sea. In the interview that follows, we not only unveil the details of this creation, but also explore the artist's universe and her projects for the future.

What was your main inspiration for creating the installation "Nakhodha (Nahota) and the Mermaid"?

It wasn't just a source of inspiration. I'm driven by curiosity and the unknown. The island of Mozambique, where I live, and the people's connection to the sea are rich narratives that evoke the past, present and possibly future, and definitely inspired me. The coastal communities' relationship with the ocean, the link with nature and the undocumented stories really captivate me. It's these unique, untold and powerful narratives that fascinate me.

Was the choice of the old customs house on Mozambique Island for the installation deliberate in terms of symbolism?

Yes, the choice was entirely intentional. Until now, that historical space echoed a single narrative. However, it strongly symbolises the Portuguese colonial legacy in the country. The site evokes memories of the commercial exchange between East and West, the trading of spices and ivory and, crucially, the sale of human beings as slaves. So I felt the need to populate this space with other living narratives that are also part of our legacy and our present.

Has the public reaction been in line with expectations?

The public response exceeded anything I could have anticipated. The magnitude of the work's impact took me all the way to France, where I was presented with an award by the Minister of Culture and had the opportunity to dialogue with the French president about the project. The positive comments have been an unexpected gift, suggesting that the installation has the potential to touch even more hearts.

Can you tell us about the inclusion of virtual reality in your installation and the experience

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it gave the public?

I see virtual reality as another storytelling tool.

Whether through cinema, writing or virtual reality, my interest is in telling stories. In my installation, virtual reality symbolises the experience of Nakhodha, captain of the dhow, a Swahili Arab vessel, a profound connoisseur of the secrets of the winds, tides and stars. This technology makes for an immersive experience, transporting the viewer to an alternative reality, either back to 1749 or ahead to 2030, where the imminent danger of rising sea levels for the entire region is highlighted. I want to create a bridge between ancient and modern technologies, showing that both can coexist and enrich each other.

Was the story of Jorge Jamal Sadique the spark for the creation of this project or did you find it during the research process?

My interest in the subject already existed and guided my research. However, meeting Jorge Jamal Sadique one afternoon by the sea during my birthday a few years ago was a revelation. I quickly realised that I was looking at an invaluable source of wisdom and perspectives that were little seen and appreciated. Jorge was a door to a universe that, until then, I had only known superficially. Learning from him was profound and enriching, and he became a fundamental component of this project and others.

In the past, you focused more on documentaries.

Does this transition to immersive installations represent a new phase in your career or just a different way of telling stories?

I see it as another distinctive storytelling vehicle.

I'm essentially a storyteller and the immersive installation is another tool at my disposal. Some narratives call for this kind of representation, in any case, I'm also developing a film called "In Search of

Fotografia: Cortesia de Yara Costa

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the Mermaid" based on my research. Although it's a pioneering experience for me, this art form dialogues with cinema and can even be interpreted as such, but from a different perspective. My passion for sound and cinema remains, but technological developments have broadened my possibilities for expression.

How has your previous experience influenced your approach to this work? Has your training in different countries influenced the way you approach cinema and the art of storytelling?

My background is an intrinsic part of who I am, but it's the people I've met, from different corners of the world and with different visions, who have truly enriched my perspective. This diversity of experiences has guided me in my search for my unique voice in the art of storytelling. In times of globalised access to culture, the challenge lies in finding our own voice in this vast chorus. The more I expose myself to different influences, the more defined my direction becomes and the prism through which I want to share stories.

Fotografia: Cortesia de Yara Costa

What led you to create the short film about Cyclone Idai? How was the experience of filming in areas so affected by the disaster?

My short film shot in Donde, Sussundenga, in the province of Manica, called "Ruins of the River", was born out of an invitation from an organisation that had a project in the region. Although the invitation wasn't directly to produce a film about the organisation's work, it encouraged me to experience the place and its inhabitants. When I visited the area, it was some time after Cyclone Idai and, rather than focusing on the immediate images of devastation, I was drawn to a more reflective perspective that requires contemplation. Even with clear evidence of the destruction, my main focus was on how communities interpreted these sudden changes in nature's patterns. This journey proved to be extremely valuable, leading me to conceive the idea for the immersive installation and encouraging me to deepen my ecological understanding of traditional societies and communities. I quickly realised the deep ancestral respect these communities have for nature, a knowledge that often escapes us as urbanites. Unfortunately, the misconception that these societies are primitive persists, ignoring the vast wisdom and science and balance they harbour.

What are the biggest challenges you face as a filmmaker in Mozambique, especially as a woman in the industry?

One of the first challenges is to recognise that there is no real consolidated film industry in Mozambique.

Although there are individuals dedicated to film production, to say that we have an industry is a

misconception. A solid industry implies a group of specialised technicians and qualified professionals dedicated exclusively to film, something that is not the case in our country. Renowned filmmakers don't survive solely on their films. Therefore, blindly believing in the existence of this industry can be a dangerous mistake, which distances us from our reality and prevents us from looking for appropriate solutions. The real challenge lies in remaining active in an area without a solid structure, facing difficulties ranging from obtaining funding and distribution issues to a lack of qualified professionals. Being a woman in Mozambique is a challenge in itself, and the world of cinema is no exception. The film sector is not immune to wider social dynamics, and the prejudices and inequalities that affect women in various areas are also felt in cinema. So the obstacles I face are not very different from those faced by other Mozambican women in different professional fields.

What can we expect in the near future?

I'm currently developing a film called "In Search of the Mermaid", on themes I've been exploring for the last four years. Although I already have some outside funding for development, the need for resources for production remains. I believe that 2024 will be a year of dedication and commitment to this project, with the hope of bringing it to reality. At the same time, the "Nakhodha and the Mermaid" installation has the ambition of travelling to various ports, starting on Ilha de Moçambique and passing through Pemba, Nacala, Quelimane and Beira, with the desire to also make its presence felt in Inhambane and concluding in Maputo. This artwork is not exclusively mine or that of Ilha de Moçambique; it addresses issues that are relevant to all of us, Mozambicans, Africans and, I would say, the whole of humanity, as it reflects on the environmental crisis and offers possible solutions. It would be a dream to see it travelling along the Swahili coast and even reaching international ports. Recently, during a visit to France, I received an award from the French Minister of Culture and had the privilege of talking to the French President about the cruciality of investing seriously in the arts and culture.

It is imperative that we stop seeing culture merely as a folkloric prop and recognise its intrinsic value as an engine of development. Imagine a country where for every church, temple or mosque there was a structured and active cultural centre and where cultural and artistic education was an integral part of the school curriculum from the outset. What would our future look like in 5 or 10 years? My aim now is to project "Nakhodha and the Mermaid" from the island of Mozambique onto the global stage.

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Fotografia: Helton Perengue

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O Centro Cultural Moçambique-China, o segundo maior do género em África, surge como resultado da cooperação bilateral entre os dois países.

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Centro Cultural Moçambique-China

Novo grande empreendimento cultural em Maputo No passado dia 28 de Setembro de 2023, Maputo testemunhou um momento histórico para o sector cultural nacional. O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, inaugurou o Centro Cultural Moçambique-China (CCMC), situado no campus da Universidade Eduardo Mondlane, e presidiu as celebrações alusivas ao 90º aniversário natalício do saudoso presidente Samora Moisés Machel.

Resultado da cooperação bilateral entre Moçambique e a China, o centro cultural surge como o segundo maior de África do género. O edifício estende-se por uma vasta área de 20.000 metros quadrados, albergando diversas salas destinadas a teatro, espectáculos musicais e eventos corporativos. É de salientar o grande auditório, com capacidade para acolher 1.500 espectadores, bem como estúdios e salas de ensaio dedicados à música e dança. O espaço conta ainda com áreas destinadas a exposições de artes e artesanato.

Prevê-se que este novo espaço desempenhe um papel crucial na promoção e desenvolvimento da cultura moçambicana, contribuindo para o florescimento das indústrias culturais e criativas no país e no mundo. Espera-se ainda que não só assegure emprego e rendimento para os profissionais da cultura, como também posicione Maputo como um destino atractivo para o turismo de eventos e negócios.

A celebração não se esgotou na inauguração, o centro acolheu variadas manifestações artísticas, celebrando o legado de Samora Moisés Machel.

Os visitantes puderam apreciar exposições, degustar pratos da gastronomia local, assistir a um ciclo de cinema dedicado a Samora Machel e participar em debates e espectáculos.

O evento de inauguração contou com a presença de diversas personalidades e entidades. Entre elas, estavam Eldevina Materula, Ministra da Cultura e Turismo; Wang Hejun, Embaixador da República Popular da China; Fredson Bacar, Vice-Ministro da Cultura e Turismo; Eneas Comiche, Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo e Vicente Joaquim, Secretário de Estado na Cidade de Maputo, além de outros ilustres convidados.

No cerne destas celebrações, esteve o sentimento de união e o reforço dos laços entre as duas nações, que, através da cultura, procuram construir pontes e fortalecer a sua amizade. O Centro Cultural Moçambique-China promete ser uma fonte inesgotável de conhecimento e troca cultural.

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Fotografia: Helton Perengue

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Fotografia: Helton Perengue

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No cerne da inauguração do Centro Cultural Moçambique-China e celebração do 90º aniversáriodo nascimento de Samora Machel esteve o sentimento de união entre os dois países, que, através da cultura, procuram construir pontes e fortalecer a sua amizade.

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Mozambique-China Cultural Center A new major cultural venture in Maputo

On 28 September 2023, Maputo witnessed a historic moment for the national cultural sector.

The President of the Republic, Filipe Jacinto Nyusi, inaugurated the Mozambique-China Cultural Centre (CCMC), located on the campus of Eduardo Mondlane University, and presided over the celebrations marking the 90th birthday of the late President Samora Moisés Machel.

Fotografia: Helton Perengue

The result of bilateral cooperation between Mozambique and China, the cultural centre is the second largest of its kind in Africa. The building extends over a vast area of 20,000 square metres, housing various rooms for theatre, musical shows and corporate events. Of particular note is the large auditorium, with capacity for 1,500 spectators, as well as studios and rehearsal rooms dedicated to music and dance.

The venue also has areas for arts and crafts exhibitions.

This new space is expected to play a crucial role in the promotion and development of Mozambican culture, contributing to the flourishing of the cultural and creative industries in the country and the world. It is also hoped that it will not only ensure employment and income for cultural professionals, but also position Maputo as an attractive destination for events and business tourism.

The celebration didn't end with the inauguration; the centre hosted a variety of artistic events celebrating the legacy of Samora Moisés Machel. Visitors were able to enjoy exhibitions, taste local cuisine, watch a film series dedicated to Samora Machel and take part in debates and shows.

The inauguration event was attended by various personalities and organisations. Among them were Eldevina Materula, Minister of Culture and Tourism; Wang Hejun, Ambassador of the People's Republic of China; Fredson Bacar, Vice-Minister of Culture and Tourism; Eneas Comiche, President of Maputo City Council and Vicente Joaquim, Secretary of State in Maputo City, as well as other distinguished guests.

At the heart of these celebrations was the feeling of unity and the strengthening of ties between the two nations, which, through culture, seek to build bridges and strengthen their friendship. The Mozambique-China Cultural Centre promises to be an inexhaustible source of knowledge and cultural exchange.

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MAIS DE 1200 CRIANÇAS PARTICIPARAM NA 16ª EDIÇÃO DO TORNEIO MINIBASQUETE MILLENNIUM BIM

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Paladares à solta

O Torneio de Minibásquete que há 16 anos o Millennium bim organiza celebra a prática desportiva, o desenvolvimento saudável e o bem-estar dos jovens. A última edição arrancou a 5 de Agosto nas zonas sul, centro e norte do país, mais concretamente nas cidades de Maputo, Matola, Xai-Xai, Inhambane, Manica, Nacala, Nampula, Chimoio, Beira, Lichinga, Quelimane, Pemba e Tete, e contou com a participação de 1.230 crianças dos 6 aos 11 anos de idade.

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urante a final do torneio na zona sul, que teve lugar a 30 de Setembro na cidade de Inhambane, foram emitidos bilhetes de identidade para cerca 60 crianças que nele participaram. Paralelamente, algumas das outras crianças participantes procederam, juntamente com os colaboradores do Millennium bim, a uma entrega de produtos alimentares não perecíveis ao Infantário Provincial de Inhambane, que alberga 25 crianças em situação de vulnerabilidade. Estas acções patenteiam o reforçado compromisso social do Banco para com as comunidades moçambicanas.

Para o Presidente da Comissão Executiva do Millennium bim, João Martins, trata-se de uma iniciativa “que promove o desenvolvimento de hábitos saudáveis nas

crianças e nos jovens, funcionando também como uma plataforma de promoção do desporto nacional. Como instituição que apoia o desporto, orgulhamo-nos por contribuir activamente para a formação destas crianças, numa iniciativa lúdica que traz consigo valores humanos e sociais como a empatia, a solidariedade e o espírito de trabalho em equipa, e que já produziu talentos a nível nacional”.

A iniciativa está inserida no programa de responsabilidade social “Mais Moçambique pra Mim”, do Millennium bim, que ao longo dos anos tem vindo a implementar diferentes actividades a nível social, cultural, desportivo, ambiental e educativo em prol do bem-estar social dos moçambicanos, com ênfase nas camadas infantil e juvenil.

O torneio de minibasquete que o Millennium bim organiza celebra a prática desportiva, o desenvolvimento saudável e o bem-estar dos jovens.

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Paladares à solta

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Paladares à solta

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Paladares à solta

O Torneio Minibasquete Millennium bim promove o desenvolvimento de hábitos saudáveis nas crianças e nos jovens, funcionando também como uma plataforma de promoção do desporto nacional.

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Paladares à solta

OVER 1200 CHILDREN PARTICIPATED IN THE 16TH EDITION OF THE MILLENNIUM BIM MINIBASKETBALL TOURNAMENT The Minibasket Tournament that Millennium bim has been organising for 16 years celebrates sports, healthy development and the well-being of young people. The latest edition kicked off on 5 August in the south, centre and north of the country, specifically in the cities of Maputo, Matola, Xai-Xai, Inhambane, Manica, Nacala, Nampula, Chimoio, Beira, Lichinga, Quelimane, Pemba and Tete, with 1,230 children aged between 6 and 11 taking part.

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uring the final of the tournament in the southern zone, which took place on 30 September in the city of Inhambane, identity cards were issued to around 60 children who took part. At the same time, some of the other participating children, together with Millennium bim employees, delivered non-perishable food products to the Inhambane Provincial Nursery, which houses 25 vulnerable children. These actions demonstrate the Bank's reinforced social commitment to Mozambican communities.

For the Chairman of Millennium bim's Executive Committee, João Martins, this is an initiative "that promotes the development of healthy habits in children

and young people, and also acts as a platform for promoting national sport.

As an institution that supports sport, we are proud to be actively contributing to these children's education, in a fun initiative that brings with it human and social values such as empathy, solidarity and teamwork, and which has already produced talent at national level".

The initiative is part of Millennium bim's "More Mozambique for Me" social responsibility programme, which over the years has implemented different social, cultural, sporting, environmental and educational activities to promote the social well-being of Mozambicans, with an emphasis on children and young people.

These actions demonstrate the Bank's reinforced social commitment to Mozambican communities.

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Paladares à solta

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Fotografia: Cortesia do COMARP FORUM

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COMA

Um marco transformador n

N

o passado mês de Setembro, o Hotel Glória em Maputo acolheu o primeiro Fórum de Comunicação, Marketing e Relações-Públicas de Moçambique – COMARP. O evento, além de ter sido considerado um sucesso pela organização, participantes e público, trouxe resultados significativos e causou um impacto positivo no sector.

No âmbito da crescente relevância da comunicação, marketing e relações-públicas nas empresas moçambicanas, a primeira edição do Fórum de Comunicação, Marketing e Relações-Públicas (COMARP FORUM) evidenciou-se como um evento inovador e pioneiro. A iniciativa, além de conectar profissionais de diversos sectores destas áreas, promoveu um espaço ímpar para a troca de experiências, incentivando o desenvolvimento e inovação naqueles domínios. O evento superou expectativas, congregando mais de 200 participantes de distintas vertentes da comunicação e marketing. Profissionais, docentes universitários, estudantes, gestores e líderes empresariais enriqueceram o debate, tornando-o abrangente e inclusivo, um factor determinante para as futuras transformações no sector.

A gama de painéis do Fórum destacou-se pela riqueza e pertinência dos temas abordados, nomeadamente a contribuição académica na formação de profissionais, as tendências e experiências das relações-públicas no contexto empresarial moçambicano, a importância da construção e consolidação do branding nas estratégias organizacionais, o papel crucial da comunicação em programas de desenvolvimento e humanitários, e a influência da comunicação na promo46 | Revista Xonguila © Ed. 63 • Outubro - October 2023

ARP FÓRUM

na comunicação, marketing e relações-públicas ção de uma cultura organizacional eficaz.

Apesar dos desafios inerentes à concretização de uma proposta tão inovadora, como a resistência inicial por parte de alguns profissionais e empresas e as necessidades de recursos, a organização mostrou-se resiliente e determinada, superando obstáculos com o auxílio de parceiros comprometidos.

Olhando para o futuro, a organização delineou expectativas promissoras. Para 2024, a segunda edição do COMARP Fórum não só promete momentos marcantes como também o lançamento de um livro – uma compilação das valiosas contribuições e abordagens do evento inaugural. Paralelamente, surge a ideia de reconhecer e premiar os actores mais destacados nos respectivos sectores ao longo do ano, um incentivo à excelência e inovação. Com o sucesso do evento, a expansão para outras regiões de Moçambique e até mesmo para outros países da CPLP surge como uma possibilidade concreta. As ligações culturais e linguísticas poderiam estabelecer uma base sólida para a partilha de desafios e soluções em escala mais ampla.

Fotografia: Cortesia do COMARP FORUM

Mas mais do que um simples evento, o COMARP Fórum almeja ser uma força transformadora para a classe em Moçambique. Ambiciona-se a criação de uma associação que represente os interesses da classe e um comprometimento firme na produção de conteúdo sobre o sector, elevando Moçambique a uma referência lusófona em termos de práticas e tendências em comunicação, marketing e relações públicas. O COMARP, assim, não só fortalece as bases destas áreas em Moçambique como também posiciona o país como epicentro de inovação e transformação no cenário lusófono. Uma iniciativa que, certamente, continuará a desenhar o futuro da comunicação em Moçambique e além-fronteiras.

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Fotografia: Cortesia do COMARP FORUM

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O COMARP FORUM promoveu um espaço ímpar para a troca de experiências, incentivando o desenvolvimento e inovação nas áreas de comunicação, marketing e relações-públicas.

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COMARP F

A transformative milestone in communication, mar

L

ast September, the Hotel Glória in Maputo hosted Mozambique's first Communication, Marketing and Public Relations Forum - COMARP. As well as being considered a success by the organisation, participants and audience, the event brought significant results and had a positive impact on the sector.

As part of the growing importance of communication, marketing and public relations in Mozambican companies, the first edition of the Communication, Marketing and Public Relations Forum (COMARP FORUM) was an innovative and pioneering event. As well as connecting professionals from different sectors of these areas, the initiative promoted a unique space for exchanging experiences, encouraging development and innovation in these fields. The event

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exceeded expectations, bringing together more than 200 participants from different areas of communication and marketing. Professionals, university lecturers, students, managers and business leaders enriched the debate, making it comprehensive and inclusive, a determining factor for future transformations in the sector.

The range of panels at the Forum stood out for the richness and relevance of the topics covered, namely the academic contribution to training professionals, the trends and experiences of public relations in the Mozambican business context, the importance of building and consolidating branding in organisational strategies, the crucial role of communication in development and humanitarian programmes, and the influence of communication in promoting an effective organisational culture.

Fotografia: Cortesia do COMARP FORUM

FORUM

rketing and public relations

Despite the challenges inherent in putting such an innovative proposal into practice, such as initial resistance from some professionals and companies and the need for resources, the organisation proved to be resilient and determined, overcoming obstacles with the help of committed partners.

Looking to the future, the organisation has outlined promising expectations. For 2024, the second edition of the COMARP Forum not only promises outstanding moments, but also the launch of a book - a compilation of the valuable contributions and approaches from the inaugural event.

At the same time, there is the idea of recognising and rewarding the most outstanding players in their respective sectors throughout the year, an incentive for excellence and innovation. With the success of the event, expansion to other regions of Mozambique and even to other CPLP countries is

a real possibility. Cultural and linguistic links could establish a solid basis for sharing challenges and solutions on a wider scale.

But more than just an event, the COMARP Forum aims to be a transformative force for the sector in Mozambique. The aim is to create an association that represents the interests of the profession and a firm commitment to producing content about the sector, elevating Mozambique to a Lusophone benchmark in terms of practices and trends in communication, marketing and public relations. COMARP thus not only strengthens the foundations of these areas in Mozambique, but also positions the country as an epicentre of innovation and transformation on the Lusophone scene. An initiative that will certainly continue to shape the future of communication in Mozambique and beyond.

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Absa Bank Moçambique Construindo um presente sustentável através da poupança

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O Absa Bank tem dedicado grande parte do seu trabalho a implementar acções que facilitem o conhecimento financeiro dos moçambicanos.

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Sons da alma

Absa Bank Moçambique Construindo um presente sustentável através da poupança

Nos últimos anos, temos visto várias instituições financeiras a investir na inclusão financeira, permitindo que cada vez mais pessoas e empresas tenham acesso a produtos e serviços financeiros e estejam capacitadas para os utilizar, a um custo acessível, de forma simples e transparente. Não menos importante é também o aumento da literacia financeira nestes grupos mais vulneráveis.

A

linhado com o 8º Objectivo do Desenvolvimento Sustentável – Trabalho Digno e Crescimento Económico – o Absa Bank Moçambique tem dedicado grande parte do seu trabalho a implementar acções que facilitem o conhecimento financeiro dos moçambicanos, como é o caso do lançamento do Manual de Literacia Financeira e a organização de fóruns de debate sobre o tema dirigidos a jovens empreendedores, e em linha com o Dia Mundial da Poupança, que se celebra todos os anos no dia 31 de Outubro com o intuito de alertar os consumidores para a necessidade de disciplinar o orçamento familiar e aumentar as suas poupanças, o Banco tem vindo a desenvolver acções dirigidas a escolas públicas no sentido de ensinar a poupar.

Na verdade, ensinar a poupar é importante porque ajuda as pessoas a construir uma base financeira sólida, a planear o futuro, a reduzir o stress financeiro e a alcançar os seus objectivos de desenvolvimento pessoal. Sabemos que os conhecimentos de poupança em Moçambique estão em desenvolvimento, e o País enfrenta desafios únicos relacionados com a economia, cultura e acesso aos serviços financeiros.

Agora, na prática, como é que se constrói esse caminho mais sustentável? Através de uma gestão financeira. Dito assim parece complicado, mas nada como ter um gestor de conta que o encoraje a monitorar regularmente as suas finanças. Caso não tenha, pode sempre criar o hábito de verificar extractos bancários, compreender os momentos do mês em que gasta mais dinheiro, manter registos financeiros e ajustar os planos conforme necessário.

Em algumas comunidades, existe uma tradição de poupança informal, onde as pessoas se reúnem para formar grupos de poupança e crédito. Isso pode ser uma maneira eficaz de poupar, especialmente em áreas onde o acesso a serviços financeiros formais é limitado.

O Absa tem vindo a trabalhar no sentido de orientar as pessoas a procurar aconselhamento financeiro profissional quando necessário, especialmente para questões mais complexas, como fazer poupanças e investimentos.

Além disso, é importante adoptar as práticas de literacia financeira às realidades específicas do mercado moçambicano, incluindo as oportunidades e desafios financeiros únicos que as pessoas enfrentam diariamente.

O Banco partilhou 4 dicas de poupança para quem quiser iniciar a sua jornada: SEJA PRAGMÁTICO E REALISTA Nos últimos tempos, muitas famílias tiveram que fazer ajustes nas suas vidas com os aumentos dos bens, dos serviços e das prestações bancárias. Infelizmente, muitas famílias não dispõem de poupanças para fazer face a imprevistos e outras poderão perder rendimentos e serão forçadas a fazer ajustes.

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Sons da Alma

CONHEÇA A SUA SITUAÇÃO FINANCEIRA Quer estejamos a atravessar um momento menos bom ou uma situação económica positiva, deveremos conhecer a nossa situação financeira, o que passa por fazer um orçamento familiar identificando as várias despesas e o seu controlo.

DEFINA OBJECTIVOS Conhecer a sua situação financeira e definir objectivos permite-lhe tomar decisões eficazes e racionais. Pode decidir eliminar algumas despesas para constituir uma poupança para emergências, de modo a ter mais segurança ao encarar os próximos tempos ou até para realizar aquela viagem que tanto sonhou. Ou pode optar por começar desde já a poupar para o longo prazo, como, por exemplo, poupar para os estudos do seu filho ou para a reforma. Irá perceber que existem formas de poupar dinheiro sem grande esforço, bastando para tal ter uma estratégia bem definida.

COMECE A POUPAR! Definidos os seus objectivos financeiros e conhecida a sua situação actual, é altura de iniciar o caminho da poupança e da aplicação em produtos que possam aumentar as suas possibilidades financeiras no futuro.

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Sons da alma

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Sons da Alma

O Absa tem vindo a trabalhar no sentido de orientar as pessoas a procurar aconselhamento financeiro profissional quando necessário, especialmente para questões como fazer poupanças e investimentos.

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Sons da alma

Absa Bank Mozambique Building a sustainable present through savings

In recent years, we have seen several financial institutions investing in financial inclusion, enabling more and more people and companies to have access to financial products and services and to be able to use them, at an affordable cost, in a simple and transparent way. No less important is increasing financial literacy among these most vulnerable groups.

I

n line with the 8th Sustainable Development Goal - Decent Work and Economic Growth - Absa Bank Moçambique has dedicated a large part of its work to implementing actions that facilitate the financial knowledge of Mozambicans, such as the launch of the Financial Literacy Manual, the organisation of discussion forums on the subject aimed at young entrepreneurs and, in line with World Savings Day, which is celebrated every year on 31 October with the aim of alerting consumers to the need to discipline their family budgets and increase their savings, the Bank has been developing initiatives aimed at public schools to teach people how to save.

In fact, teaching people to save is important because it helps them build a solid financial foundation, plan for the future, reduce financial stress and achieve their personal development goals. We know that savings knowledge in Mozambique is developing, and the country faces unique challenges related to the economy, culture and access to financial services.

Now, in practice, how do you build this more sustainable path? Through financial man-

agement. It sounds complicated, but there's nothing like having an account manager who encourages you to regularly monitor your finances. If you don't have one, you can always make a habit of checking your bank statements, understanding the times of the month when you spend the most money, keeping financial records and adjusting your plans as necessary.

In some communities, there is a tradition of informal savings, where people get together to form savings and credit groups. This can be an effective way of saving, especially in areas where access to formal financial services is limited.

Absa has been working to guide people to seek professional financial advice when necessary, especially for more complex issues such as making savings and investments.

In addition, it is important to adopt financial literacy practices to the specific realities of the Mozambican market, including the unique financial opportunities and challenges that people face on a daily basis.

THE BANK HAS SHARED 4 SAVINGS TIPS FOR THOSE WHO WANT TO START THEIR JOURNEY: BE PRAGMATIC AND REALISTIC In recent times, many families have had to make adjustments to their lives as goods, services and bank instalments have risen. Unfortunately, many families don't have savings to cope with unforeseen events and others may lose income and be forced to make adjustments.

KNOW YOUR FINANCIAL SITUATION Whether we're going through a bad time or a positive economic situation, we should be aware of our financial situation, which involves making a family budget, identifying the various expenses and controlling them.

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Sons da Alma

Tânia Oliveira

Marketing & Corporate Relations Director

Among other initiatives, Absa Bank has been undertaking actions aimed at public schools to teach saving habits.

SET OBJECTIVES Knowing your financial situation and defining objectives allows you to make effective and rational decisions. You can decide to eliminate some expenses in order to build up savings for emergencies, so that you have more security when you face the coming times or even to go on that trip you've been dreaming of. Or you can choose to start saving for the long term, such as saving for your child's studies or for retirement. You'll realise that there are ways to save money without much effort, all you need is a well-defined strategy.

START SAVING! Once you have defined your financial objectives and know your current situation, it's time to start saving and investing in products that can increase your financial possibilities in the future.

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A regra 50-30-20 é um método de gestão de orçamento eficaz para compreender a sua situação financeira e os seus objectivos, mas é fundamental personalizá-la para se adequar às suas circunstâncias individuais.

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A REGRA 50-30-20

UMA DICA ESSENCIAL PARA UMA GESTÃO EQUILIBRADA Escrito por:

Sany Weng - Money Savvy Mozambique

Outubro - October 2023 • Ed. 63 © Revista Xonguila | 61

Sany Weng Money Savvy Mozambique sany@moneysavvymozambique.com +258 84 446222 211 Xonguila © Ed. 63 • Outubro - October 2023 | Revista

A REGRA 50-30-20

UMA DICA ESSENCIAL PARA UMA GESTÃO EQUILIBRADA Escrito por: Sany Weng - Money Savvy Mozambique

Já alguma vez se interrogou sobre qual a melhor maneira de gerir as suas finanças?

Existem vários métodos e ferramentas online disponíveis para o ajudar, mas hoje gostaríamos de lhe apresentar um método simples chamado regra 50-30-20.

O QUE É A REGRA 50-3020?

Eis uma explicação: 50% do seu rendimento deve ser destinado às suas necessidades, 30% aos seus desejos e 20% à sua poupança.

Aqui está um guia que pode usar para começar a implementar esta técnica para gerir diariamente o seu dinheiro: ALOCAR 50% A NECESSIDADES: É recomendado que reserve 50% do seu rendimento às suas necessidades básicas. As necessidades básicas são coisas essenciais das quais não pode prescindir, tais como renda, hipoteca, comida, cuidados de saúde, transporte, seguros e educação.

Não deve incluir coisas que considere produtos

de consumo, como férias, passeios ou subscrições.

Se estiver a gastar mais de 50% do seu rendimento em necessidades básicas, deve considerar fazer algumas mudanças no estilo de vida para gerir essas necessidades sem ultrapassar os 50%. Por exemplo, poderá optar por uma casa mais pequena ou usar transportes públicos em vez de ter carro próprio.

ALOCAR 30% A DESEJOS: Pode gastar 30% do seu rendimento em coisas que tornam a sua vida mais confortável ou que o ajudam a alcançar os seus sonhos. Por exemplo, pode poupar dinheiro para umas férias, pagar a sua subscrição da Netflix ou comer fora com os seus entes queridos. Estas despesas

são desnecessárias, mas são coisas em que escolhe gastar o seu dinheiro.

Para determinar se uma despesa se enquadra nesta categoria, pergunte-se: "Posso viver sem isto?" Se a resposta for “sim”, então é provável que se trate de um "desejo" e não de uma "necessidade".

ALOCAR 20% A POUPANÇA: Embora seja a categoria mais pequena, não é aconselhável comprometê-la. Para alcançar com sucesso a liberdade financeira, é essencial pagar as suas dívidas o mais rápido possível e começar a poupar dinheiro. O objectivo é reduzir gradualmente a quantia que gasta desta categoria de 20% em pagamentos de dívidas e direccioná-la para a poupança.

PARA IMPLEMENTAR A REGRA 50-30-20 E GERIR MELHOR AS SUAS FINANÇAS: 1. Comece por calcular o seu rendimento após impostos.

2. Analise as suas despesas do mês an-

terior e categorize-as em três grupos – necessidades, desejos e poupanças.

3. Avalie quanto gasta em cada categoria e veja até que ponto se encaixa no objectivo 50-30-20.

4. Com base na sua análise, faça os

ajustes necessários no seu orçamento para este mês e para os meses seguintes, garantindo que cumpre a regra 50-30-20.

5. Lembre-se de que esta regra é apenas um ponto de partida e que pode ajustá-la para se adequar às suas circunstâncias únicas e alcançar os seus objectivos financeiros. É essencial encontrar a abordagem que melhor se adapta a si para atingir esses seus objectivos.

Resumindo, a regra 50-30-20 é um método de gestão de orçamento eficaz para compreender a sua situação financeira e os seus objectivos, mas é fundamental personalizá-la para se adequar às suas circunstâncias Outubro -individuais.

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Pela regra 50-30-20 de gestão financeira, 50% do seu rendimento deve ser destinado às suas necessidades, 30% aos seus desejos e 20% à sua poupança.

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Sany Weng Money Savvy Mozambique sany@moneysavvymozambique.com +258 84 446622| Revista 211 Xonguila © Ed. 63 • Outubro - October 2023

THE 50-30-20 RULE AN ESSENTIAL TIP FOR BALANCED MANAGEMENT Written by: Sany Weng - Money Savvy Mozambique

Have you ever wondered how best to manage your finances? There are various methods and online tools available to help you, but today we'd like to introduce you to a simple method called the 50-30-20 rule.

WHAT IS THE 50-30-20 RULE? Here's an explanation: 50 per cent of your income should go to your needs, 30 per cent to your desires and 20 per cent to your savings.

Here's a guide you can use to start implementing this technique to manage your money on a daily basis: ALLOCATE 50 PER CENT TO NECESSITIES: It is recommended that you set aside 50 per cent of your income for your basic needs. Basic needs are essential things you can't do without, such as rent, mortgage, food, healthcare, transport, insurance and education. You shouldn't include things that you consider consum-

er products, such as holidays, outings or subscriptions. If you are spending more than 50 per cent of your income on basic needs, you should consider making some lifestyle changes to manage those needs without exceeding 50 per cent. For example, you could opt for a smaller house or use public transport instead of having your own car.

ALLOCATE 30 PER CENT TO DESIRES: You can spend 30 per cent of your income on things that make your life more comfortable or help you achieve your dreams. For example, you can save money for a holiday, pay for your Netflix subscription or eat out with your

loved ones. These expenses are unnecessary, but they are things you choose to spend your money on.

To determine whether an expense falls into this category, ask yourself: "Can I live without this?" If the answer is "yes", then it's probably a "want" and not a "need".

ALLOCATE 20 PER CENT TO SAVINGS: Although this is the smallest category, it is not advisable to compromise it. To successfully achieve financial freedom, it is essential to pay off your debts as soon as possible and start saving money. The aim is to gradually reduce the amount you spend from this 20 per cent category on debt payments and direct it towards savings.

TO IMPLEMENT THE 50-30-20 RULE AND MANAGE YOUR FINANCES BETTER: 1. Start by calculating your after-tax 2. Analyse your expenses from the

4. Based on your analysis, make the necessary adjustments to your budget for this month and the following months, ensuring that you comply with the 50-30-20 rule.

3. Evaluate how much you spend in each category and see to what extent you fit into the 50-30-20 objective.

5. Remember that this rule is just a starting point and that you can adjust it to suit your unique circumstances and achieve your financial goals. It's essential to find the approach that best suits you in order to achieve those goals.

income.

previous month and categorise them into three groups - needs, wants and savings.

In short, the 50-30-20 rule is an effective budget management method for understanding your financial situation and objectives, but it is essential to personalise it to suit your individual circumstances.

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Fotografia: Cortesia do Kaya Dance Festival

O Kaya Dance Festival, criado em 2018, une participantes de todo o mundo através da linguagem universal da dança.

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Fotografia: Cortesia do Kaya Dance Festival

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KAYA DANCE FESTIVAL O Kaya Dance Festival, criado em 2018, é um fervilhante caldeirão de várias culturas, unindo participantes de todo o mundo através da linguagem universal da dança, com foco no crescimento e na valorização da arte da dança. O evento acontece anualmente em Moçambique e já alcançou o reconhecimento do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas, gerando oportunidades para bailarinos a nível internacional e impulsionando a carreira dos artistas moçambicanos.

A 4ª edição do Kaya, que decorreu de 21 a 25 de Setembro último, contou com a presença de artistas, professores, bailarinos, DJs e entusiastas da dança de mais de 15 países, incluindo EUA, Angola, França, Portugal, Paraguai, África do Sul, Tanzânia, Gana, Zâmbia, Suazilândia, Cuba, Botsuana, Espanha, Argentina, Noruega e Polónia. O evento juntou quase 500 participantes, nacionais e estrangeiros, em actividades como festas temáticas, sociais, workshops, bootcamps e actuações, que decorreram em espaços como Casino Polana, Opium, Broadway e Cais 66, mas também visitas guiadas pela cidade e acção social no lar Madre Maria Clara.

Além dos ritmos afro-latinos, como kizomba, salsa, bachata, merengue e reggaeton, o festival também promoveu ritmos de origem cem por cento moçambicana, como marrabenta, xigubo e mapiko, visando a promoção da nossa dança e cultura.

Nesta 4ª edição, entre outros relevantes artistas, marcaram presença Júnior & Frida, de Moçambique, Isabelle & Felicien, de França, Mestre Petchu, de Angola, Waka-waka Dance, da Tanzânia, Mike & Msti, do Botsuana, Jay & Anita, da Zâmbia, Elena Bernes, de Cuba, Envans & Lola, da África do Sul, Dj E-Kins, do Gana, e outros artistas moçambicanos e da África do Sul. Júnior & Frida, bailarinos moçambicanos e fundadores des-

te projecto, contam já com um considerável rol de participações em diversos concursos e festivais, em países como Portugal, Espanha, Brasil, Quénia, África do Sul, Holanda, Tanzânia e Botsuana, representando Moçambique e o Kaya, assim divulgando e elevando a nossa cultura.

A 5ª edição do Kaya Dance Festival já tem data marcada: de 25 a 29 de Setembro de 2024.

Fique atento para saber mais sobre o evento. O Kaya é nosso!

PALAVRAS DE SÍLVIA SACUR, BAILARINA E COMENTADORA OFICIAL DO EVENTO: Testemunhar as actuações dinâmicas e hipnotizantes de cada um destes artistas transportou-me para diferentes cantos do globo terrestre, lembrando-me da essência da tradição, da paixão e da narração de histórias únicas da origem da dança, deixando o público maravilhado.

A capacidade do festival de criar uma atmosfera harmoniosa, onde as culturas se misturam graciosamente, mostra o incrível poder da dança como força unificadora. A inclusão de workshops e sessões de networking proporcionou um espaço inestimável para o crescimento e a colaboração de todos.

As Festas do Kaya são um dos maiores destaques de todo o evento, onde podemos aproveitar para dançar, conhecer pessoas e embarcar em noites memoráveis de muita vibra-

ção e diversão. Desde os temas deste ano, que trouxeram o antigo e o moderno, do habitual ao tradicional que é a nossa capulana, todos fizeram da pista um desfile de moda, com muito brilho e cores; os passeios pela cidade de "txopela" para dar a conhecer alguns pontos turísticos, e terminar os eventos e workshops com uma visita ao Lar Madre Maria Clara, que foi o ápice do festival, tudo mostrou que, unidos e juntando pouco a pouco, fazemos muitos humanos felizes. Melhor ainda foi a pequena aula de dança que pudemos proporcionar às meninas e freiras do lar.

Não há dúvida de que aqueles que tiveram a sorte de assistir ao festival deste ano estarão ansiosos por regressar em futuras edições, atraídos pelas emoções encantadoras e pela experiência notável que o festival oferece. Foram 5 dias de muita intensidade e de alma cheia."

ALGUNS OUTROS DEPOIMENTOS: MIKE & MSTI: “Conhecemos Moçambique por causa do festival Kaya. Muito obrigada pela oportunidade de dançar e pela vossa recepção.”

MESTRE PETCHU: “KAYA é um Festival tipicamente moçambicano, feito de bailarinos para bailarinos, e, como sempre, adoro estar em Moçambique para partilhar a paixão da vida e da arte.”

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Fotografia: Cortesia do Kaya Dance Festival

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O evento juntou quase 500 participantes, nacionais e estrangeiros, em actividades como festas temáticas, sociais, workshops, bootcamps, actuações, visitas guiadas pela cidade e acção social no lar Madre Maria Clara.

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KAYA DANCE FESTIVAL The Kaya Dance Festival, created in 2018, is a melting pot of various cultures, uniting participants from all over the world through the universal language of dance, with a focus on the growth and valorisation of the art of dance. The event takes place annually in Mozambique and has already achieved recognition from the National Institute for Cultural and Creative Industries, generating opportunities for dancers at an international level and boosting the careers of Mozambican artists.

T

he 4th edition of Kaya, which took place from 21 to 25 September, was attended by artists, teachers, dancers, DJs and dance enthusiasts from more than 15 countries, including the USA, Angola, France, Portugal, Paraguay, South Africa, Tanzania, Ghana, Zambia, Swaziland, Cuba, Botswana, Spain, Argentina, Norway and Poland. The event brought together almost 500 participants, both national and foreign, in activities such as themed parties, socials, workshops, bootcamps and performances, which took place in venues such as Casino Polana, Opium, Broadway and Cais 66, but also guided tours of the city and social action at the Madre Maria Clara home.

In addition to Afro-Latin rhythms such as kizomba, salsa, bachata, merengue and reggaeton, the festival also promoted rhythms of 100 per cent Mozambican origin, such as marrabenta, xigubo and mapiko, with the aim of promoting our dance and culture.

Nesta 4ª edição, entre outros relevantes artistas, marcaram presença Júnior & Frida, de Moçambique, Isabelle & Felicien, de França, Mestre Petchu, de Angola, Waka-waka Dance, da Tanzânia, Mike & Msti, do Botsuana, Jay & Anita, da Zâmbia, Elena Bernes, de Cuba, Envans & Lola, da África do Sul, Dj E-Kins, do Gana, e outros artistas moçambicanos e da África do Sul. Júnior & Frida, bailarinos moçambicanos e fundadores deste projecto, contam já com um

considerável rol de participações em diversos concursos e festivais, em países como Portugal, Espanha, Brasil, Quénia, África do Sul, Holanda, Tanzânia e Botsuana, representando Moçambique e o Kaya, assim divulgando e elevando a nossa cultura.

This 4th edition featured, among other important artists, Júnior & Frida, from Mozambique, Isabelle & Felicien, from France, Mestre Petchu, from Angola, Waka-waka Dance, from Tanzania, Mike & Msti, from Botswana, Jay & Anita, from Zambia, Elena Bernes, from Cuba, Envans & Lola, from South Africa, Dj E-Kins, from Ghana, and other Mozambican and South African artists.

Júnior & Frida, Mozambican dancers and founders of this project, have already taken part in a considerable number of competitions and festivals in countries such as Portugal, Spain, Brazil, Kenya, South Africa, Holland, Tanzania and Botswana, representing Mozambique and Kaya, thus spreading and raising the profile of our culture.

The 5th edition of the Kaya Dance Festival has already been scheduled for 25-29 September 2024. Stay tuned to find out more about the event. Kaya is ours!

Words from Sílvia Sacur, dancer and official commentator for the event: Witnessing the dynamic and mesmerising performances of each of these artists transported me to different corners of the globe, reminding me of the essence of tradition, passion and

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the telling of unique stories of the origin of dance, leaving the audience in awe.

The festival's ability to create a harmonious atmosphere where cultures blend gracefully shows the incredible power of dance as a unifying force. The inclusion of workshops and networking sessions provided an invaluable space for everyone to grow and collaborate.

The Kaya Parties are one of the biggest highlights of the whole event, where we can enjoy dancing, meeting people and embarking on memorable evenings of great vibrancy and fun.

From this year's themes, which brought together the old and the modern, from the usual to the traditional that is our capulana, everyone turned the runway into a fashion show, with lots of sparkle and colour; the walks around the city in "txopela" to get to know some of the sights, and ending the events and workshops with a visit to the Madre Maria Clara Home, which was the pinnacle of the festival, everything showed that, united and coming together little by little, we make many humans happy. Even better was the small dance class we were able to give the girls and nuns at the home.

There is no doubt that those who were lucky enough to attend this year's festival will be eager to return in future editions, attracted by the enchanting emotions and the remarkable experience the festival offers. It was a very intense and soulful five days."

Palates on the loose

N’TENDELE LODGE

Fotografia: Cortesia de N'tendele Lodge

Elegância rústica em Niassa

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O N'tendele Lodge é uma pousada ecológica em que está patente a dedicação e paixão dos seus criadores.

N’TENDELE LODGE Elegância rústica em Niassa Escrito por: Emília Gimo

Por vezes, as melhores ideias nascem dos momentos mais inesperados. Em Lichinga, dois amigos — um sueco e um francês — estavam envolvidos num projecto agroflorestal. Unidos por uma visão comum, decidiram empreender e transformar um terreno remoto no acolhedor e sustentável N'tendele Lodge, uma pousada ecológica que é testemunho da sua dedicação e paixão.

E

rguido no meio da deslumbrante e intocada beleza florestal de Meponda, o N'tendele Lodge proporciona uma experiência ímpar. Aqui, a elegância rústica alia-se à hospitalidade calorosa, criando um santuário para aqueles que desejam uma pausa na agitação tecnológica, um reencontro genuíno com a essência da natureza africana.

A filosofia da pousada é clara: oferecer uma experiência autêntica. A equipa do N'tendele Lodge deseja que os seus hóspedes, quer sejam nacionais ou internacionais, se sintam verdadeiramente em casa, envoltos em calor humano e hospitalidade genuína. Este não é apenas um local de estadia, mas um lar que promete memórias inesquecíveis. A diversidade é também uma marca do lodge. Desde os que buscam serenidade, até aos ávidos por aventura ou uma imersão cultural, todos encontram um refúgio à sua medida. O feedback dos hóspedes é crucial para a pousada. Cada opinião é valorizada, servindo de alicerce para aperfeiçoamentos contínuos, evidenciando um compromisso profundo com a excelência.

Mas o que realmente distingue o N'tendele Lodge da concorrência? A resposta re-

side na sua combinação única de localização exclusiva, práticas sustentáveis e envolvimento social. Aqui, os viajantes não apenas desfrutam da magnífica paisagem, mas também têm a oportunidade de mergulhar na cultura local, seja através de actividades, da deliciosa gastronomia ou da interacção directa com a comunidade. No restaurante do lodge, os paladares são transportados numa viagem culinária que funde sabores locais e internacionais. Com um foco na sustentabilidade, os produtos frescos e orgânicos são a estrela, destacando-se pratos como os espetinhos de peixe Kampango e a galinha, servidos com nuances locais como o arroz de coco e o achar de manga verde. Além da gastronomia, o N'tendele Lodge oferece uma panóplia de actividades. Desde mergulhos com snorkel para observar a fauna aquática endémica, até momentos relaxantes no beach bar com vistas deslumbrantes, tudo pensado para proporcionar uma experiência completa.

O compromisso do lodge com a sustentabilidade e a responsabilidade social é inegável. A sua visão eco-friendly é evidenciada em práticas diárias como a redução do uso de plástico e a reciclagem, bem como no envolvimento activo com a

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comunidade local, criando oportunidades e colaborando em projectos sociais.

Para o futuro, o N'tendele Lodge tem planos ambiciosos. Desde melhorar as instalações actuais e introduzir inovações sustentáveis, até aprofundar o envolvimento comunitário e desenvolver parcerias estratégicas, o horizonte é promissor.

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Fotografia: Cortesia de N'tendele Lodge

Turismo

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Turismo

A equipa do N'tendele Lodge deseja que os seus hóspedes, nacionais ou internacionais, se sintam verdadeiramente em casa, envoltos em calor humano e hospitalidade genuína.

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Fotografia: Cortesia de N'tendele Lodge

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N’TENDELE LODGE Essence and elegance in Niassa Written by: Emília Gimo

Sometimes the best ideas come from the most unexpected moments.

In Lichinga, two friends - a Swede and a Frenchman - were involved in an agroforestry project. United by a common vision, they decided to take the plunge and transform a remote plot of land into the cosy and sustainable N'tendele Lodge, an ecological lodge that is testament to their dedication and passion.

S

et amidst the stunning, untouched forest beauty of Meponda, N'tendele Lodge offers a unique experience. Here, rustic elegance meets warm hospitality, creating a sanctuary for those who want a break from the hustle and bustle of technology, a genuine reconnection with the essence of African nature.

The lodge's philosophy is clear: to offer an authentic experience.

The team at N'tendele Lodge want their guests, whether national or international, to feel truly at home, enveloped in warmth and genuine hospitality. This is not just a place to stay, but a home that promises unforgettable memories. Diversity is also a hallmark of the lodge.

From those seeking serenity to those eager for adventure or a cultural immersion, everyone will find a haven to suit them. Guest feedback is crucial to the lodge. Every opinion is valued and serves as a foundation for continuous improvement, demonstrating a deep commitment to excellence.

But what really sets N'tendele Lodge apart from the competition? The answer lies in its unique combination of exclusive location, sustainable practices and social involvement. Here, travellers not only enjoy the magnificent scenery, but also have the opportunity to immerse themselves in the local culture, whether through activities, delicious cuisine or direct

interaction with the community. In the lodge's restaurant, palates are transported on a culinary journey that fuses local and international flavours. With a focus on sustainability, fresh and organic products are the star, with dishes such as Kampango fish skewers and chicken, served with local flavours such as coconut rice and green mango achar. In addition to the cuisine, N'tendele Lodge offers a wide range of activities. From snorkelling to observe the endemic aquatic fauna, to relaxing moments at the beach bar with breathtaking views, everything is designed to provide a complete experience.

The lodge's commitment to sustainability and social responsibility is undeniable. Its eco-friendly vision is evidenced in daily practices such as reducing the use of plastic and recycling, as well as in active involvement with the local community, creating opportunities and collaborating in social projects.

For the future, N'tendele Lodge has ambitious plans. From improving the current facilities and introducing sustainable innovations, to deepening community involvement and developing strategic partnerships, the horizon is promising.

We challenge you to discover the magic of N'tendele Lodge, where nature, culture and sustainability meet in an unforgettable embrace.

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Fotografia: Cortesia de Baia Mall

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2ª EDIÇÃO DO MODA BAÍA Três dias de estilo, cor e expressividade

Em Setembro, o Baía Mall, transformou-se num palco para cores, tecidos e estilos, marcando um momento notável no mundo da moda. A 2ª edição do evento Moda Baía não apenas atendeu às expectativas, mas também as superou, fundindo estilos, culturas e arte numa celebração unificada que reflectiu a beleza e diversidade da nação moçambicana.

PRIMEIRO ACTO: RECEPÇÃO E ELEGÂNCIA No primeiro dia, o palco foi meticulosamente preparado, com a gestora de marketing, Lisié Champier, a dar as boas-vindas aos convidados de uma maneira autêntica, oferecendo-lhes rosas cuidadosamente confeccionadas por Isabel Tembe e ligando-as à decoração floral inspirada nas coleções primavera-verão.

O entretenimento ressoou nas vozes melodiosas da Dama do Bling e de Nelson Nhachungue, enquanto marcas proeminentes, como a Fashion World e o estilista Omar Adelino, apresentavam as suas criações num desfile onde arte e expressividade se fundiam.

SEGUNDO ACTO: CULTURA E ARTE EM DESTAQUE O segundo dia desdobrou-se com uma variedade de possibilidades, onde estilistas e marcas, como Areia Branca, Uzuri, e Atija teceram a sua arte na passarela, revelando o entusiasmo e talento nacionais.

Uma abordagem cultural à moda foi evidente, com o Innova Studio a proporcionar um espectáculo misto de arte pintada e dança contemporânea, harmonizando-se com os desfiles de moda. A teatralidade que ressoou pelas mãos do grupo Sico na Sico e uma nota musical vigorosa por Marlene Preta Negra embelezaram também o dia, caracterizado por expressões culturais variadas estabelecendo um paralelo entre moda, arte e teatro.

TERCEIRO ACTO: A GRACIOSIDADE INFANTIL E O FUTURO DA MODA O terceiro dia foi caracterizado pelos sorrisos genuínos e olhares cativantes dos mais jovens, que, com uma naturalidade e um toque de elegância infantil, desfilaram peças de lojas como Bebé Giro e Zippy. O Innova Studio dedicou aos mais pequenos uma edição especialmente adaptada para eles, e a Dama do Bling partilhou o palco com uma mini bailarina, numa coreografia que aqueceu os corações presentes. A oferenda de vasos de suculentas e pacotes de sementes aos pais, por parte das crianças, encerrou o evento de uma maneira delicada, entrelaçando um laço verde de esperança e continuidade no evento.

O Moda Baía foi uma celebração de cultura, arte e união, com diversas marcas a oferecer prémios e vouchers, num gesto que engrandeceu a gratidão e apreciação dos participantes e convidados. Entre tecidos, melodias e cores, o evento estabeleceu uma ligação entre o passado, presente e futuro da moda em Moçambique, encenando um diálogo consistente entre tradição e contemporaneidade. Este foi, indubitavelmente, um capítulo marcante na trajectória da moda moçambicana, que permanecerá vivo nas memórias daqueles que o vivenciaram e que ressoará nas futuras edições deste distinto evento.

Durante três dias, o Baía Mall foi palco para cores, tecidos e estilos que marcaram um momento notável no mundo da moda.

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Fotografia: Cortesia de Baia Mall

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Fotografia: Cortesia de Baia Mall

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Foi evidente uma abordagem cultural à moda, com o Innova Studio a proporcionar um espectáculo misto de arte pintada e dança contemporânea, harmonizando-se com os desfiles de moda.

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Fotografia: Cortesia de Baia Mall

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2ND EDITION OF MODA BAÍA three days of style, colour and expressiveness

In September, Baía Mall was transformed into a stage for colours, fabrics and styles, marking a remarkable moment in the world of fashion. The 2nd edition of the Moda Baía event not only met expectations, but exceeded them, fusing styles, cultures and art in a unified celebration that reflected the beauty and diversity of the Mozambican nation.

ACT ONE: RECEPTION AND ELEGANCE On the first day, the stage was meticulously set, with marketing manager Lisié Champier welcoming guests in an authentic way, offering them roses carefully crafted by Isabel Tembe and linking them to the floral decor inspired by the spring-summer collections. The entertainment resounded in the melodious voices of Dama do Bling and Nelson Nhachungue, while prominent brands such as Fashion World and designer Omar Adelino presented their creations in a show where art and expressiveness merged.

SECOND ACT: CULTURE AND ART IN THE SPOTLIGHT The second day unfolded with a variety of possibilities, where designers and brands such as Areia Branca, Uzuri, and Atija wove their art onto the catwalk, revealing national enthusiasm and talent. A cultural approach to fashion was evident, with Innova Studio providing a mixed show of painted art and contemporary dance, harmonising with the fashion shows. The theatricality that resonated through the hands of the Sico na Sico group and a vigorous musical note by Marlene Preta Negra also embellished the day, characterised by varied cultural expressions establishing a parallel between fashion, art and theatre.

ACT THREE: CHILDLIKE GRACE AND THE FUTURE OF FASHION The third day was characterised by the genuine smiles and captivated looks of the youngest, who, with a naturalness and a touch of childlike elegance, paraded clothes from shops such as Bebé Giro and Zippy. Innova Studio dedicated a specially adapted edition to the little ones, and the Bling Lady shared the stage with a mini ballerina, in a choreography that warmed the hearts of those present. The children's gift of pots of succulents and packets of seeds to their parents rounded off the event in a delicate way, weaving a green bow of hope and continuity into the event.

Moda Baía was a celebration of culture, art and unity, with various brands offering prizes and vouchers, in a gesture that magnified the gratitude and appreciation of the participants and guests. Between fabrics, melodies and colours, the event established a link between the past, present and future of fashion in Mozambique, staging a consistent dialogue between tradition and contemporaneity. This was undoubtedly a remarkable chapter in the trajectory of Mozambican fashion, which will remain alive in the memories of those who experienced it and which will resonate in future editions of this distinguished event.

Moda Baía was a celebration of culture, art and unity, with various brands offering prizes and vouchers, in a gesture that magnified the gratitude and appreciation of the participants and guests.

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O PARQUE DAS CRIANÇAS DA PONTA DO OURO Diversão e aprendizagem

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Fotografia: Angelina Neves

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O PARQUE DAS CRIANÇAS DA PONTA DO OURO Diversão e aprendizagem

Num mundo onde a formação das novas gerações é crucial, emerge na Ponta do Ouro um projecto interessante. A dedicada Associação Kanimambo pretende criar o "Parque das Crianças". Imagine um local não só voltado para a preservação da natureza, mas também concebido para inspirar, educar e moldar as mentes jovens do amanhã através da brincadeira.

E

tem um circuito para bicicletas, doadas ao parque, e há planos para a adição de um campo polivalente. O "Espaço de Leitura" proporcionará um ambiente tranquilo para o estímulo intelectual, fomentando a comunicação e a expressão artística.

Embora o foco seja nas crianças dos 6 aos 15 anos, o projecto do parque é inclusivo para toda a comunidade. Existe um profundo envolvimento comunitário, não só no financiamento e construção, mas também na manutenção e animação do espaço. Entre as actividades sugeridas, incluem-se a plantação de árvores e aulas de ginástica. Já se encontra em desenvolvimento a con-

Fotografia: Angelina Neves

ste projecto, ainda em fase de planeamento, prevê um parque dividido em quatro áreas, com algumas já em pleno funcionamento. No "Espaço da Brincadeira Livre", as crianças encontram o ambiente ideal para gastar energia e aprender sobre convivência social. Graças às contribuições da comunidade, este espaço conta com baloiços, escorregas, pneus e cordas. O "Espaço da Natureza" pretende ser mais do que um simples jardim, funcionando também como uma sala de aula ao ar livre, onde temas como a preservação ambiental e a sustentabilidade são abordados. O "Espaço de Jogos", centrado no desporto e formação física, já

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versão de resíduos orgânicos em composto para venda, que contribuirá para a sustentabilidade do espaço.

Em parceria com entidades como a Associação Lwandi Surf e o grupo de canto e dança Txina Ponta, o "Parque das Crianças" aspira a ser mais do que um mero espaço lúdico. Pretende ser um pilar no desenvolvimento integral das crianças da Ponta do Ouro. No "Parque das Crianças", semeia-se o presente para colher um futuro luminoso. A cada sorriso, a cada brincadeira, a cada aprendizagem, renova-se a esperança num Moçambique mais harmonioso, ecologicamente responsável e coeso.

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THE PONTA DO OURO CHILDREN'S PARK Fun and learning

In a world where the education of new generations is crucial, an interesting project is emerging in Ponta do Ouro. The dedicated Kanimambo Association wants to create a "Children's Park". Imagine a place not only geared towards preserving nature, but also designed to inspire, educate and mould the young minds of tomorrow through play.

T

his project, which is still in the planning stage, envisages a park divided into four areas, some of which are already fully operational. In the "Free Play Area", children will find the ideal environment to burn off energy and learn about social interaction.

Thanks to contributions from the community, this space has swings, slides, tyres and ropes. The "Nature Space" is intended to be more than just a garden, it also functions as an open-air classroom, where themes such as environmental preservation and sustainability are addressed.

The "Games Area", centred on sport and physical training, already has a bicycle track, donated to the park, and there are plans to add a multi-purpose pitch. The "Reading Space" will provide a tranquil environment for intellectual stimulation, fostering communication and artistic expression.

Although the focus is on children aged 6 to 15, the park project is inclusive of the whole community. There is deep community involvement, not only in the financing and construction, but also in the maintenance and animation of the space. Suggested activities include tree planting and gymnastics classes. The conversion of organic waste into compost for sale is already underway, which will contribute to the sustainability of the space.

In partnership with organisations such as the Lwandi Surf Association and the Txina Ponta singing and dancing group, the "Children's Park" aspires to be more than just a playground. It aims to be a pillar in the integral development of the children of Ponta do Ouro. In the "Children's Park", the present is sown in order to reap a bright future.

With every smile, every game, every lesson, hope is renewed for a more harmonious, ecologically responsible and cohesive Mozambique.

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Fotografia: Angelina Neves

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Acontece

PASSION OF JAMESON INGREDIENTES: JAMESON – 50 ML SUMO DE MARACUJÁ – 200 ML 1 MARACUJÁ

Fotografia: Mariano Silva

Coloque todos os ingredientes num shaker, agite bem e, de seguida, sirva num copo longo. Use metade do maracujá para decorar.

“Desperte a sua paixão com um toque irlandês, um casamento perfeito entre o sabor autêntico de Jameson e o frescor exótico do maracujá. Sláinte!”

– Hédito Marcelino (Laranjinha Cocktails)

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Acontece

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Diáspora

PASSION OF JAMESON INGREDIENTS:

JAMESON - 50 ML PASSION FRUIT JUICE - 200 ML 1 PASSION FRUIT

Fotografia: Mariano Silva

Put all the ingredients in a shaker, shake well and then serve in a long glass. Use half the passion fruit to decorate.

“Awaken your passion with an Irish twist, a perfect marriage between the authentic flavour of Jameson 100 the | Revistaexotic Xonguila © Ed. 63 • Outubro - October and freshness of2023 passion fruit. Sláinte!”

– Hédito Marcelino (Laranjinha Cocktails)

LEITE ASSOCIATED HEALTH

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CONSUMO DE AREIA UMA PRÁTICA SINGULAR E CONTROVERSA

E

m certas regiões de Moçambique, não é raro depararmo-nos com o consumo de areia por pessoas, principalmente por mulheres. Poucos anos atrás, chegou a ser considerado uma moda em crescimento, vendendo-se a areia em sacos ou pequenos cartuchos de papel, em mercados e outros locais. Diz-se que, para a capital, provém de Marracuene. É normalmente lavada, peneirada para extrair a mais grossa, e reduzida a pó.

Acreditam alguns seguidores da prática que ela se destina a satisfazer desejos que, por vezes, se tornam vícios. Curiosamente, são principalmente mulheres grávidas que manifestam o desejo específico de consumir areia. Há também quem defenda que a areia pode auxiliar na digestão ou oferecer cura para certas doenças, ou aliviar a fome, entre outros benefícios.

Mas o consumo da referida areia não está isento de perigos, sendo por isso desaconselhado pelos profissionais de saúde. Ela pode conter impurezas e metais pesados extremamente prejudiciais para a saúde, e a sua ingestão pode propiciar o desenvolvimento de parasitas, desencadear complicações

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intestinais como obstruções e perfurações, bem como outras doenças com gravidade.

Apesar de uma crescente sensibilização para estes riscos, muitos moçambicanos mantêm-se fiéis a este costume.

Para diversas comunidades, sobretudo nas zonas rurais, é uma prática que vai passando de geração em geração.

Também conhecida como geofagia, a prática de comer areia não é exclusiva de Moçambique. Ela pode estar relacionada com um distúrbio alimentar denominado pica, caracterizado por uma necessidade anormal de consumir substâncias não alimentícias, cuja causa tem sido procurada sob diversas perspectivas. As teorias nutricionais mais citadas atribuem-na a deficiências minerais específicas no organismo.

Além de ser observada em populações africanas, a pica é notada em outras partes do mundo.

Numa era de crescente globalização e intercâmbio cultural, é crucial que se procure respeitar e compreender os costumes populares, enquanto se promove o bem-estar e a consciência dos riscos associados.

Em certas regiões de Moçambique, não é raro depararmo-nos com o consumo de areia por pessoas, principalmente por mulheres grávidas.

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Millennium bim

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Millennium bim

SAND CONSUMPTION

A UNIQUE AND CONTROVERSIAL PRACTICE

I

n certain regions of Mozambique, it is not uncommon to come across people eating sand, especially women. Just a few years ago, it was even considered a growing trend, with sand being sold in bags or small paper cartridges in markets and other places. For the capital, it is said to come from Marracuene. It is usually washed, sieved to extract the coarsest sand and reduced to powder.

Some followers of the practice believe that it is intended to satisfy desires that sometimes become addictions. Curiously, it is mainly pregnant women who express a specific desire to consume sand. There are also those who argue that it can aid digestion or offer a cure for certain illnesses, or relieve hunger, among other benefits.

However, the consumption of such sand is not without its dangers and is therefore advised against by health professionals. It can contain impurities and heavy metals that are extremely harmful to health, and its ingestion can encourage the development of parasites,

trigger intestinal complications such as obstructions and perforations, as well as other serious illnesses.

Despite growing awareness of these risks, many Mozambicans remain faithful to this ancestral custom. For many communities, especially in rural areas, it is a practice that is handed down from one generation to the next.

Also known as geophagy, the practice of eating sand is not exclusive to Mozambique. It may be related to an eating disorder called pica, characterised by an abnormal need to consume non-food substances, the cause of which has been sought from various perspectives. The most widely cited nutritional theories attribute it to specific mineral deficiencies in the body. As well as being observed in African populations, pica has been noted in other parts of the world.

In an era of increasing globalisation and cultural exchange, it is vital to strive for respect and understanding of popular customs, while promoting well-being and awareness of the associated risks.

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A hora Maconde

De Marcelo Panguana As histórias que decorrem neste livro inspiraram-se numa realidade trágica acontecida nas matas de Cabo Delgado durante a guerra de libertação nacional. O seu autor apenas as vestiu de trajes ficcionais, dando asas à sua criatividade. O livro não esgota as peripécias daquilo que foi aquela grandiosa luta, apenas contribui com uma outra leitura de entre tantas outras que se podem apresentar. Como alguém disse, o poder de não esquecer tornou-se, seguramente, uma das marcas mais reivindicadas pela narrativa moçambicana. É sobretudo essa importância de retenção histórica e preservação da nossa memória que se deve atribuir a esta obra.

The Maconde Hour

By Marcelo Panguana The stories in this book were inspired by a tragic reality that took place in the forests of Cabo Delgado during the national liberation war. The author simply dressed them up in fictional costumes, giving free rein to his creativity. The book doesn't exhaust the adventures of that great struggle, it just provides another reading among the many others that can be presented. As someone has said, the power not to forget has certainly become one of the most recognised hallmarks of Mozambican narrative. It is above all this importance of historical retention and preservation of our memory that should be attributed to this work.

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A SOLUÇÃO NA PREVENÇÃO, MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO

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INFORMAÇÕES: Celular: +258 85 012 24 31 Email: geral@engitech.co.mz Outubro - October 2023 • Ed. 63 © Revista Xonguila | 107

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“Limpeza costeira internacional”: Moçambique em acção No passado mês de Setembro, entre os dias 16 e 24, celebrou-se o “Dia Internacional de Limpeza Costeira”, uma iniciativa global nascida em 1986 pela mão da organização norte-americana Ocean Conservancy.

Este movimento, o primeiro do género, tem como principal missão combater a poluição nas praias e outras zonas costeiras, engajando comunidades inteiras numa causa de relevância mundial. Moçambique, através da organização "Unidos para o Ambiente" (UPA), juntou-se a esta causa, tendo a praia da Costa do Sol sido palco de um esforço colectivo de limpeza que mobilizou estudantes, professores e seus familiares. O resultado? Um total de 118 sacos de lixo recolhidos, quase o dobro em comparação com o ano anterior.

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Fotografia:Cortesia de UPA

Os voluntários que participaram na acção reflectem a crescente consciência ambiental da comunidade moçambicana e o seu compromisso de lutar pela preservação da riqueza e belezas naturais do país. Agradecendo a participação de todos nestes esforços, espera-se uma adesão ainda maior no próximo ano.

35mm

R

SYSTEM K

ealizado por Renaud Barret, "System K" é um documentário que representa um mergulho profundo no vibrante mundo da street art de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Kinshasa é uma cidade marcada por conflitos, desigualdades e transformações constantes, contexto em que emergem artistas de rua com uma força e criatividade inigualáveis, usando a arte como uma arma de expressão e resistência.

O título "System K" é uma referência ao "sistema débrouille", uma expressão francesa que significa "desenrascar-se", frequentemente usada para descrever a habilidade dos congoleses de se adaptar e superar. Barret não se limita a ser um mero observador; ele permite que os artistas partilhem as suas histórias, sonhos e frustrações, criando um retrato autêntico e comovente da cena artística de Kinshasa. Através das suas lentes, somos convidados a testemunhar a ca-

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pacidade transformadora da arte, bem como os desafios que os artistas enfrentam diariamente. O documentário destaca-se pela abordagem crua e sem filtros, evitando a romantização dos artistas. Em vez disso, apresenta-se uma poderosa narrativa sobre resistência, expressão e transformação. Não são apenas os grafitis ou as pinturas que sobressaem; o documentário também mostra performances e instalações feitas com materiais reciclados, demonstrando a capacidade de inovação dos artistas em referência.

Quanto ao elenco, não há "actores" no sentido tradicional, uma vez que os protagonistas são os próprios artistas, o que confere uma camada adicional de autenticidade à produção. A obra já foi exibida em festivais de renome um pouco por todo o mundo – como, por exemplo, o "Sea International Film Festival" – e recorda-nos o poder transformador da arte e da resistência humana face às adversidades da vida e do mundo.

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Diáspora

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Diáspora

35mm

SYSTEM K Directed by Renaud Barret, "System K" is a documentary that takes a deep dive into the vibrant world of street art in Kinshasa, the capital of the Democratic Republic of Congo. Kinshasa is a city marked by conflict, inequality and constant transformation, a context in which street artists emerge with unrivalled strength and creativity, using art as a weapon of expression and resistance.

The title "System K" is a reference to "system débrouille", a French expression meaning "to get by", often used to describe the Congolese ability to adapt and overcome. Barret doesn't limit himself to being a mere observer; he allows the artists to share their stories, dreams and frustrations, creating an authentic and moving portrait of Kinshasa's art scene.

Through his lens, we are invited to witness the transformative capacity of art, as well as the challenges that artists face

on a daily basis. The documentary stands out for its raw, unfiltered approach, avoiding romanticising artists. Instead, it presents a powerful narrative about resistance, expression and transformation.

It's not just the graffiti or paintings that stand out; the documentary also shows performances and installations made with recycled materials, demonstrating the capacity for innovation of the artists in question.

As for the cast, there are no "actors" in the traditional sense, as the protagonists are the artists themselves, which adds an extra layer of authenticity to the production. The film has already been shown at renowned festivals all over the world - such as the Sea International Film Festival - and reminds us of the transformative power of art and human resilience in the face of adversity in life and in the world.

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VIGÍLIA ROSA DE OUTUBRO Ao raiar de Outubro, a brisa anuncia Um mês que em rosa se pinta e aclama: Alerta a todas, cuidai da vossa mama, É tempo de atenção, vigília e harmonia.

Nos rios de Moçambique ecoa a poesia Das mulheres guerreiras, alma e chama Que enfrentam o cancro, e não se desarmam, Com esperança e força, vencem cada dia.

Examinai-vos, não deixeis o tempo correr, Cada segundo conta nesta batalha, E a prevenção pode o mal esmorecer.

Unidas em voz, cor e sentimento, Lutamos juntas, e nada nos atrapalha, Por um futuro livre e sem sofrimento.

Victória Mucache

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