Revista Xonguila Nº57

Publicação mensal • Abril - April 2023 • Ed. 57 • Ano 06 • 300 MZN • xonguila.co.mz

A MULHER NA BANCA

A palavra de líderes no Absa Testimonials from women leaders at Absa

PREICC 2023 Celebração do talento nacional Celebrating national talent

MACHANGULO VILLAS

Um refúgio perfeito A perfect getaway

UMA MUSA DESCONHECIDA

A história da foto “Mulher Moçambicana” The story behind the ‘Mozambican Woman’ photo

Fotografia: Cortesia de Moises Oliveira

Diáspora

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Uma musa desconhecida

A HISTÓRIA DA FOTO “MULHER MOÇAMBICANA”

Uma musa desconhecida

A HISTÓRIA DA FOTO “MULHER MOÇAMBICANA” Escrito por:

Jaime Álvaro Pouco ou nada sabe certamente o leitor sobre a foto da mulher com rosto pintado à macua, lenço de capulana e um belo sorriso tímido que é amplamente utilizada, sobretudo em datas comemorativas relacionadas com a mulher, em Moçambique e outros cantos do mundo. Com efeito, essa imagem que muito rapidamente se tornou uma referência da mulher moçambicana, e é por todos conhecida, popularizou-se sem qualquer indicação de autor nem da mulher fotografada. Pois a Xonguila traz hoje a sua história, revelada pelo próprio autor, que pela primeira vez leva créditos pela sua obra.

A

foto é da autoria de Moisés Oliveira, redactor publicitário e fotógrafo brasileiro de 37 anos de idade. Nasceu numa família humilde, na zona leste de São Paulo, na favela Jardim Sinhá. De resto, a sua infância foi dura e passada na periferia, entre a favela Zilah Spósito, em Minas Gerais, e a favela Da Baronesa, em Belo Horizonte. Formou-se em Propaganda e Marketing e especializou-se em Redacção Criativa. Em 2009, com apenas 23 anos, aventurou-se para Maputo, acompanhado de um amigo que o incentivou, para trabalhar como redactor publicitário na Agência DDB Moçambique. O contrato era curto, de apenas um ano, mas acabou apaixonando-se pelo país e aqui viveu durante cinco anos.

A sua vinda a África significou o começo de uma nova vida e uma projecção profissional de sonho. É casado, aliás conheceu a mulher em Moçambique, e tem dois filhos. Actualmente vive em Portugal, mas sonha um dia conhecer o Japão, e o seu livro preferido é a Bíblia. “A minha experiência em Maputo foi fabulosa. Eu era muito novo quando cheguei. Tinha apenas 23 anos. Mas ainda assim, consegui aproveitar ao máximo essa experiência e conhecer uma cultura diferente, um povo diferente, com costumes diferentes. Para mim, foi uma das melhores experiências da minha vida e eu tenho imensas saudades daquele tempo”.

Apesar dos desafios que teve que enfrentar, Moisés diz que foi muito bem acolhido em Moçambique e que a simplicidade e a alegria do povo moçambicano, mesmo diante de dificuldades, facilitaram a sua adaptação e, por isso, sentiu-se sempre em casa, reconhecendo o papel dos amigos na sua adaptação: “Depois do Vasco Rocha, o Director da DDB, eu tinha ali um colega, o nosso grande amigo Azagaia, que, infelizmente, veio a falecer. Mas ele, no caso, foi uma pessoa que me 6 | Revista Xonguila © Ed. 57 • Abril - April 2023

ajudou imenso nessa adaptação, sobretudo com a língua portuguesa em Moçambique. Porque além de músico, ele também era redactor publicitário na mesma empresa. Olhava para os meus textos, me dava dicas, me ajudou a escrever de uma forma que chegasse mais perto daquilo que é o linguajar moçambicano”.

A CEREJA NO TOPO DO BOLO É assim que Moisés descreve a sua passagem por uma das maiores agências de publicidade em Moçambique: “Nos meus sete anos a trabalhar em agências de publicidade, a DDB foi realmente a cereja no topo do bolo. Porque foi onde, de facto, consegui construir com solidez um trabalho mais consistente”. Moisés entrou na DDB Moçambique como redactor sénior e, pouco tempo depois, começou a actuar como supervisor de criação, tendo sido, seguidamente, promovido a Director criativo da empresa, cargo que ocupou até à sua saída da empresa, em 2014. “Foi uma experiência maravilhosa, ainda mais porque eu era extremamente novo, tinha apenas 26 anos e geria uma equipa de quase 20 criativos. Esta experiência agregou muito valor na minha profissão. Nós ganhámos imensos prémios”, acrescentou. Sob o seu comando, a DDB foi laureada em diversos festivais internacionais, com destaque para uma menção honrosa na maior premiação mundial de publicidade, o festival de Cannes.

No ano de 2014, Moisés viajou para Portugal, onde gere o seu próprio estúdio de comunicação digital. “Antes de iniciar a minha jornada empreendedora, o meu próprio negócio, a DDB Moçambique foi uma grande escola, tinha mais de 60 colaboradores. Tenho muito carinho e respeito pelo Vasco Rocha, que me deu essa grande oportunidade, que me trouxe para Moçambique e me ajudou

Fotografia: Cortesia de Moises Oliveira

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em tudo o que precisei para me adaptar ali naquele país. Portanto, a DDB está num lugar muito especial no meu coração. De todo o valor que me foi agregado durante a minha carreira nessa profissão de publicitário em agências, a DDB foi responsável pela maior parte, com certeza”, destacou.

A RECONSTRUÇÃO DA CENA Moisés é um daqueles fotógrafos que não sai de casa sem a sua máquina na mochila. E não volta para casa sem imagens novas. Procura explorar ao máximo todas as oportunidades que surgem para congelar um momento para a posteridade.

Foi com esse espírito embutido que conseguiu fazer uma foto que, depois de ser publicada pela primeira vez num blog, viralizou na internet, passando a ser um símbolo do dia 7 de Abril – Dia da Mulher da Mulher Moçambicana.

A fotografia intitulada “Mulher Moçambicana” foi tirada há precisamente 12 anos. “Naquele dia, 19 de Outubro de 2011, inaugurariam a estátua de Samora Machel, em frente do Conselho Municipal de Maputo, e ali estariam presentes personalidades como Graça Machel e o presidente da altura, Armando Guebuza. Eu precisava ir lá e fotografar qualquer coisa. Queria documentar aquela ocasião e, quem sabe, conseguir umas boas imagens do Presidente”. Moisés conseguiu muito mais que

Fotografia: Cortesia de Moises Oliveira

Foi na DDB que o redactor publicitário desenvolveu as suas habilidades em fotografia. De amador, transformou-se num fotógrafo profissional.

“A fotografia não transformou só a minha vida profissional, transformou a minha vida como um todo, porque desde criança eu gostava de ver quem tinha uma câmara na mão, eu não tive a oportunidade de ter tão cedo, mas eu gostava de ver pessoas com aquele aparelho a tirarem fotos e gostava de ver fotografias também”, explicou o fotógrafo documental e jornalístico. Durante a sua estadia em Moçambique, Moisés escalou várias províncias nas três regiões do país, onde registou várias imagens da vida quotidiana. Imagens de eventos de todo o tipo, imagens de artistas, de políticos, imagens de profissionais de diversas áreas de actuação, imagens de rua, imagem de qualquer coisa, de qualquer cena e até de pessoas desconhecidas. E, curiosamente, a sua obra-pri-

ma mais famosa é de uma mulher desconhecida a quem chama musa e que abençoou como “Mulher moçambicana”. Mas onde, como e quando foi tirada a fotografia?

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Fotografia: Cortesia de Nuno Palha

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uma boa imagem, Moisés conseguiu captar uma história, um momento ímpar que marcou para sempre a sua vida profissional. “Naquele dia, avistei um grupo de dança de mulheres que estavam ali, entre outros grupos, para enfeitar aquele momento especial, vestidas com cores alaranjadas, e decidi fotografá-las. Elas viram-me e ficaram subtilmente envergonhadas, porém sorridentes. Não tirei mais do que 20 fotografias daquele grupo, mas uma delas marcou para sempre este dia. Nem mesmo as fotografias de Guebuza ou de Graça Machel, que também consegui fazer, me deixaram tão feliz quanto ver aquele retrato, daquela senhora com a capulana na cabeça, a pintura à volta dos olhos e um sorriso meigo no rosto”, descreveu. Para Moisés, a foto “Mulher Moçambicana” representa um esforço de aproximação com o povo moçambicano, por quem nutre um carinho especial. “Aquela fotografia, para mim, ficou marcada como uma imagem que me deu um passaporte, essa proximidade com a cultura, essa amizade com o povo moçambicano”.

FAMA SEM CRÉDITOS O fotógrafo brasileiro reivindica a autoria da foto que rapidamente se espalhou pela internet e misteriosamente se tornou uma referência, uma imagem representativa da mulher moçambicana. “É uma fotografia de que eu perdi a mão, ela espalhou-se pela internet com bastante rapidez e eu nunca mais consegui ter um tipo de controle sobre essa fotografia, também não tentei controlar, deixei a imagem vagar por aí”. Moisés afirma que nunca recebeu créditos pela foto, que hoje é amplamente usada para vários fins, inclusive publicitários, sem nenhuma autorização e sem nenhuma compensação, violando desta forma os direitos autorais deliberadamente. “Já vi uma pintura de uma mulher num mural na Namaacha inspirada nessa foto. Isso até me deixou ainda mais feliz, honrado e orgulhoso do que as diversas partilhas na internet; a utilização da imagem como publicidade não me deixou assim tão feliz”. Moisés lamenta e condena o uso indevido da imagem, principalmente em datas comemorativas associadas à mulher, como o dia 7 de Abril – Dia da Mulher Moçambicana – e dia 8 de Março – Dia Internacional da Mulher. “Eu nunca autorizei o uso comercial dessa imagem, até porque sequer tenho a autorização da própria pessoa na fotografia. Portanto, nunca vendi essa fotografia, nunca recebi absolutamente nenhum valor pelo uso comercial dela. Todas as pessoas que a usaram comercialmente, usaram indevidamente”.

Moisés não espera nenhuma indemnização pela fotografia. Mas espera que este artigo chegue à “Mulher Moçambicana” e que sirva de instrumento para reivindicar os seus direitos pelo uso da sua imagem para fins comerciais e publicitários. “O pior desse uso indevido para fins comerciais e publicitários não é pra mim, é para ela, porque é a imagem dela que está a ser utilizada, e ela merecia, de facto, receber por essa utilização. Qualquer ganho que se podia ter era para ela e não para mim”.

Mesmo não sabendo absolutamente nada sobre aquela mulher, que virou a sua musa, Moisés sonha com um possível reencontro.

“O pior desse uso indevido para fins comerciais e publicitários não é pra mim, é para ela, porque é a imagem dela que está a ser utilizada, e ela merecia, de facto, receber por essa utilização.

Qualquer ganho que se podia ter era para ela e não para mim.” - Moisés Oliveira, fotógrafo Abril - April 2023 • Ed. 57 © Revista Xonguila | 11

Millennium bim

Fotografia: Cortesia de Moises Oliveira

A foto intitulada “Mulher Moçambicana” foi tirada a 19 de Outubro de 2011, momentos antes da inauguração da estátua de Samora Machel em frente do Conselho Municipal de Maputo

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Millennium bim

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An anonymous muse

THE STORY OF THE

‘MOZAMBICAN WOMAN’ PHOTO Written by:

Jaime Álvaro The reader likely knows little or nothing at all about the origins of the photo depicting a woman with a face painted in the Macua fashion, sporting a capulana headscarf and bearing a shy yet beautiful smile, a photo that is nevertheless widely used — especially on celebratory dates related to women — in Mozambique and in other corners of the world. This image, familiar to all, very quickly became a popular go-to visual reference of the Mozambican woman, with no indication of the identity of the author or of the woman photographed. Today, Xonguila brings you the story behind the photograph told by the author himself who, for the first time, takes credit for his work.

T

he photo was taken by Moisés Oliveira, a 37-year-old Brazilian advertising copywriter and photographer. He was born into a humble family in the east side of São Paulo, in the Jardim Sinhá favela. His childhood was tough and spent on the outskirts, between the Zilah Spósito favela in Minas Gerais, and the Da Baronesa favela in Belo Horizonte. He has a degree in Advertising and Marketing and specialised in Creative Writing. In 2009, aged just 23, he travelled to Maputo, accompanied by a friend who encouraged him to go and work as a copywriter at advertising agency DDB Moçambique. The initial contract was short — just one year — but he ended up falling in love with the country and subsequently lived here for four more years. His coming to Africa was the beginning of a new life and propelled him into the career of his dreams. He is now married — in fact, he met his wife in Mozambique — and has two children. He currently lives in Portugal, but dreams of visiting Japan one day, and his favourite book is the Bible. “My experience in Maputo was fabulous. I was very young when I arrived. I was only 23 years old. But still, I was able to make the most of that experience and get to know a different culture, a different people with different customs. For me, it was one of the best experiences of my life and I really miss that time”.

Despite the challenges he had to face, Moisés says that he was warmly received in Mozambique and that the simplicity and joy of the Mozambican people, even in the face of hardships, eased his adaptation and made him feel at home always. He also recognises the role of friends throughout that adaptation process: “After Vasco Rocha, Director of DDB, I had a colleague there, our great friend Azagaia, who unfortunately passed away. He was the person who helped me a lot during that adaptation, especially with the Portuguese variant

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spoken in Mozambique. Because, besides being a musician, he was also an advertising copywriter in that same company. He looked at my texts, gave me tips, helped me write in a way that was closer to the Mozambican lingo”.

THE CHERRY ON TOP OF THE CAKE This is how Moisés describes his time at one of the biggest advertising agencies in Mozambique: “In my seven years working at advertising agencies, DDB really was the cherry on top of the cake. Because it was there that I was able to build a solid, more consistent body of work”. Moisés joined DDB Moçambique as a senior copywriter and, shortly after, began acting as creative supervisor, and was then promoted to Creative Director of the company, a position he held until he left the company in 2014. “It was a wonderful experience, even more so because I was extremely young, only 26 years old and managing a team of almost 20 creatives. This experience added a lot of value to my profession.

We won a lot of awards”, he added. Under his directorship, DDB won awards at several international festivals, among them an honourable mention in the world’s most prestigious advertising awards ceremony, the Cannes Lions festival.

Moisés moved to Portugal in 2014, where he now runs his own digital communication studio. “Before starting my entrepreneurial journey, my own business, DDB Moçambique was a great school [for me], with over 60 employees. I have a lot of affection and respect for Vasco Rocha, who gave me that great opportunity, who took me to Mozambique and helped me with everything I needed to adapt in that country. As such, DDB holds a very special place in my heart. Of all the value-add I gained during my career at advertising agencies, DDB was undoubtedly responsible for the largest

Fotografia: Cortesia de Moises Oliveira

part”, he stressed.

It was at DDB that this copywriting editor developed his photography skills. He went from amateur to professional photographer. “Photography didn’t just transform my professional life; it transformed my life as a whole, because since I was a child, I liked observing those with a camera in hand. I didn’t have the opportunity to have one early on, but I liked to see people with a camera while taking pictures and I liked seeing the pictures as well”, explained the documentary and journalistic photographer. During his stay in Mozambique, Moisés travelled to several provinces in the three main regions of the country, where he recorded various snapshots of daily life. Images of events of all kinds, images of artists, politicians, professionals in various fields; street images, images of anything really, of any scene and even of anonymous people. Curiously, his most famous masterpiece is the photograph of an anonymous woman whom he calls his muse, and whom he christened as ‘Mozambican Woman’. But where, when, and how was the photograph taken?

RELIVING THAT MOMENT Moisés is one of those photographers who never leaves home without his camera in his backpack.

And likewise, he never returns home without new images. He tries to make the most out of every arising opportunity to freeze a moment for posterity. It was in this spirit that he managed to take a photo that, after its first publication on a blog, went viral on the Internet, becoming a symbol of the 7 April — Mozambican Women’s Day. The photo he entitled ‘Mozambican Woman’ was taken precisely 12 years ago. “On that day, 19 October 2011, the statue of Samora Machel would be inaugurated in front of the Maputo City Council, and personalities such as Graça Machel and the president of the country at the time, Armando Guebuza, would be present at the ceremony. I needed to go there and photograph something, anything. I wanted to document the occasion and, who knows, get some good shots of the President”.

Moisés got much more than one good image; he managed to capture a story, a unique moment that forever marked his professional life. “That day, I spotted a women’s dance group among other groups, which was there to brighten that special moment. They were dressed in orange colours, and I decided to photograph them. They saw me and were subtly embarrassed, but kept smiling. I took no more than 20 photos of that group, but one of them marked this day forever. Not even

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Fotografia: Cortesia de Moises Oliveira

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the photographs of [President] Guebuza or Graça Machel, which I also managed to take, made me as happy as seeing that portrait, [the portrait] of that lady with the capulana on her head, the paint around her eyes and a gentle smile on her face”, he described. For Moisés, the photo ‘Mozambican Woman’ represents an effort to get closer to the Mozambican people, for whom he nurtures a special affection. “For me, that photo permanently registered as an image that gave me a passport of sorts, to that closeness with the culture, that friendship with the Mozambican people”.

FAME WITHOUT THE CREDIT The Brazilian photographer claims authorship of the photo that quickly spread across the internet and mysteriously became a reference, a representative image of Mozambican women. “It’s a photograph I lost control of. It spread across the internet quite quickly and I was never able to have a kind of control over that photograph again. I didn’t try to control it either, I let the image wander around”. Moisés claims that he never received credit for the photo, which is now widely used for various purposes, including advertising, without any authorisation and without any compensation, thus deliberately violating copyright. “I have already seen a painting of a woman on a mural in Namaacha inspired by that photo. That actually made me happier, more honoured and prouder than the many other shares on the internet; the use of the image for advertising purposes did not make me as happy”.

Moisés regrets and condemns the improper use of the image, especially on commemorative dates associated with women, such as 7 April — Mozambican Women’s Day, and 8 March — International Women’s Day. “I never authorized the commercial use of that image, seeing that I don’t even have authorization of the subject herself in the photograph. Therefore, I never sold that photograph, I never received absolutely any value for the commercial use of it. All the people who have used it commercially have used it improperly”.

Moisés does not expect any compensation for the photograph. But he hopes that this article will reach the original ‘Mozambican Woman’, and that it will serve as a tool to claim his rights for the use of his image for commercial and advertising purposes. “The worst affected by this misuse for commercial and advertising purposes is not me — it’s her, because it is her image that is being used, and she deserves, indeed, to be paid for this use. Any gain that could be had would be for her and not for me”.

Even though he knows absolutely nothing about the woman who became his muse, Moisés dreams of a future reunion.

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Fotografia: Cortesia de Moises Oliveira

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24 A MULHER NA BANCA NACIONAL A palavra a mulheres líderes no Absa Testimonials from women leaders at Absa

4 UMA MUSA DESCONHECIDA

34 MACHANGULO VILLAS

44 PREICC 2023

66 LISIÉ CHAMPIER

A história da foto “Mulher Moçambicana” The story behind the ‘Mozambican Woman’ photo

Celebração do talento nacional Celebrating national talent

Um lugar de tirar o fôlego A breath-taking place

A jornada poética de Lisié Champier The poetic journey of Lisié Champier

Sumário

108 ALCANCE

As sugestões da Alcance para este mês This month’s reading suggestions by Alcance Editores

110 CINEMA 35MM Neptune Frost Neptune Frost

L

114 MAFENHA Por Sérgio Zimba

by Sérgio Zimba

78 MASTERCLASS SEASONS

Celebra mulheres moçambicanas Celebrates Mozambican women

56 "MURO DA BIODIVERSIDADE"

Millennium bim e parceiros inauguram "Muro da Biodiversidade" Millennium bim and partners inaugurate ‘Biodiversity Wall’

92 DRINKS AND SHOTS

by Pernod Ricard – Joker

by Pernod Ricard – Joker

96 SABIAS QUE/ DID YOU KNOW

Sabias que existe uma relíquia viva na costa de Moçambique?

Did you know there is a living relic off the coast of Mozambique?

100 KARINGANA Textos livres com assinatura Signature freewriting

84 DIÁSPORA

Inês Vieira, uma chef moçambicana em Nova Orleães Inês Vieira, a Mozambican chef in New Orleans

FICHA TÉCNICA/BIOS Propriedade/Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Conselho de Administração/Administrative Council: Omar Diogo, Nuno Soares, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Gestão de Conteúdos Editoriais/Editorial Content Management: Nuno Soares, Mariano Silva • Copy-desk (português): Fátima Ribeiro • Colunistas/Writers: Eliana Silva, Mariano Silva, Nuno Soares, Jaime Álvaro, Precidónio Silvério, Aayat Irfan • Tradução (Português-Inglês)/Translation (Portuguese-English): M. Gabriela Carrilho Aragão • Fotografia/ Photography: Mariano Silva • Design de Capa/Cover Design: Nuno Azevedo • Grafismo/Visuals: Omar Diogo • Infografia e Paginação/ Infographics and Pagination: Omar Diogo • Produtores Audiovisuais/Audiovisual Producers: Nuno Lopes, Ana Piedade, Mariano Silva • Gestão de Redes Sociais/ Social Media Management: Nuno Soares • Conteúdos de Marketing e Comunicação/ Marketing and Communication Contents: Omar Diogo, Nuno Azevedo • Gestão de Homepage e Edição Online/Homepage Management and Online Editing: Omar Diogo, Jorge Oliveira • Departamento Comercial/Commercial Department: Nuno Soares - comercial@xonguila.co.mz • Impressão/Printing: Minerva Print • Distribuição/ Distribution: Flotsam Moçambique, Lda • ISSN: ISSN-0261-661 • Registo/Register: 02/Gabinfo-dec/2018 • Registo de Propriedade Industrial/Industrial Property Registration: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018) Os artigos com assinatura reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, requer a autorização expressa da empresa titular da revista.

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Editorial

Do Director / From the Director Prezados leitores,

Dear readers,

Abril chegou e, com ele, uma mescla de tradições e celebrações. Em Moçambique, é dedicado à mulher moçambicana, que, com trabalho, luta e perseverança, tem vindo a marcar uma sociedade em transformação, em que pouco a pouco se vai construindo um futuro mais igualitário. Honramos e enaltecemos a sua força, dedicação e coragem, que impulsionam o progresso do nosso país.

April has arrived, bringing with it a mix of traditions and celebrations. In Mozambique, this month is dedicated to the Mozambican woman who, through work, struggle and perseverance, is leaving her mark on a society undergoing transformation, in which a more egalitarian future is gradually being built. We honour and praise her strength, dedication and courage, which drive the progress of our country.

Nesta edição 57 da Xonguila, conversámos com a autora Lisié Champier, uma conversa reveladora de interessantes aspectos da sua carreira e detalhes da sua obra mais recente, A Actual Teresinha. Damos ainda a palavra a mulheres líderes no Absa Bank, que partilham a sua experiência no sector bancário e, para descontracção total, convidamo-lo a embarcar na nossa expedição ao Machangulo Villas, local de encanto que oferece uma experiência única e inesquecível, criando memórias eternas. Ocupa também páginas deste número o projecto “Muro da Biodiversidade”, inaugurado pelo Millennium bim e parceiros no âmbito da promoção de acções de protecção do meio ambiente. É tudo isso, e ainda mais, como verá, que aqui lhe trazemos.

In this 57th edition of Xonguila, we talked to author Lisié Champier, a revealing conversation about interesting aspects of her career and details of her most recent work, ‘A Actual Teresinha’ (‘Teresinha To- day’). We also present testimonials of women leaders at Absa Bank who share their experiences in the banking sector, and, for complete relaxation, we invite you to embark on our expedition to Machangulo Villas, a charming place that offers a unique and unforgettable experience that will create everlasting memories. The magazine still covers the ‘Biodiversity Wall’ project, inaugurated

by Millennium bim and partners as part of a campaign to promote environmental protection. It is all this and more, as you will see, that we bring to you here.

Este ano, em Abril coincidiram o mês sagrado do Ramadão e a celebração da Páscoa, criando um encontro temporal entre religiões. Para muitos moçambicanos, apesar das diferenças no mosaico cultural que é Moçambique, foi um momento comum de reflexão e espiritualidade, de renovação e esperança, de reunir a família e amigos para renovar laços de compreensão e união. Abril traz também um clima mais fresco e ameno, e a natureza, em toda a sua exuberância, começa a abrir espaço para o recolhimento e a introspecção que o tempo frio favorece.

This year, both the holy month of Ramadan and the celebration of Easter fell in April, creating a temporal encounter between these two religions. For many Mozambicans, and despite the diverse cultural mosaic that is Mozambique, this was a shared moment of reflection and spirituality, of renewal and hope, of family and friends gathering to renew ties of mutual understanding and unity. April also brings a cooler and milder weather. Nature, in all its exuberance, begins to make room for retreating and introspection that the cold weather favours.

Votos de uma excelente leitura.

Best wishes for an excellent reading.

Nuno Soares Director Com o apoio de:

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Passaram de brincar com bonecas para se tornar numa referência da moda Admiramos a sua dedicação, e acreditamos que tem potencial para chegar onde quiser.

Bem-vindo à Banca de Negócios do Absa.

Fale connosco sobre como podemos ajudá-lo a fazer as coisas acontecerem.

Isso é Africanicidade. Isso é Absa.

Termos e Condições aplicáveis.

Para mais informações ligue para 1223/21344400, ou visite absa.co.mz Absa Bank Moçambique , SA (registado sob o número 101220982) Abril - April 2023 • Ed. 57 © Revista Xonguila | 23 é regulado pelo Banco de Moçambique.

Fotografia: Mariano Silva

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A mulher na banca A palavra de líderes no Absa Abril - April 2023 • Ed. 57 © Revista Xonguila | 25

Absa Bank

A mulher na banca A palavra de líderes no Absa Como é ser líder na banca nacional?

Denise Cruz, Directora interina de Canais: Ser uma líder feminina na banca moçambicana pode ter desafios únicos, mas também pode oferecer a oportunidade de liderar a mudança e contribuir para o desenvolvimento económico do País. Actualmente, cada uma das mulheres (como eu) que lideram departamentos e que tomam decisões relevantes para o futuro do País, têm a oportunidade de contribuir significativamente para o desenvolvimento económico deste, liderando projectos inovadores e sustentáveis, promovendo o empreendedorismo e colaborando para a melhoria da inclusão financeira.

No entanto, ainda é desafiante ser Líder e Mulher, nos diferentes sectores, pois ainda enfrentamos preconceitos e estereótipos de género que podem dificultar o nosso crescimento na carreira. Mas a resiliência e dedicação que nos é característica leva a que trabalhemos cada vez mais para comprovar a nossa capacidade e enfrentar desafios ao longo do caminho.

No Absa, a nossa cultura de equidade do género e

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progressão de carreira com base na meritocracia é bastante presente, pois, apesar de ao nível de todo o Banco termos 50% de Colaboradores Homens e 50% de Colaboradores Mulheres, ao nível da liderança de topo contamos com 55% de mulheres. É uma honra servir de exemplo e motivação para outras mulheres corajosas que ambicionam crescer e liderar nos diferentes sectores em que operam!

Como é que a vossa instituição aborda a questão da igualdade de género em termos de recrutamento e promoções?

Hanifa Hassangy, Directora de Pessoas e Cultura: Somos a instituição financeira nacional que tem o mesmo número de mulheres e homens na sua força de trabalho e em cargos de chefia, o que demonstra o nosso posicionamento quanto à igualdade de género. Temos uma forte cultura de equidade de género, acreditamos na competência e na qualidade dos nossos quadros e estamos constantemente a trabalhar para que cada um dos nossos Colaboradores se

Absa Bank

sinta valorizado e em crescimento. O investimento nas nossas Pessoas, no decurso dos últimos anos, reflectiu-se nas últimas nomeações para a liderança de topo do Banco, desde o Administrador-Delegado até aos 4 novos membros nomeados, todos eles foram resultado de uma progressão de carreira interna. No que toca a gestão de talento, temos implementado nos últimos anos o Programa de Graduados e o Ready to Work, que se focam, acima de tudo, em formar jovens profissionais de talento, quer sejam rapazes ou raparigas, para o mercado de trabalho.

O que deve ser feito para se alcançar a igualdade de género em Moçambique?

Patrícia Darsan, Directora da Banca Corporativa e de Investimentos: Acredito que, para atingirmos uma real igualdade de género em Moçambique, é necessário, primeiro, uma mudança de mentalidade que permita olhar para o género de forma equitativa e, com isso, criar de forma aberta e justa oportunidades em que a mulher possa mostrar o seu potencial e o seu valor. Passa igualmente por um esforço coordenado e contínuo de mudança de paradigma que começa no seio familiar e se expande pelas diversas áreas-chave da sociedade, como a educação e a saúde. É importante garantir a meninas e jovens mulheres, em todo o País, o acesso igualitário à educação, do ensino primário ao superior. Isso inclui incentivá-las a aprender, ao mesmo tempo que se procura eliminar as barreiras sociais que impedem a frequência escolar, como o casamento prematuro e a gravidez precoce. Importa referir que muitos dos desafios que as mulheres enfrentam começam ainda no seio familiar, onde lhes é ensinado, desde tenra idade, que o seu papel na sociedade é cuidar dos filhos e da casa, enquanto o sexo oposto procura o sustento do lar e se foca no crescimento profissional. Esse paradigma social tem de ser eliminado. Por outro lado, na saúde, as mulheres devem ter acesso a serviços de saúde reprodutiva e sexual de qualidade que lhes permitam tomar decisões de forma informada e consciente sobre a natalidade. Temos um longo caminho a percorrer para que alcancemos a igualdade de género no nosso País, pois o acesso ao emprego, a

igualdade salarial, o acesso a oportunidades de crescimento e a cargos de liderança, a discriminação de género dentro do local de trabalho, ainda constituem grandes desafios a ser vencidos. Contudo, vemos já alguns exemplos de mulheres que estão a ser promotoras desta mudança e que se têm destacado em cargos de liderança, tanto no sector público quanto no privado, o que mostra indícios de que uma mudança de paradigma está de facto a acontecer e que apenas precisa, eventualmente, de ser acelerada. O que acredito poder ser mais rapidamente alcançado por via da implementação de políticas que incentivam a igualdade de género na educação e no local de trabalho.

De que forma é que a educação financeira é importante para o desenvolvimento das mulheres em Moçambique?

Martha Humbane, Directora da Banca de Retalho e de Negócios: De facto, a educação financeira é fundamental para que as mulheres possam tomar decisões financeiras informadas e responsáveis. Isso é especialmente importante para as mulheres que estão continuamente empenhadas na gestão do orçamento doméstico e apoio no sustento das suas famílias, bem como nos seus projectos e negócios.

A educação financeira permite que as mulheres tenham ferramentas básicas para organizarem a gestão das necessidades colectivas e pessoais, possibilitando uma execução eficaz do seu orçamento doméstico, com consumo inteligente, estabelecimento de limites, custos necessários e planeamento de gastos.

Essa dinâmica permite viabilizar uma independência financeira à sua medida, promovendo hábitos de poupança que irão permitir investimentos futuros.

Além disso, a educação financeira pode estimular o empreendedorismo entre as mulheres, pois, com as ferramentas certas e uma gestão financeira prudente, elas podem ter um maior empoderamento económico e participar activamente na actividade económica do País, contribuindo para o bem-estar das suas famílias e para o crescimento económico sustentável.

Portanto, a educação financeira é uma ferramenta poderosa para capacitar as mulheres em Moçambi-

“Ainda é desafiante ser Líder e Mulher, nos diferentes sectores, pois ainda enfrentamos preconceitos e estereótipos de género que podem dificultar o nosso crescimento na carreira.”

– Denise Cruz

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Absa Bank

que a alcançar seus objectivos financeiros e de vida, reduzir a pobreza e aumentar sua independência económica. Quando disseminada amplamente, essa educação financeira pode trazer benefícios para toda a sociedade, contribuindo para um futuro mais próspero e equitativo para todos.

Em que medida é que formar mulheres pode ajudar a desenvolver a economia nacional?

Tânia Oliveira, Directora de Marketing e Relações Corporativas: O nível de educação de uma mulher determina fortemente o padrão de vida da sua família bem como a educação, futuro e potenciais oportunidades dos seus filhos e filhas. As mulheres, principalmente nos países em desenvolvimento, exercem um papel central na sobrevivência e economia da família, quer como sustento, quer como responsáveis pela gestão da vida e recursos da família. Quando as mulheres, principalmente as que não estão em situação de pobreza e exclusão, não podem trabalhar por incapacidade ou doença, a sobrevivência da sua própria família está em causa.

Uma situação que coloca as mulheres na linha da frente perante um contexto de incerteza, e de aumento do custo de vida, como o que se vive actualmente. Mas estas condições não são uma fatalidade – há caminhos para as contornar. E este deve ser um desafio que deve mobilizar toda a sociedade moçambicana.

Apostar na formação das mulheres e na promoção da igualdade de género nos seus diferentes domínios é a chave para o desenvolvimento da nossa economia e é um objectivo que deveria ser parte integrante da estratégia de gestão das empresas.

No Absa, alcançámos o objectivo a que nos propusemos e contamos hoje com 50% de mulheres nos quadros da empresa, procurando capitalizar o seu potencial em áreas específicas através da formação e oferta das mesmas oportunidades. Estabelecer um target acho que é um meio necessário e que tem como objectivo promover uma organização mais equilibrada e mais equitativa. Através desta diversidade, somos capazes de tomar melhores decisões, que resultam, automaticamente, em melhores produtos, em melhores serviços, numa melhor proposta de valor para os nossos clientes e, consequentemente, num benefício económico para o Banco e para a sociedade. A educação e a formação têm o papel de empoderar as mulheres e quebrar o ciclo que as expõe, sobretudo a elas, à pobreza. Temos de mobilizar os recursos para onde eles fazem a diferença. Este é um investimento necessário para acelerar o desenvolvimento da nossa sociedade, melhorar os níveis de pobreza e reduzir as iniquidades. Está provado que sociedades mais igualitárias são, também elas, mais desenvolvidas economicamente.

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E como é tratada a conciliação da vida profissional com a vida pessoal das vossas Colaboradoras?

Akila Ghumra, Directora interina de Operações: Somos uma organização que coloca o bem-estar dos seus Colaboradores como uma prioridade, e, após a pandemia, adoptámos definitivamente o modelo de trabalho híbrido, permitindo o surgimento de novas formas de trabalhar. Acreditamos que já não se trata de ter um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, trata-se, sim, de ter harmonia entre a vida profissional e pessoal. Temos trabalhado de forma contínua na melhoria da nossa proposta de valor ao Colaborador e, no caso específico das licenças de maternidade, por reconhecermos ser um momento importante e único na vida de uma mãe, criamos condições para que as nossas Colaboradoras possam ter três meses de licença de maternidade, ao invés dos dois meses estabelecidos por lei. Ainda neste contexto, aumentámos a licença de paternidade para 5 dias, como forma de promover o papel

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que o homem tem no suporte da mulher e harmonia familiar. Mais recentemente, criámos um fórum de debate onde juntamos homens e mulheres para explorar temas, trocar ideias e debater temáticas relevantes para o crescimento dos nossos Colaboradores, quer a nível pessoal quer profissional. Também incentivamos as equipas a terem uma vida equilibrada, a não olhar somente para a carreira, mas

também para a saúde. Mantemos iniciativas em que os Colaboradores participam em actividades desportivas para a saúde física, colocamos à disposição linhas de apoio à saúde mental para os colegas entrarem em contacto em momentos de stress e incerteza, e incentivamos a diversidade e a inclusão na organização para criar um ambiente mais dinâmico para trabalhar.

“Somos [o Absa] a instituição financeira nacional que tem o mesmo número de mulheres e homens na sua força de trabalho e em cargos de chefia, o que demonstra o nosso posicionamento quanto à igualdade de género.” – Hanifa Hassangy

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Vemos já exemplos de mulheres promotoras de mudança e que se têm destacado em cargos de liderança, tanto no sector público quanto no privado, indícios de que uma mudança de paradigma está de facto a acontecer e que apenas precisa, eventualmente, de ser acelerada.”

– Patrícia Darsan

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Women in Banking Testimonials from leaders at Absa Bank What is it like to be a leader in the national banking sector?

Denise Cruz, Acting Director of Channels: Being a female leader in the Mozambican banking sector can have unique challenges, but also offer the opportunity to lead change and contribute to the economic development of the country. Each of the women who, like me, are leading departments and making decisions relevant to the future of the country, now have the opportunity to contribute significantly to the country’s economic development by leading innovative and sustainable projects, promoting entrepreneurship and collaborating to improve financial inclusion. However, it is still challenging to be a Leader and a Woman in the various sectors, as we still face prejudices and gender stereotypes that may hinder our career growth. But our characteristic resilience and dedication drives us to work harder and harder to prove our capability and face challenges along the way. At Absa, we have a very strong culture of gender equity and career progression based on merit. Although there are 50% male and 50% female employees across the Bank, the top leadership consists of 55% women. It is an honour to serve as an example and motivation for other courageous women who aspire to grow and lead in the different sectors in which they operate!

How does your institution approach gender equality in terms of recruitment and promotions?

Hanifa Hassangy, Director of People and Culture: We are the national financial institution that has the same number of women and men in its workforce and management positions, which demonstrates our positioning on gender equality. We have a strong culture of gender equity; we believe in the competence and quality of our staff and are constantly working to ensure that each of our Employees feels valued and growing. The investment in our People over the last few years is now reflected in the latest appointments to the top leadership of the Bank, from Managing Director to the four new members appointed, all of whom were the result of internal career progression. In terms of talent management, we have implemented programmes such as the Graduates Programme and Ready to Work over the last few years, focusing, above all, on training talented young professionals, both young men and women, for the labour market.

What can be done to achieve gender equality in Mozambique?

Patrícia Darsan, Corporate and Investment Banking Director: I believe that to achieve real gender equality in Mozambique, we first need a change in mentality that will allow us to look at gender in an equitable way, thereby openly and fairly create opportunities for women to show their potential and value.

It also entails a coordinated and continuous effort to change the paradigm that begins within the family and then spreads to various key sectors of society, such as education and health.

It is important to guarantee equal access to education, from primary school through to higher education, for girls and young women across the country. This includes encouraging them to learn while seeking to eliminate the social barriers that prevent school attendance, such as early marriage and early pregnan-

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cy. It should be noted that many of the challenges women face begin in the family, where they are taught from an early age that their role in society is to care for the children and the home, while the opposite sex provides for the household and focuses on professional growth. This social paradigm must be eliminated. On the other hand, as for health, women must have access to quality reproductive and sexual health services that enable them to make informed and conscious decisions about having children. We have a long way to go to achieve gender equality in our country, since there are still great challenges to overcome, such as access to employment, equal pay, access to growth opportunities and to leadership positions and gender discrimination within the workplace. However, there are already some examples of women who are driving this change and who have distinguished themselves in leadership positions, both in the public and private sectors. This is an indication that a paradigm shift is indeed happening and that it will eventually need to be accelerated. I believe this can be more quickly achieved by implementing policies that encourage gender equality in education and in the workplace.

How is financial education important for women’s development in Mozambique?

Martha Humbane, Director of Retail and Business Banking: Financial education is indeed critical for women to be able to make informed and responsible financial decisions. This is especially important for women who actively manage a household budget and contribute to supporting their families, as well as those who are committed to their projects and businesses.

Financial education provides women with the basic tools to structure the management of collective and personal needs, enabling them to effectively control their household budget.

This translates into intelligent spending, setting limits, calculating the cost of basic needs, and planning other expenses. This dynamic makes it possible for them to tailor-make their financial independence, whilst promoting saving habits that will allow for future investments. Moreover, financial education may stimulate entrepreneurship among women who, with the right tools and prudent financial management, may have greater economic empowerment and actively participate in the country’s economic activity, contributing to the well-being of their families and to sustainable economic growth. Therefore, financial education is a powerful tool to empower women in Mozambique to achieve their financial and life goals, reduce poverty and increase their economic independence. When widely disseminated, financial education can bring benefits to the whole of society, contributing to a more prosperous and equitable future for all.

To what extent can training women help develop the national economy?

Tânia Oliveira, Director of Marketing and Corporate Relations : A woman’s level of education strongly determines her family's living standards, as well as the education, future and potential opportunities for her sons and daughters. Women, especially in developing countries, play a central role in the survival and

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economy of a family, both as breadwinners and as managers of the family’s life and resources. When women, especially those who are not in a situation of poverty and exclusion, cannot work due to disability or illness, the survival of their own family is at stake. A situation that places women on the frontlines of uncertainty and rising living costs, as we are currently experiencing. But these conditions are not inevitable — there are ways around them.

And this should be a challenge that galvanises Mozambican society as a whole.

Financial education is a powerful tool to empower women in Mozambique to achieve their financial and life goals, reduce poverty and increase their economic independence.

— Martha Humbane

Investing in women’s training and the promotion of gender equality in different domains is the key to developing our economy. As such, it should be an objective integral to the management strategy of companies. At Absa, we have achieved the goal we set for ourselves and today our staff is 50% women. We want to capitalise on their potential in specific areas through training and offering the same opportunities. I think that establishing goals is a necessary means to promote a more balanced and more equitable organisation. Diversity enables us to make better decisions which automatically result in better products, better services, a better value proposal for our customers and, consequently, an economic benefit for the Bank and for society. Education and training have a role in empowering women and breaking the cycle that exposes them — especially them — to poverty. We must allocate resources to where they make a difference. This is a necessary investment to accelerate the development of our society, improve poverty levels and reduce inequalities. It is proven that more egalitarian societies are also more economically developed.

And how do you address your female Employees’ need to reconcile their professional and personal lives?

Akila Ghumra, Acting Director of Operations: We are an organisation that regards the wellbeing of its Employees as a priority. After the pandemic, we permanently adopted the hybrid working model, allowing new ways of working to emerge. We believe that it is no longer a question of striking a balance between professional and personal life, but rather of achieving harmony between the two. We have worked continuously to improve our value proposition to Employees. In the specific case of maternity leave, and because we recognise that it is an important and unique moment in the life of a mother, we have created conditions for our Employees to take three months maternity leave, instead of the standard two months stipulated in law. Also in this regard, we increased paternity leave to five days in recognition of a man’s role in supporting women and family harmony.

More recently, we created a discussion forum where we bring together men and women to explore topics, exchange ideas and debate relevant issues for the growth of our Employees, both personally and professionally.

We also encourage teams to have a balanced life, to look not only at career, but also at health. We run initiatives where Employees participate in sports activities for physical health, we provide mental health helplines for colleagues to contact in times of stress and uncertainty, and we encourage diversity and inclusion in the organisation to create a more dynamic work environment.

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Nas villas da Reserva Natural de Machangulo, encontrará o refúgio perfeito para férias de aventura ou para relaxar, envolto em paisagens deslumbrantes.

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Fotografia: Cortesia de Machangulo Villas

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Turismo

Na Reserva Natural de Machangulo

Machangulo Villas Escrito por:

Emilia Gimo

A

Reserva Natural de Machangulo, situada a apenas vinte minutos de avião de Maputo, é um lugar de tirar o fôlego. Com 5.700 hectares, acolhe um diversificado ecossistema de flora e fauna, onde a vida selvagem e marinha percorre as suas praias. Os visitantes podem ter encontros próximos com golfinhos e baleias-corcunda, enquanto inúmeras espécies de aves colorem os céus.

Nas suas villas, encontrará o refúgio perfeito para férias aventureiras ou simplesmente para relaxar, envolto em paisagens deslumbrantes. Podem ser concebidos itinerários personalizados de acordo com as necessidades específicas de cada visitante. Cada villa é única e possui um chef privado. Todas as compras de alimentos são realizadas em nome dos visitantes, uma vez que não existe restaurante nas instalações. Há várias actividades disponíveis, como mergulho, pesca, passeios de barco, caminhadas e muito mais. Também são oferecidas opções de relaxamento, como massagens e yoga.

Na Reserva Natural de Machangulo, a sustentabilidade e a responsabilidade social são valores fundamentais. Implementam-se diversas iniciativas, tais como partilha de passeios de barco, limpezas diárias das praias e projectos de conservação de tartarugas com monitorização diária. A maioria das villas possui a sua própria horta, permitindo servir produtos frescos e orgânicos. A tecnologia é também utilizada para melhorar a experiência dos visitantes. Cada hóspede recebe um formulário de reserva online personalizado, com um link para o website e uma palavra-passe.

As riquezas naturais e culturais abundantes da Reserva Natural de Machangulo proporcionam uma experiência única e inesquecível, criando memórias eternas.

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Fotografia: Cortesia de Machangulo Villas

As riquezas naturais e culturais abundantes da Reserva Natural de Machangulo proporcionam uma experiência única e inesquecível, criando memórias eternas.

Turismo

Para informação adicional: Contacto +258 87 477 44 66 Redes Sociais - machangulo_villas - Instagram, Facebook e TikTok www.machangulovillas.com

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Fotografia: Cortesia de Machangulo Villas

Os visitantes podem ter encontros próximos com golfinhos e baleias-corcunda, enquanto inúmeras espécies de aves colorem os céus.

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Tourism

In the Machangulo Nature Reserve

Machangulo Villas

Written by: Emilia Gimo

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he breath-taking Machangulo Natural Reserve is located 20 minutes away by plane from Maputo. Spanning 5,700 hectares, it is home to a diverse flora and fauna ecosystem which includes marine wildlife along its coastline. Visitors can have close encounters with dolphins and humpback whales, whilst countless bird species colour the skies.

In their villas, you will find the perfect retreat for adventurous holidays or to simply relax surrounded by spectacular landscapes. Customised itineraries can be tailored to the individual needs of visitors.

Each villa is uniquely designed and comes with a private chef. All food purchases are taken care of on behalf of guests, since there are no restaurant facilities on the premises. There are a variety of activities on offer, such as diving, fishing, boat trips,

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walks and many more. There are also relaxing options such as massage and yoga.

At Machangulo Natural Reserve, sustainability and social responsibility are fundamental values. In line with this, a variety of initiatives were implemented, such as sharing boat trips, daily beach cleaning and turtle conservation projects with daily monitoring. Most of the villas have their own vegetable patch, providing fresh and organic produce. Technology is also used to enhance guests’ experience.

Each guest receives a personalized online booking form, with a website link and password.

The abundant natural and cultural riches of Machangulo Natural Reserve offer a unique and unforgettable experience, creating lifelong memories.

Fotografia: Cortesia de Machangulo Villas

Tourism

At Machangulo Natural Reserve, sustainability and social responsibility are fundamental values.

For additional information: Abril - April 2023 • Ed. 57 ©Telephone: Revista Xonguila | 4187 477 44 66 +258

Social Media: machangulo_villas on Instagram, Facebook and TikTok www.machangulovillas.com

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Fotografia: Mariano Silva

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O Ministério da Cultura e Turismo premiou dez profissionais das artes e cultura, e projectos do sector, naquela que constituiu a 1ª edição do Prémio das Indústrias Culturais e Criativas – PREICC 2023.

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um ambiente repleto de emoção e celebração, o tão aguardado evento revelou-se uma autêntica montra do que melhor representa a essência das artes e cultura de Moçambique. A noite contou com a presença de conceituados profissionais das artes, empresários de diversos sectores, figuras políticas e outras personalidades de destaque. A cerimónia iniciou-se com uma tocante homenagem aos artistas de diferentes gerações que, infelizmente, partiram ao longo dos anos, mas cujo legado indelével no mundo das artes permanecerá para sempre.

O seu talento inquestionável uniu consensos e atravessou barreiras sociais. O palco ilu-

minou-se com cores vibrantes e um ambiente glamoroso, onde os agentes culturais foram premiados entre actuações fascinantes de artistas de várias vertentes. Calene e Lúcio, Pai Leão, Assa Matusse, Radhja Ali, Marllen, Companhia Nacional de Canto e Dança e a dupla Di Manhiça e Helena Rosa brilharam no palco, cativando os convidados e telespectadores com o poema, aqui musicado, "Cidadão do Futuro", da autoria do consagrado escritor José Craveirinha.

Os premiados da noite de gala foram os seguintes: Paulina Chiziane, com o Prémio Carreira; Banda Marrove, Prémio Revelação; Nivaldo Thierry, Prémio Moda; Mélio João

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Tinga, premiado na categoria de Design; Editora Fundza, Prémio Literatura; Manuel Fernandes Bata, Prémio Artes Plásticas; Jimmy Dludlu, Prémio Música; Mahla Filmes, Prémio Audiovisual e Cinema; Dans'Arts, Prémio Dança, e Calene e Lúcio, Prémio Teatro. O júri, composto por sete personalidades - Rufus Maculuve, Eduardo Lichuge, Paulo Chibanga, Calisto Santos, Nuno Cardoso, Pompílio Gemuce sob a presidência do Professor Nataniel Ngomane seleccionou cuidadosamente os vencedores. Todos os laureados foram agraciados com um troféu e um cheque no valor de 120 mil meticais.

Na ocasião, a Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Mate-

Fotografia: Mariano Silva

rula, destacou a importância de se distinguirem personalidades da área cultural, artística e criativa, reforçando o papel do Governo na formação de figuras de referência que contribuam para a construção da paz, da cidadania e da unidade nacional. Por sua vez o Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, também presente na cerimónia, apontou a necessidade de se encarar esta iniciativa como um desafio, visando torná-la uma realidade regular e periódica. Para tal, referiu ser imprescindível o envolvimento e participação de todos na sua manutenção: Governo, sociedade civil e sector privado devem assegurar a sua efectiva consolidação. Tal medida permitirá construir um sector cultural e criativo estimulado, robusto, cada vez mais sólido, competitivo e participativo no processo de desenvolvimento sociocultural e económico

do país. Maleiane incentivou os premiados a continuarem aprimorando a sua performance e a servirem de fonte de inspiração para os agentes das artes em prol do sector das Indústrias Culturais e Criativas no país.

A primeira edição do PREICC 2023 foi organizada pelo Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INICC), contando com o apoio da SASOL, patrocinador oficial, e do Banco Absa, patrocinador honorífico, e diversos parceiros contribuíram para a concretização do evento. O sucesso desta primeira edição pavimenta o caminho para a próxima, já anunciada para 2025, prometendo mais uma vez celebrar e elevar as artes e a cultura de Moçambique exaltando o talento e a dedicação dos profissionais deste apaixonante sector.

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A noite contou com a presença de conceituados profissionais das artes, empresários de diversos sectores, figuras políticas e outras personalidades de destaque.

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Fotografia: Mariano Silva

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The Ministry of Culture and Tourism awarded ten arts and culture professionals and projects from the sector during the 1st edition of the Cultural and Creative Industries Prize — PREICC 2023.

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the duo Di Manhiça and Helena Rosa shone on stage, captivating guests and television viewers alike with the poem ‘Cidadão do Futuro’ (‘Citizen of the Future’), by the renowned writer José Craveirinha, set to music for the occasion.

The evening’s awardees were as follows: Paulina Chiziane, with the Career Award; Banda Marrove, Revelation Award; Nivaldo Thierry, Fashion Award; Mélio João Tinga, awarded in the Design category; Editora Fundza, Literature Award; Manuel Fernandes Bata, Visual Arts Award; Jimmy Dludlu, Music Award; Mahla Films, Audiovisual and Cinema Award; Dans’Arts, Dance Award, and Calene and Lúcio, Theatre Award. The winners were carefully selected by a jury comprised of seven personalities — Rufus Maculuve, Eduardo Lichuge, Paulo Chibanga, Calisto Santos, Nuno Cardoso and Pompílio Gemuce, with Professor Nataniel

Fotografia: Mariano Silva

n an atmosphere filled with emotion and celebration, the long-awaited event turned out to be a veritable showcase of what best represents the essence of arts and culture in Mozambique. The evening was attended by renowned professionals of the arts, businesspeople from various sectors, political figures, and other prominent personalities. The ceremony began with a touching tribute to artists across generations who have unfortunately passed away in previous years, and yet left an enduring legacy in the art world.

Their unquestionable talent has garnered consensus and crossed social barriers. The stage was lit up with vibrant colours and surrounded by a glamorous atmosphere, where cultural actors were awarded amid fascinating performances by artists from diverse backgrounds. Calene and Lúcio, Pai Leão, Assa Matusse, Radhja Ali, Marllen, Companhia Nacional de Canto e Dança and

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Ngomane as jury chair.

Speaking on the occasion, the Minister of Culture and Tourism, Eldevina Materula, highlighted the importance of distinguishing personalities from the cultural, artistic and creative sectors, emphasizing the Government’s role in promoting role models that contribute to building peace, citizenship and national unity. Prime Minister Adriano Maleiane was also in attendance and remarked that the initiative should become an established and recurring event, which will be a challenge. For that to come true, he noted that continued involvement will be required from the Government, civil society and the private sector, to cement the event and ensure its continuity. This approach will allow the cultural and creative sector to be more energized and robust, more solid, competitive and participative in the socio-cultural and econom-

ic development of the country. Maleiane encouraged the award winners to continue excelling and to serve as a source of inspiration for other actors in the arts, in order to benefit the Cultural and Creative Industries sector in the country.

The first edition of PREICC 2023 was organised by the National Institute for Cultural and Creative Industries (INICC), with support from SASOL as official sponsor, Absa Bank as honorary sponsor, and several partners who contributed to the event. The suc-

cess of this first edition paves the way for the next, already announced for 2025, promising once again to celebrate and elevate Mozambique’s arts and culture, thus exalting the talent and dedication of the professionals working in this exciting sector.

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Fotografia: Mariano Silva

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Fotografia: Cortesia do Millennium bim

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Fotografia: Cortesia do Millennium bim

Millennium bim

Millennium bim e parceiros inauguram

"Muro da Biodiversidade" A iniciativa enquadra-se na promoção de medidas de combate à caça furtiva, reforçando o compromisso de apoiar a protecção da biodiversidade e a conservação do ambiente.

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a passada sexta-feira, em Maputo, o Millennium bim assistiu à inauguração do "Muro da Biodiversidade".

O mural integra um projecto cujo objectivo é fomentar a pintura de aproximadamente 40 murais sobre a fauna terrestre e marinha e flora moçambicanas.

Situado à saída do Aeroporto Internacional de Maputo, este mural tem como propósito transformar a área no primeiro "postal" da bela cidade de Maputo e do país, transmitindo importantes mensagens aos visitantes e residentes sobre a consciencialização para o combate à caça furtiva em Moçambique, a promoção da conservação da biodiversidade, 58 | Revista Xonguila © Ed. 57 • Abril - April 2023

a protecção dos ecossistemas marinhos e florestais e o ambiente em geral.

Segundo Albino Andrade, Administrador do Millennium bim, "os nossos recursos faunísticos e florestais fazem parte dos valores que caracterizam o nosso maravilhoso Moçambique. Cabe-nos, enquanto sociedade, contribuir para a conservação dos ecossistemas e da biodiversidade. Preservar o ambiente é garantir a continuidade e a perpetuidade desses recursos.

Para o Millennium bim, a sustentabilidade é um dos factores mais relevantes para a afirmação da marca e reflecte a preocupação

Millennium bim

e o empenho do banco na diminuição da sua pegada ecológica. Demonstra, acima de tudo, o seu activo papel na sociedade no que respeita a protecção e conservação do ambiente, mitigação das alterações climáticas e melhoria da qualidade de vida das pessoas e comunidades onde actua.

O projecto "Muro da Biodiversidade" é implementado pela empresa Reciclagem & Serviços (R&S) – em parceria com o Millennium bim, a Aeroportos de Moçambique e o Con-

selho Municipal de Maputo, através da Administração Nacional das Áreas de Conservação, entre outras entidades.

O apoio à protecção da biodiversidade e à conservação do ambiente é um dos pilares de acção do programa de Responsabilidade Social "Mais Moçambique pra Mim" do Millennium bim, que tem sido implementado ao longo dos anos, com um impacto significativo na vida dos moçambicanos, do Rovuma ao Maputo.

O Millennium bim marcou presença na inauguração do "Muro da Biodiversidade", no quadro de uma iniciativa que contempla a criação de 40 murais ilustrando a fauna terrestre e marinha e a flora moçambicanas.

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Localizado à saída do Aeroporto Internacional de Maputo, este mural visa transformar a zona no primeiro “postal” da bela cidade de Maputo e do país 60 | Revista Xonguila © Ed. 57 • Abril - April 2023

Fotografia: Cortesia do Millennium bim

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Millennium bim

Millennium bim and partners inaugurate the

"Biodiversity Wall" The initiative is part of a campaign promoting the fight against poaching, thus reinforcing the Bank’s commitment to protecting biodiversity and to environmental conservation

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illennium bim attended the inauguration of the ‘Biodiversity Wall’, which took place last Friday in Maputo. The mural is part of a project that supports the painting of approximately 40 murals featuring Mozambique’s terrestrial and marine fauna and flora.

Fotografia: Cortesia do Millennium bim

Located near the exit of Maputo International Airport, the mural is intended as a postcard of the beautiful city of Maputo and of the country as a whole, conveying important messages to visitors and residents alike that raise awareness to the fight against poaching in Mozam-

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bique, the promotion of biodiversity conservation and the protection of marine and forest ecosystems and the environment as a whole.

According to Millennium bim Administrator Albino Andrade, “our wildlife and forest resources are part of the riches of our wonderful Mozambique. As a society, it is our duty to contribute to the conservation of these ecosystems and of biodiversity. To preserve the environment is to ensure the continuity and perpetuity of those resources” .

For Millennium bim, sustainability is one of the

Millennium bim

key aspects of their brand identity and reflects the Bank’s concern with and commitment to reducing its ecological footprint. Above all, it demonstrates their active role in society in protecting and conserving the environment, mitigating the effects of climate change and improving the quality of life of the people and communities they operate in.

The project ‘Biodiversity Wall’ is implemented by the company Reciclagem & Serviços (R&S) in partnership with Millennium bim, Aeroportos de Moçambique (Mozambique’s state-run

airports company) and Maputo City Council, through the National Administration of Conservation Areas and other entities.

Supporting the protection of biodiversity and environmental conservation is one of the key action pillars of the Bank’s Social Responsibility programme “Mais Moçambique pra Mim” (‘More Mozambique for Me’), which has been implemented for a few years now, registering a significant impact on the lives of Mozambicans across the country, from north to south.

The murals are intended to disseminate messages supporting the fight against poaching in Mozambique, encourage biodiversity conservation and safeguard the marine and forest ecosystems and the environment in general.

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Fotografia: Cortesia do Millennium bim

For Millennium bim, sustainability is one of the key aspects of their brand identity and reflects the Bank’s concern with and commitment to reducing its ecological footprint.

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Lisié Champier

Fotografia: Mariano Silva

Conversa com a autora

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Encontro inspiração infinita na natureza e considero-me uma entusiasta incansável.

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Acontece

Lisié Champier Conversa com a autora

Como surgiu a tua paixão pela escrita? Poderias contar-nos um pouco da tua trajectória até ao momento?

A minha paixão pela escrita remonta aos primeiros anos de escola, mas foi em 14 de Julho de 2016 que dei um passo crucial para chegar onde estou hoje. Criei a página "Tu consegues fazer lindo", onde me inspirava através de fotos encontradas no Google para criar textos relacionados com o mundo e com a necessidade de aprender mais, em busca de uma vida mais saudável, amigável e com argumentos para a gerir em todos os aspectos. Em resumo, eu queria ser alguém de valor. O primeiro texto que escrevi e tive a coragem de publicar nas redes sociais foi inspirado numa bela fotografia de um beija-flor. Com essa pesquisa, descobri que este pequeno pássaro pode-nos ensinar a delicadeza de viver. Actualmente, devo ter mais de 1000 textos publicados nas redes sociais.

Fotografia: Mariano Silva

O que te inspira a escrever? Como encontras as palavras certas para transformar um pensamento em escrita?

Encontro inspiração infinita na natureza e considero-me uma entusiasta incansável.

Acredito que a natureza é a maior representação da vida, e é por isso que aprendo a escrever poesia. Para escrever, deixo o meu coração e minha alma falarem e adiciono uma boa dose de pesquisa.

O que mais gostas de escrever e como se caracteriza o teu processo criativo?

Em geral, escrevo sobre a natureza e, em particular, sobre a vida. Por exemplo, gosto de aprender sobre comportamentos dos seres vivos e suas semelhanças; pesquiso e emociono-me com relacionamentos, curiosidades e destinos. Escrevo sobre tudo o que gostaria de aprender, e partilho, pois acredito que será interessante para outras pessoas também. O meu processo criativo varia, dependendo de como me sinto. Às vezes, escrevo o texto primeiro e, depois, encontro a imagem que se encaixa. Outras vezes, encontro a imagem ou alguém me sugere uma, e a inspiração surge ao observá-la atenta e livremente. Há dias difíceis em que sinto falta ou necessidade de escrever, mas sinto-me exausta e bloqueada; nesses casos, não insisto. Escrever um texto tem um significado tão profundo para mim que é como se eu me encontrasse com meu Deus Superior.

Fala-nos um pouco do teu trabalho mais recente.

O meu trabalho mais recente é "A actual Teresinha", que é o meu segundo livro.

Trata-se de uma obra literária do género romance poético, e é uma continuação do primeiro livro, "Teresinha - Uma vida em Moçambique".

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Acontece

“Para escrever, deixo o meu coração e a minha alma falarem e adiciono uma boa dose de pesquisa.”

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Fotografia: Mariano Silva

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Sabemos que a escrita não é a tua única paixão no mundo da arte. Que outras formas artísticas te fascinam e em que outros projectos já estiveste envolvida?

Para além da escrita, sou apaixonada por plantas, fotografia e arte. Dentro do Projecto Teresinha, do qual sou autora, já criei um braço voltado para a arte e vários outros para a fotografia, sempre mesclados aos meus textos.

Qual é o papel das redes sociais na tua vida, e como o mundo digital influencia a tua actividade?

Defendo o uso controlado das redes sociais, desde que contribuam para o nosso crescimento espiritual, intelectual e cultural. Tudo começou para mim através deste meio, e é por isso que o defendo.

Como vês o mercado editorial em Moçambique? Quais consideras serem os principais desafios para quem deseja publicar?

Como tudo na vida, nada é fácil ou gratuito, mas nunca dei espaço para barreiras, e acho que, no fundo, elas sempre me estimularam. Quando comecei a escrever, decidi que deveria compartilhar o meu trabalho com aqueles que pudessem se interessar. Nessa época, surgiu a ideia de criar uma exposição literária e fotográfica para doar aos hospitais centrais do país. Com a ajuda de parceiros e do fotógrafo Mariano Silva, consegui doar 24 obras emolduradas compostas por textos poéticos e fotografias a cada um de três hospitais do país: Maputo, Beira e Nampula.

Tens outras ocupações profissionais para além da componente artística? Como concilias esses dois mundos?

Actualmente, sou gerente de marketing do Centro Comercial Baía Mall, o que também é uma paixão, pois há espaço para dar vida a muitos projectos e campanhas que criamos todos os meses. Adoro realizar projectos sociais.

Quais são teus planos para o futuro?

Os meus planos futuros incluem dirigir e produzir um filme de minha autoria, intitulado Teresinha - Uma Vida em Moçambique.

Defendo o uso controlado das redes sociais, desde que contribuam para o nosso crescimento espiritual, intelectual e cultural.

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Millennium bim

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Millennium bim

Gosto de aprender sobre comportamentos dos seres vivos e suas semelhanças.

Pesquiso e emociono-me com relacionamentos, curiosidades e destinos.

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Fotografia: Mariano Silva

Talking with

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Talking with

Lisié Champier A conversation with the author Where does your passion for writing come from?

Could you tell us a little about your journey so far?

My passion for writing goes back to my early school years, but it was on 14 July 2016 that I took a crucial step to get to where I am today. I created the Facebook page “Tu consegues fazer lindo” (“You can make it beautiful”), where I would write texts inspired by photos found on Google, as a way to relate to the world and the need to learn more, in search of a healthier, friendlier life and with tools to manage it in all aspects. In short, I wanted to be someone of value.

The first text I wrote and had the courage to post on social media was inspired by a beautiful photograph of a hummingbird. With that research [of the image], I discovered that this small bird could teach us the delicacy of living. Currently, I must have over 1,000 texts published on social media.

To write, I let my heart and soul speak and add a good dose of research.

What inspires you to write? How do you find the right words to turn a thought into writing?

I find endless inspiration in nature and consider myself a tireless enthusiast. I believe that nature is the greatest representation of life, which is why I learn to write poetry. To write, I let my heart and soul speak

particular. For example, I enjoy learning about the behaviours of living beings and the similarities among them; I research and get excited about relationships, curiosities, and destinations.

I write about everything I like learning about and then share it, as I believe it will be interesting for other people too. My creative process

and add a good dose of research.

What do you enjoy writing about the most, and how would you describe your creative process?

I write about nature in general, and about life in

varies depending on how I feel. Sometimes I write the text first and then find an image that fits. Other times, I find the image first — or someone suggests one to me — and inspiration comes by looking at it closely and freely. There are difficult days too, when I miss writing or feel the need to do it but am exhausted and blocked.

On those occasions, I don’t insist. Writing has such a deep meaning for me that it is as if I am meeting my Divine Self.

Tell us a bit about your most recent work.

My most recent work is “A actual Teresinha” (‘Teresinha today’), my second book.

It is a literary work written in the poetic novel genre, and it is a continuation of the first book, “Teresinha, uma vida em Moçambique” (‘Teresinha, a life in Mozambique’).

We know that writing is not your only passion in the arts. What other artistic forms fascinate you, and what other projects have you been involved in?

Apart from writing, I am passionate about plants, photography and art. As part of the Teresinha Project, which I’ve authored, I created an arm focused on art and several others focused on photography, all of which are always mixed into my texts.

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Talking with

What is the role of social networks in your life, and how does the digital world influence your practice?

I stand by the controlled use of social networks, as long as they contribute to our spiritual, intellectual and cultural growth. For me, everything started through this medium, and that’s why I support it.

How do you see the publishing market in Mozambique? What do you consider to be the main challenges for those who wish to publish?

Like everything in life, nothing is easy or for free, but I never gave in to obstacles; I think that, deep down, they’ve always propelled me.

When I started writing, I decided that I should share my work with those who might be interested. At that time, I came up with the idea of creating a literary and photographic exhibition to donate to central hospitals in the country.

With the help of partners and photographer Mariano Silva, I managed to donate 24 framed works composed of poetic texts and photographs to each of three [major] hospitals in the country: Maputo, Beira and Nampula.

Do you have other professional occupations apart from the arts?

How do you reconcile these two worlds?

I am currently the marketing manager of Baía Mall, which is also a passion, as there is room to bring to life many projects and campaigns that we create every month.

I love doing social projects.

What are your plans for the future?

Future plans include directing and producing a film of my own, entitled Teresinha — Uma Vida em Moçambique.

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“Like everything in life, nothing is easy or for free, but I never gave in to obstacles; I think that, deep down, they’ve always propelled me. When I started writing, I decided that I should share my work with those who might be interested.”

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Fotografia: Mariano Silva

Talking with

Masterclass Seasons celebra mulheres moçambicanas

A

lheres Que Inspiram". O evento, que reuniu mais de 200 mulheres num único espaço buscando conhecimento e experiências impactantes, contou com a participação de três oradoras de renome

Fotografia:Cortesia do evento Master Class Seasons

Executive Academy realizou no passado dia 5 de Abril, no Hotel Radisson Blu, em Maputo, a 2ª Edição do Masterclass Seasons, subordinada ao tema "Mu-

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– Luísa Dias Diogo, Esperança Mangaze e Mody Maleiane – tendo como principal objectivo homenagear mulheres que são fonte de inspiração para outras mulheres e para a sociedade em geral.

Durante o evento, as reputadas oradoras partilharam as suas histórias de vida, destacando os desafios que tiveram de enfrentar para chegar onde estão hoje, bem como as estratégias que usaram para superar obstáculos.

Luísa Dias Diogo, ex-Primeira Ministra de Moçambique, partilhou a sua experiência como primeira mulher nesse cargo no país, caracterizado maioritariamente por homens em posições de liderança, e enfatizou a importância da liderança feminina no desenvolvimento dos países africanos. Esperança Mangaze, PCA da empresa Folha Verde, falou sobre a sua carreira no sector da floricultura e organização de eventos, destacando a importância da determinação e da resiliência na construção de uma carreira bem-sucedida. Por

fim, Mody Maleiane, PCA do Grupo ICEF Moçambique, que encontrou sua paixão no empreendedorismo, partilhou o seu percurso profissional, tendo abordado a questão da pressão social que as mulheres têm enfrentado no dia-a-dia.

A presente edição do Mas-

terclass Seasons foi um momento marcante para todas as mulheres presentes, uma vez que permitiu a partilha de experiências e a construção de redes de contacto entre mulheres inspiradoras de diferentes áreas. Foi uma oportunidade única para aprender, crescer e inspirar-se mutuamente.

Durante o evento, as oradoras partilharam as suas histórias de vida, destacando os desafios que tiveram de enfrentar para chegar onde estão hoje, bem como as estratégias que usaram para superar obstáculos.

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MasterClass Seasons celebrates Mozambican women

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he Executive Academy held the 2nd Edition of MasterClass Seasons, under the motto “Women Who Inspire”, on 5 April at the Radisson Blu Hotel in Maputo. The event brought together over 200 women under a single roof, seeking knowledge and impactful experiences. It included the participation of three renowned speakers — Luísa Dias Diogo, Esperança Mangaze and Mody Maleiane — with the main objective of honouring women who are a source of inspiration for other women and for society in general.

During the event, the well-known speakers shared their life stories, highlighting the challenges they each faced to get to where they are today, and also the strategies used to overcome obstacles. Luísa Dias Diogo, former Prime Minister of Mozambique, shared her experience as the first woman to hold this office in a country where 80 | Revista Xonguila © Ed. 57 • Abril - April 2023

leadership positions are mainly occupied by men, and emphasised the importance of women’s leadership in the development of African countries. Esperança Mangaze, Chairwoman of the company Folha Verde, spoke about her career in the florist and events management sector, highlighting the importance of determination and resilience in building a successful career.

Finally, Mody Maleiane, Chairwoman of Grupo ICEF Moçambique, who found her passion in entrepreneurship, shared her professional path and addressed the issue of social pressure that women continue to face on a daily basis.

The current edition of the MasterClass Seasons was a defining moment for all those present, allowing them to share experiences and build networks with inspiring women from different fields. It was a unique opportunity to learn, grow and inspire each other.

Fotografia:Cortesia do evento Master Class Seasons

The current edition of the MasterClass Seasons was a defining moment for all those present, allowing them to learn, grow and inspire each other.

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“Um dos motivos pelos quais eu escolhi vir para Nova Orleães foi a gastronomia, por ter uma referência com muitas referências.” – Inês Vieira 84 | Revista Xonguila © Ed. 57 • Abril - April 2023

Millennium bim

INÊS VIEIRA, NOVA ORLEÃS, EUA Escrito por: Eliana Silva

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Diáspora

INÊS VIEIRA, NOVA ORLEÃS, EUA Escrito por:

Eliana Silva Saiu de Moçambique no dia 1 de Janeiro de 2015 com a promessa de que esse novo ano lhe daria, sem dúvida, uma nova vida. Quando começou a universidade, um mundo de aromas, ritmos e cheiros se abriu para si, Inês Vieira, chef de cozinha, moçambicana.

A

jovialidade de Inês deu-lhe asas.

Com licenciatura em artes culinárias e em gestão de negócios e mestrado em cultura alimentar mundial e mobilidade, desde os 20 anos que anda a saltitar de um lado para outro. Agora assentou na margem no Rio Mississippi, em Nova Orleães, Estados Unidos da América Consciente de que a visão que tinha daquele país era resultado de uma construção mediá-

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tica, Inês Vieira depressa percebeu que nem tudo era como pensava, já que as mensagens vistas em filmes, televisão ou livros não mostram toda a realidade. “Estar em Nova Iorque é muito diferente de estar em Chicago ou Nova Orleães, mesmo que a distância geográfica seja pouca. O estilo e a qualidade de vida são completamente diferentes”, conta-nos, através de um áudio de WhatsApp, prosseguindo: “Eu acho que tinha mais a ideia de encontrar um certo envolvimento e de que as coisas fossem

Diáspora

Fotografia:Cortesia de Inês Vieira

muito mais funcionais. A verdade é que eu vivo num dos estados mais pobres do país – Louisiana – e surgem algumas questões de que eu não estava à espera e que afectam muito a vida quotidiana.

Um dos motivos pelos quais eu escolhi vir para Nova Orleães foi, de facto, a gastronomia, por ter uma referência com muitas referências.

Aprendi muito sobre a forma como as pessoas consomem a sua comida, e aqui, no sul do país, encontrei a resposta para compreender isso melhor. O prato do Jambalia, por exemplo, tem ligação com o nosso conhecido arroz malandrinho, ou com o arroz de tomate, com mais ingredientes, como os vegetais”, acrescenta.

de conforto para aprender sempre mais coisas.

Tento seguir chefs com quem me identifico e restaurantes onde eu possa sempre aprender.

Estar entre artigos académicos – especialmente sobre tópicos de que não temos tanto conhecimento – e conversas com outras pessoas, é a melhor forma de me desenvolver. Estar exposta à diferença é a melhor forma de crescer’.

A dedicação que Inês tem pela cozinha sentiu o mesmo abalo que a indústria sofreu durante a pandemia da covid-19. O sector da gastronomia foi, aliás, dos mais abalados, com milhares de restaurantes a fecharem as suas portas, o que dificultou bastante a carreira de Inês Vieira.

Enquanto a jovem chef repensava a sua carreira, decidiu voltar a estudar, na altura para o mestrado.

Embora tivesse ouvido que esta era uma área dominada por homens, Inês só depois compreendeu que o facto de ser mulher, e jovem, era um dos factores mais desafiantes que encarava ao seguir o seu amor pela cozinha. Preocupada em trabalhar o seu posicionamento e no desenvolvimento da sua carreira, gostaria de implementar um projecto com maior incidência em educação alimentar: “Educar mais pessoas sobre como comer de forma rica e balanceada, com foco nos ingredientes nacionais.

Eu gostaria muito de preservar a nossa memória gastronómica.”

Do Niassa à Ponta de Ouro, a chef gostaria de eternizar o que de melhor se faz em Moçambique e levar a que toda a gente compreenda a riqueza dos sabores nacionais. Como? Passar mais tempo com quem cozinha as nossas coisas. “Eu gosto muito de sair da minha zona

Do Niassa à Ponta de Ouro, a chef gostaria de eternizar o que de melhor se faz em Moçambique e levar a que toda a gente compreenda a riqueza dos sabores nacionais.

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“Estar em Nova Iorque é muito diferente de estar em Chicago ou Nova Orleães, mesmo que a distância geográfica seja pouca. O estilo e a qualidade de vida são completamente diferentes.”

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Diáspora

INÊS VIEIRA, NEW ORLEANS, USA Written by:

Eliana Silva She left Mozambique on 1 January 2015, hoping that the new year would usher in a new life for her. When she began her university studies, a world of scent, rhythm and flavour opened up for her: Inês Vieira, a Mozambican chef.

I

nês’s youthfulness gave her wings. With a degree in culinary arts and business management and a master’s in world food culture and mobility, she has been hopping from one place to another since she was 20.

For the moment, she has settled on the banks of the Mississippi River in New Orleans, in the United States of America.

Aware that the idea she had of that country was largely shaped by the media, Inês Vieira soon realised that not everything was as she previously thought, since the messaging in films, television and books do not reflect the whole picture. “Being in New York is very different from being in Chicago or New Orleans, even though the geographical distances [be-

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tween them] are relatively small. The style and quality of life are completely different”, she tells us via a WhatsApp voice note, continuing, “I think I had more of an idea of finding a certain environment and of things being much more functional. The truth is, I live in one of the poorest states in the country — Louisiana — and there are some issues that come up that I wasn’t expecting and that affect everyday life quite a bit.

One of the reasons I chose to come to New Orleans was actually the gastronomy, because I had a reference with many references.

I learnt a lot about the way people consume their food, and here, in the south, I found the answer to understand that better. Jambalia’s

Diáspora

dish, for example, has a connection with our well-known ‘arroz malandrinho’, or tomato rice, but with more ingredients, such as vegetables”, she adds.

Inês’s dedication to cooking was challenged when the restaurant industry took a significant hit during the Covid-19 pandemic. The gastronomy sector was, in fact, one of the most severely impacted, with thousands of restaurants closing their doors, which made Inês Vieira’s career very difficult. While the young chef was rethinking her career, she decided to study again, this time for a master’s degree.

Although she had heard that this was a male-dominated sector, it was only whilst pursuing her love for cooking that Inês realised that being a woman, and a young one at that, was one of the biggest challenges she faced. Concerning her positioning and career development, she would like to implement a project focusing on food education: “Educating more people on how to eat in a varied and balanced way, focusing on locally produced ingredients. I would really like to preserve our gastronomic memory”.

From Niassa to Ponta d’Ouro, the chef would like to permanently capture the best of what is done in Mozambique and make everyone understand the wealth of our national flavours. How? By spending more time with those who cook our recipes. “I always really like getting out of my comfort zone to learn more things. I try to follow chefs I identify with and restaurants where I can always learn. Being somewhere between academic papers — especially on topics we don’t have as much knowledge of — and in conversation with other people, is the best way for me to develop. Exposing myself to difference is the best way for me to grow”.

“One of the reasons I chose to come to New Orleans was actually the gastronomy, because I had a reference with many references.” – Inês Vieira Abril - April 2023 • Ed. 57 © Revista Xonguila | 91

Fotografia: Mariano Silva

JOKER INGREDIENTES: CERVEJA PRETA – 200 ML JAMESON CASKMATES STOUT EDITION – 50 ML Coloque duas pedras de gelo num copo alto e, em seguida, adicione cerveja preta bem fresca. Por fim, junte o Jameson Stout Edition. Misture delicadamente com uma colher de bar e o cocktail estará pronto para ser consumido, permitindo que aprecie a sua suavidade. Decore com uma carta (Joker) e grãos de café.

Importa salientar que a versão do Jameson aqui referida é envelhecida em barril que contivera cerveja artesanal preta, o que confere ao cocktail uma harmonia perfeita.

“Se aprecia uma boa cerveja preta, aqui tem o Joker, que lhe garantirá a dupla suavidade que só a Jameson pode oferecer. Sláinte! ” – Hédito Marcelino, Embaixador da Marca Jameson

GODFATHER SOUR INGREDIENTS: Black beer – 200 ml Jameson Caskmates Stout Edition – 50 ml Place two ice cubes in a tall glass, then add a chilled black beer and top it with the Jameson Stout Edition. Stir delicately with a bar spoon, and after that the cocktail will be ready to drink, allowing you to enjoy its smoothness. Garnish with a Joker card and coffee beans.

It should be noted that the Jameson variety in this recipe is aged in a cask that previously contained artisanal black beer, which imbues the cocktail with a perfect harmony.

“If you appreciate a good black beer, here’s the Joker, which is guaranteed to deliver you the double smoothness that only Jameson can offer.

Sláinte!”

Fotografia: Mariano Silva

– Hédito Marcelino, Jameson Brand Ambassador

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Acontece

Existe uma relíquia viva na costa de Moçambique

O

Celacanto é um peixe pré-histórico que é considerado uma verdadeira relíquia viva. Foi encontrado pela primeira vez na costa de Moçambique em 1938, após ter sido considerado extinto por mais de 65 milhões de anos. Desde então, a sua descoberta tem fascinado biólogos e entusiastas da natureza em todo o mundo. Sua pele é coberta de escamas duras e protuberantes, e sua coloração é cinza-azulada, o que lhe permite camuflar-se nas profundezas do mar. Este peixe pré-histórico pode atingir até aproximadamente dois metros de comprimento e pesar cerca de cem quilos.

Uma das características mais curiosas do Celacanto é a sua habilidade de sobreviver a grandes profundidades, até 800 metros abaixo da superfície do mar. Isso porque possui órgãos especiais que o ajudam a regular a sua densidade corporal, permitindo-lhe flutuar à vontade nas profundezas do mar. Outra característica interessante do Celacanto é a sua estrutura óssea única. Ao contrário de outros peixes, o Celacanto não possui uma bexiga natatória, o que lhe dá uma vantagem na sobrevivência em águas profundas. Em vez disso, ele tem um conjunto de ossos especiais que funcionam como uma espécie de colete de mergulho, permitindo que flutue sem esforço, o que o ajuda a economizar energia.

Apesar da sua importância histórica e biológica, o Celacanto é considerado uma espécie rara e ameaçada. Devido à habilidade de sobreviver em grandes profundidades, é muito difícil estudá-lo, e pouco se sabe sobre a sua população e hábitos de vida. Além disso, a pesca excessiva, a degradação do habitat e a poluição têm contribuído para a diminuição dessa população em todo o mundo.

A descoberta do Celacanto em Moçambique foi um marco importante na história da biologia marinha, e, desde então, o país tem-se tornado um dos poucos lugares no mundo onde ele pode ser visto com alguma regularidade. A costa de Moçambique é um ambiente privilegiado para a observação do Celacanto devido à presença de corais e bancos de areia, locais onde o peixe costuma habitar.

Antes da descoberta de um exemplar vivo, acreditava-se que o celacanto era um parente próximo do primeiro vertebrado a sair das águas, dando origem a um novo grupo de vertebrados conhecidos como tetrápodes, que inclui os humanos. Novas descobertas apontam que o genoma do Celacanto possui informações que podem ajudar a entender melhor a evolução dos tetrápodes.

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Acontece

Foi encontrado pela primeira vez na costa de Moçambique em 1938, após ter sido considerado extinto por mais de 65 milhões de anos.

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There is a living relic off the coast of Mozambique

he Coelacanth is a prehistoric f ish that is considered a true living relic. It was f irst found off the coast of Mozambique in 1938, after being considered extinct for over 65 million years. Since then, its discovery has fascinated biologists and nature enthusiasts around the world. It is a medium-sized f ish with a sturdy body and a dorsal f in that extends across the spine.

Its skin is covered with hard, protruding scales, and the colour of a bluish grey, which allows it to camouflage itself in the depths of the sea. This prehistoric f ish can approximately reach up to two meters in length and weigh about 100 kilograms.

One of the most curious features of the Coelacanth is its ability to survive at great depths, up to 800 meters below the sea surface. This is facilitated by special organs that help it regulate body density, allowing it to float at will in the depths of the sea. Another interesting feature of the Coelacanth is its unique bone structure.

Unlike other f ish, the Coelacanth does not have a swim bladder, which gives it an advantage in surviving in deep water. Instead, it has a set of special bones that act as a kind of diving vest, allowing it to float effortlessly, which helps save energy.

Despite its historical and biological importance, the Coelacanth is considered a rare and threatened species. Due to its ability to survive at great depths, it is very diff icult to study, and little is known about its population and life habits. In addition, overf ishing, habitat degradation, and pollution have contributed to the decline of this population worldwide.

The discovery of the Coelacanth in Mozambique was an important landmark in the history of marine biology and, since then, the country has become one of the few places in the world where it can be seen with some regularity. The coast of Mozambique is a privileged environment for observing the Coelacanth due to the presence of corals and sandbanks, its natural habitats.

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Todas Elas Eu sou aquela que ninguém chama pelo nome, Com pronomes impróprios sempre a mim se referem.

Sofro em silêncio, pois a minha voz fez-se inaudível, Por isso escrevo-vos.

As palavras dão-me o poder que da minha voz foi retirado, Permitem-me escrever o meu nome.

Esperança, Esperança, Esperança.

E como diz o ditado, A esperança é a última a morrer.

Quem sou eu para discordar?

Estou viva porque me recuso a morrer antes de fazer com que todas as minhas palavras sejam o nosso hino de liberdade.

E quero que saibam que eu sou todas elas, a mulher da esquina, a vendedora, a enfermeira, a médica, a mãe, filha, neta, prima, sobrinha, avó, namorada, esposa, profissional, doméstica, soldada, forte, sensível, encantadora, cientista, artista…

Todas elas são eu, e eu sou todas elas…

Melissa Dinda (in Melissa Dinda, Elementos, p. 59)

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Arte Daqui

Exposição Colectiva de Mulheres – 3 em uma De Nelly Guambe, Teresa Raffray e Emília Fernandes Curadoria: Nelsa Guambe Centro Cultural Franco-Moçambicano 102 | Revista Xonguila © Ed. 57 • Abril - April 2023

Arte Daqui

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Palates on the loose

Exposição Colectiva de Mulheres – 3 em uma De Nelly Guambe, Teresa Raffray e Emília Fernandes Curadoria: Nelsa Guambe Centro Cultural Franco-Moçambicano

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Palates on the loose

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Millennium bim

5ª edição do Jazz no Franco Centro Cultural Franco-Moçambicano 106 | Revista Xonguila © Ed. 57 • Abril - April 2023

Fotografia: Júlio Magalo

Millennium bim

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Conheça os nossos empreendedores

Melanina Destinado ao público juvenil e adulto, o livro narra a história de Melanina na busca pelo seu lugar no mundo. Negra e a braços com inúmeros preconceitos, ela ansiava por inclusão onde não conseguia encontrar enquadramento. Assim, vivia no mundo da lua, onde era possível sonhar e realizar, sendo única, sem imagem nem semelhança. Ela é Melanina, a rapariga que vive numa favela do Rio de Janeiro. Queria ser da cor da lua, uma luz a brilhar na escuridão. Nasceu diferente e tal diferença lhe causava dor no corpo inteiro. Doía-lhe não ser o que poderia ser. Possuía uma alma pura e cristalina, e os seus enormes olhos esverdeados encontravam no samba a esperança de um mundo vasto e diferente. "Um mundo maior onde coubessem todos os sonhos dos pequenos mundos de cada pessoa", é assim que Tânia Tomé descreve a sua protagonista.

Melanina (‘Melanin’)

Aimed at young adults and adult readers alike, the book tells the story of Melanina’s search for her place in the world. Black and struggling with countless prejudices, she longed for inclusion in places where she didn’t fit in. As a result, she was always daydreaming, imagining a world where it was possible for her to dream and achieve by being uniquely herself, without having to conform to others. She could just be Melanina, a girl living in a favela in Rio de Janeiro. She wanted to be the colour of the moon, a light shining in the darkness. She was born different, a difference that made her entire body ache. It pained her not to be all she could be. She possessed a pure and crystalline soul, and her enormous green eyes found in samba the hope for a vast and different world. “A bigger world, where one could fit all the dreams of the small universe that is each person” — just like the protagonist, as described by author Tânia Tomé.

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Para uma sociologia da arte em Moçambique Este trabalho foca-se na relação entre a produção artística local (artes plásticas) e a sua imbricação com o global, através da interacção entre actores nacionais e transnacionais. Com base nos pressupostos da pós-colonialidade e subalternidade propostos por Said (1979), Appiah (1997), Appadurai (1988), Bhabha (1998, 2001) e Spivak (2010), pretende-se analisar a estruturação, produção, disseminação e legitimação das artes plásticas em Moçambique, captando as suas nuances e marcas estruturantes em duas épocas distintas: 1975-1986 e 1987-2016. A escolha destes períodos deve-se ao facto de ambos corresponderem a momentos paradigmáticos distintos da história política, económica e cultural de Moçambique. Na verdade, trata-se de examinar a estetização do social moçambicano, o que nos pode auxiliar a compreender as dinâmicas artísticas no país.

Para uma sociologia da arte em Moçambique (‘Towards a sociology of art in Mozambique’)

This paper focuses on the local artistic production in the visual arts and its imbrication with the global, through the interaction between national and transnational actors. Based on notions of post-coloniality and subalternity proposed by Said (1979), Appiah (1997), Appadurai (1988), Bhabha (1998, 2001) and Spivak (2010), it examines the structuring, production, dissemination, and legitimation of the visual arts in Mozambique, capturing its nuances and structural characteristics in two distinct periods: 1975-1986 and 1987-2016. This choice of periods reflects distinct paradigmatic moments in the political, economic and cultural history of Mozambique. In fact, it is about examining the aestheticization of the Mozambican social environment, which can help us understand the arts dynamics in the country.

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NEPTUNE FROST

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eptune Frost é um filme revolucionário e inovador que combina música, arte e tecnologia de forma a contar uma história fascinante. Dirigido por Saul Williams e Anisia Uzeyman, relata uma jornada emocionante de dois jovens que lutam contra um sistema opressivo num futuro distópico.

O enredo acompanha o jovem hacker Neptune (Chuks Swank) e a cantora de uma banda de rock, Frost (Kathy-Ann Hart) enquanto lutam contra a tirania de uma corporação chamada "The Department". Com a ajuda de outros artistas e hackers, eles criam um sistema de comunicação alternativo que lhes permite conectarem-se com pessoas de todo o mundo, espalhando uma mensagem de esperança e resistência. É um filme que desafia as convenções cinematográficas tradicionais, apre-

sentando um visual único e uma trilha sonora vibrante que reflectem a diversidade e a energia da cultura africana contemporânea. As performances dos actores são emocionantes, fazendo com que o público se conecte com a história e os personagens.

A pelicula aborda temas importantes, como a liberdade de expressão, a importância da solidariedade e a luta contra a opressão. Esta obra-prima do cinema africano prova que é possível criar histórias originais e emocionantes num contexto africano. É uma experiência cinematográfica única e que certamente ficará na mente e no coração de quem a ela assistir, um marco na história que prova que África tem muito para oferecer ao mundo do cinema. Altamente recomendado para os amantes de cinema que procuram uma experiência cinematográfica única e emocionante.

Neptune Frost relata uma jornada emocionante de dois jovens que lutam contra um sistema opressivo num futuro distópico.

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NEPTUNE FROST

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eptune Frost is a revolutionary and innovative film that combines music, art and technology to tell a fascinating story. Directed by Saul Williams and Anisia Uzeyman, it portrays the thrilling journey of two young people fighting against an oppressive system in a dystopian future.

The plot follows young hacker Neptune (Chuks Swank) and Frost (KathyAnn Hart), the singer of a rock band, as they fight against a tyrannical corporation called ‘The Department’.

With the help of other artists and hackers, they create an alternative communication system that allows them to connect with people all over the world, spreading a message of hope and resistance.

It is a film that defies traditional cine-

matic conventions, featuring unique visuals and a vibrant soundtrack that reflect the diversity and energy of contemporary African culture. The actors’ performances are moving, making the audience connect with the story and the characters.

The film addresses important themes such as freedom of expression, the importance of solidarity and the fight against oppression.

This masterpiece of African cinema proves that it is possible to create original and exciting stories with an African context. It is a unique cinematographic experience that will certainly stay in the minds and hearts of those who watch it, a landmark in history that proves that Africa has a lot to offer the world of cinema. Highly recommended for film lovers looking for a unique and exciting cinematic experience.

The film is an Afrofuturist story set in a village in Burundi made of computer parts, and centers on the relationship between Neptune, an intersex runaway, and Matalusa, a coltan miner, whose love leads a hacker collective 112 | Revista Xonguila © Ed. 57 • Abril - April 2023

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Palates on the loose

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Palates on the loose

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Editorial

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