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Os 128 anos de Gwaza Muthine

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WAR DANCE

WAR DANCE

Gwaza Muthine foi um combate que se travou a 2 de Fevereiro de 1895, nas proximidades de Marracuene, na província de Maputo, entre as forças rongas comandadas pelo jovem príncipe Zixaxa e as forças portuguesas chefiadas pelo major Alfredo Augusto Caldas Xavier. A batalha ocorreu no contexto das operações de ocupação colonial portuguesa, referidas na altura como campanhas de conquista e pacificação. Os nossos guerreiros lutaram com todas as suas forças, mas não conseguiram vencer. Esta batalha é, no entanto, um dos maiores símbolos no que toca à resistência colonial moçambicana. Todos os anos, na data em que ocorreu, há uma série de comemorações festivas emblemáticas a ela associadas, visando exaltar a nossa cultura, resiliência e identidade. A ocasião coincide com a época do canho (ou canhu), fruto do canhoeiro, que permite a produção do “ukanyi”, um tipo de vinho tradicional secular de baixo teor alcoólico, bastante apreciado e consumido pelas comunidades na festa de Gwaza Muthini.

As festividades de 2023 realizaram-se, como sempre, em Marracuene, desta vez sob o lema 128 Anos de Gwaza Muthini, Exaltando a Cultura como Legado da Nossa Identidade ́. Arrancaram com o já habitual Tributo ao Canhu, prosseguiram com a Cerimónia de Despedida nos túmulos do regulado dos Mabjaias, e tiveram como última componente o Festival de Gwaza Muthini, realizado no monumento que assinala a batalha. Participaram mais de 28 artistas, entre os quais António Marcos, Melancia de Moz, Adelino Eduar- do Mabatida, Casal do Ouro, Denny Love e muitos outros. Um detalhe interessante foi a participação de um grupo de dançarinos de marrabenta proveniente de Roma (Itália). Mais de 5 mil pessoas estiveram presentes no festival, que contou com 2 palcos, um patrocinado pela 2M e o outro pela Heineken. A opinião do público foi bastante positiva pois tudo correu dentro da normalidade, em clima de alegria contagiante. Também o Governo do Distrito de Marracuene, organizador do acontecimento, mostrou grande satisfação, uma vez que tudo correspondeu às expectativas e objectivos traçados pela CODGE (Comissão Organizadora Distrital dos Grandes Eventos). Assim sendo, considera-se que o evento tem bastante impacto para o desenvolvimento local, uma vez que todas as instituições e a comunidades estão envolvidas, acabando por sair beneficiadas, seja economicamente, seja cultural e historicamente, pois as gerações vindouras acabam conhecendo o passado das suas comunidades, na tentativa de querer preservar o legado deixado pelos seus antepassados. As festividades podem mesmo ser vistas como um fenómeno de culto de importância nacional, já que nelas se apresentam costumes e manifestações culturais diversas, incluindo dança, cânticos, gastronomia, vestes típicas e outras, contando com a presença de um vasto público e de várias entidades do Estado.

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A organização espera que no próximo ano as festividades sejam ainda melhores, com aumento no número de participantes assim como maior presença de artistas de outras geografias.

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