Revista Xonguila Nº41

Publicação mensal • Outubro 2021 • Edição nº 41 • Ano 04 • 300 MZN • www.xonguila.co.mz

VILANKULO

EDITE

DIMENE

A sua luta contra o cancro da mama Her battle with breast cancer

Um paraíso turístico A tourism paradise

PINK ME UP

O templo da beleza feminina The temple of female beauty

OUTUBRO ROSA MILLENNIUM BIM Um banco cada vez mais inclusivo An increasingly inclusive bank

Fotografia: Ricardo Franco

4 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Localizado na parte exterior do Hotel Cardoso, na cidade de Maputo, o Pink Me Up é um salão all in one no que toca a embelezamento feminino Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 5

Fotografia: Ricardo Franco

6 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Localizado na parte exterior do Hotel Cardoso, na cidade de Maputo, o Pink Me Up é um salão all in one no que toca a embelezamento feminino. Presta serviços especializados em estética capilar, de sobrancelhas e cílios, assim como depilação, maquilhagem facial, higiene e embelezamento de mãos e pés, entre outros procedimentos relacionados com estética.

C

onstatando que a concorrência era especializada somente em determinado tipo de serviços e não num pacote completo (por exemplo, num dia de cerimónia, uma cliente teria de tratar do cabelo num local, arranjar as unhas noutro estabelecimento e fazer a maquilhagem num terceiro espaço, sujeitando-se a agendas preenchidas e inflexíveis) veio responder a uma lacuna na área, criando um salão de luxo bem localizado com preços acessíveis.

Ali oferecem, através de uma marcação única, acesso a todos estes serviços, podendo-se até fazer alguns em simultâneo.

A alma do Pink Me Up é, sem dúvida, a sua imagem. Bem decorado, tem bastantes detalhes que fazem jus ao seu nome, em tons de rosa, aquela que consideram ser a cor que representa o universo feminino, procurando transmitir a delicadeza, beleza e suavidade tão características da mulher. De forma a assegurar um serviço de excelência, apostam em pessoal especializado e têm a preocupação de utilizar artigos de máxima qualidade. A maior parte dos produtos são importados dos Estados Unidos da América e estão a ter um feedback bastante positivo dos clientes, o que, de certa forma, tem contribuído para a sua f idelização.

O Pink Me UP presta serviços especializados em estética capilar, de sobrancelhas e cílios, assim como depilação, maquilhagem facial, higiene e embelezamento de mãos e pés, entre outros procedimentos relacionados com estética

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Face às condições vividas actualmente, a higienização de todo o staff, do espaço e dos clientes é constante. Foram instalados separadores acrílicos localizados entre as prof issionais de beleza e os clientes, de forma a garantir o distanciamento adequado. Optam, sempre que possível, pela utilização de material descartável. Em todos os procedimentos e durante os tratamentos são oferecidas aos clientes máscaras faciais cor-de-rosa, para todos estarem em sintonia com o ambiente daquele mundo Pink.

Fotografia: Ricardo Franco

Num futuro próximo, pretendem expandir os seus serviços ao público masculino, que se tem revelado cada vez mais exigente com a imagem e muito curioso em relação ao estabelecimento actual.

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Fotografia: Ricardo Franco

Num futuro próximo, pretendem expandir os seus serviços ao público masculino, que se tem revelado cada vez mais exigente com a imagem e muito curioso em relação ao estabelecimento actual

Fotografia: Ricardo Franco

PINK ME UP

12 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

PINK ME UP

Located outside the Hotel Cardoso, in Maputo city, Pink Me Up is an all-in-one salon dedicated to female beauty. It provides specialized services in hair, eyebrow and eyelash treatments, as well as hair removal, facial make-up, hygiene and nail art for hands and feet, among other aesthetic treatments.

R

ealizing that the competition specialized only in a certain type of service and not a complete package (for example, on special occasion days, a client would have to have her hair done in one place, then her nails done in another and make up in yet a third space, subjecting clients to booked-up and inflexible schedules) came to respond to a gap in the market, creating a well-located luxury salon with affordable prices. There, they offer access to all these services in a single appointment, and some can even be performed at the same time.

The soul of Pink Me Up is, without a doubt, its image.

Well appointed, it has plenty of details that live up to its name, in shades of pink, which they consider to be the color that represents the female universe, conveying the delicacy, beauty and softness so characteristic of women. In order to ensure an excellent service, they invest in specialized personnel and are dedicated in

using the highest quality items. Most of the products are imported from the United States of America and are receiving very positive feedback from customers, which, in a way, has contributed to their loyalty.

Given the current pandemic scenario, cleaning of all staff, space and customers is constant. Acrylic screens located between the beauty professionals and the clients were installed, in order to ensure adequate distance. They opt, whenever possible, for the use of disposable material. In all procedures and during treatments, clients are offered pink facial masks, so that everyone is in tune with the environment of that Pink world.

In the near future, they intend to expand their services to the male public, which has been increasingly demanding with their self-image and very curious about the current establishment.

Most of the products are imported from the United States of America and are receiving very positive feedback from customers, which, in a way, has contributed to their loyalty

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Paladares à Solta Sumário

32

VILANKULO

Onde o céu e o mar se fundem em nós Where the sky and the sea merge with us

14 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Sumário

4

PINK ME UP

Um all in one para o embelezamento feminino A one-stop-shop for female beauty

20

EDITE DIMENE

Na batalha contra o cancro Her battle with cancer

48

ABSA

Montras promovendo a sustentabilidade e a biodiversidade Shopfronts promote sustainability and biodiversity

26

OUTUBRO ROSA MILLENNIUM BIM

62

PLÁSTICO/PLASTIC

70

PALADARES À SOLTA/ PALATES ON THE LOOSE

80

CARPE DIEM

88

CLICKS

90

CINEMA 35MM

94 108

Reunindo especialistas, vítimas e outros interessados Bringing together experts, victims and other interested parties

Não permitamos que seja drástico Let´s stop it from becoming drastic

Volare, comida italiana caseira em atmosfera descontraída Volare, homely Italian food in a laid-back atmosphere

Trabalhos só com capulana Working exclusively with capulana

O salto The jump

Mulheres de peito, um documentário que deve ser visto Mulheres de Peito, a must-see documentary

KARINGANA

Laço Rosa, de Yaniza Nizomodine Laço Rosa, by Yaniza Nizomodine

MODA CAPITAL

Uma abordagem distinta na moda A distinct approach to fashion

FICHA TÉCNICA/BIOS Propriedade/Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Conselho de Administração/Administrative Council: Omar Diogo, Nuno Soares, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Gestão de Conteúdos Editoriais/Editorial Content Management: Nuno Soares, Mariano Silva • Copy-desk (português): Fátima Ribeiro • Colunistas/Writers: Eliana Silva, Frederico Jamisse, Ivan Laranjeira, Neyde Cuna, Jaime Álvaro, Mariano Silva, Nuno Soares • Tradução (Português-Inglês)/Translation (Portuguese-English)/: M. Gabriela Carrilho Aragão • Fotograf ia/Photography: Mariano Silva, Mário Cumbana • Design de Capa/Cover Design: Nuno Azevedo • Graf ismo/Visuals: Omar Diogo • Infograf ia e Paginação/ Infographics and Pagination: Omar Diogo • Produtores Audiovisuais/Audiovisual Producers:Nuno Lopes, Ana Piedade, Mariano Silva • Gestão de Redes Sociais/ Social Media Management: Nuno Soares • Conteúdos de Marketing e Comunicação/ Marketing and Communication Contents: Omar Diogo, Nuno Azevedo • Gestão de Homepage e Edição Online/Homepage Management and Online Editing: Omar Diogo, Jorge Oliveira • Departamento Comercial/Commercial Department: Nuno Soares, Isabel Roque +258 820 008 314 - comercial@xonguila.co.mz • Impressão/Printing: Minerva Print • Distribuição/ Distribution: Flotsam Moçambique, Lda • ISSN: ISSN-0261-661 • Registo/Register: 02/Gabinfo-dec/2018 • Registo de Propriedade Industrial/Industrial Property Registration: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018) Os artigos com assinatura reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, requer a autorização expressa da empresa titular da revista.

The articles reflect the authors opinion, and not necessarily the magazine opinion. All transcript or reproduction, partial or total, requires the authorization of the company that owns the magazine

Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 15

Editorial

Do Director / From the Director Caros leitores,

Dear reader

C

A

omo já é nossa tradição, a edição da Xonguila do mês de Outubro veste-se de cor-de-rosa, de forma a alertar todas as mulheres para a necessidade de cuidarem de si, prevenindo-se contra o cancro da mama. O décimo mês do ano tornou-se um símbolo global da luta contra este flagelo, que em muitos países representa o tipo de cancro mais frequente entre as mulheres, ocupando a primeira posição no que diz respeito à mortalidade por cancro neste grupo populacional.

s is our tradition, the October edition of Xonguila is dressed in pink, as a way to alert all women of the need to take care of themselves, in order to prevent breast cancer. The tenth month of the year has become a global symbol of the f ight against this scourge, which in many countries represents the most common type of cancer among women, occupying the f irst position with regard to cancer mortality in that population group.

É importante relembrar continuamente que o diagnóstico precoce é uma das principais armas no combate contra o cancro, pois, caso seja detectado cedo, pode ser tratado. Todas as mulheres devem fazer auto-exames com regularidade e realizar mamografias pontuais a partir dos 40 anos de idade. Estudos revelam que a prática de actividade física regular e uma alimentação saudável são acções associadas a uma menor probabilidade de se desenvolver a doença. É uma batalha que deve ser travada por toda a sociedade, devendo envolver mulheres e homens, entidades públicas e privadas. Mas não basta apelar à consciencialização para a prevenção, é também indispensável todo um esforço público e privado, em particular das entidades de saúde, para se garantirem os recursos humanos e materiais necessários, e um atendimento adequado, com a devida realização de consultas, exames, pesquisas e tratamentos.

It is important to continually stress that early diagnosis is one of the main weapons in the f ight against cancer because, if detected early, it can be treated. All women should perform regular breast self-exams and have punctual mammograms f rom 40 years old onwards. Studies show that regular physical activity and healthy eating are actions associated with a lower probability of developing the illness. It is a battle that must be fought by all of society, involving women and men, public and private entities. But it is not enough to appeal to awareness towards prevention, it is also essential to make a public and private effort, in particular f rom health entities, to ensure access to the necessary human and material resources, and adequate care, with proper consultations, examinations, research and treatments.

Dedicada a este delicado tema, a capa da presente publicação é uma homenagem a todas as mulheres que lutam ou lutaram contra a doença. Contámos com a colaboração da nossa prestigiada ceramista Reinata Sadimba, que nos presenteou com um trabalho seu representando a beleza de uma mulher que perdeu o seio mas que encara a vida de cabeça erguida.

Dedicated to this sensitive topic, the cover of this publication is a tribute to all women who currently struggle with the disease or have done so in the past. We had the collaboration of our prestigious ceramist Reinata Sadimba, who presented us with her work representing the beauty of a woman who lost a breast but faces life with her head held high.

Para além das peças focadas na temática Outubro Rosa, poderão ser também lidos neste número do nosso magazine, o quadragésimo primeiro, outros assuntos, que desenvolvemos sempre com o intuito de apresentar coisas novas que vão acontecendo entre nós e promover o lindo país que é Moçambique.

In addition to the pieces focused on the Pink October theme, this issue of our magazine, the forty-f irst, also presents other content that we always develop with the aim of presenting new things that are happening among us and promoting the beautiful country that is Mozambique.

Que seja do vosso maior agrado.

May it please you greatly,

Nuno Soares Com o apoio de:

16 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Director

18 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 19

OUTUBRO ROSA

Escrito por: Precidónio

Silvério

Anualmente o mundo “marcha”, em cada mês de Outubro, numa campanha de consciencialização dirigida às mulheres e à população em geral, sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do cancro da mama.

A iniciativa teve início nos Estados Unidos da América, em 1990, num evento designado “Corrida pela Cura”, e tem sido replicada por vários países, entre os quais Moçambique, no movimento agora global conhecido por “Outubro Rosa”. Com ou sem histórico de cancro de mama, mulheres e homens, particulares e instituições, unem-se numa única voz para alertarem sobre os riscos desta doença, verdadeiramente avassaladora, e lançarem apelos para a sua prevenção.

Edite Dimene, de 43 anos de idade, residente na Matola, a segunda maior cidade de Moçambique, aceitou abriu-se para contar a sua história, um tanto amarga, mas, sobretudo, marcada por superação. Ela não se importa de falar do passado que teve no que respeita à doença, pois sabe que o seu testemunho ajudará a desnudar dúvidas sobre o cancro que preenchem as mentes de muita gente.

Para Edite, tudo começou em finais de 2016, quando, aos poucos, notou algumas mudanças no seu organismo. Tocando no peito, foi descobrindo que algo não estava bem: a sua mama esquerda tinha um nódulo, uma descoberta que não a deixou, de forma alguma, sossegada. Foi o suficiente para que o horizonte da sua vida tomasse um outro rumo, nada agradável.

Em Moçambique, em 2016, não era muito o que se falava publicamente do cancro da mama, e as pessoas relegavam-no frequentemente aos labirintos dos tabus. Mas Edite Dimene não se

deixou levar, não caiu nessa. Decidiu procurar resposta num hospital, uma deslocação a uma unidade sanitária que se multiplicaria em imensas, do que pouca ideia fazia. Entre consultas e diagnósticos, ainda em finais de 2016, os médicos confirmaram-lhe o que mais temia: o cancro da mama. “Não foi nada fácil saber que tinha adquirido o cancro. Foi um choque eu saber que parte de mim estava em risco de sair do meu corpo”, afirmou. Em muito pouco tempo, Edite teve o infortúnio de provar um lado obscuro da vida, mas depressa fez da luta contra aquele inimigo patológico a sua grande causa.

Em 2017, Edite Dimene iniciou o longo processo de tratamento no Hospital Central de Maputo. Passou por várias consultas médicas, muitas delas começadas no departamento de cirurgia, onde lhe foi removido o nódulo e foram feitos exames que levaram a concluir que sofria, deveras, de cancro. Passou então por oito sessões de quimioterapia, das quais as primeiras quatro foram as mais decisivas, porque consistiam na eliminação das células afectadas e junção das que não a colocavam em risco. Já no início de 2018, Edite soube dos médicos que seria submetida a uma cirurgia, para a remoção da mama esquerda, onde o nódulo se encontrava. “Foi um turbilhão de sentimentos ver uma parte do meu corpo a perder-se. Isso mexeu com a minha vaidade”, contou-nos Edite. Chocados e pesarosos ficaram também os seus familiares por verem-na mergulhada num sofrimento caracterizado por pavor e incertezas.

Com ou sem histórico de cancro de mama, mulheres e homens, particulares e instituições, unem-se numa única voz para alertarem sobre os riscos desta doença, e lançarem apelos para a sua prevenção 20 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Fotografia: Cortesia de Edite Dimene

OUTUBRO ROSA

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OUTUBRO ROSA

22 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

OUTUBRO ROSA

Um

testemunho para várias mulheres

Feita a remoção da mama, Edite não cessou de lutar. Tinha que ser submetida a consultas médicas uma vez ao mês, para que os médicos analisassem e monitorassem a situação. Actualmente vai a essas consultas apenas trimestralmente.

Engana-se quem pensa que a redução da f requência às consultas é motivo para cantar a vitória. Edite não esconde as dúvidas e o medo do que o médico poderá dizer num próximo encontro. “É um suspense que não vai passar tão já. Continua a ser preocupante. Há sempre aquela dúvida de o cancro ter ou não migrado para outra região da mama”, desabafou.

Há casos em que as mulheres que sof rem de cancro têm a sorte de não lhes ser retirada a mama, mas essa não foi a de Edite Dimene, nem foi para muitas outras mulheres. A nossa interlocutora sentiu e continua sentido as mazelas das cicatrizes que a doença maligna nela causou. Por isso, af irma vezes sem conta que não gostaria que nenhuma outra mulher passasse por aquilo que ela passou. “Falo a todas mulheres da necessidade de conhecerem o seu corpo. Que toquem mais no seu peito, porque isso, de facto, as pode salvar”.

Falo a todas mulheres da necessidade de conhecerem o seu corpo. Que toquem mais no seu peito, porque isso, de facto, as pode salvar – Edite Dimene Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 23

OUTUBRO ROSA

This October,

Edite Dimene's struggle Written by: Precidónio

Silvério

Every year in October, the world takes to the streets as part of an awareness campaign aimed at women and the population in general, on the importance of prevention and early diagnosis of breast cancer. The initiative began in the United States of America, in 1990, in an event called “Race for the Cure”, and has been replicated by several countries, including Mozambique, in the now global movement known as “Outubro Rosa” (“Pink October”). With or without a history of breast cancer, women and men, individuals and institutions, unite in a single voice to warn about the risks of this truly overwhelming disease and launch calls for its prevention.

Edite Dimene, 43 years old, resident in Matola, the second largest city in Mozambique, agreed to open-up and tell her story, somewhat bitter but, above all, marked by continuously overcoming obstacles. She doesn't mind talking about her past with the illness, as she knows that her testimony will help to cast away the doubts about cancer that fill many people's minds.

For Edite, it all started at the end of 2016, when, little by little, she noticed some changes in her body.

Touching her chest, she discovered that something was not right: her left breast had a lump, a discovery that unsettled her. It was enough to change the direction of her life.

In Mozambique, in 2016, there was not much public talk about breast cancer, and people often relegated it to the labyrinthine world of taboos. But Edite Dimene didn't take that path, didn't fall for it. She decided to look for an answer in a hospital, a trip to a health unit that would later multiply into many, something she had no idea of at the time.

Between consultations and diagnoses, at the end of 2016, doctors confirmed what she feared most: breast cancer. “It was not easy to know that I had the cancer. It was a shock to know that part of me was at risk of leaving my body,” she said. In a very short time, Edite had the misfortune of tasting a dark side to life, but she quickly turned the fight against that pathological enemy into her great cause.

In 2017, Edite Dimene began the long treatment process at the Maputo Central Hospital. She went through several medical consultations, many of them starting in the Surgery department, where the nodule was removed and tests were performed that led to the conclusion that she was indeed suffering from cancer. She then went through eight chemotherapy sessions, of which the first four were the most decisive, because they consisted of eliminating the affected cells and joining those that did not put her at risk. As early as 2018, Edite learned from doctors that she would undergo surgery to remove the left breast, where the lump was. “It was a whirlwind of feelings to see a part of my body get lost. That messed with my vanity,” Edite told us. Her relatives were also shocked and saddened by seeing her plunged into a suffering characterized by fear and uncertainty.

A TESTIMONIAL FOR MANY WOMEN Edite´s struggle didn’t end with the removal of the breast. She had to undergo medical checkups once a month, so that the doctors could analyze and monitor the situation. She currently attends these consultations only quarterly.

Anyone who thinks that reducing the frequency of appointments is a reason to claim victory is wrong. Edite doesn't hide her doubts and fear of what the doctor might say in an upcoming checkup. “It's a suspense that won't end so soon. It´s still worrying. There is always that question of whether or not the cancer has migrated to another region of the breast”, she confessed.

There are cases where women suffering from cancer are lucky not to have their breast removed, but that was not Edite Dimene's case, nor was it for many other women. Our interlocutor felt and continues to feel the scars caused by the malignant illness inside her. Therefore, she says, over and over again, that she would not like any other woman to go through what she went through. “I speak to all women of the need to get to know their body.

Let them touch their chest more, because that, in fact, can save them”.

There are cases where women suffering from cancer are lucky not to have their breast removed, but that was not Edite Dimene's case, nor was it for many other women 24 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

OUTUBRO ROSA

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SUSTAINABILITY AND BIODIVERSITY

Webinar “Outubro Rosa Millennium bim” O Millennium bim assinalou o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro da Mama com o Webinar “Outubro Rosa Millennium bim”, que se realizou no passado dia 20 de Outubro, na plataforma digital Zoom. Não exclusivo aos colaboradores do Millennium bim, puderam nele participar todas as pessoas interessadas no tema.

O evento foi presidido por Liliana Catoja, Administradora Executiva do Banco, e moderado pela prestigiada apresentadora de televisão e activista social Eunice Andrade. Contou com testemunhos de mulheres que se debatem ainda com o cancro da mama e outras que conseguiram ultrapassá-lo. Com um especialista desta patologia, falou-se de diversos temas relacionados com a doença, tais como grupos mais afectados, meios de prevenção, tratamentos e cura, exames, como apaziguar o medo e a ansiedade, técnicas para melhorar a imunidade, entre outros.

Felismina Nhantuve é uma das mulheres que faz parte da dramática estatística das afectadas pelo cancro da mama e esteve no evento para narrar a luta que travou. O seu testemunho foi sucedido pela experiência da actriz e apresentadora de televisão Juju Rombe, convidada que conseguiu vencer e ultrapassar esta doença que afecta não só as vítimas directas, mas também todos aqueles que lhes são próximos.

Para explicar a dimensão do flagelo a nível mundial, e alertar para a importân-

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cia da prevenção e detecção precoce da doença, f izeram parte do painel de oradores convidados Satish Tulsidás, Director do Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, assim como Guilhermina Bila Mabunda, Directora de Unidade Técnica na Direcção de Recursos Humanos do Millennium bim, que falaram sobre casos de colaboradores desta instituição atingidos ou indirectamente afectados, e que contaram com o apoio do Banco na mitigação do seu sof rimento.

Depois das intervenções dos convidados, houve tempo para perguntas e respostas que pretendiam, para além de contrariar estereótipos e preconceitos, esclarecer e aconselhar as pessoas a prevenirem a eclosão do cancro da mama através da adopção de estilos de vida mais saudáveis e da realização de exames periódicos.

Com o Webinar realizado, o Millennium bim demonstrou pretender af irmar-se, cada vez mais, como um banco universal e que está empenhado nesta causa, não apenas com seus colaboradores que enf rentam a doença, mas com todas as famílias moçambicanas.

SUSTAINABILITY AND BIODIVERSITY

Millennium bim marked the International Breast Cancer Awareness Day with the Webinar “Outubro Rosa Millennium bim” (“Pink October Millennium bim”), which took place on October 20th, on the Zoom digital platform. The event was not exclusive to Millennium bim employees, and anyone with an interest in the topic was able to participate.

The event was chaired by Liliana Catoja, Executive Director of the Bank, and moderated by the prestigious television presenter and social activist Eunice Andrade. It included testimonials of women who are still struggling with breast cancer and others who managed to overcome it. With a participating specialist in this pathology, various topics related to the illness were discussed, such as groups most affected by the cancer, means of prevention, treatments and cures, exams, how to alleviate fear and anxiety, techniques to increase immunity, among others.

time for questions and answers that intended, in addition to counteracting stereotypes and prejudices, to clarify and advise people in preventing the outbreak of breast cancer by adopting healthier lifestyles and carrying out periodical exams.

In holding this Webinar, Millennium bim reasserted its commitment to this cause as a universal bank that not only supports its employees who are facing the illness, but also stands with all Mozambican families.

Felismina Nhantuve is one of the women included in the dramatic statistics of those affected by breast cancer and was at the event to speak of the battles she fought. Her testimonial was followed by that of actress and television presenter Juju Rombe, a guest participant who managed to successfully f ight and overcome this illness that affects not only the patients themselves, but also all those around them.

To explain the dimension of this scourge worldwide, and alert to the importance of prevention and early detection of the disease, the event included guest speakers Dr. Satish Tulsidás, Director of the Oncology Service of the Maputo Central Hospital, as well as Guilhermina Bila Mabunda, Director of the Technical Unit at the Human Resources Department of Millennium bim, who spoke about employees of this institution directly or indirectly affected by the illness, and who had the Bank's support in mitigating their suffering.

After the guests' interventions, there was

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À Conversa com

A opinião de Liliana Catoja, Administradora Executiva do Millennium bim, sobre o Webinar Outubro Rosa O que incentivou o Millennium bim a abraçar esta causa?

O Millennium bim decidiu abraçar a temática do cancro da mama no âmbito do compromisso que assumiu, há mais de 25 anos, de contribuir para o desenvolvimento do país a nível económico e social. Portanto, o combate ao cancro da mama, sendo este um problema que afecta sobretudo as mulheres, é transversal a toda a sociedade, a qual deve ser sensibilizada para adoptar novos comportamentos e atitudes perante o flagelo que a doença constitui.

Consideram que o Webinar conseguiu transmitir a mensagem desejada?

Acreditamos que sim, pois os testemunhos das nossas convidadas especiais, a Juju Rombe, que venceu o cancro da mama, e a Felismina Nhantuve, que continua na luta para vencer a doença, bem como as informações do Dr. Satish, chamaram a atenção dos moçambicanos em geral para a necessidade de prestarem mais atenção aos sinais da patologia, incentivando sobretudo as mulheres a procurarem os serviços de saúde o mais depressa possível, antes do alastramento da doença a outras partes do corpo. Alertaram também para a necessidade de a prevenir através de algumas acções diárias como o auto-exame, a prática regular de actividade f ísica, uma alimentação saudável, entre outras.

Em sua opinião, o que falta para que a sociedade olhe para este tema com maior seriedade?

Penso que estão a ser desenvolvidas cada vez mais acções no sentido de fazer com que as pessoas percebam a importância da prevenção da doença e da sua detecção, sendo caso disso. Tem de haver mais disse-

minação de informação sobre o cancro da mama. Antigamente era bastante raro ouvirem-se relatos sobre a doença, mas, actualmente, as entidades de saúde, organizações e instituições privadas tomaram para si a missão de abordar com uma f requência crescente e grande abertura esta temática, apelando à consciência dos moçambicanos É preciso ouvirem-se mais testemunhos como os das nossas convidadas, que, superando as suas lágrimas, o medo, a depressão psicológica e emocional, decidiram dar a cara e mostrar a todo o mundo que, apesar de estarem a passar ou terem passado por um grande flagelo, continuam sendo mulheres fortes e cheias de vida.

Que, como outras doenças, o cancro da mama não é o f im das mulheres. Como mulheres resilientes que somos todas, em geral, devemos sempre lutar com coragem e determinação para, em conjunto, podermos vencer a doença. É preciso haver mais sessões de consciencialização nos diversos meios, sejam eles rádio, televisão ou canais digitais, sobre esta doença, tendo em vista a prevenção e o tratamento atempado.

Esperavam um maior número de parceiros nesta acção ou as expectativas foram superadas?

As expectativas foram superadas, na medida em que contámos com um número acima de 100 participantes a nível interno (colaboradores) e externo (clientes e público em geral). Tivemos durante o evento a interacção activa dos participantes, que deixaram ficar diversas questões pertinentes e palavras de reconhecimento pela iniciativa do Millennium bim ao realizar o Webinar Outubro Rosa. Para a importância do tema, as 2 horas

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definidas para a realização do evento foram poucas; precisávamos de mais tempo, pois ficou ainda muito por se falar em relação a esta doença que preocupa cada vez mais as mulheres, bem como os homens, uma vez que, segundo o dr. Satish Tulsidás, Director de Oncologia do Hospital Central de Maputo, a nível

À Conversa com

mundial a taxa do cancro da mama nos homens é de 1%.

Que acções relacionadas com o Outubro Rosa podemos esperar da vossa instituição para 2022? À semelhança dos anos anteriores, o Millennium bim pretende continuar a realizar campanhas

de consciencialização da sociedade em geral sobre o cancro da mama, e realizar eventos relacionados com o tema, bem como intensificar a divulgação do produto “Cartão Mulher”. Este cartão oferece vantagens às colaboradoras e clientes do Millennium bim através do reembolso de

despesas médicas no máximo do capital seguro de 75.000,00 MT por ano, com a franquia de 10% por sinistro, após 12 meses de adesão. O Banco espera realizar mais eventos denominados Outubro Rosa Millennium bim, em formato digital ou presencial.

Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 29

Fotografia: Cortesia de Milennium bim

O Millennium bim decidiu abraçar a temática do cancro da mama no âmbito do compromisso que assumiu, há mais de 25 anos, de contribuir para o desenvolvimento do país a nível económico e social

Sabias que

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Sabias que

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Fotografia: Miguel Peral

Recentemente Vilankulo foi nomeado pela revista Condé Nast Traveller como o melhor destino de ilha na categoria África e Oceano Índico

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Vilankulo Onde o céu e o mar se fundem em nós Escrito por:

Miguel Peral

Depois de três dias fantásticos no paraíso de Pomene (ver edição 40 da Xonguila), estamos ansiosos por chegar a outro paraíso: Vilankulo. Tal como o troço entre Maxixe e Massinga, esta parte da N1 de Massinga até Vilankulo (Pambarra) está em excelente estado.

Ao fim de alguns quilómetros, começamos a ver os velhos gigantes: os embondeiros! Que árvores majestosas são! De um lado e de outro da estrada como que nos forçam a parar para os admirar de perto e sem pressas, da mesma forma que cresceram, sem pressa.

De Massinga até Pambarra, onde teremos de cortar para Vilankulo, são 167 km, que se fazem em duas horas, sem nenhuma dificuldade. Aí, viramos em direcção ao Índico e,

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por uma estrada menos cuidada, mas ainda assim aceitável, ficamos a apenas 20 km do nosso destino.

A nossa chegada a Vilankulo mostra uma cidade cheia de energia, plena de vontades, vibrante. Mas, mesmo com toda esta energia, não se vê ninguém apressado ou a correr, excepto algumas crianças, atrás de uma bola.

Tudo calmo, sem pressas, mas com objectivo. Confesso que esta azáfama “tranquila” se

A estrada que aqui nos trouxe desemboca directamente no centro de cidade (é cidade apenas desde 25 de Fevereiro de 2020!). Muita gente na rua, comércio aberto, uma rua principal cuidada e larga, o suficiente para que o movimento seja fluido. Apesar de toda a azáfama, tudo aparenta estar organizado, excepto nas imediações do Mercado Municipal – aí tudo parece algo caótico, com o pescado a entrar e a sair, um vai e vem constante de gente, de produtos, carros, camiões...

Seguimos e chegamos ao nosso alojamento, o Vilancool Beach Resort. Espera-nos um edifício de dois pisos, literalmente na praia, pequeno, confortável e com tudo o que necessitamos. Desde o primeiro momento que nos sentimos em casa.

Cabe aqui explicar a razão do título deste artigo: Vilankulo é uma cidade de mar e céu. Não há como os dissociar quando os

avistamos. O azul do mar funde-se com o azul do céu, numa linha única, e, juntos, fundem-se a nós. E as pessoas reflectem no seu estado de espírito o paraíso onde vivem.

Nos sete dias que ali passámos (já estamos com saudades), só sentimos bom humor, calma, paz de espírito, amizade e bons sentimentos. É claro que nem no paraíso tudo é perfeito, mas ali estamos mais perto da perfeição. Talvez por isso a fusão de azuis nos tenha encantado.

Recordo o momento em que uma grande família de pescadores à rede, a 20 metros da areia, unida pelo bem e necessidades comuns, começou a puxar a sua rede de peixe. É um trabalho pesado, mas que miúdos e menos miúdos faziam com precisão e satisfação. Quando juntaram a rede e viram o resultado do seu trabalho, os sorrisos e olhares felizes tornaram-se intensos, empolgados... Fotografei todo esse momento.

Aquela felicidade invadiu-me! Senti que me fundia àquela terra e àquelas gentes. Vou voltar de certeza!

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Fotografia: Miguel Peral

apoderou de nós até bem depois da nossa estadia neste local.

O que visitar/ver?

Em Vilankulo as opções são muitas e diversificadas! Por vezes, dependendo do nosso tempo de estadia, dif ícil será escolher o que visitar e/ou ver. Vilankulo tem muitos atractivos, e para diferentes gostos, desde os mais calmos até aos mais extravagantes.

A nossa selecção é baseada num conceito mais familiar, que vai permitir excelentes momentos partilhados entre todos e algum descanso. As nossas dicas: 1. Parque Nacional de Bazaruto – Um dos mais belos paraísos naturais do nosso país! O Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto é constituído por cinco ilhas: Bazaruto, Benguerra, Magaruque, Santa Carolina e Bangué, tendo sido criado em 1971. Recentemente foi nomeado como o melhor destino de ilha na categoria Áf rica e Oceano Índico, pela revista Condé Nast Traveller.

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No arquipélago existem diversas opções de alojamento, mas os preços são elevados, pelo que optámos por visitá-lo de barco – mais económico e sem deixarmos de visitar e ver o que desejávamos.

Fomos em família, num barco pequeno, onde estávamos só nós (o que recomendamos), e dessa forma decidimos o que iríamos visitar. Começámos pelo 2 Mile Reef (de que falo adiante), seguimos em busca das baleias – estavam muito tímidas nesse dia, e apenas avistámos duas, sem grande visibilidade; depois, seguimos para a ilha de Bazaruto, que possui umas dunas fantásticas, altas e que nos permitem uma vista panorâmica única.

Algumas partes são mais difíceis de subir, mas o esforço é recompensado.

Levar o catering e equipamento para um almoço especial faz parte do serviço das empresas que fazem estes passeios – reco-

Antes de regressarmos, passeámos numa praia da ilha de Benguerra, sozinhos. Já de volta ao barco, e com uma tripulação que apenas nos queria ver felizes e contentes com o passeio, seguimos pela costa da ilha de Benguerra, vendo os diversos hotéis e lodges. Um dos melhores momentos estava guardado para o regresso: o pôr-do-sol visto do mar! Acho que deverá ser uma das mais belas formas de assistir a este momento mágico.

2. Dunas Vermelhas - A norte de Vilankulo,

existe uma grande zona de dunas de areia vermelha. Embora pareçam estranhas pela cor, na realidade são lindas. O acesso é relativamente fácil, escalar não é demasiado complicado, e, no momento em que chegamos ao cimo, temos uma vista fantástica para o interior e para o mar. Do topo vemos o mar e o arquipélago de Bazaruto e, lá no cimo, costumam estar alguns miúdos da zona, saltando e brincando na areia vermelha.

Faça esta actividade ao fim do dia, com um pequeno lanche, para que possa desfrutar de um magnífico pôr-do-sol.

3 Bahia Mar Boutique Hotel – É, possivelmente, o melhor hotel de Vilankulo, com todas as comodidades de um hotel cinco estrelas, mas com a dimensão de um pequeno, confortável e luxuoso boutique hotel. É, definitivamente, um dos locais que recomendamos para uma estadia, especialmente se for a dois.

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Fotografia: Miguel Peral

mendamos!!! Depois, a água é de um azul indescritível! A calma do mar, como se fosse uma piscina infinita, a busca de avistarmos os dugongos e as tartarugas marinhas (espécies protegidas pelo Parque) e termos tido os golfinhos a brincarem para nós, a dois ou três metros do barco, preencheram outra parte do nosso dia.

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Mas nós fomos ver o Wellness Center, que pode ser usado por qualquer pessoa, mesmo não sendo hóspede, bem como o Restaurante, que tem uma cozinha excelente, e que nos oferece os sabores locais, sem esquecer pratos mais sof isticados. Recomendamos ambos, podendo assim aproveitar para “preguiçar” todo um dia pelo hotel, junto à piscina e com uma magníf ica vista sobre o arquipélago de Bazaruto, para descansar e esquecer tudo o resto!...

4. “2 Mille Reef ” – Nem todos se vão sentir à vontade estando no mar equipados para fazer snorkel, mas podemos af irmar: VALE MESMO A PENA. A beleza natural e intocada deste recife, que os guardas do Parque tudo fazem para proteger, é de nos tirar o fôlego. Apesar de termos chegado ao local antes das nove horas da manhã, e estarmos em pleno inverno, não houve f rio que nos tirasse do mar. Por mais de uma hora, apenas com os óculos, o tubo de respirar e umas barbatanas, estivemos a encher-nos de imagens lindas, pois é como se estivéssemos dentro de um documentário da National Geographic. A diversidade de peixes, de crustáceos, de moluscos e de corais faz com que não queiramos sair da água. Vale por cada segundo que nos deixam lá estar.

5. Passeio pela praia de Vilankulo, na maré baixa – Uma actividade simples e que adorámos foram os dois ou três passeios que demos pela praia de Vilankulo. Na maré baixa conseguimos percorrer uma grande distância em direcção ao mar, ou seja, distanciámo-nos da costa, caminhando com água pelos tornozelos, até aos grandes bancos de areia mais à f rente. É relaxante e estimulante. Lá, longe de todos, podemos deitar-nos em pequenas piscinas formadas na areia, ver enormes estrelas-do-mar e alguns peixes coloridos. É um passeio para fazer de mãos dadas.

6. Actividades Náuticas – Existem centros de mergulho que possibilitam a ida aos locais de mergulho mais exclusivos. As actividades como fazer Paddle ou entrar no mar em caiaques são excelentes, pois o mar é sempre calmo. Pode-se ir ver o pôr-do-sol numa canoa, no Rio Govuro, o que deve ser deslumbrante, mas que não tivemos tempo de fazer – f icou para a próxima!

7. Passeio pelos bairros – Como fotógrafo, passear a pé para conhecer o que me rodeia é uma necessidade. Deixei a família nos seus momentos de relax e parti, com o Dalton, num passeio pelo bairro mais próximo. O Dalton é de Maputo, mas vive em Vilankulo há 6 anos e parece conhecer toda a gente. Além de gerir o lodge onde trabalha, faz a gestão da Residência para Idosos. O passeio pelo bairro é longo e muito interessante. Corremos pontes construídas pelos moradores, caminhos pequenos e grandes, vimos casas construídas com diversos materiais, com formas diversas, rostos sorridentes ou curiosos, mulheres que queriam ser fotografa38 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

das, homens que se desviavam, crianças que se insinuavam para ver o que fotografávamos...

Passámos junto ao aeroporto, em padarias ou peixarias, bebemos uma cerveja gelada numa pequena esplanada. Estivemos sempre rodeados de sorrisos e bons sinais. Terminámos o nosso passeio a ver um jogo de futebol, num campo dif ícil e cheio de apoiantes, de uma e outra equipa. Não podia pedir mais. Recomendamos este tipo de passeios, pois desta forma conhecemos a realidade dos locais que visitamos e das pessoas.

As pessoas Inhambane é mesmo a “Terra da Boa Gente”.

Não falamos apenas da cidade, antes de toda a província. Em Vilankulo, tal como na parte res-

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para conversarmos sobre a vida, deles e nossa, com uma cerveja bem gelada? “Boa Gente” de Inhambane, khanimambo!

tante, somos sempre recebidos com um sorriso.

Mas não é para nos admirarmos, uma vez que a “Boa Gente” vive no paraíso. Como seria possível não serem assim sorridentes e felizes? Quem lê estas linhas e já foi a Vilankulo percebe o que aqui digo.

Chegados a Vilankulo, fomos directos para o alojamento que havíamos escolhido ( já recomendação de um amigo) e o local era a própria paz – rapidamente chegou o Dalton, gerente do lodge. A expressão patente no rosto e a sua voz não mentiam – era nosso amigo ainda antes de nos termos cumprimentado! Que mais podemos dizer de pessoas que nos f izeram sentir sempre em casa, que nos sorriam, que partilhavam uma mesa numa esplanada só

Onde f icar?

Nós f icámos no Vilancool Beach Resort, que recomendamos fortemente. Possui três tipos de alojamento, e o serviço é muito bom. O Vilancool Lodge usa grande parte dos lucros em melhorias do espaço e para garantir que um Lar de Idosos funcione sempre, sem que os seus utentes – cerca de 25 – tenham custos, e sendo tratados como se estivessem junto das suas famílias. O Bahia Mar Boutique Hotel é também uma excelente opção.

Em Vilankulo as opções de estadia são bastante diversif icadas em termos de tipo (desde acampamento até hotel), preços e qualidade. Todas as opções de alojamento estão disponíveis online, numa busca por “alojamento Vilankulo”.

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Fotografia: Miguel Peral

A Cidade de Vilankulo Vilankulo é uma cidade vibrante, cheia de vida, com alguma dimensão e com a maior parte dos serviços necessários a uma estadia agradável e confortável. Há dois bons supermercados – onde há de quase tudo, e com qualidade; quase todos os lodges são junto à praia e possuem bons restaurantes; o peixe e os mariscos são excelentes e super f rescos; somos sempre recebidos com um sorriso; tudo em Vilankulo é agradável e tranquilo, é o local ideal para umas férias em família ou a dois, férias sossegadas, mas não demasiado paradas.

Fotografia: Miguel Peral

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Vilankulo é uma cidade de mar e céu.

Não há como os dissociar quando os avistamos.

O azul do mar funde-se com o azul do céu, numa linha única, e, juntos, fundem-se a nós.

E as pessoas reflectem no seu estado de espírito o paraíso onde vivem

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VILANKULO

We carry on ahead and arrive at our lodgings, the Vilancool Beach Resort. Awaiting us is a two-storey building, literally on the beach – small, comfortable and with everything we need. From the first moment onwards, we feel at home 42 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Vilankulo

VILANKULO

Where the sky and the sea merge with us Written by:

Miguel Peral

After three fantastic days in paradisiacal Pomene (see Xonguila No. 40), we are anxious to arrive at another paradise: Vilankulo. Just like the road stretch between Maxixe and Massinga, this part of the N1, from Massing to Vilankulo (Pambarra) is in excellent condition.

After a few kilometres, we begin to see the old giants: baobab trees! How majestic they are! Standing on either side of the road, it´s as if they were inviting us to stop and slowly admire them from up close, in the same way they grew, unhurriedly.

From Massinga to Pambarra, where we will have to take a turn to Vilankulo, it's about 167 kilometres, which can be easily covered in two hours. Once there, we turn toward the Indian Ocean and drive along a less well-maintained road, but nevertheless acceptable, and are now 20 kilometres away from our destination.

Arriving in Vilankulo, we find a city full of energy, vibrant, with desires aplenty. Nevertheless, amidst all this energy, there isn’t a single person rushing or running around, except from some children chasing after a ball. Everyone is calm, unhurried, albeit purposeful. I confess that this “tranquil” bustle took over us until well after our stay in this place.

The road we took to Vilankulo ends right in the heart of the city (it was elevated to city only recently, on January 25th, 2020!). There are a lot of people on the street and open-air trading. The main road is well-kept and wide enough to keep all movement flowing smoothly. Despite all the bustle, everything appears to be organised, except near the municipal market – there, everything seems somewhat chaotic, with fish being loaded and unloaded, a constant coming and going of people, produce, cars, trucks…

Fotografia: Miguel Peral

We carry on ahead and arrive at our lodgings, the Vilancool Beach Resort. Awaiting us is a two-storey building, literally on the beach – small, comfortable and with everything we need. From the first moment onwards, we feel at home.

It is now time to explain the reasoning behind the title of this article: Vilankulo is a city made of sea and sky. It is not possible to dissociate one from the other, when we see them. The blue of the sea meets the blue of the sky in a single line, and, together, they merge with us, in us. And so, people´s state of mind becomes a reflection of the paradise they live in. In the seven days we spent there (and already missing it), all we felt was good humour, calm, peace of mind, friendship and good feelings.

It's obvious that not everything is perfect even in paradise, but there we were closer to perfection.

And it is perhaps because of that, that the merging of the two blues enchanted us so.

I vividly recall the moment when a large family of fisherman, standing about 20 metres from the sand, started pulling back their fishnet, united by necessity to reach a common goal. It's a strenuous task, but one that the young and not so young alike executed with precision and satisfaction.

When they completed folding the net and saw the results of their work, their smiles and happy glances became intense, excited…I photographed the entire moment. Their happiness invaded me! I felt as is merging with that land and those people. I will certainly come back!

What to visit/see?

In Vilankulo, the options are plenty and diverse!

Sometimes, depending on the time available during the stay, it can be quite difficult to choose what to visit and/or see. Vilinkulo has plenty attractions, and for varied tastes, from the quiet to the most extravagant. Our selection is more family-oriented, which will make for excellent moments shared among all, and also some rest. Here are our tips: 1. Bazaruto National Park – One of the most beautiful natural paradises in our country! The Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto comprises five islands: Bazaruto, Benguerra, Magaruque, Santa Carolina and Bangué, and was established in 1971. It was recently named the best island destination by Condé Nast Traveller magazine, in the Africa and Indian Ocean category.

There are diverse accommodation options in the archipelago, but the rates are high, and for that reason we opted to visit by boat – the most economical alternative, which nevertheless allowed us to visit and see what we wanted.

We went as a family, in a small boat, where we were the only passengers (something we recommend) – in that way, we could choose what to visit. We started at the 2 Mile Reef (of which I speak a bit further on), then proceeded to look for whales – they were very shy that day, and we only sighted too, with poor visibility. Next, we continued onwards to Bazaruto Island, which has fantastic dunes, tall, which afforded us a unique panoramic view of the surrounds. Some sections of the dunes are harder to climb than others, but the effort is rewarded.

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Before returning, we strolled along a beach on the island of Benguerra, alone. Once back on the boat, and with a boat crew whose only desire was to see us happy, we skirted along the coast of Benguerra, spotting the various hotels and lodges. One of the best moments was reserved for return trip: the sunset seen from the sea! I think this must be one of the most beautiful ways of witnessing this magic moment.

2. Dunas Vermelhas (Red Dunes) – To the north of Vilankulo, there is a large area of dunes made of red sand. Although they may look strange because of their colour, in reality they are very beautiful. The access route is relatively easy, climbing them is not too complicated and, as soon as we arrive at the top, we have a fantastic view to the inland and to 44 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

the sea. From that top vantage point, we can see the sea and the archipelago of Bazaruto and, up at the top, there are usually some local kids jumping and playing around in the red sand. Visit at the end of a day, and bring a snack, so that you can enjoy the magnificent sunset.

3. Bahia Mar Boutique Hotel – This is arguably the best hotel in Vilankulo, with all the amenities of a five star hotel but in a smaller establishment, a comfortable and luxurious boutique hotel. It is, without a doubt, one of the places we recommend for a stay, especially for a couple.

But we were there see the Wellness Center, which caters for anyone and is not exclusive to the hotel´s guests, as well as the Restaurant, which boasts an excellent cuisine, with local flavours as well as more sophisticated offerings. We recommend them both, so that you can take the opportunity to laze around the hotel for a day, near the pool and enjoying a magnificent view of the Bazaruto Archipelago, to rest and forget about all else…!

4. “2 Mile Reef” – Not everyone will feel comfortable being at sea and geared to snorkel, but we can say that: IT'S REALLY WORTH IT. The natural and unspoilt beauty of this reef, which the Park's guards

Fotografia: Miguel Peral

The companies running these tours provide catering services and ours brought all the equipment for a very special lunch – which we highly recommend!!! Afterwards, there was the indescribable blue of the water! The sea was quiet, as if it was an infinite pool; the search for dugongs and sea turtles (both species protected by the Park), and having dolphins come and play near us, some two or three metres away from the boat, filled the other half of our day.

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do everything to protect, is breath-taking. Although we arrived before nine o'clock in the morning, and it was the middle of winter, there was no cold that could keep us away from the sea. For over an hour, with just the goggles on, the snorkel and some fins, we were feasting ourselves with beautiful images, as if inside a National Geographic documentary.

The variety of fish, crustaceans, molluscs and corals makes one not want to leave the water. It's worth every second they let us be there.

5. A walk along Vilankulo beach at low tide – A simple activity that we loved were the two or three walks we took along Vilankulo beach. At low tide, we were able to travel a great distance towards the sea; that is, we moved away from the shore, walking in water up to our ankles, to towards large sandbanks ahead. It's relaxing and stimulating.

There, far from everyone, we can lie down in small pools formed in the sand, see huge starfish and some colorful fish. It's a walk to do hand in hand.

6. Nautical Activities – There are dive centers that allow you to go to the most exclusive dive sites.

Activities such as paddle or kayaking are excellent, as the sea is always calm. You can see the sunset in a canoe on the Govuro River, which must be

stunning, but we didn't have the time to do it – next time!

7. Walking around the neighborhoods – As a photographer, walking to see and get to know my surroundings is a necessity. I left the family relaxing and went, with Dalton, on a tour of the nearest neighborhood. Dalton is from Maputo but has lived in Vilankulo for 6 years and seems to know everyone. In addition to managing the lodge where he works, he manages the Residência para Idosos (Old Age Home). The walk through the neighborhood is long and very interesting.

We walked across bridges built by residents, on small and large paths; we saw houses built with different materials, with different shapes; smiling or curious faces, women who wanted to be photographed, men who looked away, children who approached to see what we were photographing...

We went past the airport, bakeries and fishmongers, and drank a cold beer on a small esplanade.

We were always surrounded by smiles and goodwill. We ended our tour watching a football game, on a difficult field full of supporters from both teams. I couldn't ask for more. We recommend this type of tour, as this way we know the reality of people and places we visit.

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The people Inhambane really is the “Land of Good People”. We are not just talking about the city, but rather the entire province. In Vilankulo, as in elsewhere in the province, we are always greeted with a smile. But it's no wonder, since the “Good People” live in paradise. How could it be possible not to be smiling and happy like that? Anyone who reads these lines and was once Vilankulo understands what I am saying here.

Arriving in Vilankulo, we went straight to the accommodation we had chosen (recommended by a friend) and the place was a picture of peace. Soon, Dalton arrived – the Lodge´s manager. The expression on his face and his voice didn't lie – he was our friend even before we greeted each other! What more can we say about people who always made us feel at home, who smiled at us, who shared a table on a terrace just to talk about life, theirs and ours, with a very cold beer? “Good People” from Inhambane, Khanimambo!

The City of Vilankulo Vilankulo is a vibrant city, full of life, reasonably sized and with most of the services necessary for a pleasant and comfortable stay. There are two good supermarkets – where there is almost everything, and quality offerings; almost all lodges are beachside and have good restaurants; the fish and seafood are excellent and super fresh; we are always greeted with a smile; everything in Vilankulo is pleasant and peaceful, it is the ideal place for a family holiday or for two, a peaceful holiday, but not exceedingly so.

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Where to stay?

We stayed at the Vilancool Beach Resort, which we highly recommend. It has three types of accommodation, and the service is very good. Vilancool Lodge uses a large part of their profits to improve the space and to ensure that the Old Age Home is always provided for, and that the 25 or so residents incur no costs and are treated as if they were with their families. Bahia Mar Boutique Hotel is also an excellent option.

Inhambane really is the “Land of Good People”.

We are not just talking about the city, but rather the entire province.

In Vilankulo, as in elsewhere in the province, we are always greeted with a smile. But it's no wonder, since the “Good People” live in paradise.

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Fotografia: Miguel Peral

In Vilankulo, the accommodation options are quite diversified in terms of type (from camping to hotel), prices and quality. All accommodation options are available online, simply search for “Vilankulo accommodation”.

SUSTENTABILIDADE E BIODIVERSIDADE

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Fotografia: Cortesia Absa Bank

SUSTENTABILIDADE E BIODIVERSIDADE

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SUSTENTABILIDADE E BIODIVERSIDADE

O Absa Bank tem no seu DNA o compromisso de conservar o meio ambiente e desenvolver e divulgar nas comunidades uma mensagem de consciencialização para a necessidade de protecção da fauna e da flora. Alinhado com a comunidade, o Banco procura potenciar a sustentabilidade, assumindo-se como um banco do futuro que privilegia a conservação e a preservação da natureza em prol das gerações vindouras.

C

om vista a sensibilizar os seus clientes e o público em geral sobre o impacto da negligência ambiental na conservação da fauna e da flora, bem como impulsionar a urgente mudança de comportamento para a protecção da vida selvagem, o Absa Bank Moçambique está a acolher no seu Balcão Premier, situado na Av. Julius Nyerere, em Maputo, uma exposição denominada “A Nossa Gorongosa: Uma Janela para a Eternidade". Compõem-na seis montras dedicadas a programas e serviços essenciais do Parque da Gorongosa, cobrindo os seguintes temas: desenvolvimento sustentável, conservação, ciência, comunicação, desenvolvimento humano e turismo. A exposição estará patente ao público durante os próximos três meses, até 15 de Janeiro de 2022. Único na sua missão de implementar conservação de classe mundial e promover o desenvolvimento humano para aproximadamente 200.000 pessoas que vivem na zona tampão do Parque, o Projecto da Gorongosa envolve activamente as comunidades, procurando criar cadeias de valor inclusivas e apoiar meios de subsistência que restaurem e protejam a biodiversidade; integrar líderes locais no processo de planeamento e em operações do dia-a-dia; contratar membros-chave da comunidade com af inidade com a conservação e construção de consensos; e coordenar as actividades do projecto com as

organizações comunitárias e governos locais no que respeita a serviços essenciais na gestão de recursos naturais, educação e saúde.

Por um lado, constituem programas individuais: Meios de Subsistência Sustentáveis, Café, Caju, Mel, Reflorestamento, Ecoturismo e “Gorongosa Trust”. O “Gorongosa Trust” é um fundo ambiental estabelecido para f inanciar o Projecto da Gorongosa através de fontes de rendimento autogeradas ligadas a oportunidades económicas sustentáveis, dentro e à volta do Parque. O “Trust” possui três empresas sociais ancoradas em sectores-chave: meios de subsistência, reflorestamento e ecoturismo.

Por outro lado, o Departamento de Conservação supervisiona a implementação de acções de gestão baseadas em dados em todas as áreas selvagens protegidas e áreas ao redor do Parque. Todos os programas do Departamento – Fiscalização, Gestão da Fauna Bravia e Integridade do Ecossistema e Coexistência Humana-Fauna Bravia – estão focados em resultados fortes e mensuráveis que garantem a protecção contínua da preciosa biodiversidade da Gorongosa.

O Programa de Comunicação e Relações Públicas do Parque proporciona uma janela permanente para as actividades do Projecto da Gorongosa através do seu website e suas páginas nas redes sociais – que incluem Facebook, Insta-

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gram, Twitter, LinkedIn e outros sites –, e respondendo a perguntas diárias provenientes do website e de seguidores das redes sociais. O Programa também incentiva e apoia a escrita de livros sobre

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o turismo em Moçambique e, em particular, na Gorongosa.

Em 2014, criou o Clube Empresarial da Gorongosa (CEG), que se dedica, sobretudo, ao envolvimento da sociedade empresarial de/em Moçambique na nobre causa da conservação, onde a componente humana/humanitária e o reconhecimento da impor-

tância do património cultural, ambiental e faunístico por parte da comunidade corporativa de/em Moçambique tem um papel fundamental.

O segundo programa do Departamento de Comunicações é a Media da Gorongosa, uma produtora interna de f ilmes de alta qualidade, edu-

cacionais, de longa e curta-metragem, que promovem a sensibilização do público, quer em Moçambique quer no mundo em geral, sobre a Gorongosa, O Projecto da Gorongosa trabalha com vários parceiros, designadamente National Geographic, PBS Distribution e HHMI Tangled Bank Studios.

Fotografia: Cortesia Absa Bank

O Absa Bank Moçambique está a acolher no seu Balcão Premier, situado na Av. Julius Nyerere, em Maputo, uma exposição denominada “A Nossa Gorongosa"

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Fotografia: Cortesia Absa Bank

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O Projecto da Gorongosa é único na sua missão de implementar conservação de classe mundial e promover o desenvolvimento humano para aproximadamente 200.000 pessoas que vivem na zona tampão do Parque e proteger a sua biodiversidade, ecossistemas e fauna bravia através de uma equipa de conservação prof issional, munida de tecnologia de ponta. O Departamento de Desenvolvimento Humano supervisiona a implementação de programas que proporcionam às comunidades da Zona Tampão a oportunidade de melhorar seu bem-estar.

O Sector de Educação actualmente conta com três programas: Clubes de Raparigas (escola primária), Clubes de Professores (escola primária) e Clubes de Jovens (escola secundária). Estão a ser criadas condições para o lançamento de mais clubes em 2021, como os Clubes do Parque da Gorongosa (escola primária, clubes mistos de rapazes e raparigas e apoio aos professores) e clubes de pré-escola. Todos os clubes criam espaços seguros onde jovens em idade escolar podem aprender e praticar habilidades para a vida, exercer liderança, melhorar a sua leitura e escrita, perceber os seus direitos humanos e aumentar o seu conhecimento sobre a conservação da biodiversidade e questões ambientais locais. Os programas também evitam que as raparigas se casem cedo e que tenham gravidezes prematuras, melhorando assim as suas oportunidades de concluir a escola.

Já o Sector de Saúde tem três programas que são implementados em colaboração com o Ministério da Saúde de Moçambique. Por exemplo, o programa de brigadas móveis concede apoio f inanceiro e logístico às autoridades distritais de saúde para fazerem chegar serviços de saúde primária às comunidades rurais.

Com a exposição presente, o Absa Bank contribui para a divulgação do Parque Nacional da Gorongosa e suas actividades, reaf irmando o seu comprometimento com o desenvolvimento da sustentabilidade ambiental junto às comunidades onde opera. O Absa Bank Moçambique orgulha-se de ser parceiro do Parque Nacional da Gorongosa nos esforços de restauração e protecção da biodiversidade.

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Fotografia: Cortesia Absa Bank

O Absa Bank Moçambique orgulha-se de ser parceiro do Parque Nacional da Gorongosa nos esforços de restauração e protecção da biodiversidade

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SUSTAINABILITY AND BIODIVERSITY

Absa Bank shopfronts promote sustainability and biodiversity

Absa Bank has built into its DNA the commitment to preserve the environment and develop and disseminate this awareness in the communities it works with, spreading a message that speaks of the need to adequately protect fauna and flora. Working alongside these communities, the Bank seeks to enable sustainability, positioning itself as a forward-looking bank that prioritizes the conservation and preservation of nature for the benef it of future generations.

Uma Janela para a Eternidade" (“Our Gorongosa: A Window to Eternity”) at its Premier Branch, located on Av. Julius Nyerere, in Maputo. It comprises six shopf ronts spotlighting essential programs and services at Gorongosa Park, covering the following topics: sustainable development, conservation, science, commu-

Fotografia: Cortesia Absa Bank

With a view to raising awareness among its clients and the general public about the impact of environmental neglect on the conservation of fauna and flora, as well as driving the urgent change in behaviour needed for the protection of wildlife, Absa Bank Moçambique welcomed an exhibition entitled “A Nossa Gorongosa:

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nication, human development and tourism. The exhibition will be open to the public for the next three months, until January 15, 2022.

Unique in its mission to implement world-class conservation programs and promote human development for approximately 200,000 people living in the

SUSTAINABILITY AND BIODIVERSITY

Park's buffer zone, the Gorongosa Project actively engages the local communities, seeking to create inclusive value chains and support livelihoods that restore and protect biodiversity; integrate local leaders into the planning process and day-to-day operations; hire key community members with an aff inity for conservation and consensus building; and coordinating project activities with community organizations and local governments regarding essential services in natural resource management, education and health.

On the one hand, they constitute individual programs: Sustainable Livelihoods, Coffee, Cashew, Honey, Reforestation, Ecotourism and the “Gorongosa Trust”. The “Gorongosa Trust” is an environmental trust established to f inance the Gorongosa Project through self-generated sources of income linked to sustainable economic opportunities within and around the Park. The “Trust” has three social enterprises anchored in key sectors: livelihoods, reforestation and ecotourism.

On the other hand, the Department of Conservation oversees the implementation of data-based management actions in all protected wild areas and areas around the Park. All of the Department's programs – Surveillance, Wildlife Management and Ecosystem Integrity and Human-Wildlife Coexistence – are focused on strong, measurable results that ensure the continued preservation of Gorongosa's precious biodiversity.

The Park's Communication and Public Relations Program provides a permanent window

into the Gorongosa Project's activities through its website and social media pages – which include Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn and other sites – and by answering daily questions f rom the website and f rom social media followers. The Program also encourages and supports the writing of books on tourism in Mozambique and, in particular, in Gorongosa. In 2014, it created the Gorongosa Entrepreneurial Club (CEG), which is dedicated, above all, to the involvement of the business society of/in Mozambique in the noble cause of conservation, where the human/ humanitarian component and the recognition of the importance of cultural and environmental heritage and wildlife by the corporate community f rom/in Mozambique plays a key role.

The Department of Communications' second program is Media da Gorongosa (“Gorongosa Media”), an in-house production house of high-quality, educational, feature and short f ilms that raise public awareness of Gorongosa, both in Mozambique and around the world. The Gorongosa Project works with several partners, namely National Geographic, PBS Distribution and HHMI Tangled Bank Studios.

The Gorongosa Project is unique in its mission to implement world-class conservation and promote human development for approximately 200,000 people living in the Park's buffer zone and to protect its biodiversity, ecosystems and wildlife through a team of skilled professionals equipped with state-of-theart technology. The Department of Human Development

oversees the implementation of programs that provide the communities in the Buffer Zone with the opportunity to improve their well-being.

The Education Sector currently has four programs: Girls Clubs (primary school), Teachers Clubs (primary school), Gorongosa Park Clubs (primary school, co-ed clubs and teacher support) and Youth Clubs (secondary school).

Conditions are being created for the launch of more clubs in 2022, such as preschool clubs.

All clubs create safe spaces where school-age youth can learn and practice life skills, exercise leadership, improve their reading and writing skills, realize their human rights and increase their knowledge of biodiversity conservation and local environmental issues. The programs also prevent girls f rom marrying early and having premature pregnancies, thus improving their chances of completing school.

The Health Sector has three programs that are implemented in collaboration with Mozambique´s Ministry of Health.

For example, the mobile brigades program provides f inancial and logistical support to district health authorities to bring primary health services to rural communities.

With the exhibition currently on show, Absa Bank contributes to the dissemination of Gorongosa National Park and its activities, reaff irming the Bank´s commitment to the development of environmental sustainability in the communities where it operates. Absa Bank Moçambique is proud to partner with Gorongosa National Park in its efforts to restore and protect biodiversity.

The exhibition will be open to the public for the next three months, until January 15, 2022 Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 57

SUSTENTABILIDADE E BIODIVERSIDADE

Absa Bank contributes to the dissemination of Gorongosa National Park and its activities, reaffirming the Bank´s commitment to the development of environmental sustainability in the communities where it operates 58 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Fotografia: Cortesia Absa Bank

SUSTENTABILIDADE E BIODIVERSIDADE

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Fotografia: Dustan Woodhouse

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Escrito por: Aayat

Irfan

Plástico. Qual é a primeira coisa que você imagina ou vê quando é dita essa palavra? Vê um oceano cheio de sacos plásticos? Vê uma tartaruga marinha a morrer sufocada por ter ficado presa num pedaço de plástico?

Vê aves marinhas com plástico nas vísceras? Vê o plástico a poluir a terra e os corpos de água?

O uso do plástico aumentou de tal forma que chegou ao continente não habitado pelo homem - a Antártica. Na última década, produzimos mais plástico do que no século passado. É agora urgente reduzir o seu uso e acabar por renunciá-lo. Ele não afecta apenas a terra, o oceano e a vida selvagem, mas também a saúde humana. As toxinas presentes no plástico podem infiltrar-se nos nossos alimentos e bebidas, dando origem a doenças mortais no nosso corpo.

Fotografia: Naja Bertolt Jensen

A esferovite perdura eternamente, e as escovas de dentes de plástico levam quatrocentos anos a degradar-se. Não se pode permitir que, sem conhecer esses factos, os fabricantes continuem a produzir esses artigos que são quase eternos, e que continuemos a investir neles. Há um processo contínuo em que os fabricantes os produzem, os consumidores compram-nos, e eles não são descartados de forma responsável, acabando por poluir o planeta. Isso é prejudicial e exige uma solução.

Pode ser difícil introduzir mudanças repentinas nas nossas vidas, por isso, a melhor maneira de lidar com o problema é dar pequenos

passos e, depois, passos maiores. Cortar para sempre o uso do plástico, especialmente quando se está acostumado a ele, pode ser um desafio. Assim, é necessário que se comece por reduzi-o, sabendo como descartá-lo de modo a não trazer riscos e, depois, descontinuá-lo completamente.

O plástico pode não chegar ao seu fim, mas pode ser substituído, reutilizado, reciclado e descartado de forma responsável. O problema é enorme, mas, independentemente da sua dimensão, exige que um maior número de pessoas se junte como comunidade para lutar contra ele. Essa é exactamente a razão pela qual pode ser benéfico fazer cada vez mais consciencialização sobre este assunto. Cada pessoa que se junta a esta luta pode ser a raiz da mudança para a nossa sociedade, e também inspirar e motivar outras pessoas a participarem na luta.

Elas trazem progresso ao processo.

Grande ou pequeno, é um progresso, e é isso que importa. Para citar o que Will McCallum escreveu no seu livro How to Give up Plastic, ‘’Cada vitória contra o plástico começa com uma pessoa ou um pequeno grupo de pessoas decidindo que chegou a hora de agir.’’

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Fotografia: Nick Fewings

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Fotografia: Fikry Anshor

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Written by: Aayat

Irfan

Plastic. What is the first thing you imagine or see when that word is said? Do you see an ocean full of plastic bags? A sea turtle dying of suffocation from being trapped in a piece of plastic? Do you see seabirds with plastic in their guts? Do you see plastic polluting land and water bodies?

The use of plastic has increased to such an extent that it has reached the continent uninhabited by man - Antarctica. In the last decade, we have produced more plastic than in the last century. It is now urgent to reduce its use and eventually renounce it. It affects not only the land, ocean and wildlife, but human health as well. Toxins in plastic can seep into our food and beverages, giving rise to deadly diseases in our bodies.

Styrofoam lasts forever, and plastic toothbrushes take four hundred years to degrade. It cannot be allowed that, without knowing these facts, manufacturers continue to produce these articles that are almost eternal, and that we continue to invest in them. There is an ongoing process where manufacturers produce plastics, consumers buy them, and they are not responsibly disposed of, eventually polluting the planet. This is harmful and demands a solution.

It can be difficult to make sudden changes in our lives, so the best way to deal with the problem is

to take small steps first, and then bigger ones. Abolishing the use of plastic forever, especially when you're used to it, can be a challenge. Thus, it is necessary to start by reducing it, knowing how to dispose of it so as not to bring risks and then discontinuing it completely.

It may not be the end of plastic yet, but it can be replaced, reused, recycled and disposed of responsibly. The problem is huge, but no matter how big it is, it requires more people to come together as a community to fight it. This is exactly why it can be beneficial to raise awareness about this issue.

Every person who joins this struggle can be an agent of change for our society, and also inspire and motivate others to participate in the struggle. They bring progress to the process. Big or small, it is progress, and that's what matters. To quote what Will McCallum wrote in his book, How to Give up Plastic, "Every victory over plastic starts with one person or a small group of people deciding that it's time to act."

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Paladares à Solta

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Fotografia: Ricardo Franco

Paladares à Solta

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Paladares à Solta

VOLARE A ideia de criar o Volare surgiu em finais de 2016, quando os sócios João, Yara, Alex e Sharon participaram no concurso para gerir o centro social da sede do Aero Clube de Moçambique.

Inicialmente a ideia era apenas abrir um bar, mas, após melhor reflexão e conciliando com a experiência transmitida pelos pais de Alex e de Sharon, que já tinham tido dois restaurantes, decidiram abrir um restaurante.

O nome deriva da intenção de associar a comida italiana à aviação, uma vez que operam num edif ício de uma instituição ligada a este sector. Volare significa voar em italiano.

Embora considerem que a comida é, definitivamente, um aspecto importantíssimo num restaurante, procuram simultaneamente ter em conta outros factores cruciais para deixar o cliente feliz e com vontade de regressar. Uma combinação de sabor e qualidade dos alimentos com bom serviço e ambiente, limpeza e consistência.

Tentam apostar o máximo em todos estes aspectos.

Fotografia: Ricardo Franco

Em termos gastronómicos, o Volare define-se como um restaurante de comida típica italiana, com um menu maioritariamente

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composto por pizzas, pastas, lasanhas, petiscos e sobremesas, reflectindo sempre a alma daquele país.

Aos poucos, a marca Volare tem-se tornado conhecida no mercado. Se, antes de mais, é vista como nome de um restaurante, na realidade é muito mais do que isso. Ao longo dos anos, tem criado diferentes conceitos, como o Volare Kids, um espaço para as crianças aprenderem e compreenderem de onde vêm os alimentos que ali fornecem, e aprenderem elas próprias a fazer as receitas. Outros conceitos da empresa são o Volare Eventos & Volare Móvel, em que levam para eventos fornos portáteis para pizzas e proporcionam a experiência Volare

Paladares à Solta

aos clientes, onde quer que estes estejam.

Dispõem também de serviço de catering, e estão a desenvolver o conceito Volare Green, focado somente em pratos amigos do ambiente. No estabelecimento é possível adquirirem-se produtos feitos in house, tais como o seu o molho de tomate, o molho pesto e o famoso piripíri. Sempre que lhes é possível, compram produtos locais frescos, tanto nos mercados como a pequenos produtores, pois acreditam tratar-se de uma prática com bastantes benef ícios, gerando oportunidades económicas para produtores locais e trazendo benefícios para a saúde.

Durante este período em que o sector da restauração se ressente do grande impacto das restrições impostas pela pandemia,

aperfeiçoaram o serviço de entregas ao domicílio, investindo em meios de transporte próprios, assim como em parcerias estratégicas com empresas de deliver. Passaram a olhar com especial atenção para a presença da marca nas redes sociais, área em pretendem investir mais seriamente. As redes sociais são um excelente veículo de interacção com o público, para apresentar promoções, pratos, eventos e transmitir a boa energia que têm. Consideram não ter ainda alcançado o patamar que desejam, pois pretendem melhorar os seus serviços, assim com abrir mais restaurantes e diversificar os produtos. Estão sempre a inovar, a trazer novos pratos, novas ideias para o mercado e querem crescer mantendo os valores e princípios do bom servir e da excelente comida italiana.

O Volare define-se como um restaurante de comida típica italiana, com um menu maioritariamente composto por pizzas, pastas, lasanhas, petiscos e sobremesas, reflectindo sempre a alma daquele país.

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Fotografia: Ricardo Franco

Palates on the loose

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Palates on the loose

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Palates on the loose

VOLARE The idea of creating Volare came at the end of 2016, when partners João, Yara, Alex and Sharon took part in the competition launched by the Aero Clube de Moçambique to manage the social centre at their headquarters.

The initial idea was to simply open a bar, but upon reflection and drawing on Alex and Sharon´s parents previous experience of managing two restaurants, they decided to open a restaurant.

The name draws inspiration from both Italian food and aviation, as the restaurant operates in a building owned by the Aero Clube, an association linked to that sector.

Volare means to fly in Italian.

Although they consider that food is definitely the protagonist in a restaurant, they take into equal account other crucial factors to ensure that customers are happy and willing to return, combining tasty, quality of food with good service and great atmosphere, cleanliness and consistency. They are seriously invested in all these aspects.

In terms of their gastronomic offering, Volare defines itself as a typical Italian food restaurant, with a menu mainly consisting of pizza, pasta, lasagna, snacks and desserts, always reflecting the soul of that country.

The restrictions imposed by the pandemic have greatly impacted the catering sector, and during this difficult period, Volare has perfected the home delivery service, investing in their own means of transport, as well as in strategic partnerships with delivery companies. They began to pay special attention to the brand's presence on social networks, an area in which they intend to invest more seriously in. Social networks are an excellent vehicle for interacting with the public, to launch promotions, dishes, events and transmit the brand´s good energy.

They consider that they have not yet reached their goals, since they intend to improve their services, as well as open more restaurants and diversify their products. They are always innovating, creating new recipes, bringing new ideas to the market and wanting to grow while maintaining the values and principles of good service and excellent Italian food.

Fotografia: Nuno Azevedo

Gradually, the Volare brand has become well known in the market. At first glance, it may seem like just the name of a restaurant, but in reality it is much more than that. Over the years, it has created different concepts, such as Volare Kids, a space for children to learn and understand where the food served in the restaurant comes from, and to learn how to make the recipes themselves.

Other concepts of the company are Volare Eventos & Volare Móvel, in which they take portable pizza ovens to events and provide the Volare experience to custo-

mers, wherever they may be. They also have a catering service, and are developing the Volare Green concept, focused only on environmentally friendly dishes. In the establishment, it is possible to purchase products made in-house, such as tomato sauce, pesto sauce and the famous chilli sauce. Whenever possible, they buy fresh local produce, both in markets and from small growers, as they believe this is a practice with many benefits, including generating economic opportunities for local producers and added health benefits.

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Palates on the loose

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Fotografia: Ricardo Franco

Did you know

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Momentos Fashion

“Temos tido várias encomendas, e alguns dos nossos maiores clientes tornam-se revendedores da marca a nível internacional, o que consideramos excelente” 82 - Outubro/October 2021 • Revista Xonguila © ™ Ed. 41

Momentos Fashion

Vanessa Semá, sócia-gerente, na primeira pessoa

Fotografia: Ricardo Franco

A minha mãe, para além do emprego que tem, sempre foi costureira.

Em 2015 ela tinha uma encomenda enorme por fazer e, vendo eu como ela estava sobrecarregada, pedi que me deixasse ajudar. Até essa altura, eu nunca tinha usado uma máquina de costura na vida, e não entendia nada de costura. Comecei por cortar e organizar tudo para deixar pronto para ela produzir, até que me atrevi a pegar na máquina. Fui ganhando interesse e comecei a praticar sozinha, usando retalhos e sobras de tecidos que iam f icar desperdiçados. Desde o início, tive sempre uma enorme paixão pela capulana, que, na altura, não era muito utilizada por cá em certos meios. Diria até que as pessoas tinham vergonha de a usar.

Em 2016, comecei, devagar, a fazer pequenas peças divertidas e bem coloridas.

Desde pequena que a expressão Carpe Diem tem um valor muito importante na minha maneira de ver a vida. Signif ica viver o momento, aprendi isso na aula de f ilosof ia na oitava classe: viver e saber aproveitar cada dia como se fosse o último e o mais importante da vida. Quando fui informada de que iria haver uma feira de artesanato, a Mayfair, na Escola Americana de Maputo, em Maio de 2017, decidi expor as pequenas obras, e foi um sucesso de vendas. Tive bastantes pedidos, obtive diversos contactos e comecei a ter os meus primeiros clientes habituais. Agora tenho o meu ateliê e conto com a ajuda de uma maravilhosa equipa.

Fazemos peças de artesanato, costura criativa, customização, brindes para empresas, casamentos e acessórios de moda, tudo utilizando sempre como matéria-prima a capulana.

Sempre apresentámos os nossos trabalhos no Instagram, e costumamos interagir com os clientes através do WhatsApp; considerámos, desde o início, a melhor forma de marketing a venda online. No entanto, temos também diversos revendedores dos

nossos produtos.

Sempre que participamos em feiras de artesanato publico em simultâneo nas redes sociais para que o público saiba onde estamos naquele preciso momento, e, por incrível que pareça, conseguimos efectuar vendas mais rápidas através dessas publicações. Felizmente, no que toca aos nossos clientes, temos recebido um feedback muito positivo quanto aos produtos feitos por nós, uma vez que são feitos com enorme dedicação e atenção aos detalhes. Temos tido várias encomendas, e alguns dos nossos maiores clientes tornam-se revendedores da marca a nível internacional, o que consideramos excelente.

Por coincidência, um pouco antes da pandemia decidimos fazer uma linha de artigos direccionada para a saúde, kits de máscaras, bolsinhas, toucas cirúrgicas, entre outras coisas. Com o surgimento da covid-19, a procura por máscaras de capulana foi enorme, f izemos centenas de máscaras por semana, o que consideramos ter sido o nosso maior desaf io em termos de trabalho na costura. Trabalhava praticamente sozinha, dia e noite sem parar, e cheguei a ensinar outras costureiras de outros ateliers a produzir máscaras. Durante a fase inicial, muitas das máscaras que produzimos foram doadas aos mais necessitados.

Nos dias de hoje, já consigo viver da minha arte. Tenho uma equipa e o meu próprio atelier. Este foi um passo enorme no meu trabalho, pois já temos trabalhado à escala industrial.

Porém, o meu sonho seria o de abrir um local que pudesse servir de escola, of icina e fábrica. Gostaria também de continuar a desenvolver a marca a ponto de esta adquirir reconhecimento internacional, como sendo uma referência de qualidade no que toca à arte da costura utilizando a capulana.”

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Fotografia: Ricardo Franco

Diáspora

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Diáspora

“Fizemos centenas de máscaras por semana, o que consideramos ter sido o nosso maior desafio em termos de trabalho na costura” Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 85

Fashion moments

Vanessa Semá, Managing Partner, in her own words My mother, in addition her day-to-day job, has always been a seamstress. In 2015, she had a huge order to fulf ill and, seeing how overloaded she was, I asked her to let me help. Up until that point, I had never used a sewing machine in my life, and I didn't know anything about sewing. I started by cutting and organizing everything to make it ready for her to produce, until I dared to try the machine. I gained interest and started practicing on my own, using fabric cut-offs and scraps that would´ve otherwise gone to waste. From the beginning, I've always had a huge passion for capulana (traditional patterned cloth) which at the time was not widely used here, in certain social circles. I would even say that people were ashamed to use it. In 2016, I slowly started making fun and colorful little pieces.

Since I was young, the expression Carpe Diem has held a very special value in the way I approach life. It means living in the moment – I learnt that in my eighth-grade philosophy class: living and knowing how to enjoy each day as if it were the last and most important one in life. When I found out that there was going to be a craft fair, the Mayfair, at the American School of Maputo, in May 2017, I decided to exhibit the small works, and it was a sales success. I had a lot of requests, got several contacts and began to have my f irst regular customers. Now I have my own studio and am assisted by a wonderful team.

We make craft items, creative sewing, customization, gifts for companies, weddings and fashion accessories, all using capulana as raw material. We always post our work on Instagram, and we usually interact with customers through WhatsApp. We considered, f rom the beginning, that the best form of marketing is to sell online. Howev-

er, we also have several resellers of our products.

Whenever we take part in public craft fairs, we simultaneously post on social networks so that the public knows where we are at that precise moment, and, oddly enough, we manage to make faster sales through these publications.

Fortunately, as far as our customers are concerned, we have received very positive feedback on the products made by us, as they are made with enormous dedication and attention to detail. We have had several orders, and some of our biggest customers have become our international brand resellers, which we consider excellent.

Coincidentally, just before the pandemic, we decided to make a line of items aimed at the health sector: mask kits, bags, surgical caps, among other things. With the arrival of Covid-19, the demand for capulana masks was huge. We made hundreds of masks a week, which we consider to have been our biggest challenge in terms of sewing work. I worked practically alone, day and night without stopping, and I even taught other seamstresses f rom other studios how to produce masks.

During the initial phase, many of the masks we produced were donated to the neediest.

Nowadays, I can make a living f rom my art. I have a team and my own studio.

This was a huge step in my work, as we´d already done work on an industrial scale. However, my dream would be to open a place that could serve as a school, workshop and factory. I would also like to continue to develop the brand to the point that it gains international recognition, as a hallmark of quality when it comes to the art of sewing with capulana.”

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Fotografia: Ricardo Franco

Fashion moments

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O SALTO Comunhão, amizade, cumplicidade, felicidade... este click é tudo isso e muito mais! É um momento “louco” de felicidade destas crianças, sempre com um enorme sorriso.

Para estes miúdos que vão às Dunas Vermelhas de Vilankulo apenas para saltarem, brincarem e meterem-se com quem ali vai ver o pôr-do-sol, a vida é assim, simples, sorridente e cheia de luz.

Fotografia: Miguel Peral

Quando em criança saltávamos, como estes meninos, nunca sabíamos bem onde iríamos “aterrar”, mas conf iávamos em que nada de mal nos iria acontecer. Com eles, fui levado a regressar à minha infância, a saltar no desconhecido, a encher-me de areia, a rir por não me ter aleijado! A rir, porque é tão bom não nos preocuparmos com onde vamos aterrar...

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THE JUMP Communion, f riendship, companionship, happiness…this click is all of that and much more! It is a “crazy-happy” moment for these children, each sporting an enormous smile.

For these kids that go to the Red Dunes of Vilankulo just to jump, play and interact with those who come to see the sunset, life is like that – simple, smiling and f illed with light.

When we ourselves were children and took the jump, just like these kids, we never knew where we would land, exactly – and yet trusted that nothing bad would happen to us. With them, I was transported back to my childhood, jumping into the unknown, f illing myself with sand, laughing for being uninjured! Laughing, because it is so wonderful not worrying about where we might land…

Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 89

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MULHERES DE PEITO

ulheres de Peito é um documentário brasileiro dirigido por Paula Galacini inspirado no livro “Força na peruca - tragédias e comédias de um cancro”, de Mirela Janotti. Retrata com emoção a história de cinco mulheres que lutaram contra o cancro da mama, que fazem depoimentos falando abertamente dos problemas e desafios que enfrentaram durante todo o processo de tratamento. Simultaneamente, são partilhadas entrevistas a médicos que lidam diariamente com a doença, transmitindo-se, de forma resumida e com linguagem acessível, informações relevantes, entre as quais avanços terapêuticos. Integra ainda depoimentos de outros profissionais, tais como estilistas, tatuadores, empresários e outros que, embora indirectamente envolvidos, apresentam as suas acções de combate à doença, assim contribuindo para uma visão ampla da questão.

Presentemente, Mulheres de Peito está a ser exibido em diversos fóruns, um pouco por todo o universo lusófono, para consciencialização e motivação. Aborda a questão do impacto do cancro da mama na auto-estima, na sexualidade e nas relações interpessoais, uma vez que se trata de uma enfermidade que fere símbolos de feminilidade e sexualidade da mulher. Trata ainda a relevância do suporte emocional da família e dos amigos, deixando um alerta sobre a importância da detecção precoce da doença.

Este excelente projecto audiovisual – cujas receitas angariadas foram doadas a instituições e investidas na realização de estudos clínicos sobre o cancro da mama –, possui duas versões: uma reduzida, de 26 minutos, e uma mais completa, de aproximadamente 50 minutos, que pode ser vista na plataforma YouTube.

Mulheres de Peito está a ser exibido em diversos fóruns, um pouco por todo o universo lusófono, para consciencialização e motivação

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M

MULHERES DE PEITO

ulheres de Peito is a Brazilian documentary directed by Paula Galacini and inspired by the book “Força na Peruca! – Tragédias e Comédias de um Cancro”, by Mirela Janotti. The film movingly presents the story of five women who struggled with breast cancer and give honest accounts of the problems and challenges they faced during the entire treatment process. In addition, it shares interviews with physicians who deal with this illness on a daily basis, to convey relevant information in concise and accessible language, including therapeutic advances. It also includes testimonials from other professionals, such as stylists, tattoo artists, businessmen and others who, although indirectly involved, present their actions to fight the illness, thus contributing to a broader view of the issue.

Currently, Mulheres de Peito is being exhibited in several forums across the Portuguese-speaking world, to raise awareness and motivation. It addresses issues such as the impact of breast cancer on self-esteem, sexuality and interpersonal relationships, since it is an illness that directly challenges women's symbols of femininity and sexuality. It also addresses the importance of emotional support from family and friends, alerting us to the importance of early detection of the illness.

This excellent audiovisual project – revenues raised were donated to institutions and invested in conducting clinical studies on breast cancer – has two versions: a short one, with 26 minutes, and the full-length film, of approximately 50 minutes, which can be view on the YouTube platform.

The film movingly presents the story of five women who struggled with breast cancer and give honest accounts of the problems and challenges they faced during the entire treatment process.

LAÇO ROSA Meu Outubro tem um laço Um laço que bem cuido Em tempos representou feminilidade e fragilidade Hoje o meu laço relata a cor da força do afecto e da resiliência O meu laço junta mulheres do mundo inteiro pela mesma causa Cada uma de nós usa no peito o símbolo de força e empatia Minha filha veio ao mundo pelas mãos de uma mulher que carregava o laço rosa no peito e no corpo Com bravura e esperança ela lutou e VENCEU Ela venceu e todas nós venceremos Mulheres de estilo tocam-se Prevenção também é um acto de amor próprio Eu quero rosas no meu Outubro rosa.

Quero laços no peito e no coração.

Yaniza Nizamodine

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Sabias que

EXOTIC JJ’S INGREDIENTES: 50 ml de Jameson 100 ml de ginger ale 100 ml do sumo Ceres Secrets of the valley Gelo em cubos ½ lua de limão 1 ramo de hortelã COPO: Long drink MODO DE PREPARAÇÃO:

Num copo longo, coloque o gelo até 2 dedos do topo, whiskey, sumo, ½ lua de limão e ginger ale, e mexa.

Por fim, decore com uma casca de limão e hortelã.

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Fotografia: Mariano Silva

Sabias que

Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 97

EXOTIC JJ’S INGREDIENTS: • 50 ml of Jameson • 100 ml of Ginger Ale • 100 ml of Ceres Secrets of the Valley fruit juice • Ice cubes • 1 Lemon wedge • 1 Peppermint sprig

GLASS: Long drink PREPARATION

Fill a tall glass with ice cubes up to 2 fingers below the rim. Add the whiskey, fruit juice, lemon wedge and ginger ale, and mix well. Garnish with the peppermint sprig and lemon peel.

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Did you know

Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 99

Fotografia: Mariano Silva

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“O Portal é o universo da música moçambicana, onde a música e o músico se revêm, se projectam e se dão conhecer ao mundo globalizado.”

– Luís Loforte, Curador Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 101

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Fotografia: Cortesia de Portal da Música

O papel da música moçambicana como elemento de construção da identidade nacional é de reconhecimento consensual.

A existência de inúmeros instrumentos, músicas e danças tradicionais, decorrentes do grande mosaico de culturas que o país oferece, levou a que na música ligeira moçambicana fossem incorporados diversos elementos musicais tradicionais que enriqueceram, de forma acentuada, a sua especif icidade. Em consequência, Moçambique possui um legado histórico de produção musical bastante rico e diversif icado. Contudo, e até ao momento, não existia um local, instituição ou outra iniciativa que permitissem dar acesso, de forma sistematizada, ao diversif icado património cultural e histórico da música e dos músicos moçambicanos. Por outro lado, muitos dos músicos de referência da música nacional estão em idade avançada, ou já

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faleceram, deixando um enorme conhecimento histórico e cultural sem registo.

Todos estes motivos tornaram imperativa a criação do portal da música moçambicana, um local de acesso público e gratuito que disponibilizasse informação detalhada sobre a música e os músicos moçambicanos incluindo fotos, vídeos, entrevistas, documentos, instrumentos, biograf ias e uma base de dados. Todos os moçambicanos serão benef iciários do portal, especialmente os amantes da música, a academia de ensino cultural e musical, que tem ao seu dispor material essencial para a elaboração dos seus conteúdos educativos, os músicos, professores e investigadores de música, que assim poderão contextualizar melhor o meio em que trabalham.

Nos anos de 2018 e 2019 foi realizado um trabalho de pesquisa sobre a música mo-

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çambicana que visava a concepção e realização do que viriam a ser dois espectáculos intitulados “No tempo dos tocadores” e “Os tocadores de agora”, que podem ser vistos em www.tp50.org. A criação desses dois espectáculos implicou um amplo levantamento de materiais audiovisuais e depoimentos relacionados com a música ligeira do tempo colonial e a música ligeira actual, entre os quais um conjunto de entrevistas a diversos músicos. Tais entrevistas constituem importantíssimos documentos, pois foram feitas a quem viveu os mais importantes momentos da história da nossa música. Foram também colectados inúmeros materiais sob a forma de fotos, artigos e outros textos. No seu conjunto, a acção inspirou o desejo de se sistematizar toda a informação para disponibilizá-la ao público em geral, preservando assim a memória da música e

dos músicos nacionais.

O esforço desenvolvido até ao momento foi realizado com recurso a trabalho voluntário e meios gratuitos disponibilizados por instituições, pessoas e grupos envolvidos. Esta iniciativa foi criada por um grupo de pessoas que teve como fundadores Chenny Wa Gune, Hortêncio Langa, Roberto Chitsondzo, António Prista, Luís Loforte entre outros.

“O Portal é uma convergência geracional de criadores culturais e das ferramentas que os distinguem, mas que, ao mesmo tempo, os congregam. O Portal é uma viagem cantada, tocada e dançada de valor incalculável!” – Ruben Morgado, Designer www.portaldamusica.org.mz

“O Portal é a exposição da música e cultura de Moçambique que irá beneficiar a sociedade com conteúdos de carácter cultural, tais como música, dança e instrumentos nacionais – a sua origem e o que são hoje.”

– Cheny Wa Gune, Curador Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 103

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Fotografia: Cortesia de Portal da Música

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“A ideia do Portal é colocar junto e visível um potencial enorme que anda escondido e disperso, e o benefício é similar à frase “Se queres ir longe, vamos juntos.”

– António Prista, Curador Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 105

There is consensus about the role of Mozambican music as one of the building blocks of national identity. The existence of countless instruments, music styles and traditional dance styles, resulting from the great mosaic of cultures that the country offers, has led to the incorporation of various traditional musical elements in Mozambican pop music, which in turn contributed to the genre´s distinct character. As a result, Mozambique has a very rich and diverse historical legacy of musical production. However, until now, there was no place, institution or other initiative that would allow access, in a systematic way, to the diverse cultural and historical heritage of Mozambican music and musicians.

On the other hand, many of the reference musicians in national music are of advanced age, or have passed away, leaving an enormous historical and cultural knowledge unrecorded.

All these reasons made it imperative to create the Mozambican music portal, a place with free public access that would provide detailed information about Mozambican music and musicians, including photos, videos, interviews, documents, instruments, biographies and a database. All Mozambicans will benefit from the portal, in particular music lovers, the cultural and musical education academies – which now have at their disposal essential material for the development of their educational content – musicians, music teachers and researchers, who will thus be able to have a better context of the medium they work with.

In the years 2018 and 2019, research work was carried out on Mozambican music, as a basis for the conception and realization of what would become two shows, entitled "No tempo dos tocadores" and "Os tocadores de agora", which can be seen at www.tp50.org. The creation of these two shows involved a broad survey of audiovisual materials and testimonies related to pop music from colonial times and pop music today, including a series of interviews with various musicians. These interviews are

very important documents, since the interviews were made to those who lived the most important moments in the history of our music.

Numerous materials were also collected in the form of photographs, articles and other texts.

As a whole, these actions inspired the desire to systematize all the information to make it available to the general public, thus preserving the memory of national music and musicians.

The efforts developed thus far have been carried out using voluntary work and free means provided by institutions, people and groups involved. This initiative was created by a group of people whose founders were Chenny Wa Gune, Hortêncio Langa, Roberto Chitsondzo, António Prista and Luís Loforte, among others.

“The Portal is the universe of Mozambican music, where music and musicians meet each other, project themselves and make themselves known to the globalized world.” – Luís Loforte, Curator “The Portal is an exhibition of Mozambican music and culture that will benefit society with cultural content, such as music, dance and national instruments – their origin and what they are today.” – Cheny Wa Gune, Curator “The idea of the Portal is to put together and make visible the enormous potential that is hidden and dispersed, and the benefit is similar to the proverb, “If you want to go far, go together.” – António Prista, Curator “The Portal is an inter-generational convergence of cultural creators and the tools that distinguish them, but which, at the same time, bring them together. The Portal is a journey through the sung, played and danced, of incalculable value!” – Ruben Morgado, Designer www.portaldamusica.org.mz

Fotografia: Mariano Silva

Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 107

Júnior

Fotografia: Mariano Silva

Escrito por: Louiggi

Escrito por: Louiggi

Júnior

A beleza é algo que desafia a imaginação Louiggi Júnior nasceu em Maputo, f requentou a escola da Maxaquene e aos 10 anos já havia decidido que queria ser estilista, fazendo as suas próprias roupas e muitas vezes vestindo a sua mãe para ocasiões festivas. Formado pela faculdade de artes Santa Marcelina, em São Paulo, apresentou a sua primeira colecção de pronto-a-vestir em 1993. Inspirado tanto em termos políticos como estéticos, Louiggi trata o seu trabalho como arte que se pode vestir, concentrando-se na criação de vestuário pouco usual masculino e feminino.

As suas formas são inovadoras e inventivas e, no que toca a referências, são inspiradas na história moçambicana e no folclore religioso. As complexas colecções que cria procuram ser um elogio elegante à história do seu país.

Louiggi Júnior apresentou pela primeira vez as suas criações fora de Moçambique, em 1999, na semana da moda de Londres, e também em Paris. Louiggi possui uma residência artística de moda em Maputo e algumas representações nos Estados Unidos, no Japão e no Brasil.

Fotografia: Mariano Silva

Louiggi Júnior já apresentou criações suas na semana da moda de Londres, e também em Paris

Diáspora

Beauty is something that challenges the imagination Louiggi Júnior was born in Maputo, attended the Maxaquene School and by the time he was 10 years old, he had decided he was going to become a fashion designer, making his own clothes and often dressing his mother up on festive occasions. A graduate f rom the Santa Marcelina faculty of arts in São Paulo, Brazil, he presented his f irst ready-to-wear collection in 1993. Equally inspired by politics and aesthetics, Louiggi regards his work as wearable art, focusing on unusual male and female clothing. His shapes are innovative and inventive, referencing Mozambican history and religious folklore. His complex collections are meant to be an elegant homage to the history of his country.

Fotografia: Mariano Silva

Louiggi Júnior presented his creations outside of Mozambique for the f irst time in 1999, during London Fashion Week, and also in Paris. Louiggi has an artistic fashion house in Maputo and representations in the United States, Japan and Brazil.

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Fotografia: Cortesia Create

Diáspora

Lançamento do Programa EMPREGA Centro de Conferências Joaquim Chissano Revista Xonguila © ™ Ed. 41 • Outubro/October 2021 - 115