Revista Xonguila Nº3

Publicação mensal • Junho 2018 • Edição nº3 • Ano 01 • 250 mt • www.xonguila.co.mz

770261 666826 9

ISSN

0261-6661

À conversa com Talking with

ABDULLA

MOMADE

1 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

KIKA MATERULA

Directora Artística do projecto Xiquitsi Artistic Director of the Xiquitsi project

FILIPE BRANQUINHO POLANA SERENA HOTEL

Rubrica - Relaxe

Relax

Nkwichi Lodge

8 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Relaxe

Relaxe Nkwichi Lodge

T

he Nkwichi Lodge is situated on a beautiful white sandy beach on Lake Niassa. The main building boasts two floors, carefully designed to incorporate the local landscape with incredible views of the lake.

There are no roads within a 10 km radius, which helps create an extra sense of tranquillity. The lodge has 7 exclusive chalets, for a maximum of 14 occupants, offering guests total privacy.

Each chalet has large rooms with thatched roofs, hot water showers embedded in trees and tubs built into the rocks.

The suspended beds on the balconies are ideal for watching the sunset accompanied by an unforgettable meal. The service provided by the staff made up of duly specialized locals is quite friendly and attentive.

The fresh water of the lake is crystal clear, populated by a largest variety of native fish species in any lake in the world.

9 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

There are numerous recreational activities available, ranging from adventure to total relaxation. You can swim or take a dip in the lake, go canoeing, explore the game reserve, visit the local villages and take part in community projects.

This lodge is proud of practicing responsible methods of developing tourism locally, as well as to commit to protecting the environment and contribute to the prosperity of the community.

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Sumário

SUMÁRIO CONTENTS

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À CONVERSA COM / TALKIN WITH Abdulla Momade, Director de Investimento e Desenvolvimento do INATUR Abdulla Momade, Director of Investment and Development of INATUR

26

YOU'RE INVITED

50

INVESTIR NO TURISMO EM MOÇAMBIQUE

64

FRESH AIR

70

AREIAS DE SONHO /

Artesanato, flores e gastronomia Crafts, flowers and gastronomy

DREAM SANDS

Ponta do Ouro, praia de areias claras e mar azul Ponta do Ouro, beach of clear sands and blue sea

Polana Serena Hotel, a grande "dama de África" Polana Serena Hotel, the great "lady of Africa"

Código Comercial de Moçambique, o que mudou?

Mozambique's Commercial Code, what has changed?

FICHA TÉCNICA Propriedade: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Administração: Nuno Soares, Omar Diogo, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Colunistas: Hussein Hassan, Mafalda Henriques, Malaika Ribeiro, Nuno Azevedo, Milano, Neide Ussiana, Gonçalo Mendes, Ernesto Moamba, Lurdes Martins • Capa: Mariano Silva (Fotografia) , Nuno Azevedo (Ilustração) • Fotografia: Mariano Silva, Filipe Branquinho, Nuno Azevedo, Lupe Arce, Júlio Dengucho, Nkwichi Lodge • Revisão linguística: Fátima Ribeiro (Português) • Tradução: Filipa Carreira (Inglês) • Paginação: Omar Diogo • Ilustração: Ana Gomes Pinto • Marketing: Omar Diogo, Nuno Soares, Ana Piedade, Nuno Lopes • Digital - Jorge Oliveira • Departamento Comercial: +258 84 295 39 07, geral@xonguila.co.mz • Registo de Propriedade Industrial: 3 5 0 6 5 / 2 0 1 7 - 3 5 0 6 6 / 2 0 1 7 ( 1 5 /0 1 / 2 0 1 8 ) • ISSN - 0261 - 661 • Registo:02/Gabinfo-dec/2018 Os artigos com assinatura reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista.

Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, requer a autorização expressa da empresa titular da revista.

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56

SONS DA ALMA / SOUNDS OF THE SOUL

Os desafios da carreira da Directora Artística do projecto Xiquitsi The career challenges of the Artistic Director of the Xiquitsi project

Sumário

DECOR

90

SHAPE YOUR WEDDING

94

Sugestões de design de interiores Interior design tips

Conselhos para maquiagem de noiva Makeup Brides Advice

CINEMA 35MM

100

SAÚDE E BEM ESTAR /

104

Palmeiras da Neve, uma história de amor proíbido Palm Trees in the Snow, a Forbidden Love Story

ARTE DAQUI/ ART FROM HERE

A trajectória do fotógrafo e artista plástico Filipe Branquinho The trajectory of the photographer and plastic artist Filipe Branquinho

PALADARES À SOLTA / PALATES ON THE LOOSE

Wine Lovers uma tasca moderna e requintada Wine Lovers a modern and refined tavern

SABIAS QUE...

/ DID YOU KNOW...

Sacana, um piripiri made in Moçambique Sacana, a piripiri made in Mozambique

16

HEALTH AND WELL-BEING

Os conselhos de Mafalda Henriques e Gonçalo Mendes The advice of Mafalda Henriques and Gonçalo Mendes

74 86

BIOS Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Administration: Nuno Soares, Omar Diogo, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Columnists: Hussein Hassan, Mafalda Henriques, Malaika Ribeiro, Nuno Azevedo, Milano, Neide Ussiana, Gonçalo Mendes, Ernesto Moamba, Lurdes Martins • Cover: Mariano Silva (Photography) , Nuno Azevedo (Illustration) • Photography: Mariano Silva, Filipe Branquinho, Nuno Azevedo, Lupe Arce, Júlio Dengucho, Nkwichi Lodge • Copy Editing: Fátima Ribeiro (Portuguese), • Translation: Filipa Carreira • Page make-up: Omar Diogo • Illustration: Ana Gomes Pinto • Marketing: Omar Diogo, Nuno Soares, Ana Piedade, Nuno Lopes • Digital - Jorge Oliveira • Commercial: Department: +258 84 295 39 07, g e r a l @ x o n g u i l a . c o . m z • Pr o p e r t y R e g i s t r a tion Industr y: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018) • I S S N - 0 2 6 1 - 6 6 1 • Registo: 02/Gabinfo-dec/2018 The articles reflect the authors opinion, and not necessarily the magazine opinion.

All transcript or reproduction, partial or total, requires the authorization of the company that owns the magazine 13 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

RELAXE/ RELAX

Nkwichi Lodge uma jóia ecológica Nkwichi Lodge an ecological gem

2

Editorial

N

Do Director / From the Director

esta edição continuamos a oferecer conteúdo diversificado, sempre com o objectivo de apresentar algo que contribua para o dia-a-dia dos nossos leitores nas áreas de turismo, cultura e lifestyle.

Pessoas, histórias, lugares, o universo Xonguila foi idealizado com o objectivo de inspirar e dar a conhecer melhor Moçambique a quem nos segue.

Os entrevistados, como sempre escolhidos criteriosamente, compartilham um pouco da sua experiência profissional e trajectória de vida, com histórias interessantes de sucesso e determinação. Abdulla Momade, Director de Investimento e Desenvolvimento do Instituto Nacional do Turismo (INATUR), o fotógrafo Filipe Branquinho e Kika Materula, directora artística do projecto Xiquitsi, são alguns deles.

Se procura relaxar e precisa de novos ares, sugerimos-lhe vários destinos turísticos incríveis. Entre eles, o Nkwichi Lodge, no lago Niassa, de onde com certeza ficará com excelentes memórias, e a fascinante praia da Ponta do Ouro. Apresentamos lugares para a família, casais, negócios ou mesmo para desfrutar sozinho em grande estilo.

Não deixe de conhecer a nossa nova rubrica dedicada à decoração, que conta com a assinatura da Hortelã Design de Interiores.

Para completar, os nossos colunistas compartilham o seu know-how, dão dicas e expressam os seus pontos de vista sobre temas variados.

I

n this issue we continue to offer diverse content, always with the aim of presenting something to contribute our readers’ daily life especially in the tourism, culture and lifestyle areas. People, stories, places, the Xonguila universe was designed to inspire and showcase Mozambique to who follow us.

Interviewees, as always carefully chosen, share a little of their professional experience and life trajectory bringing us interesting stories of success and determination. Abdulla Momade, Investment and Development Director at the National Tourism Institute (INATUR), photographer Filipe Branquinho and Kika Materula, artistic director of the Xiquitsi project, are among some of them.

If you are looking to relax and need a change, we suggest several incredible tourist destinations. Among them, the Nkwichi Lodge by the Niassa Lake, where surely you will leave with great memories, and the fascinating beach of Ponta do Ouro. Here we showcase places for all occasions a family vacation, a business trip or even a solo-trip where you can enjoy yourself in style.

Do not miss our new segment dedicated to interior design, brought to you by Hortelã Interior Design.

To top it all off, our columnists share their know-how, give tips and express their views on a variety of topics.

Abra a Xonguila e delicie-se com tudo isto e muito mais.

Open Xonguila and delight yourself with all this and more.

Boa leitura.

Good reading.

Nuno Soares Director

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Rubrica - Arte Daqui

Arte Daqui

FILIPE BRANQUINHO

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Gurué-Casa vermelha-2014©Filipe Branquinho

Rubrica - Arte Daqui

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Rubrica - Arte Daqui

Arte Daqui

FILIPE BRANQUINHO

E

seu percurso artístico.

Desde cedo mostrou aptidões para artes visuais e plásticas, que de algum modo encaminharam o seu percurso de estudante até ao curso de arquitectura. Os conhecimentos que adquiriu permitiram-lhe trabalhar durante alguns anos com o reputado arquitecto José Forjaz, que acabou por ser muito importante na sua formação, tornando-se mesmo seu mentor.

Na cada vez mais difícil possibilidade de viver apenas como artista, sem necessidade de outras ocupações para sustentar a sua paixão – devido em parte à falta de curadores e críticos no panorama moçambicano –, diz ter tido a sorte de se ter cruzado com pessoas que gostaram do seu trabalho e o ajudaram a divulgar o seu nome e as suas obras.

Fotografia: Mariano Silva

ncontrámo-nos com Filipe Branquinho, o artista convidado deste mês, no seu estúdio. O sol enchia o espaço de luz, revelando os seus traços no papel de algodão do seu último trabalho.

Filipe, fotógrafo e artista plástico, falou-nos um pouco de si. Nasceu em 1977, em Maputo, na então ainda jovem República de Moçambique.

Diz ter crescido num ambiente privilegiado, convivendo de perto com fotógrafos afirmados numa época em que a cultura moçambicana florescia vivamente. Recorda-se de, ainda criança, haver muitas exposições na Associação Moçambicana de Fotografia, onde por vezes podia apreciar, em primeira mão, os papéis que chegavam para impressão. Em ocasiões mais raras, tinha a sorte de poder mexer nas câmaras dos seus ídolos, Rangel, Cabral, Kok Nam, facto que marcou indubitavelmente o

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Lipiko-Patrão-2018©Filipe Branquinho

Rubrica - Arte Daqui

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Rubrica - Arte Daqui

Ao início, o fascínio pela fotografia levou-o a fotografar de tudo um pouco, mas, graças a algumas exposições que fez no Brasil, começou a definir o seu trabalho, uma mistura de fotografia de rua (street photography) com fotografia documental, mas sempre com muito foco na arquitectura, no espaço e nas pessoas, interagindo todos no mesmo contexto. A sua participação como artista convidado na exposição “Ocupações Temporárias”, com curadoria de Elisa Santos, permitiu que o seu trabalho artístico começasse a ganhar posicionamento no mundo da arte. A série “Ocupações“ que desenvolveu ganhou muita aceitação, definindo o seu rumo como artista e afirmando-o como fotógrafo documental.

Decorria o ano de 2011, mas tão profundamente em si se enraizou, que ainda hoje se tenta livrar das amarras desse projecto, que persiste como referência e inspiração.

As suas influências são a sua vida do dia-a-dia, as viagens, as suas leituras, mas, em termos de fotografia, foi sem dúvida José Cabral que o influenciou, embora também Kok e Rangel.

Não segue propriamente um método estruturado para a criação dos seus projectos. Por vezes, à medida que vai fotografando, cruza-se com uma temática e um conceito comum, e daí nasce um estudo mais aprofundado sobre o tema. Outras vezes, parte para a obra com uma ideia pré-concebida.

A cidade é o elemento com que mais gosta de trabalhar. Não faz sentido fotografar algo ou uma pessoa sem a devida contextualização do lugar onde se integra. Já a sua ferramenta de trabalho indispensável considera ser o seu conjunto de canetas, vital para qualquer das suas actividades, inclusive fotografia, onde muitas vezes é necessário esboçar ideias.

Fotografia: Mariano Silva

O seu trabalho faz indirectamente comentários sobre questões sociais ou políticas actuais, porque, sendo de carácter documental,

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retrata obrigatoriamente a realidade actual e tudo o que a influencia. Apesar de não ser uma crítica direccionada, ou de não ser esse o seu foco principal, essa voz crítica acaba por ser uma base que levanta questões e reflexões.

O reconhecimento pelo seu trabalho, por todo o esforço desenvolvido ao longo dos anos, é sem dúvida algo a que fica muito grato e que lhe dá mais motivação para continuar a criar novos projectos. O reconhecimento recebido abre muitas portas e possibilidades, pelo que não é necessário esperar por feedback para prosseguir. Ganha-se força e vitalidade, diz.

O trabalho deixa de ser apenas seu pois a sua mensagem chega aos outros. Ganha-se voz.

Perguntámos qual a sua opinião sobre o financiamento da cultura por parte do Governo. Respondeu-nos que se fala muito de Moçambique no estrangeiro, seja sobre o gás, o carvão, a crise, mas que o que cria a identidade de um país é a sua cultura. É isso que distingue Moçambique dos outros países, mas hoje em dia o país está preso ao estilo de vida ocidental. Os EUA e a Europa vendem o seu modo de vida, e Moçambique abraça-o, através de designers, realizadores de cinema, fotógrafos, escritores, etc. Por isso, o apoio do Governo é fundamental, para ajudar o país a preservar a sua própria identidade. Com a independência de Moçambique, houve a necessidade de criar heróis nas diversas vertentes culturais: Malangatana (pintura), Craveirinha (poesia), Rangel (fotografia), e muitos outros. Agora corre-se o risco de se perderem as novas identidades por não serem apoiadas.

O melhor conselho que recebeu e que pode dar é o de que devem fazer-se as coisas por gosto, tentar lembrar o porquê de se ter começado a traçar o caminho e seguir um pouco aquele sonho de criança, sem nunca perder a genuína paixão por fazer as coisas.

Rubrica - Arte Daqui

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Rubrica - Arte Daqui

Arte Daqui

ART FROM HERE

FILIPE BRANQUINHO

W

e met with Filipe Branquinho, the guest artist of this month, in his studio. The sun filled room with light, revealing the strokes of his last work on the cotton paper.

Filipe, a photographer and a plastic artist, told us a little about himself. He was born in Maputo in1977, in a very young Republic of Mozambique. He says growing up in a privileged environment, surrounded by 22 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

acclaimed photographers at a time when Mozambican culture flourished strongly.

He recalled that, as a child, there were many exhibitions at the Mozambican Photography Association, where he could sometimes see, first hand, the papers that came for print. On rare occasions, he was fortunate enough to be able to play with his idols’ cameras, Rangel, Cabral, Kok Nam, which undoubtedly marked his artistic career.

23 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Arte Daqui

Rubrica - Arte Daqui

From an early age he showed skills for visual and plastic arts, which somehow turned his academic path towards an architecture degree. The knowledge he acquired allowed him to work for a few years with the renowned architect José Forjaz, who became very important in his training, even becoming his mentor.

In the increasingly difficult possibility of living only as an artist, with no need for other occupations to support his passion - due in part to the lack of curators and critics in the Mozambican panorama - Filipe recognizes he was lucky to have met people who liked of his work and helped him to spread his name and his works.

At first, the fascination with photography led him to photograph a little of everything, however, thanks to some exhibitions he made in Brazil, he began to define his work, a mixture of street photography with documentary photography, but always focusing on architecture, space and people, all interacting in the same context. His participation as a guest artist in the exhibition "Temporary Occupations", curated by Elisa Santos, allowed his artistic work to gain a foothold in the art world. The series " Ocupaciones" that he developed gained much acceptance, defining his direction as an artist as he affirmed himself as a documentary photographer. This exhibition took place in 2011, but it is deeply rooted in him, so much so that he still tries to free him-

self from this project, which remains a reference and inspiration.

His influences are his dayto-day, trips, reading, but in terms of photography, it was undoubtedly Jose Cabral who influenced him the most, but also Kok and Rangel.

Filipe does not follow a structured method for the creation of his projects.

Sometimes, as you go about photographing, you come across a theme and a common concept, and from that comes a more in-depth study on the subject. Other times, he begins his work with a pre-conceived idea.

The city is the element that he most enjoys working with.

It does not make sense to photograph something or a person without the due contextualization of the place it integrates. His set of pens are his indispensable work tools, vital for any of his activities, including photography, where it is often necessary to sketch ideas.

Filipe’s work indirectly comments on current social or political issues due to its documentary nature, his work portrays the current reality and all that influences it.

Despite not being a targeted criticism, or the main focus, this critical voice turns out to be a foundation that raises questions and reflections.

The recognition for his work, for all the effort over the years, is undoubtedly something for which he is very

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grateful and that gives him more motivation to continue creating new projects. The recognition received opens many doors and possibilities, although feedback is not necessary to proceed, giving him strength and vitality.

The work is no longer just yours because your message reaches others. Giving it a voice.

We asked his opinion on the Government’s financing of culture. He answered that there is much talk of Mozambique abroad, regarding gas, coal, the crisis, but what creates the identity of a country is its culture. This is what distinguishes Mozambique from other countries, but today the country is stuck in the Western way of life. The US and Europe sell their way of life, and Mozambique embraces it, through designers, filmmakers, photographers, writers, etc. So, Government's support is essential to help the country preserve its own identity. With Mozambique’s independence, there was the need to create heroes in the various cultural areas: Malangatana (painting), Craveirinha (poetry), Rangel (photography), and many others. There is now a risk that the new identities will be lost because they are not supported.

The best advice I received and that he can share is that things should be done for pleasure, try to remember the reason why you started on that path and follow that childhood dream a little, without losing the genuine passion for doing things.

Rubrica - Arte Daqui

Fotografia: Mariano Silva

"A cidade é a minha tela"

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Rubrica - You’re Invited

You’re Invited

POLANA SERENA HOTEL

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Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - You’re Invited

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Rubrica - You’re Invited

You’re Invited

POLANA SERENA HOTEL

C

onhecido como a “grande dama” de África, o Polana Serena Hotel, é muito mais que um hotel, é uma instituição com aproximadamente 100 anos de história, onde já pernoitaram reis, rainhas, presidentes e inúmeras figuras públicas. O verdadeiro charme dos anos 20 encontra-se espelhado nos seus corredores.

Com uma arquitectura imponente, é considerado uma das jóias do continente africano, pertencendo à elite mundial de hotéis de luxo. Fica situado num dos bairros residenciais mais exclusivos da cidade Maputo.

Poucos anos atrás, passou a contar com uma nova decoração, mas manteve muito do estilo clássico e conseguiu conservar um ambien-

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te luxuoso e intimista.

Dispõe de um salão de baile majestoso, um snack-bar e três restaurantes com uma ementa diversificada, pronta para satisfazer todo o tipo de paladares. Nas traseiras, viradas para a baía, destacam-se a piscina e belos jardins, assim como um spa de inspiração marroquina.

Possui salas de reunião para conferências, com equipa-

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - You’re Invited

Polana Serena Hotel, o Polana Mar contempla-o com uma vista privilegiada para a baía de Maputo. Os seus quartos apresentam uma decoração moderna, com

Fotografia: Mariano Silva

Fotografia: Mariano Silva

mento moderno de última geração, ideais para encontros de negócios ou para acolher qualquer outro tipo de eventos.

Nas imediações do histórico

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inspiração moçambicana e também de mar.

Neste hotel de 5 estrelas respira-se o requinte e glamour.

Rubrica - You’re Invited

You’re Invited

POLANA SERENA HOTEL

K

nown as the " great lady" of Africa, the Polana Serena Hotel, is much more than a hotel, it is an institution with approximately 100 years of history, where kings, queens, presidents and countless public figures have stayed. The real charm of 30 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

the 1920s is mirrored in its corridors.

With an impressive architecture, it is considered to be one of the jewels of African continent, belonging to the elite world of luxury hotels. It is located in one of the most exclusive resi-

Fotografias: Mariano Silva

Rubrica - You’re Invited

dential districts of the city of Maputo.

A few years ago, it was redecorated, the classic style was preserved while maintain a luxurious and intimate atmosphere.

It has a majestic ballroom, a snack bar and three restaurants with diverse menus, ready to satisfy all palates. Facing the bay are the pool and beautiful gardens, as well as a Moroccan-inspired spa.

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It features meeting rooms for conferences with modern high-tech equipment, for hosting business meetings or any other type of events.

In the mediations of the historical Polana Serena Hotel, the Polana Mar overlooks the Bay of Maputo. Its rooms feature modern décor with Mozambican and sea inspiration.

This 5-star hotel transpires refinement and glamor.

Rubrica - You’re Invited

O Chef sugere Matapa

INGREDIENTES: • 500 g de folhas de mandioca • 6 dentes de alho • 4 malaguetas • 500 g de camarão • 1 litro de leite de coco • 1 chávena de farinha de amendoim • 1 colher de chá de sal

Lavam-se muito bem as folhas de mandioca e pilam-se juntamente com o alho e as malaguetas. Leva-se o preparado a cozer numa panela sem água e junta-se um pouco sal.

Depois de a água natural evaporar, acrescentam-se os camarões, já cortados, e o leite de coco e deixa-se ferver.

Para terminar, deita-se a farinha de amendoim e deixa-se apurar durante aproximadamente uma hora. Serve-se com arroz branco.

Chef’s suggestion Matapa Wash the cassava leaves very well and crush them together with the garlic and the chili peppers.

Cook in a pan without water and add a bit of salt.

After moisture evaporates from the leaves add the chopped prawns and coconut milk and allow to boil. To finish, pour the peanut flour and let it stew for about an hour.

Serve it with white rice.

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INGREDIENTS: • 500 g cassava leaves • 6 garlic cloves • 4 chillies • 500 g prawns • 1l coconut milk • 1 cup of peanut flour • 1 tsp salt

Rubrica - You’re Invited

Smooth and Fresh Ideas for your company! www.veludoementol.co.mz

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Rubrica - You’re Invited

Extra

You’re Invited

VILLA DAS MANGAS

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Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - You’re Invited

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Rubrica - You’re Invited

N

este simpático boutique hotel com um design próprio, irá encontrar todo o aconchego e bem-estar na sua estadia na capital.

Ideal para quem procura tranquilidade, numa vinda a Maputo seja em trabalho ou em lazer, este Garden Hotel possui uma agradável piscina que lhe proporcionará momentos bastante agradáveis, enquanto desfruta do gracioso

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jardim que identifica o local. Tem o conceito de brasserie, onde pode degustar, a qualquer hora do dia e com um serviço personalizado, pratos de referência internacional com influências greco-portuguesas.

Classificado com 4 estrelas, este hotel de 43 quartos, todos eles diferentes, tem uma localização privilegiada por se encontrar próximo de vários pontos de referência da cidade.

Fotografia: Mariano Silva

Fotografia: Mariano Silva Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - You’re Invited

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Rubrica - You’re Invited

Extra

You’re Invited VILLA DAS MANGAS

I

n this f riendly boutique hotel with its own custom decor, you will f ind all the warmth and well-being during your stay in the capital.

Ideal for those seeking tranquillity, while in Maputo for business or leisure, the Garden Hotel has a nice pool that will give you plenty of pleasant moments while enjoying the graceful garden that is

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emblematic of the hotel. It includes the brasserie concept, where you can delight yourself, at any time of the day and with a personalized service, international reference dishes with Greco-Portuguese influences.

Rated 4 stars, this hotel of 43 unique rooms, has a privileged location close to several landmarks of the city.

Fotografia: Mariano Silva

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - You’re Invited

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DESTAQUE - À conversa com

À conversa com

ABDULLA MOMADE

Entrevista realizada no Polana Serena Hotel

Director de Investimento e Desenvolvimento do Instituto Nacional do Turismo (INATUR)

Qual a importância do sector do turismo para a economia do nosso país?

Neste momento, medir o real contributo do sector ainda constitui um desafio.

Se olharmos para 2017, baseando-nos somente nas informações do INE e do Banco de Moçambique, diremos que ronda os 2,2% do PIB nacional.

Utilizando também a conta satélite do turismo, uma metodologia que permite obter mais alguns dados sobre a actividade, podemos constatar que o contributo é um pouco mais que o dobro, portanto, cerca de 4,5% do PIB, no caso moçambicano. No entanto, se formos olhar para o último relatório do World Travel & Tourism Council, uma entidade reputada internacionalmente, o turismo contribui com 8% para o PIB nacional. Isto comprova que o valor varia consoante a metodologia de análise aplicada. O peso do turismo a nível mundial corresponde a 10% do PIB mundial, ou seja, um em cada dez postos de trabalho no mundo está relacionado com esta actividade, envolvendo 1,4 trilhões de dólares americanos por ano em exportações, 1,2 bilhões de chegadas internacionais e 6% do comércio internacional. Isto revela a importância do turismo a nível mundial. Nos últimos anos em Moçambique tivemos uma média de entradas de cerca de 1,7 milhões de visitantes, mas temos como objectivo chegar aos 4 milhões.

Em termos de emprego, temos cerca

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de 65.000 pessoas a trabalhar na área, o que representa um crescimento na ordem dos 50% face aos últimos 5 anos.

Em 2013 tínhamos 45.000 postos.

A carência de mão-de-obra especializada é grande. Como pretendem combatê-la? Está prevista a criação de novos centros de formação na área?

Sim, de facto existe uma certa carência de mão-de-obra, no entanto, não existe falta de formação técnico-profissional, porque o Ministério de Ciência e Tecnologia criou vários locais de ensino.

Infelizmente, ainda não conseguimos conquistar a credibilidade desejada no sector privado. Nós, INATUR e Ministério da Cultura e Turismo, estamos a trabalhar nesse sentido. É necessário perceber se a tecnologia e os equipamentos existentes são os mais adequados, assim como se os formadores estão devidamente capacitados para atingir os standards exigidos internacionalmente. Temos de encarar o turismo sempre numa perspectiva global.

Gostaríamos de investir mais na formação, e temos como projecto a abertura de um novo centro de formação especializado, devidamente equipado, para Maputo. Mais tarde pretendemos expandir para as zonas centro e norte.

Estamos neste momento à procura de parceiros para podermos executar este projecto.

Fotografia: Mariano Silva

DESTAQUE - À conversa com

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DESTAQUE - À conversa com

Qual é a maior preocupação da sua direcção neste momento?

Existem alguns pontos que requerem a nossa devida atenção. Há carência de infra-estruturas básicas em zonas com alto potencial turístico.

Nos últimos 10 a 15 anos, identificámos várias zonas que ainda não conseguimos potenciar devido à falta destas infra-estruturas. Estamos a falar de zonas riquíssimas em termos de recursos naturais. Temos problemas como os acessos, aéreos ou rodoviários, assim como o fornecimento de água e energia. Sem estas componentes básicas, é difícil termos investidores comprometidos com a causa aqui em Moçambique. Estas são as grandes preocupações da nossa direcção. Temos tentado coordenar com o sector de Obras Públicas as acções a serem feitas de forma a colmatar estas dificuldades. A nível internacional, os outros países começam por ordenar e organizar as suas zonas com infra-estruturas básicas, onde posteriormente os investidores encontram as condições mínimas para operar e investir, o que facilita o trabalho dos promotores. Esta44 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

mos a tentar incutir também esta realidade no nosso país. O ordenamento territorial é, de facto, uma grande preocupação. No entanto, a nossa maior dificuldade tem a ver com os recursos financeiros, pois o orçamento anual para promoção turística é de cerca de meio milhão de dólares. Comparando com os outros países da região: no Malawi e na Suazilândia, é superior a 2 milhões de dólares; as Seicheles ou o Botswana têm orçamentos superiores a 10 milhões de dólares; e ainda a África do Sul tem mais de 50 milhões de dólares. Quando Moçambique pretende posicionar-se como um destino de referência e trabalha com o nosso actual orçamento, são perceptíveis as nossas limitações e dificuldades para fazer a máquina trabalhar.

Para si, qual é o elemento diferenciador na área, entre Moçambique e os outros países da região?

Nós costumamos dizer que temos tudo o que os vizinhos têm e algo mais. Eles não têm as nossas maravilhosas praias, com temperaturas

DESTAQUE - À conversa com

Entrevista realizada no Polana Serena Hotel

bastante agradáveis durante todo o ano. Na combinação bush/beach, temos a vantagem de podermos ter a experiência de estar numa área de conservação e a poucos minutos de uma praia paradisíaca. Dou-vos como exemplo Maputo. Agora, com a ponte para a Catembe, podemos usufruir de toda a riqueza cultural e urbana da cidade e, numa curta viagem, podemos ver elefantes e outras espécies na Reserva Especial de Maputo, e ainda, logo de seguida, podemos fazer mergulho com golfinhos na praia da Ponta do Ouro. O factor humano é também um elemento diferencial muito importante. O nosso povo é muito acolhedor e provém de uma mistura cultural incrível.

Como avalia a actividade, nas províncias e fora dos grandes centros?

Cada província tem os seus produtos específicos de turismo e factores diferenciadores. Só a província de Inhambane constitui 60% das visitas de turistas internacionais, o que demostra o valor do turismo de sol e praia. Devido à grande diversidade de possibilidades no nosso país, o visitante pode usufruir de uma vasta oferta. O país é muito extenso, tem de se definir um foco, um ponto de partida. Desta forma, o governo definiu cinco áreas prioritárias onde apostará inicialmente na promoção, investimento, marketing e formação. Estas áreas são: zona de Maputo, Reserva Especial, incluindo a Ponta do Ouro; área de Vilanculos, Bazaruto até Inhassoro, mais focada no turismo de sol e praia; a terceira área, focada no ecoturismo, com parques e reservas como a Gorongosa, o parque de Chimanimani, entre outros; outro destaque para a região das Quirimbas, Cabo Delgado, Nampula, Ilha de Moçambique e toda aquela esplêndida costa; e, por último, o Niassa, com o seu lago – um dos maiores do mundo –, montanhas e a reserva.

A Cultura joga um papel fundamental no nosso sector. Temos imenso artesanato, temos danças como o Nhau, Tufo, Mapiko e Xigubo, temos escritores como José Craveirinha, Paulina Chiziane e Mia Couto, temos na pintura referências como Ntaluma, Naguib, Malanga-

tana e até temos na liderança do nosso sector um artista de créditos firmados. Estes factores, entre outros, colocam a cultura como um grande trunfo para o desenvolvimento do Turismo.

Acredita no contributo de plataformas online, como por exemplo Airbnb, Uber e Booking?

São uma realidade em Moçambique?

Acredito que sim. Estive a analisar alguns estudos do Airbnb, e constato que as pessoas que utilizam esta plataforma ficam 2 vezes mais tempo num determinado local do que as que optavam somente por um hotel, e desta forma acabam por gastar mais nesse local. Apesar de ser um segmento local, quem procura este serviço quer ter uma experiência mais presente numa determinada região. No caso específico de Maputo, já existe este serviço, embora ainda não tenha a adesão de outros locais. Temos pouco mais de 300 unidades registadas, com uma média de 600 camas disponíveis. A Uber ainda não é uma realidade, mas acredito que seja uma questão de tempo, até que entre no nosso mercado esta ou outra empresa semelhante. As plataformas de reserva como o Booking são bastante utilizadas, o que ajuda o destino a ser bem promovido. Não nos podemos esquecer também do TripAdvisor. Hoje em dia as pessoas dão muita importância ao marketing boca a boca, e, através desta plataforma, os visitantes podem perceber e avaliar como foi a experiência de uma outra na pessoa num determinado local, planeando assim melhor as suas viagens. No entanto, existe algo a ser trabalhado no que diz respeito à parte tributária neste tipo de plataformas. É necessário chegar-se a um consenso, legalizá-las devidamente e fazer com que todas as partes envolvidas cumpram com as suas obrigações.

Temos de olhá-las como algo economicamente favorável, desde que se cumpram todas as regras e requisitos.

Os moçambicanos estão a viajar mais? Internamente ou para fora do país?

Não existem estatísticas fiáveis acerca deste tema. No entanto, eu e os meus colegas acre-

"Na combinação bush/beach, temos a vantagem de podermos ter a experiência de estar numa área de conservação e a poucos minutos de uma praia paradisíaca."

45 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

DESTAQUE - À conversa com

Que medidas estão a ser planeadas para haver uma maior aposta neste sector?

O governo actual definiu o turismo como uma das áreas prioritárias a investir. É a primeira vez que algo assim acontece. Graças a isto, algumas medidas foram tomadas e outras também o serão certamente. O diálogo com o sector privado foi uma grande aposta.

Diversas leis foram aprovadas com o intuito de flexibilizar tudo o que são autorizações e licenciamentos de empreendimentos turísticos. Foram também reduzidos timings e requisitos com o objectivo de facilitar. Abrimos mais o espaço aéreo, deixando de existir um monopólio nas rotas domésticas com a entrada da Fastjet. Acreditamos que até ao final do ano possam surgir mais dois operadores, o que tornará os preços mais competitivos.

Outro aspecto facilitador foi a introdução do visto de fronteira. Neste momento qualquer cidadão de outra nacionalidade poderá adquirir o visto numa fronteira rodoviária ou aérea. É importante referir que o preço do visto também foi revisto, para um preço standard aqui da região. Estamos a trabalhar também no licenciamento electrónico, para que seja mais rápida a legalização, e foi desenvolvido um pacote especial para quem pretenda investir no turismo em Moçambique. Estas foram algumas das medidas que tomámos em prol do sector, e serão ainda tomadas outras.

Está-se a criar um ambiente bastante favorável para o investimento nesta actividade.

Como imagina o turismo em Moçambique no espaço de dez anos?

Imagino Moçambique posicionado como 46 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

uma das grandes referências do continente africano. A riqueza natural está cá, agora há que potenciá-la. Estamos com uma média que ainda não atinge os 2 milhões de turistas por ano. Acredito que em 10 anos atingiremos pelo menos o dobro. Fruto do trabalho que temos realizado juntamente com o sector privado, recebemos prémios internacionais nos empreendimentos em Bazaruto e Quirimbas, mas não queremos ficar somente por aqui.

A sustentabilidade da conservação da natureza está directamente relacionada com o turismo nesse ramo. Veja-se o caso do Kruger Park e muitos outros exemplos em diversos países africanos. Há estratégias nesse sentido a adoptar em Moçambique para além da reserva Nacional da Gorongosa?

A Gorongosa naturalmente é a reserva que tem mais destaque, tendo em conta o nível de investimento e investidores que estão envolvidos no projecto. Tem sido feito um grande trabalho por parte da Administração Nacional das Áreas de Conservação, um organismo afecto ao Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, para que existam mais concessões nas áreas de conservação, mais oportunidades de co-gestão, combate à caça ilegal, investimentos e repovoamento da fauna. Na primeira semana de Junho haverá uma conferência de investimentos na área da conservação, algo que poderá ser bastante interessante para os empresários.

Aqui bem perto existe um grande ícone turístico bastante competitivo no mercado internacional, as Ilhas Seicheles. Que estratégias devemos adoptar para sermos mais competitivos e atractivos do que esse pólo de atracção?

Se quisermos alcançar os standards internacionais, é necessário avançar por fases. As medidas recentemente tomadas já foram um grande contributo. Temos uma estratégia de marketing definida, já sabemos quem é o target e acredito que seja uma questão tempo alcançarmos, talvez até superarmos, o nível das Seicheles.

O que sente quando constata que há mais turistas a visitar o nosso país?

Um sentimento enorme de satisfação. É muito bom ver que o nosso trabalho está a ser feito devidamente.

Fotografia: Mariano Silva

ditamos que sim, estamos a adquirir cada vez mais a cultura da viajar. Podemos constatar esta situação quando existe um fim-de-semana prolongado. As unidades hoteleiras ficam lotadas, o que é, já de si, um sinal de que o povo moçambicano está a viajar mais. Os números começam a ser animadores. Sabemos que muitas vezes os turistas nacionais reclamam os preços, mas temos que perceber que os empreendimentos turísticos têm também custos elevados, pois têm de importar quase tudo para que possam operar. O quadro económico actual de Moçambique e a desvalorização do metical fez com que procurássemos mais opções dentro do território nacional, o que de certa forma é bom para a nossa economia.

À conversa com TALKING WITH

ABDULLA MOMADE

Director of Investment and Development of the National Institute of Tourism (INATUR)

How important is the tourism sector to the economy of our country?

Measuring the real contribution of the sector is still a challenge at this moment. If we look at 2017, based only on information from INE and Banco de Moçambique, we will say that it is around 2,2% of the national GDP. Using the tourism satellite account, a methodology to get some more data on the activity, we note that the contribution is double, so about 4, 5% of GDP. However, if we look at the latest Tourism Council World Report, a reputed entity internationally, tourism contributes up to 8% to the national GDP. This proves that the value varies according to the analysis methodology applied.

The weight of the world tourism accounts for 10% of world GDP, one in ten jobs in the world is related to this activity, involving 1. 4 trillion dollars a year in exports, 1.2 billion of international arrivals and 6% of international trade.

This reveals the importance of tourism worldwide. In recent years in Mozambique we had an average of about 1.7 million visitors, but we aim to reach 4 million. In terms of employment, we have about 65,000 people working in the sector, which represents an increase of around 50% over the last 5 years. In 2013 we had 45,000 jobs in the sector.

The shortage of skilled labour is great. How do you intend to combat this shortage? Is there a plan to create new training centres in the sector?

Yes, there is a certain shortage of labour, however, there is no lack of technical and professional training, because the Ministry of Science and Technology has created several learning institutions. Unfortunately, we have not yet been able to achieve the desired credibility in the private sector. INATUR in partnership with 47 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

the Ministry of Culture and Tourism, is working towards this. It is necessary to know if the technology and the existing equipment are the most adequate, as well as if the trainers are duly qualified to reach the standards demanded internationally. We must always look at tourism from a global perspective. We would like to invest more in training, and we have as project the opening of a new specialized training centre, duly equipped, for Maputo. Later we plan to expand to the central and northern regions.

We are currently looking for partners to be able to execute this project.

What is the biggest worry in your department at this point?

There are some points that require our attention. There is a lack of infrastructure - basic structures in areas with high tourist potential.

Over the past 10 to 15 years, we have identified several areas that still cannot reach their full potential due to the lack of these infra-structures. And we are talking about very rich areas in terms of natural resources. We have problems such as access, by air or road, as well as the provision of water and energy. Without these basic components, it is difficult for investors to commit to Mozambique. These are our management’s major concerns. We tried to coordinate with the Public Works sector to overcome these difficulties. Internationally, other countries begin to sort and organize their areas with basic infrastructure, where later investors have the minimum requirements to operate and invest, facilitating the work of promotors. We are also trying to instil this reality in our country. Land-use planning is, in fact, a major concern. However, our biggest difficulty has to do with the financial resources as the annual budget for tourism promotion is about

Entrevista realizada no Polana Serena Hotel

DESTAQUE - À conversa com

half a million dollars. Comparing with other countries in the region: in Malawi and Swaziland it is more than 2 million dollars; Seychelles and Botswana have budgets in excess of $ 10 million; and South Africa has more than $ 50 million.

When Mozambique intends to position itself as a reference destination and works with our current budget, our limitations and difficulties to make the machine work are clear.

For you, what is Mozambique’s differentiating element in the sector, relative to other countries in the region?

We usually say we have everything the neighbours have and something else. They do not have our wonderful beaches, with quite pleasant temperatures all year round.

In the bush/beach combination, we have the advantage of having conservation areas just minutes from a paradisiac beaches. I give you as an example Maputo. At the moment, with the bridge to Catembe, we can enjoy all the cultural and urban wealth of the city and, on a short trip, we can see elephants and other species in the Maputo Special Reserve, and soon after we can dive with dolphins on the beach of Ponta do Ouro. The human factor is also a very important differential element. Our people are very welcoming from an amazing cultural mix.

How do you assess the sector, in the provinces and outside the major urban centres?

Each province has its specific tourism products and differentiating factors. The Inhambane Province alone constitutes 60% of the visits of international tourists, which demonstrates the value of sun and beach tourism. Due to the great diversity of possibilities in our country, the visitor can enjoy a wide offer. The country is very extensive, it has to define a focus, a starting point. Thus, the government set c i nco priority areas where initially bet on promotion, investment, marketing and training. These areas are: Maputo area, Special Reserve ,

including Ponta do Ouro; Vilanculos area, Bazaruto to Inhassoro , more focused on sun and beach tourism; the third area , focused on ecotourism with parks and reserves like Gorongosa, the Chimanimani park, among others. Another highlight for the region of the Quirimbas, Cabo Delgado, Nampula, Mozambique Island boasting an expended coast; and finally, Niassa Province, home to one of the largest in the world, mountains and a nature reserve.

through this platform, visitors can see and evaluate how the experience of another person was in a particular place, helping to plan their trips better.

However, there is something to be worked out in regard to the tax system in this type of platforms. A consensus must be reached, to legalize them properly and to make all parties involved comply with their obligations. We must look at them as economically favourable, provided that all the rules and requirements are met.

Culture plays a fundamental role in our sector. We have immense craftsmanship, we have dances like Nhau, Tufo, Mapiko and Xigubo, we have writers like José Craveirinha, Paulina Chiziane and Mia Couto, we have in the painting references such as Ntaluma, Naguib, Malangatana and even we have at the head of our sector a credit artist signed. These factors, among others, place culture as a great asset for the development of Tourism.

Are Mozambicans traveling more? Internally or out of the country?

There are no reliable statistics on this topic. However, my colleagues and I believe that yes, we are acquiring more and more the culture of traveling.

We can see this when there is a long weekend. The hotel units are packed, which is, itself, a sign of the Mozambican people traveling more. The numbers begin to be encouraging. We know that often the domestic tourists complain about the prices, but we have to realize that tourism projects also high costs as they have to import almost everything, so they can operate. The current economic framework of Mozambique and the devaluation of the metical has made us look for more options within the national territory, which in a way is good for our economy.

Do you believe in the contribution of online platforms, such as Airbnb, Uber and eBooking ? Are they a reality in Mozambique?

I believe so. I've been looking at some Airbnb studies, and I find that people who use this platform stay twice as long in a certain place than those who only opt for a hotel, so they end up spending more at that location. Although it is a local segment, those looking for this service want to have a more present experience in a certain region. For instance, this service already exists in Maputo, although it does not yet have adhesion in other places. We have just over 300 registered units, with an average of 600 beds available. Uber is not yet a reality, but I believe it's a matter of time, until this or a similar company enters our market.

Booking platforms like Booking are heavily used, which helps the destination to be well promoted. Do not forget also TripAdvisor. Nowadays people give a lot of importance to word of mouth marketing, and

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What measures are being planned to make a greater investment in this sector?

The current government has defined tourism as one of the priority sectors of investment.

This is the first time something like this has happened. Thanks to this, some measures have been taken and others will certainly be taken. Dialogue with the private sector was very important. Several laws have been approved with the purpose of making everything that is authorizations and licenses of tourist enterprises flexible. Timings and requirements have also been reduced in order to facilitate investment. More open airspace

Fotografia: Mariano Silva

DESTAQUE - À conversa com

DESTAQUE - À conversa com

How do you imagine tourism in Mozambique in ten years?

I imagine Mozambique positioned as one of the great references of the African continent. Natural wealth is here, now it must be strength-

ened. We have an average that still does not reach 2 million tourists per year. I believe that in 10 years we will reach at least double. Because of the work we have done together with the private sector, we have received international awards in the projects in Bazaruto and Quirimbas, but this is just the beginning.

The sustainability of nature conservation is directly related to tourism. Take the case of Kruger Park and many other examples in various African countries. Is there a similar strategy in Mozambique beyond the Gorongosa’s National Reserve?

Gorongosa is of course the most prominent reserve, given the level of investment and investors involved in the project. Much work has been done by the National Administration of Conservation Areas, a body assigned to the Ministry of Land, Environment and Rural Development, so that there are more concessions in conservation areas, more opportunities for co-management, fight against poaching, investments and restocking of

49 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

the fauna. In the first week of June there will be an investment conference on conservation, something that may be very interesting for entrepreneurs.

The Seychelles Islands are a world renown tourism icon in the very competitive international market and these are very close to Mozambique.

What strategies should be adopted to become more competitive and attractive than such an attractive competitor?

If we are to meet international standards, it is necessary to proceed in stages. The measures recently taken have already been a great contribution. We have a defined marketing strategy, we already know what our target is and I believe that it is a question of time that we will reach, perhaps even surpass, the level of the Seychelles.

What do you feel knowing that there are more tourists visiting our country?

A huge sense of satisfaction.

It's great to see that our work is being done properly.

Entrevista realizada no Polana Serena Hotel

and a monopoly on domestic routes no longer exists with newcomer Fastjet. We believe that by the end of the year two more operators will appear, which will make prices more competitive. Another facilitating aspect was the introduction of border visas. Currently any citizen of another nationality can acquire the visa at an overland or air border. It is important to note that the price of the visa has also been revised and set according to standard pricing in the region.

We are also working on electronic licensing, fast track legalization, and have developed a special package for those who intend to invest in tourism in Mozambique. These were some of the measures taken in favour of the sector and more improvements are expected to create a very favourable environment for investment in the tourism industry.

Rubrica - Investir no Turismo

Investir no Turismo em Moçambique POR MALAIKA RIBEIRO - MXR

Código Comercial de Moçambique

O que mudou com a entrada em vigor do Decreto-Lei nº 1/2018, de 4 de Maio?

Notas Gerais: Foi recentemente publicado o Decreto-lei nº 1/2018, que entrou imediatamente em vigor, e altera o Código Comercial, com o intuito de simplificar o processo de constituição e funcionamento das sociedades comerciais, proteger o sócio minoritário e garantir transparência no que toca às contas das sociedades.

consentimento do titular dado em Assembleia Geral, excepto se houver um uso abusivo dos mesmos ou violação dos deveres respectivos por parte do sócio titular; • São estabelecidas as condições de acesso dos sócios às actas da Assembleia Geral (acesso livre) e do Conselho de Administração (mediante prévia autorização).

Apresentamos, neste artigo, um sumário das principais alterações.

1. Processo de Constituição de Sociedades Comerciais • Remoção da imposição de reconhecimento presencial da assinatura dos sócios, que passa a ser feito por semelhança (artigo 90); • Definição da sede social no domicílio particular de um dos sócios, caso não se possa definir concretamente a sede da sociedade (artigo 94); • Clareza no que toca à realização do capital social em dinheiro, em espécie ou em ambos (artigo 112); • Publicação do pacto social em Boletim da República por extracto simplificado, que deve conter os elementos específicos constantes do artigo 247; • Possibilidade de obtenção, por qualquer interessado, de cópia integral do pacto social de qualquer sociedade comercial junto da Conservatória do Registo das Entidades Legais (artigo 247).

3. Assembleia Geral A nova redacção do artigo 130 confere aos sócios o direito mais amplo de representação em Assembleia Geral, nomeadamente, por familiar (cônjuge, descendente ou ascendente), por outro sócio, por administrador, por terceiro ou por mandatário, bastando, para o efeito, uma simples carta mandadeira assinada pelo sócio, sem qualquer outra formalidade, dirigida ao presidente da Mesa da Assembleia Geral.

2. Direitos dos sócios • O artigo 105 introduz direitos especiais de sócio, que podem ser conferidos a qualquer sócio, independentemente do montante do capital social detido; • Os referidos direitos especiais não podem ser suprimidos, coarctados ou modificados sem o

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As actas da Assembleia Geral podem ser lavradas em documento avulso, contendo simplesmente a assinatura dos sócios.

4. Deveres dos Administradores O artigo 150 torna mais claros os deveres dos administradores, proibindo-os, expressamente, de celebrar contratos com a sociedade, obter garantias da sociedade, receber adiantamentos de mais de um mês de remuneração mensal, receber de terceiros qualquer vantagem pessoal em razão do exercício do cargo, entre outros.

5. Balanço e Contas Anuais Passa a ser obrigatório o depósito, na Conservatória do Registo de Entidades Legais, do balanço e contas anuais das sociedades, no prazo de 90 dias após a respectiva aprovação em Assembleia Geral (artigo 246).

Rubrica - Investir no Turismo

Considerações Finais As alterações supra já se encontram em vigor e enquadram-se no objectivo do Governo de simplificação e desburocratização do processo de constituição e funcionamento das sociedades comerciais, permitindo ao País um melhor posicionamento no ranking do Doing Business.

A eliminação de determinados procedimentos

inerentes ao reconhecimento de assinaturas vai, sem dúvida, tornar mais célere e simples o processo de constituição de sociedades e de legalização das actas e das cartas mandadeiras, permitindo às sociedades comerciais uma maior flexibilidade no processo de tomada e implementação de decisões. É de louvar a iniciativa de maior protecção dos direitos dos sócios minoritários e de detalhe das obrigações dos Administradores, que, aliados à obrigação de depósito das contas anuais, impõem maior transparência na vida das sociedades comerciais.

*****Disclaimer A informação contida neste artigo não consubstancia um parecer jurídico-fiscal, tem um carácter meramente informativo e a sua aplicação prática não dispensa o aconselhamento jurídico-fiscal de advogado ou outro profissional devidamente qualificado.

Os autores não poderão ser responsabilizados por qualquer procedimento adoptado com base na informação aqui exposta.

51 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Fotografia: Mariano Silva

Caberá a qualquer interessado o direito de requerer (à sociedade ou à Conservatória do Registo das Entidades Legais), por escrito, a disponibilização do balanço e contas anuais das sociedades.

Rubrica - Investir no Turismo

Invest in tourist activity in Mozambique

BY MALAIKA RIBEIRO - MXR

Commercial Code of Mozambique

What has changed with the enforcement of Decree-Law No. 1/2018 of 4 May? General notes: Decree-Law no. 1/2018 was recently published, which entered into force immediately, and amended the Commercial Code, with the purpose of simplifying the process of setting up and operating commercial companies, protecting the minority partner and ensuring transparency regarding accounts.

We present in this article a summary of the main changes.

1. Process of Incorporation of Commercial Companies • Removal of the imposition of face-to-face recognition of the members' signature, which is made by similarity (article 90); • Definition of the registered office in the private domicile of one of the partners, if the company's registered office cannot be defined concretely (article 94); • Clarity regarding the realization of capital in cash, in kind or both (Article 112); • Publication of the articles of incorporation in the National Gazette by a simplified summary , which must contain the specific elements of article 247; • Possibility of obtaining, by any interested party, a full copy of the articles of association of any commercial company with the Registry of Legal Entities (Article 247) .

2. Partners’ Rights • Article 105 introduces special membership rights, which may be conferred on any partner, regardless of the amount of the share capital held; • Such special rights may not be suppressed, restricted or modified without the consent of the holder given at a General Meeting, unless there is abusive use of them or violation of the respective duties by the titular partner; • The conditions of access of the members to the minutes of the General Assembly (free access) and of the Board of Directors (with prior authorization) are established.

3. General Meeting The new wording of article 130 gives members the widest right of representation at the General Meeting, namely, by family member (spouse, descendant or ascendant), by another partner, 52 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

by administrator, by third party or by proxy, a simple letter signed by the partner, without any other formality, addressed to the Chairman of the Board of the General Meeting.

The minutes of the General Meeting may be drawn up in a separate document, simply containing the signature of the members.

4. Duties of Directors Article 150 clarifies the duties of directors, expressly prohibiting them from entering into contracts with the company, obtaining guarantees from the company, receiving advances of more than one month of monthly remuneration, receiving from third parties any personal advantage due to the exercise of the position, among others.

5. Annual Balance Sheet and Accounts The deposit at the Registry of Legal Entities of the balance sheet and annual accounts of the companies is required within 90 days after their approval at the General Meeting (Article 246).

It shall be incumbent upon any interested party, in writing, to request (the company or the Registry of Legal Entities) the disclosure of the balance sheet and annual accounts of the companies.

Final considerations The changes above are already in force and fall within the objective of the Government of simplification and de-bureaucratisation of the process of establishment and operation of commercial companies, allowing the country to a better position in the ranking of Doing Business.

The elimination of certain procedures inherent in the recognition of signatures will undoubtedly speed up and simplify the process of incorporating companies and legalizing the minutes and letters of order, allowing commercial companies greater flexibility in the process of making and implementing decisions.

We welcome the initiative for greater protection of the rights of minority shareholders and detail the obligations of directors, which, together with the obligation to deposit the annual accounts, imposes m greater transparency in the lives of commercial companies. ***** Disclaimer The information contained in this article does not constitute a legal-fiscal opinion, is merely informative and its practical application does not dispense with legal and tax advice from a lawyer or other suitably qualified professional.

The authors cannot be held responsible for any procedure adopted based on the information presented here. *****

Rubrica - Investir no Turismo

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Rubrica - You’re Invited

54 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - You’re Invited

55 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Sons da Alma

Sons da Alma

KIKA MATERULA

DIRECTORA ARTÍSTICA DO PROJECTO XIQUITSI Como surgiu o teu interesse pela música clássica?

Na verdade não foi o interesse que surgiu primeiro, foi uma necessidade dos meus pais, neste caso, da minha mãe, porque o meu pai na altura trabalhava na África do Sul. Eu tinha 7 anos, e a minha mãe tinha 4 filhos para criar, pelo que tinha de trabalhar muito. Ela não queria que os filhos ficassem em casa depois das aulas sem fazer nada, e então colocou cada um deles numa actividade, sendo que eu fui para a Escola Nacional de Música. E, sim, depois disso o interesse pela música apareceu. Algum tempo depois, ao abrigo de um protocolo com a Escola Profissional de Música de Évora, em Portugal, fomos seleccionados 6 alunos para ir estudar naquela instituição. Foi aí que comecei a estudar oboé, em 1995.

Quando eras mais jovem, havia alguma “Kika Materula” que se empenhasse em desenvolver a música clássica moçambicana e em fazer chegar os seus músicos além-fronteiras?

A minha “Kika Materula” foi a minha mãe, que continua a ser um dos maiores da minha vida. Foi ela que sempre me incentivou e, mesmo estando longe, foi quem sempre esteve mais perto durante os 20 anos em que estive a estudar em Portugal, e posteriormente na Suécia. Se eu pudesse responsabilizar alguém por aquilo que eu sou hoje, sem dúvida que seria a minha mãe.

O que sentes ao ver muitas crianças realizarem os seus sonhos, o que sem o teu apoio não seria possível?

Sem dúvida que o meu apoio tem sido fundamental, mas sinto necessidade de esmiuçar esta pergunta. Eu só consigo trabalhar porque existe muita gente por detrás de mim. Há uma série de patrocinadores, empresas e instituições que acreditam na Kulungwana, que, por sua vez, acredita em mim e no meu trabalho e que nos tem apoiado e suportado. Eu gostava que ficasse muito claro para todos que eu não faço isto sozinha. Como eu me sinto? Honestamente, eu não consigo descrever... Eu fui mãe recentemente, e é uma emoção indiscritível, é-me difícil descrever essa sensação.

Outro sentimento que eu não consigo descrever é este de estar a fazer primeiras coisas na vida de um país. Cada vez que o Xiquitsi inova em algum passo – como na área da composição, compondo músicas novas, ou colocando alunos nossos pelo mundo fora através da música e a levar o nome de Moçambique além-fronteiras –, e cada vez que um menino pega num instrumento e o vejo em cima

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de um palco a fazer um concerto, isto tem um valor tão grande que não consigo medir... Não consigo explicar a emoção. Mas que me sinto muito orgulhosa e feliz, sem dúvida que sim.

Como vês o panorama da música clássica no país?

Nós começámos por plantar uma semente, e essa semente começa a dar os seus frutos, mas ainda tem muitos frutos para dar e precisamos de muitos mais “agricultores” bem formados, que saibam o que estão a fazer com as mais variadas metodologias de ensino. Acredito que ainda existem muitos passos para dar e que, felizmente, estamos no caminho certo, porque também há algumas pessoas a trabalhar neste sentido. Há muito ainda por fazer. Nós ainda não temos uma orquestra oficial estatal, não temos ainda nenhum apoio estatal que mantenha as pessoas nesta área com uma qualidade a nível internacional, mas penso que estamos a caminhar nessa direcção.

Como surgiu o projecto Xiquitsi e como explicas a necessidade de criar esse projecto?

Em 2005 a Associação Kulungwana fundou e criou o Festival Internacional de Música Clássica de Maputo e eu fui convidada a participar em vários concertos desse festival ao longo destes anos. Em 2012, a direcção artística do festival saiu e eu fui convidada a dar-lhe continuidade. Na altura eu estava, e continuo, a trabalhar na Orquestra Sinfónica do Porto, na Casa da Música, e achei que era um esforço muito grande envolver-me num projecto em Moçambique apenas para desempenhar o papel que qualquer bom músico pode fazer, bastando para isso ter conhecimentos para convidar músicos para vir a Moçambique para tocar nos concertos, tal como já vinha acontecendo e muito bem. Achei então que não merecia tanto esforço, até porque na altura eu tinha outras responsabilidades, estava também a trabalhar no Brasil. Portanto, eu disse à Associação Kulungwana que aceitaria o cargo se o festival tivesse uma componente formativa, e, aí sim, já faria sentido para mim mudar um pouco a minha vida e ter um pé em Moçambique e outro em Portugal. Felizmente a minha proposta foi aceite e, portanto, o festival que acontecia uma vez por ano, todos anos desde de 2005, passou a acontecer três semanas por ano. Todos os músicos que vêm para a agora chamada Temporada de Música Clássica de Maputo dão aulas aos nossos alunos. Isto assim já faz muito sentido porque os patrocinadores estão verdadeiramente a investir no meu país.

Fotografia: Lupe Arce

Rubrica - Sons da Alma

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Fotografia: Júlio Dengucho

Rubrica - Sons da Alma

O projecto Xiquitsi celebra 5 anos de vida. Quais foram as tuas grandes vitórias e quais são os teus grandes desafios para o futuro?

Vitórias... Eu confesso que tenho vitórias todos os dias. O simples facto de chegar a um teatro e ver quase duzentos meninos a tocar um instrumento é talvez a maior vitória que nós possamos ter. Mas, ainda assim, eu posso dizer que o Xiquitsi hoje tem três orquestras; tem dois coros; temos hoje compositores a fazerem música; temos neste momento um grupo de alunos que saíram do Xiquitsi e estão a participar num festival de coros que está agora a decorrer; temos vários meninos a fazerem os seus próprios grupos de câmara e a cantar em casamentos e outras celebrações, ganhando assim o seu próprio dinheiro através dos ensinamentos que receberam no Xiquitsi; o próprio Xiquitsi participa em vários eventos da sociedade e somos convidados a participar nas celebrações dos dias nacionais de muitos países com representação diplomática em Moçambique; duas alunas nossas foram seleccionadas para um estágio numa orquestra na Coreia através de uma prova mundial... São tantas as vitórias! Mas eu prefiro dizer que a maior vitória é ter estes jovens e crianças motivados e com esperança no futuro.

Desafios! São muitos e têm sido muitos também.

Eu creio que já fizemos muita coisa. Moçambique, infelizmente, não tem uma sala de concertos preparada para concertos de música clássica, não temos instalações adequadas ao tipo de música que nós fazemos, não temos ainda uma orquestra sinfónica, mas vamos ter, estamos a trabalhar para isso. Portanto, há desafios? Há! Há obstáculos? Sim, também os há, mas com certeza vamos ultrapassá-los, e por isso e para isso é que nós estamos a trabalhar.

Em Novembro passado os jovens xiquitsianos puderam partilhar o mesmo palco com esse marco emblemático da música popular moçambicana que é Stewart Sukuma. Conta-nos como foi essa experiência.

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É difícil falar disso sem falar do grande ser humano que é o Stewart. Pude conhecê-lo ainda melhor ao longo de todo o ano passado porque foi um trabalho que demorou ainda tempo a preparar. Eu encontrei um grande ser humano, um grande músico, e uma pessoa que eu não sabia, ou não imaginava, que tivesse a humildade que ele tem. Isto foram as bases fundamentais para trabalharmos e para conseguirmos chegar ao final deste nosso trabalho. Os nossos alunos naturalmente estavam em êxtase total porque puderam trabalhar com o Stewart com a abertura que foi e com a sua proximidade. Mais do que tudo, eu acho que foi uma grande troca de experiências. São dois mundos muito diferentes, e eu, pessoalmente, aprendi muito. Eu, enquanto profissional de música e enquanto artista, estou a crescer todos os dias, e é esta mensagem que eu passo aos meus alunos. Nós não sabemos tudo, estamos a aprender diariamente e cada oportunidade é um ensinamento, e aquela foi mais um.

Como directora artística, como foi o desafio de criar esta simbiose entre a música clássica e a música popular?

Posso dizer que o elemento principal foi, e tem sido, e é sempre a disposição das pessoas e a sua abertura. Não podia ter sido mais fácil fazer esta simbiose com o Stewart, na medida em que ele esteve 1000% aberto, a trabalhar, a ouvir, a trocar ideias, a discutirmos (no bom sentido) para alcançarmos um bom resultado, e esta é para mim a parte boa de ser directora artística, é a parte da criação musical e fazer as coisas acontecer e no final vermos o resultado.

Não quero assumir categoricamente que foi um desafio. Eu tinha os elementos certos para fazê-lo, os músicos, o Stewart, o Xiquitsi, os professores do Xiquitsi, que também me ajudam neste trabalho.

Foi toda uma equipa a funcionar em pleno, e o resultado foi o que foi. Eu quero honestamente repetir este projecto porque foi simplesmente maravilhoso fazê-lo.

Qual a importância de trazer artistas de renome

Rubrica - Sons da Alma

internacional até Maputo e qual a tua influência sobre os alunos do Xiquitsi?

Eu acredito que tive o sucesso que tive devido a todo o ambiente que tive à minha volta, devido a todos os músicos a quem tive acesso, devido a todas as master classes a que assisti com músicos do melhor que havia. Eu acredito que isto é o elemento fundamental para o sucesso na formação de um indivíduo, daí que eu só acredite no sucesso do Xiquitsi e dos seus alunos se lhes der acesso também a estas figuras incontornáveis da música clássica e, por isso, unimos esforços diariamente para que assim continue a ser.

Recebeste a Medalha de Mérito das mãos do Presidente da República Portuguesa. Que sentimento te invadiu nesse momento?

Confesso que foi com profunda emoção. Em primeiro lugar, foi uma surpresa muito grande.

Eu sou muito jovem e comecei este trabalho em Moçambique cinco anos atrás. Estou consciente do sucesso e da importância do trabalho que estamos a desenvolver. Como já disse, há muito mais para fazer e eu quero fazer parte dessa história, daí que tenha também sido uma grande motivação. Foi motivo para dizer que estamos no caminho certo, vamos continuar a fazer e a mostrar aos meus alunos que o nosso trabalho é reconhecido não só aqui mas também além fronteiras, e foi motivo para o Presidente da República Portuguesa vir a Moçambique demonstrar esse reconhecimento do nosso esforço. Foi extremamente importante e vai ficar marcado para toda a minha vida e toda a minha carreira. Agora, e sendo genuinamente sincera, por momentos pensei em estar à espera do próximo reconhecimento por parte das nossas autoridades.

Era muito importante para todo o Xiquitsi que isso acontecesse.

Fotografia: Júlio Dengucho

O teu currículo é invejável, o que almejas ainda al-

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cançar? Quais os teus outros projectos paralelos?

Há tanta coisa ainda para fazer! Eu, desde pequenina, fui sempre incansável e fui sempre uma pessoa que quis desafios, e o facto de ter saído do meu país aos treze anos para estudar música lá fora foi a demonstração para muita gente de um acto de grande coragem, tanto para mim como para a minha família. Há muita coisa que quero alcançar, principalmente em relação ao desenvolvimento da música em Moçambique. Por exemplo: a construção de salas apropriadas a este tipo de música, com dignidade não só para aqueles que estão no palco mas também para aqueles que estão na plateia a assistir. Precisamos de salas bem montadas, espaços para que as pessoas possam ir ver um concerto e possam depois querer ir a uma casa de banho e encontrá-la em condições normais e dignas.

Gostava muito que este país tivesse uma orquestra sinfónica subsidiada pelo estado; gostava que tivesse uma orquestra juvenil subsidiada e apoiada pelas entidades governamentais, como acontece nos países europeus e na vizinha África do Sul. Gostava de ver cada cidade e cada província deste país com acesso a ensino de qualidade de música. Há tanta coisa ainda por fazer... Espero ainda estar viva para fazer metade delas, se não, espero que apareça alguém com energia e coragem para poder fazê-lo.

Que apoios são necessários para que surjam no futuro outras “Kika Materula”?

São precisos vários apoios, os que existem neste momento e ainda mais. Mais que tudo apoios financeiros neste momento. O Xiquitsi abrange uma série de áreas formativas, e uma delas é a formação de formadores. Já temos, inclusive, gente capacitada para abrir um pólo numa outra cidade, mas não temos condições financeiras para tal. Requer instrumentos, salários, viagens... Precisamos destes apoios financeiros, governamentais ou não, porque o know-how existe felizmente.

Rubrica - Sons da Alma

Sons da Alma

KIKA MATERULA

SOUNDS OF THE SOUL

ARTISTIC DIRECTOR OF THE XIQUITSI PROJECT How did your interest in classical music come about?

It was not the interest that came first but my parents’ need, in this case, my mother, because my father was working at the time in South Africa. I was 7 years old, and my mother had 4 children to raise, so I had to work hard.

She did not want her children to stay home after school without doing anything, so she enrolled each of us in afterschool activities, and I went to the National School of Music. And, yes, after that the interest for the music was awakened. Sometime later, under a protocol with the Vocational School of Music of Évora, in Portugal, 6 students including me were selected to go study in there. That's where I started studying oboe in 1995.

wana, who in turn believe in me and my work, who has supported us. I would like to clarify that I do not do this alone. How I feel?

Honestly, I cannot describe it...

I was a mother recently, and it is an indescribable feeling, it is difficult for me to describe it. Another feeling I cannot describe is this of doing the first things in a country's life. Every time Xiquitsi innovates in some way - in composition for instance, composing new songs, or putting our students around the world through music and taking Mozambique across borders - and every time a boy picks up an instrument and I see him on stage in concert, it is so magnificent that I cannot measure it ... I cannot explain the emotion. But undoubtedly, I feel very proud and happy.

When you were younger, was there a "Kika Materula" striving to develop Mozambican classical music and to take its musicians across borders?

My " Kika Materula " was my mother, who continues to be one of the greatest in my life. It was her who always encouraged me and even from far, she was the one who was always the closest during the 20 years I studied in Portugal, and later in Sweden.

Without a doubt I am who I am today because of my mother.

How do you see the panorama of classical music in the country?

We started by planting a seed, and that seed begins to bear fruit, but still has much fruit to give and we need more well trained "farmers", they know what they are doing with the most varied teaching methodologies. I believe that there are still many steps to take and fortunately we are on the right track, because there are also some people working in this direction.

There is much to be done. We still do not have an official state orchestra, we do not have any state support to keep people in this area with international quality standards, but I think we are moving in that direction.

What you feel when you see many children fulfilling their dreams, knowing that without your support it would not be possible?

I have no doubt that my support has been fundamental, but I feel it necessary to scrutinize this question. I can only work because there are a lot of people behind me. There are a number of sponsors, companies and institutions who believe in Kulung-

How did the Xiquitsi project begin and what is the need for it?

In 2005 the Kulungwana Association founded and created the International Classical Music Festival in Maputo and I was

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invited to participate in several concerts in the festival over the years. In 2012, the artistic director of the festival left, and I was invited to give it continuity. At the time I was, and continue, to work in the Symphony Orchestra of Porto, the Casa da Música, and thought it was a great effort to get involved in a project in Mozambique only to play the role that any good musician does which is to know and invite musicians to come to Mozambique to play at the concerts, as it was already happening and very well. I thought that it would not take much effort from my part, because at the time I had other responsibilities, I was also working in Brazil. So, I told the Association Kulungwana would accept the position if the festival had a training component so yes, it made sense for me to change a little bit my life and have one foot in Mozambique and one in Portugal. Fortunately, my proposal was accepted, and the festival has happened once a year, every year since 2005, it is three weeks long.

All the musicians who come to the

Maputo Classical Music Season give lessons to our students.

This already makes a lot of sense because the sponsors are truly investing in my country.

The Xiquitsi project celebrates 5 years. What were your greatest victories and major challenges for the future? Victories ...

I confess I have victories every day. The mere fact of arriving at a theatre and seeing almost two hundred children playing an instrument is perhaps the greatest victory we can have.

But still, I can say that the Xiquitsi today has three orchestras; has two choirs; we have composers today making music; we have at the moment a group of students who left the Xiquitsi and are participating in a choir festival that is now taking place; we have several students making their own chamber groups and singing at weddings and other celebrations, thus earning their own money through the teachings they received at Xiquitsi; the very Xiquitsi participates in various social events and we are invited to partici-

pate in national day celebrations of many countries with diplomatic representation in Mozambique; two of our students were selected for an internship in an orchestra in Korea through a world competition ... There are so many victories! But I prefer to say that the greatest victory is to have these young people and children motivated with hope for the future.

Challenges! There are many. I think we've done a lot already.

Mozambique, unfortunately, does not have a concert hall prepared for classical music concerts, we do not have facilities suitable for the kind of music we make, we do not even have a symphony orchestra, but we will, we are working towards this. So are there challenges? Yes, there are! Are there obstacles? Yes, there are, but we're sure we will overcome them, and that's what we are working for.

tor, how was the task of creating this symbiosis between classical music and popular music?

I can say that the main element was, and has been, and always is the disposition of people and their openness. It could not have been easier to make this symbiosis with Stewart, to the extent that he was 1000% open to work, to listen, to exchange ideas, to discuss, to achieve a good result, and this is for me the good part of being artistic director, is the part of musical creation, making things happen and in the end see the result. I do not want to categorically assume that it was a challenge. And u had the right elements to make it, the musicians, Stewart, the Xiquitsi, the teachers Xiquitsi, which also helped me in this work, it was all a team effort and the result was what it was. I honestly want to repeat this project because it was simply wonderful to do it.

Last November young Xiquitsians were able to share the same stage with Stewart Sukuma, a Mozambican popular music icon. Tell us about that experience.

It is difficult to talk about this without mentioning the great human being that is Stewart.

I got to know him better last year because it was a project that took some time to prepare.

I met a great human being, a great musician, and a person I did not know, or did not imagine, with great humility. This was the fundamental basis for us to work together and for us to be able to finalize the project. Our students naturally, were in total bliss because they were able to work with Stewart openness and closeness. Most of all, I think it was a great exchange of experiences. There are two very different worlds, and personally I learnt a lot. Me, as a professional musician and as an artist, I am growing every day, and it is this message that I pass to my students. We do not know everything, we are learning daily and every opportunity is a lesson, and that was another one.

As an artistic direc-

What is the importance of bringing internationally renowned artists to Maputo and what is your influence on students Xiquitsi?

I believe I have had the success I had because of the environment I was in, because of all the musicians who had access to due to all the master classes to which attended with best musicians.

I believe that this is the fundamental element for success in the formation of an individual, so I only believe that the success of Xiquitsi and his students depends on giving them access to these essential figures of classical music and we join efforts daily so that it is so.

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You have received the Medal of Merit from the Portuguese President. What did you feel in that very moment?

I confess it was deep emotion.

Firstly, it was a very big surprise.

I am very young and started this work in Mozambique five years ago. I am aware of the success and importance of the work we are doing. As I said, there is much more to do and I want to be part of this story, that was a great motivation. It was a reason to say that we are on the right track, we will continue to do and the to show my students that our work

Fotografia: Lupe Arce

Rubrica - Sons da Alma

Rubrica - Sons da Alma

is recognized not only here but also across borders, and it was a reason for the President of Portugal to come to Mozambique to demonstrate this recognition of our efforts. It was extremely important and will stay marked for my entire life and my entire career. Now, and being genuinely sincere, for a moment I thought about waiting for the next recognition from our authorities. It was very important for all Xiquitsi if this happened.

every city and every province of the country with access to quality music education. There is so much to be done ... I still hope to be alive to do half of it, if not, I hope someone will appear with the energy and courage to do it.

What support is needed for more " Kika Materula "?

It takes several types of support, what exists at the moment and more. Most importantly financial support. The Xiquitsi covers a range of training areas, and one of them is the training of trainers. We already have capacitated people to open a pole in another city, but we cannot afford to do so.

It requires instruments, salaries, travel ... We need financial support, governmental or not, because the know-how luckily already exists.

Fotografia: Lupe Arce

You have an enviable curriculum, what do you still wish to achieve? What are your other parallel projects?

There is so much to do! Since I was little I was always restless, I’ve always been a person who wanted challenges, and the fact that I left my country at thirteen to study music out there

showed many people an act of great courage, both for me and for my family. I have much that I want to achieve, especially in relation to the development of music in Mozambique. For example: the construction of rooms appropriate to this type of music, with dignity not only for those who are onstage but also for those in the audience to watch. We need well-set rooms, spaces so that people can go to see a concert and may later want to go to a bathroom and find it in normal and dignified conditions. I really wanted this country to have a symphonic orchestra subsidized by the state; I would like to have a youth orchestra subsidized and supported by government entities, as is the case in European countries and in neighbouring South Africa. I would like to see

62 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Sons da Alma

· Português para Estrangeiros · Tradução · Edição & Revisão Linguística · Aperfeiçoamento em Língua Portuguesa

63 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

(+258) 21492479 (+258) 823170470 contacto@tvcabo.co.mz Rua de Tchamba, nº 49, 1º dto Maputo - Moçambique

Rubrica - Fresh Air

FRESH AIR

FEIMA 68 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3 Fotografias: Mariano Silva

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Fresh Air

T

hose who pass through Maputo cannot miss the chance to visit FEIMA, one of the most emblematic markets in the city. Located in the centre of the capital, it is the Artefacts, Gastronomy and Flower Market in the popular Continuadores Park.

Here you can find all kinds of handicrafts, in the most diverse materials, that will surely tempt you to buy everything from batiques, musical instruments, paintings to oil or watercolour, dresses and other articles in capulana, sculptures, costume jewellery and much more. At your disposal are artists and craftsmen, some of whom are in full execution of their works. Many sold around the streets of the city, but now gather in this place, which is now a point of reference for the sale of art and crafts

of Mozambique. In recent years, in efforts to improve the management of the site several public-private partnerships have been made.

There you will find two restaurants serving delicious meals at accessible prices that you will surely want to indulge in again and again.

Often concerts, events and gastronomic fairs are organized here where you can taste the rich typical Mozambican gastronomy, from north to south of the country.

The FEIMA is undoubtedly an excellent choice to spend pleasant moments with family or friends. But even if you go alone, you will feel you are always in the best company, among crafts, art, and its authors. Fully experiencing Mozambique.

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Rubrica - Areias de Sonho

PONTA DO OURO DREAM SANDS

"Ponta do Ouro, uma praia mítica no sul de Moçambique…"

A

Ponta do Ouro é uma das praias com maior procura do país. Fica localizada no extremo sul de Moçambique, fazendo fronteira com a província sul-africana do KwaZulu-Natal.

Pertence administrativamente à província de Maputo, distrito de Matutuíne, posto administrativo do Zitundo.

A pequena baía em que esta praia se localiza faz uma espécie de arco de areal claro, com cerca de sete quilómetros, rodeado, de um lado, por montes verdes e, do outro, por uma costa rochosa com uma ponta na extremidade, uma das várias pontas que se encontram no extremo sul de Moçambique.

Com dunas baixas, vida marinha abundante e uma enorme extensão de areia, este local dispõe de condições excelentes para

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a prática de desportos náuticos, tais como scuba diving, pesca, exploração de recifes de coral, snorkeling, nadar com golfinhos e tubarões, kitesurfing, entre muitas outras possibilidades. Com os pés na areia e os olhos postos nas paisagens deslumbrantes que circundam a praia, o visitante sente-se como se dentro de um postal de férias estivesse.

Também a vila da Ponta do Ouro tem bastante vida e é bem servida de locais onde será acolhido sempre com um sorriso no rosto. Poderá nela encontrar o mais variado comércio, restaurantes, bares e outros locais de diversão.

A Ponta do Ouro é, sem dúvida, um destino para mais tarde recordar e talvez até revisitar. Uma boa estadia é o que desde já lhe podemos desejar.

Rubrica - Areias de Sonho

Fotografias: Nuno Azevedo

"Ponta do Ouro boasts wonderful beach based activities including surfing, scuba diving, snorkeling, swimming with dolphins, turtle watching tours, hiking trails, horse riding trails and canoeing"

P

onta do Ouro is one of the most sought-after beaches in the country. It is located in the southern tip of Mozambique, in Maputo Province, Matutuíne District, Administrative Post of Zitundo, bordering the South African province of KwaZulu-Natal.

as scuba diving, fishing, coral reef exploration, snorkelling, swimming with dolphins and sharks, kitesurfing, among others.

With feet in the sand and eyes set on the breath-taking scenery that surrounds the beach, you will feel like you are in a holiday postcard.

The small bay where this beach is located is a kind of sandy arc, about seven kilometres long, surrounded on one side by green hills and, on the other, by a rocky coast with a point at the end, one of several points that are in the extreme south of Mozambique.

The village of Ponta do Ouro is very lively, filled with a variety of shops, restaurants, bars and other places of entertainment where you will be welcomed by friendly faces.

With low dunes, abundant marine life and a magnificent stretch of sand, this place has excellent conditions for water sports such

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Ponta do Ouro is definitely a destination that will stay in your memory deserving of more than one visit. We can only wish you a pleasant stay.

MAHEU RECEITA / RECIPE 1Kg de farinha de milho 1Kg cornflour

3 litros de água 3 liters of water

Açúcar q.b.

Ferva a água numa panela grande. Adicione a farinha e mexa por cerca de 30 minutos, até ganhar consistência. Deixe arrefecer o empapado num lugar escuro, durante dois dias.

Ao terceiro dia junte-lhe o açúcar e sirva gelado.

Boil the water in a large pot.

Add the flour and stir for about 30 minutes to gain consistency.

Let it cool for two days in a dark place. On the third day add the sugar and serve fresh.

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Fotografia: Mariano Silva

Seja responsável, se conduzir não beba.

Sugar

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Rubrica - Paladares à solta

PALADARES À SOLTA

WINE LOVERS

O

Wine Lovers é um espaço dedicado à essência e à paixão do vinho, para amantes desta bebida, mas não só.

Situado na Avenida Mao Tse Tung, nº 1258, o Wine Lovers pretende ser o local de culto do vinho em Maputo e em Moçambique. Uma wine

74 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

house de excelência e requinte, em cuja carta pode encontrar uma selecção de vinhos bastante diversif icada e de grande qualidade: portugueses, sul-af ricanos, chilenos e de outras proveniências, para todas as carteiras.

Esta espécie de tasca moderna e

Rubrica - Paladares à solta

Fotografia: Mariano Silva

Fotografia: Mariano Silva

requintada surpreende em primeiro lugar pela originalidade, com propostas inovadoras que nos aguçam a curiosidade. Os destaques da ementa são as tábuas e petiscos, para partilhar entre todos os que se sentam à mesa e para se ir provando um pouco de tudo.

Existem também, no entanto, pratos individuais saborosos, se quisermos mesmo “aquela” iguaria que nos chamou a atenção e de que tanto gostamos. O seu staff presta um serviço personalizado e de excelência, através de um atendimento especializado que o

75 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

guia na descoberta do vinho que melhor se enquadra no seu paladar.

Com provas de vinho e degustações semanais, música ao vivo, festas personalizadas, é-lhe proporcionado o ambiente ideal, para que possa desf rutar de um agradável serão, na companhia dos seus colegas, família e amigos, ou somente para apreciar um bom vinho.

O Wine Lovers funciona também como loja de vinhos.

Rubrica - Paladares à solta

Fotografia: Mariano Silva

PALADARES À SOLTA

PALATES ON THE LOOSE

WINE LOVERS ine Lovers is a space dedicated to the essence and passion of wine, for wine lovers and more.

W

selection of wines of great quality: Portuguese, South African, Chilean and other origins, for all budgets.

Situated in Av. Mao Tse Tung No. 1258, Wine Lovers aims to be the point of convergence for wine lovers in Maputo and Mozambique. A wine house of excellence and refinement, with a menu boasting a very diverse

This kind of modern and refined tasca, is creative in its innovative proposals that whet your curiosity. The highlights of the menu are the boards and tapas to share so all taste a little of everything. And there are also

76 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Paladares à solta

Fotografia: Mariano Silva

individual tasty dishes, if you really want "that" delicacy that caught your attention and that you like so much. The staff provides a personalized service of excellence, through a specialized service that guides you in discovering the wine that best suits your taste buds.

With wine tasting and weekly tastings, live music, personalized parties, it provides the ideal environment, so you can enjoy a nice evening in the company of colleagues, family and friends, or just to a good glass of wine.

Wine Lovers also a wine shop.

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As nossas províncias Our provinces

Nampula • Localiza-se no nordeste de Moçambique.

• Faz fronteira, a norte, através do rio Lúrio, com as províncias de Cabo Delgado e Niassa. A sudoeste separa-a da Zambézia o rio Ligonha, e, a este, encontra-se com o Oceano Índico.

• A sua capital é a cidade de Nampula, localizada cerca de 2.150 km a norte da cidade de Maputo.

• Com uma área de 81 606 km² e uma população de 6 102 867 habitantes em 2017, é a província que mais distritos possui, 23 no total. Desde 2013 que tem 7 municípios: Angoche, Ilha de Moçambique, Malema, Monapo, Nacala Porto, Nampula e Ribaué.

• Os Macuas são a etnia mais representativa.

• Nesta província predomina um clima tropical húmido com temperaturas médias anuais a rondar os 24 a 26 graus.

• É a província com mais cidades do país, quatro no total, nomeadamente, Ilha de Moçambique, Nampula, Nacala e Angoche.

• Dispõe de um enorme potencial turístico em todo o seu litoral. Foi aqui que nasceu o nome do país, no local onde atracaram os primeiros comerciantes (árabes e portugueses), a ilha de Moçambique, considerada hoje património mundial da humanidade.

• As principais produções da província são caju, sisal, algodão, tabaco, copra, milho, amendoim e arroz. Quanto a minerais, tem ouro, ferro, quartzo, pedras preciosas e semipreciosas.

• Dotada de grande e variada beleza, a província de Nampula é também um poço de cultura e história de riqueza inestimável, graças a um rico cruzamento de povos com diferentes línguas, hábitos e crenças.

• O secular trabalho de arte em pau-preto é um autêntico símbolo artístico desta região. Destaca-se também o arte sanato utilitário de palha, o mobiliário em madeira trabalhada e rendilhada, com influências árabes, portuguesas e até mesmo chinesas.

• A província de Nampula é tradicionalmente conhecida como a terra das “muthiana orera” o que quer dizer meni nas bonitas. As mulheres distinguem-se pelo uso de capulanas de cores vivas, pelas formas laboriosas de amarrar o lenço que usam na cabeça e por desde tenra idade tratarem da pele com um pó natural extraído de uma árvore, o m’siro (ou mussiro), com que fazem uma máscara. A dança tufo ou a chamada dança da corda, praticadas exclusivamente por mulheres, são bons postais da sua feminilidade.

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Lalaua Malema

Mec

Ribáuè

Morrupul

NAMPULA

Erati

Memba

Macarôa

cubúre Muecate

Monapo

Nampula

la

Nacala Velha

Mossuril

Meconta Mongicual Megovolas Moma

Angoche

79 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

• Located in north-eastern Mozambique.

• Bordering the Lúrio river, and the provinces of Cabo Delgado and Niassa to the north .

To the south – west the Ligonha river separates it from the Zambézia province, and to the east it is bathed by the Indian Ocean .

• Its capital is the city of Nampula , located about 2 . 150 km north from Maputo city.

• With an area of 81 606 km² and a population of 6 102 867 inhabitants as of 2017, it is the province most districts, 23 in total. Since 2013 it has 7 municipalities : Angoche, Island of Mozambique, Malema, Monapo, Nacala Por to, Nampula and Ribaué .

• The Macuas are the biggest ethnic group in the province.

• The climate is wet tropical with annual aver age temperatures of around 24-26 C. • It is the province with the most cities in the country, four in total, namely, Ilha de Moçambique, Nampula, Nacala and Angoche.

• It has an enormous tourist potential along its coast. It was the birthplace of the country's name, the place where first traders cocked (Arabs and Portuguese), the island of Mozambique, considered today world Heritage of humanity.

• The main production in the province is cashews, sisal, cotton, tobacco, copra, corn, peanuts and rice. In what concerns to minerals, the providence has gold, iron, quartz, precious and semiprecious stones.

• Endowed with great and varied beauty, the province of Nampula is also a well of culture and history of inestimable wealth, thanks to a rich crossroads of peoples of different languages, habits and beliefs.

• The centuries-old work of art in blackwood is an authentic artistic symbol of this region.

Also worthy of mention is the straw handi crafts, the furniture made of worked and laced wood, with Arabic, Portuguese and even Chinese influences.

• The province of Nampula is traditionally known as the land of the “Muthiana Orera”, beautiful girls. Women wrap themselves in vibrant capulanas, their laborious ways to tie their head scarfs, from an early age they treat the skin with a natural extracted powder from a tree, m'siro (or Mussiro) with which they make a mask. The tuff dance or the socalled dance of the rope, practiced exclusively by women, are good postcards of femininity.

Rubrica - Acontece

ACONTECE Apresentação do dicionário Changana - Português de Bento Sitoe 80 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Fotografias: Mariano Silva

Rubrica - Acontece

Quinta acústica com Alberto Mutxeca, no Fishmonger

81 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Acontece

Fotografia: Mariano Silva

Itinerâncias Relativas, de João de Azevedo

82 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Fotografias: Mariano Silva

Rubrica - Acontece

Xiquitsi 2.ª série da 5.ª Temporada

83 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Acontece

Festival AZGO 84 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Acontece

Fotografias: Mariano Silva

Feira da Gastronomia na FEIMA

85 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Sabias que DID YOU KNOW

O PIRIPIRI SACANA Os piripiris são originários da américa latina, da zona do México para cima, onde são conhecidos por chili pepper. Os navegadores portugueses, através da rota das especiarias, levaram-nos para África, Europa, Ásia e resto do mundo, embora inicialmente não tenham sido muito apreciados na Europa.

A palavra piripiri, com este significado, existe somente em português. Nos países anglófonos é “pepper” e “chili” é a designação dos hispânicos. Diz-se que a palavra piripiri provavelmente surgiu de uma derivação do suaíli, falado na África oriental. Em suaíli, “pilipili” significa pimenta preta.

Diz-se que, em tempos, um agricultor português que vivia na província de Inhambane tinha uma grande plantação de frutos e legumes. Dedicava-se à enxertia, que tentou também com piripiris. Após sucessivos cruzamentos ao longo de várias gerações, deu-se uma mutação do código genético, qye deu origem a uma nova e única espécie no mundo. Por ser muito picante, esse piripiri ganhou a conotação de agressivo e tramado ao paladar, sendo apelidado de “sacana”.

Esta espécie, o piripiri sacana, não tem mais de 1 cm de tamanho, e é de ardência muito potente e finíssimo aroma. Hoje é uma marca de referência de Moçambique e apreciado pelo mundo fora. Existem no entanto, piripiris mais picantes que o sacana, como, por exemplo, o habanero.

A palavra sacana é de origem incerta. Uma das hipóteses que se coloca é a de ser de origem japonesa. Em japonês quer dizer peixe. Conta a lenda que os navegadores portugueses, quando pararam na baía nipónica, viram pescadores dentro da água a apanhar peixes com as mãos. Muitas vezes os peixes escapavam-se-lhes. Começaram então a chamar “sacana” a uma pessoa malandra que escapava impunemente de alguma situação.

Outra origem possível da palavra sacana é atribuída ao quicongo, língua bantu em que "sàkana" significa "brincar e divertir-se".

A propósito, sabias que a parte picante do piripiri são as sementes?

86 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

THE SACANA PIRIPIRI Chilies are originally from Latin America, from Mexico northwards, where they are known as chili pepper.

The Portuguese navigators, through the spice route, took them to Africa, Europe, Asia and the rest of the world. Although, initially they were not much appreciated in Europe.

The word piripiri, meaning chilies, only exists in Portuguese. In Anglophone countries it is "Pepper" and Hispanic countries it is known as "chili". It is said that the word piri piri probably came from a derivation of Swahili, spoken in East Africa. In Swahili, " Pilipili " means black pepper.

It is said that, at the time, a Portuguese farmer who lived in the province of Inhambane had a large plantation of fruits and vegetables. He was known for grafting plants, a technique he also used for piripiris.

After successive crosses over several generations, there has been a mutation of the genetic code, qye which gave rise to a new and unique species in the world. For being too spicy, this chili won the connotation of aggressive and harsh on the palate, being dubbed "sacana" (bastard).

This species, piripiri sacana, is no bigger than 1 cm, it has a very powerful burn and an exquisite aroma.

Today it is a Mozambican icon and appreciated by the outside world. There are, however, piripiris more spicy than the “sacana”, such as the habanero.

The origin of the word “sacana” is unclear. One theory is that it is of Japanese origin. In Japanese it means fish. Legend has it that when the Portuguese explorers docked in a Japanese bay, saw fishermen in the water catch fish by hand. Often the fish escaped. That is why you call a naughty person who escaped with impunity in any situation a “sacana”.

Another possible source of the word “sacana” is attributed to quicongo, bantu language in which "sàkana" means "to play and have fun".

By the way, did you know that the spicy part of piripiri is the seeds?

87 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Em um só acto Desse velho cansado Nem sequer restaram lágrimas Engravidado Queria cuspir Na Verdade.

Ernesto Moamba (Filho da África)

88 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

89 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Decor

DECOR Lurdes Martins - Hortelã Design de Interiores

Como fazer o seu próprio projecto de Interior Design?

M

uito embora, nos dias que correm, seja muito comum as pessoas recorrerem a um profissional para decorar as suas casas, há ainda muitos casos em que o preferem fazer por sua conta e risco. É claro que o podem fazer e que o farão bem! Contudo, é preciso ter em conta alguns aspectos fundamentais antes de iniciar esse processo.

Se é uma dessas pessoas, aqui ficam algumas dicas para planear o ambiente da sua casa e torná-lo mais funcional e harmonioso.

Em primeiro lugar, deve estudar a dinâmica da divisão que pre-

tende alterar para que a mesma cumpra o seu papel, ou seja, nunca deve perder de vista a sua funcionalidade.

Depois tem que escolher o tipo de móveis e o seu enquadramento no cenário projectado.

Decidir se os móveis devem ser altos ou baixos, se deve optar por sofás ou cadeirões e a sua disposição no espaço.

Trata-se de fazer a distribuição cénica. Se tiver dúvidas, coloque fita adesiva no chão para o/a ajudar a perspectivar melhor o cenário.

Por fim vem a decoração do espaço. A escolha de móveis e objectos decorativos como cor-

90 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

tinas, tapetes, mesas, cadeiras, candeeiros, vasos, entre outras peças, que tornam o ambiente mais acolhedor e personalizado.

Nesta fase, a escolha de cores e dos revestimentos das paredes é fundamental, podendo, por exemplo, optar pelo papel de parede para reforçar um detalhe ou lhe dar um toque ainda mais pessoal.

Não se esqueça de combinar cores e objectos de forma harmoniosa e de escolher o mobiliário em função do espaço que tem!

Nas próximas edições falaremos de cada uma destas fases mais aprofundadamente!

91 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Decor

DECOR

Lurdes Martins - Hortelã Interior Design

How to make your own Interior Design project?

A

lthough these days it is very common for people to turn to a professional to decorate their homes, there are still many cases where they prefer to do it at their own risk.

Of course, they can do it and they will do it well! However, one must take into account some key aspects before stating this process.

If you are one of these people, here are some tips to plan the environment of your home and make it more functional and harmonious.

First, you should study the dynamics of the room you

want to change so that it fulfils its role, that is, you should never lose sight of its functionality.

Then choose the type of furniture and its framing in the projected scenario. Decide whether the furniture should be high or low, whether to choose sofas or high chairs and their layout in the space.

It's about making the scenic distribution. If you have doubts, put tape on the floor to help you give perspective about the best scenario.

Finally, is the space decoration. The choice of furniture and decorative items like cur-

92 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

tains, carpets, tables, chairs, lamps, vases, among other parts, which make the most welcoming and personal atmosphere. At this stage, the choice of colours and wall paper is fundamental, for example, you can choose wallpaper to enhance a detail or give it an even more personal touch.

Do not forget to match colours and items smoothly, and to choose the furniture according to the space you have!

In the next editions we will speak of each of these phases more in depth!

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93 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Shape Your Wedding

Shape Your Wedding

S

er noiva é uma mistura de tarefas e emoções.

No grande dia a noiva torna-se o centro das atenções. Todos os detalhes são analisados, desejados e muitas das vezes criticados.

Todos os itens são vistos e revistos pelos convidados e, mais tarde, por aqueles que analisam as fotos até aos mínimos detalhes.

Sapatos, vestido, cabelo, tudo é analisado criteriosamente. Mas existe um item que por vezes pode acabar com as melhores produções. Esse item é a maquiagem da noiva.

A maquiagem da noiva é o item que no final irá “casar” com todos os outros, desde o buquê, ao vestido, ao cabelo e às jóias. Apesar de ser um item isolado, merece uma atenção criteriosa.

Mas, afinal, o que significa maquiagem de noiva? Será que é assim tão diferente da maquiagem comum?

A maquiagem de noiva é diferente de cultura para cultura e depende também das caracte-

94 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

rísticas de cada noiva. No entanto, a maquiagem de noiva tem algumas características comuns bem próprias, independentemente de quem a usa e como usa.

Tem como característica principal e mais importante um bom trabalho de pele, no entanto com um efeito quase natural. A pele da noiva normalmente apresenta-se glamorosa, mas sem perder a naturalidade.

Outras características da maquiagem de noiva são os olhos angelicais e as cores suaves, mas com brilho. Em alguns casos, os olhos podem ser mais escuros e trabalhados, mas sempre passando por uma transição suave.

A maquiagem de noiva não segue padrões, ela acompanha as características da própria noiva, reflectindo um pouco da sua personalidade.

Depois de 10 anos a maquilhar e trabalhar com noivas, temos alguns conselhos que servem para todas.

Rubrica - Shape Your Wedding

95 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Shape Your Wedding

Shape Your Wedding Conselhos para Maquiagem de Noiva Conselho nº 1: Menos é mais.

Conselho nº 2: Contrate um profissional. Por muito boa que seja a maquiar-se, no dia do seu casamento a ansiedade pode tomar conta de si. Não corra riscos.

Conselho nº 3: Faça um teste de maquiagem.

Conselho nº 4: Use maquiagem de boa qualida-

de no grande dia.

Conselho nº 5: Faça algo que a deixe confortável e combine com a sua personalidade.

Dito isto, trazemos um passo-a-passo de uma maquiagem de noiva para se inspirarem e, quem sabe, até replicarem.

Passo a passo

Passo 1: Limpe o rosto, de preferência com tónicos próprios de limpeza.

Passo 2: Tonifique e hidrate o rosto. Mesmo as peles oleosas precisam de hidratação.

Passo 3: Aplique a base líquida, o correctivo.

Passo 5: Aplique o pó.

Passo 6: Agora a área dos olhos. Use cores claras e brilhantes, indo do mais claro para o mais escuro.

Passo 7: Aplique delineador e mascara de cílios. Pestanas falsas se desejar.

Passo 4: Destaque as partes que mais favorecem o seu rosto com um tom de correctivo mais claro.

Passo 8: Aplique blush e iluminador.

Passo 9: Aplique lápis de boca e batom da mesma cor.

Passo 10: Para finalizar aplique um fixador.

Passo 11: Sorria e seja feliz.

Até a próxima edição.

Texto de Neide Ussiana (Maquiadora de Noivas e Wedding Planner) 96 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Shape Your Wedding

81 2018• REVISTA XONGUILA ©™ Ed.Ed. 2 3 97 -- Maio/May Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA ©™

Rubrica - Shape Your Wedding

Shape Your Wedding

B

eing a bride is a mix of tasks and emotions.

On the big day the bride becomes the centre of attention. All the details are scrutinized, desired and often criticized. All items are viewed and reviewed by guests and later by those who analyse the photos to the last detail.

Shoes, dress, hair, everything is scrutinized judiciously. But there is an item that can sometimes dismantle the whole picture. And that is the bride’s makeup.

The bride’s makeup is the item that in the end will “marry” all the details, from the bouquet, the dress, the hair and the jewellery. Although it is an isolated item, it deserves careful attention.

But what does the bride’s makeup mean? Is it so different from ordinary makeup?

The bride’s makeup is different from culture to culture and also depends on the characteristics of each bride.

However, the bride’s makeup has some very common characteristics, regardless of who the bride is and how it is applied.

The main and most important characteristic is a good skin work, however with an almost natural effect. The skin of the bride usually presents herself glamorous, but without losing the naturalness.

Another s feature of bridal makeup is the angelical eyes and the soft but brilliant pallets. In some cases, the eyes can be darker and more elaborate, but always going through a soft transition. The bridal makeup does not follow standards, it follows the characteristics of the bride herself, reflecting a little of her personality.

After 10 years of doing bridal makeup and working with brides, we have some advice for all brides to be.

Makeup Tips for the Bride Tip # 1: Less is more.

Tip # 2: Hire a professional. No matter how good you are doing your own makeup, on your wedding day anxiety can get the best of you. Do not take risks.

Tip # 3: Do a makeup test.

Tip # 4: Wear good quality makeup on your big

day.

Tip # 5: Do something that makes you comfortable and matches your personality.

With that said, we bring you a step-by-step bridal makeup tutorial to inspire you.

Step-by-Step Step 1: Clean the face, preferably with proper cleaning tonics.

Step 2: Tone and hydrate the face. Even oily skin needs hydration.

Step 3: Apply liquid foundation, the concealer.

Step 4: Highlight the parts that most favour your face with a lighter concealer.

Step 5: Apply the powder.

Step 6: Now the eye area. Use light and bright colours, going from light to dark.

Step 7: Apply eyeliner and mascara. Fake lashes if you wish.

Step 8: Apply blush and illuminator.

Step 9: Apply lip liner and lipstick of the same colour.

Step 10: Finally, apply setting spray.

Step 11: Smile and be happy.

Until the next issue.

Text by Neide Ussiana (Bridal Makeup Artist and Wedding Planner) 98 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Shape Your Wedding

99 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

CINEMA

35MM

PALMEIRAS NA NEVE

E

Sugestão Xonguila

m 1953, os irmãos Jacobo e Kilian deixam as remotas montanhas de Huesca (Espanha) e rumam à ilha de Fernando Pó (hoje Bioko, Guiné Equatorial) para explorar uma plantação de cacau com a restante família. Kilian apaixona-se perdidamente por Bisila, uma linda mulher nativa.

Contudo, devido às convenções sociais da época, esse amor nunca é aceite por nenhum membro da família.

Meio século depois, Clarence, sua sobrinha, descobre acidentalmente uma carta que remonta a esses tempos. Sem saber explicar os motivos, sente-se impulsionada a viajar para esse lugar fasci-

100 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

nante onde o pai, o avô e o tio viveram 20 longos anos.

Ali vai desvendar os segredos de um amor proibido e as suas consequências trágicas.

Palmeiras na Neve é um romance épico com realização do espanhol Fernando González Molina (Paixão sem Limites) e que conta ainda com a participação de Mário Casas (Os 33), Adriana Ugarte (Julieta), Alain Hernández (The Promise) e Daniel Grao (Os Olhos de Júlia) no seu elenco. Foi nomeado para 5 Prémios Goya 2016, tendo vencido nas categorias de Melhor Direcção Artística e Melhor Canção Original.

101 Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA ©™ 75 -- Maio/May 2018• REVISTA XONGUILA ©™ Ed.Ed. 2 3

CINEMA

35MM

PALMTREES IN THE SNOW

I

Xonguila suggestion

n 1953, the brothers Jacobo and Kilian left the remote mountains of Huesca (Spain) and headed to the island of Fernando Pó (now Bioko, Equatorial Guinea) to explore a cocoa plantation with the rest of the family. Kilian fell madly in love with Bisila, a beautiful native woman. However, due to the social conventions of the time, this love was never accepted by any member of the family. Half a century later, Clarence, his niece, accidentally discovered a letter that reminiscent of those earlier times. Unable to explain her motives, she felt compelled to

102 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

travel to this fascinating place where her father, grandfather and uncle lived for 20 long years. There she unveils the secrets of a forbidden love and its tragic consequences.

Palm trees in the snow is an epic romance directed by the Spaniard Fernando González Molina (Passion without limits) and the cast includes Mário Casas (Os 33), Adriana Ugarte (Julieta), Alain Hernández (The promise ) and Daniel Grao (Júlia's eyes). It was nominated for f ive Goya Awards 2016, winning Best Artistic Direction and Best Original Song.

Happiness at your fingers VISITE-NOS: RUA DA FRELIMO Nº213 SOMMERSCHIELD - MAPUTO +258 82 375 56 59

103 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Saúde e Bem-Estar

104 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

SAÚDE E BEM-ESTAR Exercício Físico Por Gonçalo Mendes - Fisiologista de Exercício Caro(a) leitor(a)

D

a rigidez do músculo vai crescendo fenómeno que se deve ao facto de a viscosidade sanguínea aumentar, fruto do aumento gradual do cansaço muscular.

Nesta linha de pensamento, no final da sua sessão de exercício físico estruturado, é fundamental que alongue, principalmente, os músculos mais solicitados: ajudará muito nos ganhos de mobilidade, fulcrais para a adopção de uma postura correcta ao longo do seu plano de treino.

Tenha sempre em mente que uma boa postura é um grande indicador de um corpo são, simétrico, logo, mais eficiente. E para isso deve aprender a alongar os principais grupos musculares no final do seu conjunto de exercícios!

Bons treinos!

Fotografia: Mariano Silva

epois de cada sessão de treino, faz os alongamentos devidos?

Tenho alertado, para a necessidade de, sob supervisão técnica específica, os movimentos que compõem os exercícios serem realizados na máxima amplitude, evitando desconforto articular. Assim, dentro da margem de segurança, cada gesto terá um raio de acção que, ao ser repetido metodologicamente, criará as adaptações que queremos: resultados!

Deste modo, estará já a estimular a extensibilidade dos seus músculos (capacidade que estes têm de alongar). A elasticidade é a propriedade muscular que lhes confere a capacidade de voltar ao seu tamanho normal depois de alongarem. Este processo, durante o treino, ocorre de forma cíclica e repetitiva, de acordo com a prescrição do profissional que o(a) acompanha. Paralelamente,

105 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Saúde e Bem-Estar

SAÚDE E BEM-ESTAR Nutrição Por Mafalda Henriques - Heal th Coach

Olá, gente saudável!

D

epois de ser surpreendida pelos nossos seguidores com fotografias maravilhosas da receita da publicação anterior, pensei em trazer-vos algo um pouquinho mais fácil de preparar e que serve de incentivo para continuarem a mudança do vosso estilo de vida!

Atenção que esta receita deve ser feita esporadicamente, somente para matar aquele gostinho pelo doce, desta forma, não a faça com regularidade!

Hoje trago-vos um bolo de chocolate, com um toque especial muito apreciado em Moçambique, e que é também óptimo para acelerar o metabolismo: o piripiri!

Fotografia: Mafalda Henriques

Bolo de chocolate picante Ingredientes:

200 g de chocolate em barra de culinária sem açúcar 100 g de óleo de coco 6 ovos 1 colher de sopa de caju bem moído 1 colher de chá de cacau sem açúcar 1 colher de chá de fermento sem alumínio e sem glúten • Uma pitada de pimenta Cayenne ou piripiri em pó • Chocolate sem açúcar derretido e frutos vermelhos para decorar (opcional) • • • • • •

Modo de preparação: Pré-aqueça o forno a 180 graus.

Derreta o chocolate no óleo de coco. De seguida, junte um ovo de cada vez, batendo sempre muito bem; adicione o caju, o cacau, o fermento e o picante e deite este preparado numa forma de silicone previamente untada com Spray antiaderente. Leve 106 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

ao forno por 20 minutos. Vai pensar que ainda não está pronto por sair do forno ainda mole, mas seja paciente e deixe arrefecer para perceber a magia que acontece a seguir: um bolo húmido e delicioso que se desfaz na boca! Até breve!

Mafalda Henriques

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107 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Rubrica - Saúde e Bem-Estar

SAÚDE E BEM-ESTAR

HEALTH AND WELLNESS

Physical exercise by: Gonçalo Mendes - Exercise Physiologist Dear reader

D

o you stretch properly after each training session?

I have warned of the need, under specific technical supervision, that the movements that make up the exercises are to be carried out at maximum amplitude, avoiding joint discomfort. Thus, within the margin of safety, every movement will have a radius which, when repeated methodologically, create adaptations we want: results!

In this way, you are already stimulating the extensibility of your muscles (the ability they have to stretch). Elasticity is the muscle property that gives it the ability to return to its normal size after stretching. This process, during

training, occurs cyclically and repetitively, according to the prescription of the professional.

In addition, muscle stiffness grows - phenomenon is due to the increase in blood viscosity, due to the gradual increase of muscle fatigue.

In line with this, in the end of your structured exercise session, it is essential to stretch, especially the most affected muscles: helping mobility gains, essential to maintain a correct posture throughout the training planning.

Always keep in mind that a good posture is a great indicator of a healthy body, symmetrical, so more efficient. And for this you must learn to stretch the main muscle groups at the end of your exercise set!

Good training!

Nutrition by: Mafalda Henriques - Heal th Coach Hello, healthy people!

A

fter being surprised by our followers with wonderful photographs of the previous publication's recipe, I thought of bringing you something a little easier to prepare and that serves as an incentive to continue the change in your lifestyle!

Spicy Chocolate Cake Ingredients:

200 g sugar-free cooking chocolate 100 g coconut oil 6 eggs 1 tablespoon of well-ground cashew 1 teaspoon unsweetened cocoa 1 teaspoon baking powder without aluminium and gluten free • A pinch of Cayenne pepper or chilli powder • Melted sugar-free chocolate and red fruits to decorate (optional) • • • • • •

108 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

Please note that this recipe should be made sporadically, only to satisfy that sweet tooth, so do not do it regularly!

Today I bring you a chocolate cake, with a special Mozambican touch, and that is also great to accelerate the metabolism. Chocolate cake spiced with piripiri!

Method of preparation: Pre-heat the oven at 180 °.

Melt chocolate in coconut oil. Then add one egg at a time, always beating very well; add the cashew nuts, the cocoa, the baking powder and the spice. Pour the mixture into a silicone baking tin previously greased with nonstick Spray. Bake for 20 minutes. You'll think it is not ready yet as it is still soft but be patient and let it cool and watch the magic happen!

A moist and delicious cake that melts in your mouth! See you later!

Mafalda Henriques

T O D A A A G E N D A C U LT U R A L D E M A P U T O D I S P O N Í V E L E M

w w w . f a c e b o o k . c o m /

maputolivecity 109 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

HORÓSCOPO JUNHO CARNEIRO Não arrisque sem estar realmente seguro da sua vontade. Conte com obstáculos durante este mês.

TOURO Não feche o coração a novas aventuras. Gira melhor os conflitos entre colegas de trabalho.

GÉMEOS Períodos de melhorias sentimentais em que as circunstâncias vão ajudar. Desbrave novos caminhos.

CARANGUEJO

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Uma relação poderá tornar-se desgastante, alguns erros do passado irão repetir-se. Respire antes de dar respostas.

LEÃO Empenhe-se na sua relação. Encontrará facilmente soluções para os seus problemas.

VIRGEM Não gaste mais tempo com questões já resolvidas. Período desgastante, mas com bons resultados.

BALANÇA Evite comportamentos tensos. Clarifique assuntos importantes, a sua criatividade irá permitir-lhe encontrar soluções.

ESCORPIÃO Insista nas suas ideias e objectivos. Não se coloque em situações negociais sem um plano alternativo.

SAGITÁRIO Mostre os seus sentimentos com maior intensidade. Tente ser perfeito em tudo onde se envolver.

CAPRICÓRNIO Deixe o coração falar. Na vida profissional os caminhos mais fáceis poderão esconder armadilhas.

AGUÁRIO Novas responsabilidades poderão ser assumidas.

Um assunto vai adquirir novos contornos e a conjuntura exigirá mais de si.

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110 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

PEIXES Tendência para conflitos familiares.

Tente não tomar posições. Actue com rigor e objectividade, sem prejudicar ninguém.

111 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

HOROSCOPE JUNE ARIES Do not take risks without being really sure of what you want. Expect on obstacles during this month.

TAURUS Do not close your heart to new adventures. Improve conflict management with co-workers.

GEMINI Periods of sentimental improvement that circumstances will help. Break new ground.

CANCER A relationship can become exhausting, some past mistakes will repeat themselves. Take a breath before replying.

LEO Get involved in your relationship. You will easily find solutions to your problems.

VIRGO Don’t spend more time with issues already resolved. Exhausting period, but with good results.

BALANCE Avoid tense behaviours. Clarify important issues, your creativity will enable you to find solutions.

SCORPIO Insist on your ideas and goals. Do not get into business situations without an alternative plan.

SAGITTARIUS Show your feelings more intensely. Try to be perfect in everything to get involved.

CAPRICORN Let the heart speak. In the professional life the easier paths may be a trap.

AQUARIUS You may take on new responsibilities. Something will start to take shape its completion will require more of yourself.

PIECES Tendency for family conflicts. Do not take sides. Act with rigor and objectivity, without harming anyone.

112 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

REGISTE-SE

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*Registo completo após validação do celular

FÁCIL, RÁPIDO E MAHALA

113 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

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114 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

115 - Junho/June 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 3

INFORMAÇÕES ÚTEIS USEFUL CONTACTS Precisa de alguma informação?

Nesta secção irá encontrar contactos que lhe poderão ser bastante úteis.

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Polícia - Police

Hospitais - Hospitals

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Polícia Fixo 119

Hospital Central de Maputo Av Eduardo Mondlane, Maputo +258 21 320 828

Hertz Rent-a-car Av. Julius Nyerere, Hotel Polana +258 21 494 473 www.hertz.co.mz

Instituto do Coração Av. Kenneth Kaunda, Nº: 1111 +258 21 411 000

Imperial Car Rental Aeroporto Internacional de Maputo +258 21 465 250 www.imperialcarrental.co.mz

Polícia Celular 112 Polícia Machava +258 21 751 412 Polícia Sala de Operações Maputo +258 21 325 031 PRM +258 21 311 195

Bombeiros - Fire Department Bombeiros - Chamadas de socorros 197 Bombeiros +258 21 322 222 | +258 21 322 334

Transportes - Transport Taxi Novo 843 275 000/863 275 000/823 275 000 Taxi Marcelo 847 575 758

Picket Águas/Water Águas da Região de Maputo +258 21 308 855

Hospital Privado de Maputo Rua do Rio Inhamiara, nº 1100 +258 21 488 600 | +258 843 012 711 Clínica Sommershield Rua Pereira do Lago, nº 52 ,Sommerschield, Maputo +258 21 493 924/5/6 Hospital Psiquiátrico de Infulene +258 21 470 623 Hospital Geral da Machava +258 21 758 147 Hospital Geral de Chamanculo +258 21 400 094 | +258 21 400 086

Avis Maputo Av. Mao Tse Tung, nº 1 +258 21 321 243 www.avis.com/ EuropCar Av. Julius Nyerere, nº 1418 +258 21 497 339 www.europcar.com RentMaputo +258 829 162 320 | +258 43 352 880 www.rentmaputo.com Sixt Car Rental Aeroporto Internacional de Maputo +258 21 465 250 | +258 21 465 250 www.sixt.com

Hospital Geral José Macamo +258 21 400 045/6

Win Car Rental Av. Guerra Popular, nº 1666 +258 829 162 320 | +258 843 162 320 info@win.co.mz www.win.co.mz

Centro de Saúde Shifaa Av. Maguiguane, nº 1949 +258 21 407 903 | +258 829 632 330

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Câmbio - Exchange houses SA Câmbios Avenida Kwame Nkrumah, nº 501. +258 21 488 830 Africâmbios Avenida 25 Setembro, nº 1339 R/c +258 21 428 605 Mundial Câmbios Avenida 24 Julho, nº 1830 +258 21 310 867 Acácio Câmbios Avenida Patrice Lumumba, nº 658 - R/c +258 21 312 263 Coop Câmbios Lda Avenida Maria J Albuquerque, nº 70 - R/c +258 21 414 357 Executivo Câmbios Lda Avenida Samora Machel, nº 26 - R/c +258 21 310 432 Manusso Câmbios Lda Rua Consiglieri Pedroso, nº 79 +258 21 325 303 Mundo de Câmbios Lda Avenida Mao T Tung, nº 278 +258 21 499 995

Aeroportos - Airports Aeroporto de Inhambane Avenida OJM-Inhambane, nº 509 +258 29 320 312 Aeroporto Internacional da Beira Rec Aeroporto-Beira +258 23 301 071/2 Aeroporto Internacional de Maputo Aeroporto Mavalane-Maputo +258 21 465 827/8 Aeródromo de Pemba Aeroporto de Pemba, Cabo Delgado +258 27 220 312 Aeródromo de Inhambane Cidade de Inhambane +258 29 320 312 Aeroporto Internacional de Nampula Avenida do trabalho A, 418, Nampula +258 6 213 133/213 100 Aeroporto de Angoche Ilha de Angoche Aeroporto de Cuamba Aeroporto de Cuamba, Cuamba Aeroporto de Nacala Aeroporto de Nacala, Avenida do trabalho A, 418, Nampula +258 26 213 100 Aeródromo de Tete/Chingodzi Unidade Albano, Chingozi Estrada Nacional 7, Tete +258 522 312

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Aeródromo de Quelimane TM 146, Quelimane +258 24 213054 Aeródromo de Chimoio TM 200, Chimoio +258 25 122 242 | +258 82 598 162 Aeródromo de Lichinga Lichinga +258 27 120 127 | +258 27 121 594 | +258 826 401 776 Aeródromo de Vilankulo Cidade de Vilankulo, Inhambane +258 23 822 07

Bancos - Banks Banco de Moçambique Sede: Av. 25 de Setembro, nº 1679 2º +258 21 354 683/4 Millennium BIM Sede: Rua dos Desportistas, nº 873/879, 6º Andar +258 21 350 035 Moza Banco SA Sede: Rua dos Desportistas, Jat 5.3 +258 21 342 000 BCI Sede: Av. 25 de Setembro +258 21 353 700 Banco Único SA Sede: Av. Julius Nyerere, nº 585 +258 21 488400 Banc ABC Sede: ABC House, Avenida Julius Nyerere, nº 999 +258 21 482 100

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