Do Meio-Dia em Nossas Vidas

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Do Meio-Dia em nossas vidas ou Do Agora ou Do Sempre Ante o Agora ou De Todos Nós Wellington V. FOCHETTO Junior

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I. PRELÚDIO NIETZSCHEANO

O Hoje – esse momentum – não pertence a nós, mas à Eternidade, ela, a serviço do Eterno Retorno. Ocorre é que o Hoje, em pequenas doses denominadas “o Agora”, é-nos emprestado a cada dia. Se cada dia for mesmo o último, isso deveria ser o pensamentocombustível a dar-nos a real sensação de que nossos atos devem saltar de nossos corações como relâmpagos do céu. Como se caminhássemos ao Meio-dia de nossas vidas. Nietzschefiquemos para não precisarmos retificar mais tarde nossas impressões acerca de nossos atos. Pensemos – para não pesarmos. A nossa balança contém elementos de vida e morte; a nossa balança é um pouco um pedaço de nossos pensamentos tornados realidade. Não nos enganemos nem nos deixemos enganar: somos os responsáveis pela nossa felicidade e pelas nossas dores, compartilhemo-las com os outros ou não; e nada – NADA em absoluto! – nos pertence mais que cada segundo que deixamos escorregar de nossas mãos vazias quando, na oportunidade de produzirmos atos que atestem o peso de nossa efêmera existência, os instantes que a Eternidade nos confiou. Se pudéssemos nos agarrar aos pés do Nós de amanhã, ou ele nos afugentaria a pontapés ou carregar-nos-ia junto aos seus 1

Publicitário, professor da rede estadual (SP) e estudante de pós-graduação (latu sensu) em Saberes e Práticas da Língua Portuguesa, pela AVM Faculdade Integrada (Brasília, Brasil).


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