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A RODA DO ANO22

A DEUSA DA LUA E DAS ESTRELAS A GRANDE MÃE

A Wica, como uma Religião Duoteísta e de Polaridades, cultua um Deus (a Edmund Dulac (1882-1953) Polaridade Masculina) e uma Deusa (a Polaridade Feminina): o Grande Deus de Chifres e a Deusa da Lua e das Estrelas. Existem vários Deuses de Chifres e Deusas da Lua, mas, na Wica, os nossos Deuses são específicos e com características que os diferenciam dos demais. Por esse motivo, nós não cultuamos nenhuma outra Divindade, a não ser Eles, em nossos Rituais dentro do Círculo GustaveMágico. Moreau (francês, 1826-1898). O triunfo de baco A Wica é uma Religião que teve seus fundamentos estabelecidos por Gardner em meados do século passado, mas sabemos que as suas raízes são muito mais antigas do que isso. Podemos encontrar inúmeros achados e registros arqueológicos de Divindades Femininas, cujo objetivo era o exaltar os poderes fecundador e gerador da mulher - eram Cultos à Fertilidade. Inúmeras estatuetas, chamadas "Vênus" , tinham características marcantes que destacavam a feminilidade com proporções exageradas - seios, quadris e ventres avantajados. Como exemplos, temos: Vênus de Laussel. Vênus de Willendorf, Vênus de Lespugue, a "Deusa que dorme" de Malta, Vênus Berekhat Ram, etc.

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Fotografia: Keith Moseley. Venus among The Pleiades

A nossa Deusa - a Deusa da Lua e das Estrelas - é a representação máxima da feminilidade na Natureza, por isso, ela é a Portadora do Ventre Sagrado e da Fecundidade; Ela é a portadora da Vida, e dela todas as formas de vida se originam. Podemos até chamá-la de "A Grande Mãe" ou "Deusa Mãe" , mas não devemos confundir o ranço cristão que a palavra "maternidade" carrega com fertilidade e fecundidade. Ela é a Deusa da feminilidade, do poder sexual, da sensualidade e do êxtase. Ela possui o Ventre Sagrado e o poder gerador de onde tudo provém. Ela é, acima de qualquer característica, a Provedora da fertilidade. Atualmente, é muito comum encontrarmos referências à Deusa como "Mãe" (quase uma Virgem Maria) e o Deus como "Pai" (o Pai celeste), no sentido de "A Sagrada Família" como Deuses "intocados, santos, puros e castos" - um erro gravíssimo. Nossos Deuses são Deuses da fertilidade, do poder sexual, da luxúria, do amor romântico e do êxtase. Ele representa o Sagrado Masculino (o Falo e a virilidade) e Ela representa o Sagrado Feminino (o Ventre e a fecundidade), e é através dessa União que temos a Fonte da Vida e do movimento contínuo do Universo. Gerald Gardner comenta em “O Significado da Bruxaria”: "Durante o grande Sabá, o corpo de uma Sacerdotisa viva realmente forma o Altar. Adoramos o espírito divino da criação, que é a fonte da vida e sem o qual o mundo pereceria. Será que somos tão abomináveis? Não é este o nosso ponto de vista. Para nós, este é o mais sagrado e santo dos Mistérios, prova da existência de Deus dentro de nós, cujo mandamento é: Crescei e multiplicar-vos! A adoração do espírito divino da criação, que é fonte de vida e sem o qual o mundo pereceria.

A adoração do culto das Bruxas é, e sempre foi, a do princípio da própria vida. Ela fez deste princípio, manifestando no sexo, algo sagrado. Os Ritos Sexuais e Magia Sexual na Wica e, principalmente, que o Grande Rito são reais, a Wica é uma Religião de Fertilidade, de Polaridades Opostas e Complementares. A Wica é uma Religião de Transcendência do Ego, de crescimento e evolução da Alma. Quando falamos sobre fertilidade, não estamos nos referindo apenas aos aspectos físicos (fertilidade aos campos, aos animais e ao homem), mas também à fertilidade da Alma e às consequentes mudanças e transformações que são desencadeadas. A nossa Deusa é Tríplice - A Deusa da Vida e do Amor, da Morte e do Renascimento. Ela dá a Vida, mas Ela é também a Ceifadora da Vida. Ela é Criação e Destruição. Apesar de não ser tradicional, não é errado associá-la às fases da Lua como a Donzela (fase Crescente), a Mãe (fase Cheia) e Anciã (fase Minguante), mas isso é uma associação moderna que foi inclusa nas últimas décadas. Desde tempos muito remotos, sempre esteve associada aos mistérios femininos e à mulher - a gestação, o parto, a menstruação, as águas primordiais que dão origem à vida. A Lua sempre foi vista como um portal para o que está além e como a responsável pela interação com o restante do Universo. Como se ela fosse um limiar e uma fronteira que separa o nosso mundo do desconhecido. Assim como a Lua, Ela é a Deusa Branca, a Deusa Albina. Para os antigos pagãos, a Deusa era denominada como a Lua Branca, a fonte dos mistérios, a representação feminina da sensualidade da pele, da carne, do prazer, e também a promotora da morte e da decomposição, mas foi rotulada pelos cristãos como a senhora da degeneração e do pecado da alma e da carne. O próprio mal. Muitas vezes, a Deusa Branca também era chamada por Deusa da Lepra. A Lepra, vista como uma doença da pele e dos nervos, é contagiosa e é realmente uma das mais antigas doenças do mundo. Imaginamos que a Igreja deve ter visto esta doença como algo perigoso e incontrolável, como uma praga ou bruxaria. Simbolicamente, Robert Graves cita a lepra branca como uma forma poética de denominação da Divindade Feminina, em que todos temiam e ainda temem. Ninguém quer abraçar a morte e o frio. Isso nos remete aos mistérios e à Iniciação.

A Lua ainda traz a loucura da alma resultante da sua influência psíquica - a Lua, a mulher e a intuição. Ninguém pode conhecer a Deusa e sair imaculado. Não há como abraçar a fonte inspiradora da vida e sair sem ser marcado, modificado e transformado. Ela é e está além da nossa compreensão, Ela está aonde o mistério habita, onde somente a entrega absoluta e a rendição eterna e amorosa atuam. Ela é o inevitável. Ela é o início e o fim. Ela é o prazer da vida mas também é o instante da morte. Ela é A Deusa da Lua, a Deusa Branca que é o próprio Mistério. Em "Ritos e Mistérios Secretos do Wicca" , Lascariz comenta: "Nas Leis dos Coventículos Regulares do Wicca, trazidas por Gardner depois de um conflito com Doreen Valiente, em 1957, é explícito que Ela (a Deusa) tem um poder delegado. Mas de quem? Do Deus do Mundo Subterrâneo, que colocou aos seus pés a Espada, de que Ela é sua fiel depositária nos ritos. A Sacerdotisa age, assim, com o poder delegado do Deus de Chifres, como a Lua usando a Luz emprestada do Sol, que é o mesmo a se dizer do Sumo Sacerdote. (...) Esse simbolismo está inteiramente explícito no fenômeno astronômico da Lua refletindo a luz solar! Não é de se estranhar, por isso, a apologia da Deusa e sua Suma Sacerdotisa como guardiãs do Poder do Deus de Chifres. " Para que vocês entendam um pouco mais sobre a Teologia - os nossos Deuses - da Wica, leiam "A Lenda da Descida da Deusa" , um texto teológico importantíssimo.

OSTARA

SABÁ MENOR, EQUINÓCIO DA PRIMAVERA

Ostara, como um Sabá Menor, é o Equinócio de Primavera ou Equinócio Vernal que acontece entre os dias 20 e 24 de setembro no Hemisfério Sul - um evento astronômico que possui datas móveis. No Equinócio de Primavera nós temos luz e trevas em equilíbrio, onde dia e noite praticamente se igualam (ou seja, tem quase a mesma duração). Esse Equinócio é o ponto mediano entre as estações Inverno e Verão e assim, ele marca o auge da Primavera.

FotografiaFotografia CovenCoven CaldeirãoCaldeirão dede CerridwenCerridwen Ele fica entre os Sabás Maiores Imbolc (início da Primavera) e Beltane (início do Verão). É um Sabá de Fertilidade e a época do despertar das forças fecundadoras da Natureza. É um momento de renascimento na Natureza e ressurgimento da Vida. littleastronomy.com/ Ostara é, provavelmente, uma palavra derivada de Eostre, Eastre, Eoster, Oster, Ostera ou Ostre - a Deusa Escandinava/Nórdica da Primavera. Muitos dizem que Ostara foi um nome adotado por Aidan Kelly (escritor de alguns livros da arte da bruxaria), o nome deu certo e passou a ser utilizado na Roda do Ano. Pouquíssimos sabem, mas a Páscoa (Easter em Inglês ; Ostern em Alemão) é mais uma celebração cristã que tem suas origens no Paganismo e a sua data é calculada através da Lua Cheia e do Equinócio de Outono (seguindo o calendário do H.Sul). A Cristandade adotou seus principais simbolismos - o Renascimento, o Ovo e o Coelho/Lebre - e muitos Cristãos celebram essa data sem nem ao menos saber os motivos e o que estão realmente comemorando. A data da Páscoa cristã é baseada de acordo com o hemisfério norte - o primeiro domingo depois da primeira Lua Cheia após o https://starwalk.space/Equinócio de Primavera no H.N. (entre os dias 20 e 24 de março). O ovo é considerado a Fonte da Vida em muitas culturas e civilizações antigas. Eles acreditavam que o Universo e várias Divindades nasceram de um ovo - o Ovo Cósmico. Além disso, o ovo é um símbolo de renovação, de renascimento e do surgimento de uma nova vida. Já o coelho (ou a lebre) é um animal sagrado às Divindades Lunares extremamente fértil e com uma gestação de aproximadamente 28 dias, muito similar ao Ciclo Lunar. Essa associação da Primavera e da Deusa Eostre com a lebre é muito antiga, sendo que a lebre e o coelho são animais que representam Fertilidade. Nas Festividades de Ostara é muito comum que ovos cozidos sejam pintados (de acordo com o desejo de cada um) e colocados sobre o Altar, que deverá estar decorado, juntamente com a Guirlanda, com flores da estação.

GUIRLANDA DE FLORES

FLORES, PUREZA E CRESCIMENTO

O uso de guirlandas de flores usadas na cabeça é muito antigo. Na forma de coroas, as guirlandas com folhas, frutos, flores, ervas, etc. adquirem um simbolismo místico solene de honraria e destaque que poderia ser comparado a uma Divindade e a um herói. Especialmente as guirlandas com flores eram usadas em festejos como adornos onde de pessoas e até estátuas poderiam ser enfeitadas na Grécia e Roma. Interessante notar que os governantes etruscos também usavam guirlandas com Flores. O Havaí e a Polinésia são bastante famosos pelos adornos de flores que podem ter diversos significados: afeição, amizade, cumprimento, despedida, boas-vindas. No Havaí, particularmente, tem 8 métodos (destaque para o número diferentes de se confeccionar uma coroa - são conhecidas como "lei" e cada método leva o nome de uma Divindade diferente.

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Outra coisa interessante, é que você precisa receber de alguém. Ao receber uma lei, recebe-se também um beijo no rosto. Como um presente cerimonioso, você não pode descartar uma lei de qualquer forma, e existe um protocolo para isso. Para os Egípcios, a Flor de Lótus e o Lírio d’água simbolizam o nascer para o divino, o crescimento espiritual e a pureza. São flores associadas à Ísis e a Rá. Por curiosidade, a Flor de Lótus fecha suas pétalas à noite e submerge na água, e quando amanhece, a Lótus emerge e abre novamente suas pétalas. É bastante comum o uso destas flores em procissões na forma de colares ou guirlandas na cabeça. Malvas, Papoulas e Açafrões (símbolo de fertilidade) na forma de guirlandas também eram usadas para ajudar o nascimento para uma nova vida (ou de um renascimento) em cortejos fúnebres e em mortuários.

Aqui um ponto importante, a flor é um estágio da planta de transição/passagem para o fruto. Desta forma as flores também foram vistas como um símbolo de renascimento e de passagem para um novo estágio da vida, casamento e fertilidade. Guirlandas com flores fazem parte da vestimenta tradicional do folclore Ucraniano e está presente em muitos festivais e datas comemorativas. As moças solteiras que querem se casar, usam coroas de flores chamadas ‘vinok’ para atrair boa sorte. Na cerimônia de casamento, depois de concluídos os votos, colocam uma coroa de Pervinca e Mirto na cabeça do casal. Para os Gregos, o Mirto simboliza o sagrado e o inviolável, é e digno de muito respeito. Por isso, ele era usado em assembleias públicas para dar poder de fala a um cidadão e para que os demais lhe ouvissem com respeito e atenção. A coroa de Mirto também fazia presente dos casamentos conferindo sacralidade e solenidade ao ato. O Mirto também era associado à figura feminina, sendo relacionado às musas e também à Demeter, Atena e Afrodite. Em Roma ele era associado à littleastronomy.com/Vênus. As noivas Chinesas, e depois as Europeias, usavam guirlandas com flores de laranjeira como um símbolo de pureza, castidade, inocência e fertilidade. Como a laranjeira curiosamente produz flores e frutos ao mesmo tempo, isso simbolizaria um transbordamento destes atributos na moça. A expressão “Apanhar flores de laranjeira” , significa que o homem está em busca de uma noiva. O uso de guirlandas com flores é um costume Europeu muito antigo nos festejos e cerimônias. Talvez o uso mais famoso seja no May Eve, no mastro do MayPole. Mas por causa da inquisição, o confisco de guirlandas e da negativa a https://starwalk.space/qualquer coisa que tivesse raiz pagã, o uso de guirlandas com flores foi caindo em desuso. Depois do Período Renascentista com o massivo uso de flores para representar pureza, amor, humildade e sabedoria, a coroa com flores foi colocada na cabeça de Santos Católicos - como Santa Cecília e Santa Luzia. A coroação de Charles II, na Inglaterra, foi marcada por uma procissão de 400 moças vestindo branco e verde, carregando coroas douradas, coroas com flores e guirlandas feitas de louro misturado com tulipas. A procissão foi liderada pela esposa do líder local. Mas foi somente depois que a Rainha Vitória se casou usando uma coroa com flores de laranjeira, que o costume ressurgiu.

A s f l o r e s p o r s i s ó p o s s u e m s i g n i f i c a d o d e p u r e z a , a m o r , h u m i l d a d e , d e l i c a d e z a , f e r t i l i d a d e , f e m i n i l i d a d e , r e n o v a ç ã o e n a s c i m e n t o ( o u r e n a s c i m e n t o ) . A r r u m a d a s e d i s p o s t a s e m f o r m a c i r c u l a r , a g u i r l a n d a g a n h a s i g n i f i c a d o d e c o n t i n u i d a d e e e t e r n i d a d e , p o i s o c í r c u l o n ã o t e m i n í c i o n e m f i m - e l e s i m b o l i z a o i n f i n i t o , a t o t a l i d a d e , a p e r f e i ç ã o , o v e n t r e , u m p o r t a l . A c o l o c a ç ã o d a g u i r l a n d a n a c a b e ç a a t o r n a u m a c o r o a q u e p o r s e r c o l o c a d a n a “ c ú s p i d e " d o m i c r o c o s m o h u m a n o , o p o n t o d o c o r p o h u m a n o q u e c o r r e s p o n d e s i m b o l i c a m e n t e a o c é u , l u g a r d o s v i r t u o s o s ( u m a l e m b r a n ç a p a r a o s v í c i o s e v i r t u d e s c i t a d o s n a ‘ D i v i n a C o m é d i a ’ d e D a n t e A l i g h i e r i ) e t u d o q u e e s t á a c i m a , a l é m d a e x i s t ê n c i a h u m a n a , a l g o q u e t r a n s c e n d a e v á a l é m . D e s t a f o r m a , a g u i r l a n d a c o m o c o r o a s i m b o l i z a a s v i r t u d e s m a i s e l e v a d a s q u e e x i s t e m n o H o m e m . S e u u s u á r i o e p o r t a d o r s ó p o d e s e r t r a t a d o e r e s p e i t a d o c o m o u m s e r v i r t u o s o d i g n o d e h o n r a r i a s . A s g u i r l a n d a s d e f l o r e s e m O s t a r a s e r v e m p a r a n o s l e m b r a r q u e a N a t u r e z a e s t á p u l s a n t e , f é r t i l , r e p l e t a d e V i d a e p r o n t a p a r a d a r i n í c i o a o d e s e n v o l v i m e n t o d o s f r u t o s - c o m o s e a N a t u r e z a f o s s e u m a j o v e m m u l h e r , f é r t i l e s a u d á v e l , p r o n t a p a r a a f e c u n d i d a d e .

PRIMAVERA

TEMPORADA DE FLORES

A origem do nome “Primavera” está no latim "Veris" que quer dizer “bom tempo” , de onde também se originou a palavra “Verão” . Então, o início do bom tempo começa logo que o Inverno termina - período que corresponde a Imbolc, como vimos bem recentemente. Não é coincidência que o nome dessa estação venha de "primo vere" , que quer dizer “primeiro Verão” . Os dias tristes e mais escuros do Inverno vão ficando para trás e a Primavera, um dos espetáculos mais bonitos do planeta, já começa a dar seus sinais. Desde os tempos mais remotos, os povos antigos, como Gregos, Egípcios, Sumérios, Babilônios e Celtas, agradeciam à Mãe-Terra, como chamavam a Natureza, tudo o que ela lhes dava: de alimentos a cura pelas plantas, e agradeciam promovendo grandes festivais. Nas festividades da Primavera comemorava-se a fertilidade, a “explosão” da vida, quando todos os seres, homens, plantas e animais, acordavam do repouso do Inverno para uma nova fase, quando o mundo se enfeitava e se torna mais belo e fértil. Além das plantas se reproduzirem, a Primavera também é um momento de fertilidade - cio e acasalamento.

organicindiausa.com

hummingbird (national bird)

A maioria dos animais acasala neste período, devido ao clima e à abundância de alimentos (claro, já que as árvores estão cheias de flores e frutos). Com isso, as fêmeas dispõem de mais alimentos para o período de gestação. É por isso que os pássaros cantam mais (para atrair as fêmeas), as escamas dos peixes ficam com cores mais chamativas e muitas outras estratégias surgem para que os animais conquistem seus pares. Didaticamente, como é ensinado nas escolas, a data de início da Primavera aqui no Hemisfério Sul, foi estabelecida no dia 23 de Setembro, porém, como um evento astronômico, nem sempre o Equinócio cai no dia 23 de setembro, mas esta é uma data aproximada para se padronizar a mudança de estação. Lembrando sempre que o Equinócio de Primavera (ou Vernal) marca o auge (o ápice, o meio) da Estação e não o seu início. A Primavera é conhecida como a estação das flores - é o Renascimento da Natureza e o ressurgimento da Vida. Por todo o mundo se comemora a estação com muitas celebrações e espírito de renovação, exaltando a fertilidade e a força da vida.

A Festa da Primavera da China, por exemplo, tem mais de 4 mil anos e até hoje os chineses comemoram a entrada da mais bela estação do ano com muita alegria. Como o calendário deles é diferente do nosso, o festival chinês começa no dia 23 de dezembro e termina no dia 15 de janeiro do calendário lunar chinês. Nesse período, eles também comemoram o primeiro dia do Ano Novo Lunar com muitos fogos de artifícios. O Ano Novo chinês simboliza renovação, despedida das coisas velhas e acolhimento das novas. Também faz parte da tradição que se deixe de lado desavenças com pessoas próximas. No Japão, celebra-se o Hanami, a festa do florescimento das cerejeiras. Pessoas se reúnem ao longo do país para procurar e contemplar cerejeiras que estejam florescendo. As pessoas fazem uma grande festa quando as cerejeiras começam a florir. Em algumas regiões do país, os japoneses, encantados com a beleza das árvores, aproveitam para dar as boas-vindas à estação, fazendo festivais e piqueniques nos parques, nos quais vão toda a família. No Irã e em vários outros países da Ásia Central, no primeiro dia da Primavera se comemora o Ano Novo Persa. O Nowruz, tradução literal de Novo Dia, celebra o dia em que Jamshid, maior Rei da Pérsia, assumiu o poder. No México é tradição visitar a Pirâmide do Sol de Teotihuacán no dia do Equinócio de Primavera. Muitas pessoas escalam esta pirâmide, pois existe a crença que no topo dela se abrem portais de energia neste dia sagrado. A Temperança no Tarô Mitológico (1988) No hemisfério Norte, a Primavera é celebrada no primeiro semestre do ano, mais precisamente entre março e abril. A festa Cristã da Páscoa tem origem nos antigos festivais que comemoravam a entrada desta estação e está diretamente ligada ao Equinócio de Primavera.

A Temperança no Tarô Mitológico (1988)

Ela é celebrada no primeiro Domingo depois da primeira lua cheia, após o equinócio de primavera. Se formos analisar, o significado da Páscoa tem muito a ver com essa estação: Renascimento da vida. Assim como os animais retomam suas vidas normais com o fim do Inverno, Jesus renasce durante a Páscoa. Mas é importante perceber que a origem da Páscoa não pode ser vista pelo nome em Inglês, mas no original hebraico, Pessach, que significa salto, pulo, passagem. A Páscoa Judaica também é realizada nessa época, sempre na primeira lua cheia após o Equinócio de Primavera (tomando-se como referência o hemisfério norte). A data celebra a libertação dos Judeus da escravidão no Egito. Mais uma vez, a Primavera aparecendo como símbolo de esperança de novos tempos. Portanto é importante saber essa diferença, entre os cultos pagãos, judaicos e católicos. Para os Judeus, ela representa a travessia pelo mar Vermelho, quando o povo liderado por Moisés passou da escravidão do Egito para a liberdade na Terra Prometida. Para os Cristãos, ela tem um sentido mais metafísico. Representa a passagem de Cristo pela morte e sua Ressurreição. Posteriormente, a Igreja Católica substituiu as festividades pagãs de Ostara pela Páscoa, não sem antes absorver muitos de seus costumes, inclusive, os ovos e o coelho da Páscoa. Podemos perceber isso pelo próprio nome da Páscoa em inglês, Easter, muito semelhante à Eostre. Antigos povos pagãos da Europa, como os Germânicos, por exemplo, homenageavam Ostera, Eostre ou Ostara, “a Deusa da Aurora” . É uma Deusa Anglo-Saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do Renascimento. Essa Divindade aparecia com um ovo em suas mãos, simbolizando a chegada de uma nova vida, e a lebre como símbolo da fertilidade e reprodução.

Nessa época, os festivais primaveris eram decorados com ovos coloridos. No final, estes ovos geralmente eram lançados ao fogo ou enterrados. Em certas partes do mundo era tradição pintar os ovos de amarelo ou dourado por serem consideradas cores solares sagradas.

Nesse dia, os antigos pagãos da Europa acendiam fogueiras nos cumes de montanhas, porque acreditavam que o brilho do fogo seria capaz de tornar a terra frutífera e manter suas casas em segurança. O fogo aceso também simbolizava a iluminação dos caminhos para que o Sol pudesse abençoar a Terra.

Em Ostara teremos o Equinócio de Primavera, como já foi mencionado anteriormente, e a palavra Equinócio vem do latim aequus (igual) e nox (noite), que significa “noites iguais” . Nesta ocasião, o dia e a noite tem, praticamente, 12 horas de duração. Esse é um momento do equilíbrio perfeito entre as energias do sol e lua, do dia e da noite, das luzes e das trevas, do masculino e e do feminino, do yin e do yang.

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