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Por que Javier é nomeado?

Nomeado Herói dos Direitos da Criança • Páginas 52–71

Javier Stauring

Javier Stauring é nomeado ao Prêmio das Crianças do Mundo 2015 por seus mais de 20 anos luta por crianças encarceradas e suas famílias, e pelas vítimas de crimes e seus familiares.

 TEXTO: CARMILL A FLOYD FOTOS: JOSEPH RODRIGUEZ

Javier deseja criar a justiça através de reconciliação e diálogo, em vez de punição e vingança. Javier faz de tudo, desde visitar crianças em prisões, apoiar vítimas e persuadir políticos e outros poderosos para que tornem o sistema legal mais amigável para crianças. Javier ajudou a mudar leis e regras que ajudam tanto crianças encarceradas quanto vítimas. Ele ajuda líderes de todas as religiões, de cristãos a muçulmanos e budistas, a trabalhar pelos direitos da criança juntos uns com os outros e com as próprias crianças. O trabalho de Javier contribuiu para todo tipo de coisa, desde dar a avós o direito de visitar seus netos presos, a leis novas e mais amigáveis para crianças, que oferecem a crianças condenadas à prisão perpétua a chance de um dia serem livres. Nós alteramos os nomes de várias pessoas nos textos sobre Javier.

Javier Stauring ficou chocado na primeira vez que visitou a ala infantil de uma prisão em Los Angeles. Havia jovens de 14 anos isolados quase o dia todo em celas escuras, por períodos de vários meses. Javier protestou, mas foi somente quando duas das crianças tentaram tirar a própria vida que ele conseguiu uma reação.

T

udo começou quando políticos da Califórnia decidiram que crianças suspeitas de crimes graves, como assalto à mão armada ou tentativa de homicídio, haviam perdido o direito de serem tratadas como crianças. Em vez disso, elas seriam enviadas a um tribunal para adultos e condenadas a punições tão duras quanto um adulto. Os políticos aprovaram leis que possibilitaram que mais crianças fossem condenadas à prisão perpétua, embora

tivessem apenas 14 anos. Muitos adultos diziam o seguinte: “Se as crianças têm idade suficiente para cometer o crime, então também têm idade suficiente para receber seu castigo”. Javier concordava que crianças que cometeram crimes graves deveriam ficar sob custódia até que não fossem mais uma ameaça aos outros ou a si próprias. Mas ele também estava certo de que as crianças podiam mudar se recebessem ajuda. Por muitos anos, ele havia trabalhado como diáco-

no da prisão, uma espécie de conselheiro. Javier dizia às crianças presas para assumirem a responsabilidade pelo que fizeram e escolherem uma vida sem violência e crime. Quase todas que ele conheceu haviam sido submetidas a abuso e violência durante toda a infância. Elas precisavam de apoio, não de punição, dizia Javier. Mas os políticos pensavam o contrário. Eles diziam: “prendamos e joguemos as chaves fora”, e justificavam que seus eleitores tinham medo das crianças violentas. Jornais e televisão haviam percebido há muito tempo que tinham mais leitores e telespectadores com reportagens sobre crianças e crimes horríveis. As pessoas achavam emocionante, mas também assustador. A sensação de segurança aumentou

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