9 minute read

Artigo

O sabor do café brasileiro conquista o mundo!

O café brasileiro é representado pelos segmentos da produção, indústria e exportação, tendo-se como alicerce a pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. Sem dúvida, o café motivo de orgulho nacional, tanto no mercado interno quanto no mundial.

Advertisement

A eficiência e organização de toda a cadeia produtiva permitiram que o café brasileiro seja exportado para cerca de 130 países do mundo, com uma participação global de cerca de 40%, conforme se pode observar a evolução das exportações brasileiras de café, entre os anos de 1970 e 2019 na Figura 1.

Em 1952, por meio da Lei nº 1.779, foi criado o Instituto Brasileiro do Café (IBC) com vistas a apoiar o mercado de café. O IBC tinha por objetivo definir a política para o setor, bem como controlar e coordenar sua estratégia, desde a produção até a comercialização interna e externa. Boa parte do tempo em que o IBC existiu, vigorou as cláusulas econômicas do Acordo Internacional do Café no âmbito da Organização Internacional do Café. Este acordo foi aprovado em 1962 e, a partir de 1989, foram suspensas as cláusulas econô-

micas do acordo. Já no ano seguinte, foi iniciado o processo de extinção do IBC. Dessa forma, com base na livre iniciativa, o Brasil saltou de 17 milhões de sacas exportadas em 1990 para 40,7 milhões de sacas em 2019, um crescimento de 140%. Em 2020, o país apresentará novo recorde, podendo ultrapassar 43 milhões de sacas de café exportadas.

E todo esse crescimento foi alicerçado na sustentabilidade, eficiência e tecnologia. Vale destacar que hoje a área cultivada é 51% menor em comparação a 1960, considerando-se o atual parque cafeeiro de 2,2 milhões de hectares. Nesse período, a produtividade média dos cafezais brasileiros saltou de 6,4 sacas por hectare para 33 sacas na safra 2020/21, um incremento superior a 415%. Para se ter a exata magnitude da eficiência no uso Somado a isso, de acordo com dos recursos naturais na cafei- os dados preliminares do Censo cultura brasileira, se mantidas as Agropecuário de 2017, apresenbases tecnológicas dos anos 60, tados recentemente pelo IBGE seriam necessários cerca de 10 (Instituto Brasileiro de Geografia milhões de hectares para a atual e Estatística), ser um cafeicultor Histórico das Exportações Brasileiras de Caféprodução brasileira de café. brasileiro é também um bom

Fonte: IBC/FEBEC/CECAFÉ

Média/Average 10/19

bags sacas/Million de Milhões Média/Average 70/79 Média/Average 80/89 Média/Average 90/99 Média/Average 00/09

Figura 1 – Exportações brasileiras de café no período entre 1970 e 2019 Figure 1: Brazilian coffee exports from 1970 to 2019 Fonte: Cecafé, 2020 | Source: Cecafé, 2020

The taste of Brazilian coffee conquers the world!

Brazilian coffee is represented by the segments of production, industry and export, based on research, development and technological innovation. Without a doubt, coffee is a source of national pride, both in the domestic and global market.

The efficiency and organization of the entire production chain allowed Brazilian coffee to be exported to about 130 countries worldwide, with a global participation of about 40%, as can be seen the evolution of Brazilian coffee exports between 1970 and 2019 in Figure 1.

In 1952, through Law No. 1,779, the Brazilian Coffee Institute (IBC) was created to support the coffee market. The IBC aimed to define the policy for the sector, as well as to control and coordinate its strategy, from production to internal and foreign trade. Much of the time the IBC existed, the economic clauses of the International Coffee Agreement within the Framework of the International Coffee Organization were in force.

This agreement was approved in 1962 and, from 1989, the economic clauses of the agreement were suspended. Already the following year, the process of extinction of the IBC was initiated. Thus, based on free initiative, Brazil jumped from 17 million bags exported in 1990 to 40.7 million bags in 2019, an increase of 140%. In 2020, the country will present a new record, which could exceed 43 million bags of coffee exported.

And all this growth has been grounded in sustainability, efficiency, and technology. Vale highlight that today the cultivated area is 51% smaller compared to 1960, considering the current coffee park of 2.2 million hectares. During this period, the average productivity of Brazilian coffee companies jumped from 6.4 bags per hectare to 33 bags in the 20-20/21 crop, an increase of more than 415%. In order to have the exact magnitude of the efficiency in the use of natural resources in Brazilian coffee, if it is the technological bases of the 1960s, it would take about 10 million hectares for the current Brazilian coffee production. Added to this, according to preliminary data from the 2017 Agricultural Census, recently presented by

negócio. A cafeicultura é predominantemente familiar, sendo que no total de 264,9 mil produtores, 33% deles estão abaixo de 5 hectares produtivas e 72%, abaixo de 20 hectares.

Além disso, o Brasil é o país que repassa o maior preço FOB – Free on Board (valor negociado para a saca de café embarcada) aos cafeicultores. De acordo com a metodologia do IPEP (Índice de Preços Externos Pagos ao Produtor), o Brasil repassa aproximadamente 81,4% dos preços. Esse nível mostra eficiência logística e transparência na cadeia produtiva do café.

Dados da Embrapa Territorial – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – mostram que a área total destinada à preservação, manutenção e proteção da vegetação nativa no Brasil ocupa 66,3% do território nacio22%, e na Bahia, 45% das áreas dedicadas à preservação.

O Brasil possui ainda grande desafio. O consumo da bebida tem crescido cerca de 2% nas últimas décadas. Mesmo com os impactos da pandemia da Covid19, o consumo se mostrou inelástico, com provável manutenção ou pequena retração em 2020, em relação ao ano anterior. Há ainda a evolução do consumo nos novos mercados que estão despontando na Ásia, como a China e a Índia, entre outros, uma vez que o sabor do café brasileiro vem conquistando cada vez mais o paladar da população desses países.

Diante de tais projeções é certo que o país fortalecerá a produção, qualidade e sustentabilidade, ampliando os volumes produzidos para atender a demanda nos próxima década que se inicia em 2021.

Para encarar esses desafios, o Brasil possui praticamente tudo que é necessário: eficiência de produção, terras aptas ao cultivo, pesquisa e tecnologia avançada, transparência e ras-

nal. Toda a produção nacional ocorre em 7,6% do país. Quanto ao agronegócio café, as principais regiões produtoras situam-se em estados onde as propriedades rurais possuem, em média, uma porcentagem da área dedicada à preservação da vegetação nativa acima do mínimo estabelecido pelo Código Florestal. Em Minas Gerais, o valor é de 34%; no Espírito Santo, 33%; São Paulo,

FOTOS: DEPOSITPHOTOS

treabilidade a em toda a cadeia produtiva e a competência do segmento de exportação.

Diante do contexto, o CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, como representante do setor exportador de café brasileiro, reconhece e investe em ações voltadas à sustentabilidade, que engloba os aspectos sociais, ambientais e econômicos de toda a cadeia produtiva.

O CECAFÉ tem atuado para fortalecer as ações nas regiões cafeeiras, com base nos Programas Criança do Café na Escola, Produtor Informado e Café Seguro, com importantes resultados que fortalecem a sustentabilidade de todos os seguimentos da cadeia produtiva.

Em 2016 foi elaborado o Código de Ética e Conduta do setor Exportador, assumido pelos associados do CECAFÉ, que busca ampliar para toda a cadeia de fornecimento os preceitos da ética e compromisso com as normas legais vigentes no país. O CECAFÉ também criou o Selo de Sustentabilidade, que está sendo utilizado pelos associados, seguindo os princípios estabelecidos no Código.

* Marcos Matos Diretor Geral do CECAFÉ CECAFÉ’s Managing Director

IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics), being a Brazilian coffee grower is also a good business. Coffee is predominantly a family business, with a total of 264,900 producers, 33% of them are below 5 productive hectares and 72% below 20 hectares.

In addition, Brazil is the country that passes on the highest FOB – Free on Board price (negotiated value for the bag of coffee) to coffee growers. According to the IPEP (Index of External Prices Paid to The Producer), Brazil passes on approximately 81.4% of the prices. This level shows logistics efficiency and transparency in the coffee production chain.

Data from Embrapa Territorial – Brazilian Agricultural Research Company – show that the total area destined for the preservation, maintenance, and protection of native vegetation in Brazil occupies 66.3% of the national territory. All national production occurs in 7.6% of the country. As for agribusiness coffee, the main producing regions are in states where rural properties have, on average, a percentage of the area dedicated to the preservation of native vegetation above the minimum established by the Forest Code. In Minas Gerais, the value is 34%; in Espírito Santo, 33%; São Paulo, 22%, and in Bahia, 45% of the areas dedicated to preservation.

Brazil still has a great challenge. Drinking coffee has grown by about 2% in recent decades. Even with the impacts of the Covid pandemic19, consumption was inelastic, with probable maintenance or small retraction in 2020, compared to the previous year. There is also the evolution of consumption in the new markets that are emerging in Asia, such as China and India, among others since the taste of Brazilian coffee is increasingly conquering the taste of the population of these countries.

Given these projections, it is certain that the country will strengthen production, quality and sustainability, expanding the volumes produced to meet demand in the next decade that begins in 2021.

To face these challenges, Brazil has virtually everything that is needed: production efficiency, land suitable for cultivation, research and advanced technology, transparency and traceability throughout the production chain and the competence of the export segment.

Given the context, CECAFÉ – Council of Coffee Exporters of Brazil, as a representative of the Brazilian coffee exporting sector, recognizes and invests in actions focused on sustainability, which encompasses the social, environmental, and economic aspects of the entire production chain.

CECAFÉ has been working to strengthen actions in coffee regions, based on the Programs Child Coffee in School, Informed Producer and Safe Coffee, with important results that strengthen the sustainability of all segments of the production chain.

In 2016, the Code of Ethics and Conduct of the Exporting sector was elaborated, assumed by cecafé members, which seeks to expand the precepts of ethics and commitment to the legal norms in force in the country for the entire supply chain. CECAFÉ also created the Sustainability Seal, which is being used by members, following the principles established in the Code.