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As datas marcadas das unidades do tempo

Se há alguém que tem data marcada para morrer e para nascer, são as unidades do tempo com todas as suas vicissitudes que delas advêm. Cada ano que começa em janeiro, sabe que em dezembro morre. Apenas deixa na memória o que de bom ou mau durante os seus 365/6 dias fizeram acontecer, mesmo que nada estivesse marcado. Quando o recebemos em janeiro, cantamos, dançamos, damos foguetes, comemos e bebemos, esquecemos sofrimentos e mortes e desejamos que seja um ano bom. Depois, no final, quase sempre dizemos, que não deixou pena nenhuma. Mas nem sempre é assim, o seu percurso deixa-nos sempre coisas boas e menos boas. Neste texto que preparei para o nosso mensário “Viver a Nossa Terra”, partilho com os leitores, parte dos últimos acontecimentos que marcaram a saída e entrada de ano.

Depois de uma longa espera, em território caraterizado por “seca severa”, com os leitos dos rios sem o precioso líquido da vida e as reservas de água nos limites, a possibilitar uma visão dos fundos comovedores de barragens, albufeiras e açudes, mostrando os sítios históricos de gerações que deram terras e vidas para que o progresso passasse por cima de aldeias com nome. O tempo foi passando e chegaram os últimos meses do ano, quase sem água e já com restrições, parecendo que a crença na água que bebemos e nos lavamos todos os dias parecia algo já em vias de extinção. Entretanto, surgiram os primeiros pingos, que inicialmente ainda permitiam passar entre eles sem guarda chuva. Mas os dias foram passando, os pingos engrossaram, os guarda-chuvas tiveram que sair dos bengaleiros, as capas e chapéus de chuva também saíram dos sítios onde estavam guardadas. Inicialmente era água que ao cair em cima do pó, de imediato era absorvia, emitindo para a atmosfera um vapor, com cheiro a terra quente. Mas os pingos aumentaram e a primeira camada do pó da terra, acabou por ceder ao peso da chuva, deixando a água penetrar, para que os riachos recomeçassem o seu trabalho de a conduzir aos sítios

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