Contas certas, verdades incómodas

Desde o seu início, o Movimento Juntos por Ribeirão sempre se propôs a representar uma força mobilizadora de Ribeirenses que sentem a Vila e a política de uma forma diferente. Em setembro de 2021, apresentamo-nos a eleições sobretudo contra forças que representavam a tradicional forma de fazer política, que todos associam aos favores, às influências e ao clientelismo. A expressão do resultado eleitoral deu-nos a responsabilidade de poder contribuir para que Ribeirão iniciasse um novo rumo, numa nova e melhor direção. O foco da nossa intervenção sempre esteve e estará no zelo pelos interesses da Vila, responsabilizando sempre os decisores e apelando a que a transparência fosse a imagem de marca.

Esta forma de estar esteve bem evidente ao longo dos últimos meses, mais particularmente na reunião da Assembleia de Freguesia de 29 de dezembro de 2022. Consideramos que os Ribeirenses não nos perdoariam se não responsabilizássemos um Presidente da Junta que nos apresenta um documento vital para o funcionamento da freguesia, como é um Plano de Atividades, Orçamento e Mapa de Pessoal, com er- ros grosseiros. De acordo com o Presidente da Junta, estando representados no Executivo, o Juntos por Ribeirão tem de deixar de ter voz. A nossa visão é completamente oposta. Se estamos representados no Executivo, temos ainda mais obrigação de estar atentos e exigir que tudo seja bem feito. Como se explica um investimento num elevador que, em abril, se previa de 10000€, em setembro passou a 27500€ e em dezembro, por erro ou não, duplicou e se estimava custar 55000€? Um ele - vador já construído apenas pela palavra e vontade de um Presidente da Junta, mas sem um projeto apresentado que garanta uma estrutura que respeite as normas de construção e licenciamento. Pode parecer óbvio para o Presidente da junta, mas não é óbvio para nós nem para uma grande parte dos Ribeirenses. Acreditamos e defendemos que a gestão dos dinheiros públicos merece todo o respeito. E acreditando que tudo não passou de um mal-entendido na questão dos valores, porque não se corrigiu um do - cumento desta importância quando os seus autores foram avisados atempadamente para o fazer? Deixamos outra questão aos Ribeirenses: De que lado esteve a má-fé quando se pede a votação do Plano de Atividades, Orçamento e Mapa de Pessoal noutro dia, dando possibilidade de se corrigir e contar com o nosso voto favorável? No passado dia 2 de janeiro, nós e todos os ribeirenses fomos surpreendidos pela renúncia de mandato e demissão do Presidente da Junta, bem como do restante Execu- tivo e bancada da Coligação Mais Ação. Mais Famalicão (PSD/CDS-PP). Já conhecíamos o desconforto do Presidente da Junta desde o dia seguinte às eleições, pois foram 20 anos de poder autárquico sem oposição, mas, perante esta situação, o nosso sentimento foi de total incompreensão. Importa clarificar que o acordo para formação do Executivo, que só dizia respeito ao mesmo, e permitiu que aí estivéssemos representados, foi celebrado entre o PSD e o Juntos por Ribeirão, e foi quebrado pelo

Presidente da Junta no momento em que apresentou a sua renúncia.

Uma situação de dissolução da Assembleia é altamente penalizadora para uma Vila como a nossa. Compreendemos e partilhamos a ansiedade e apreensão dos Ribeirenses quando percebem que durante vários e longos meses se deixará a Vila em suspenso. Não entendemos esta forma de defender os interesses de Ribeirão, nem podemos compactuar com ela! Esperamos que os Ribeirenses não se deixem enganar!

O futuro dir-nos-á quais são os verdadeiros motivos para esta decisão. E não serão os Juntos por Ribeirão, com certeza!

Da nossa parte, independentemente do que o futuro nos possa trazer, só podemos prometer manter a postura e as ideias que nos trouxeram até aqui e nos garantiram a confiança de 1891 Ribeirenses que nos deram o seu voto.

Continuamos serenos, focados em ser solução e não o problema, disponíveis para esclarecer qualquer dúvida e empenhados em contribuir para o progresso da Vila de Ribeirão.

MoviMento Juntos poR RibeiRão