Catálogo do 29º Festival de Cinema de Vitória

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Ministério do Turismo, Secretaria da Cultura e EDP apresentam

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26ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas

12ª Mostra Competitiva Nacional de Longas

12ª Mostra Quatro Estações

11ª Mostra Foco Capixaba

11ª Mostra Corsária

9ª Mostra Outros Olhares

7ª Mostra Cinema e Negritude

7ª Mostra Mulheres no Cinema

6ª Mostra Nacional de Videoclipes

5ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental

4ª Mostra Do Outro Lado - Cinema Fantástico

22º Festivalzinho de Cinema de Vitória

Pré-evento - 5ª Mostra Cinema de Bordas

Índice
Nacional Homenagem Capixaba Formação Premiação Júri Agradecimentos Ficha Técnica Outros Projetos 09 | 18 | 24 | 30 | 36 | 42 | 50 | 56 | 62 | 72 | 76 | 82 | 88 | 92 | 94 | 96 | 100 | 102 | 108 | 109 | 110 |
Homenagem

Ao que parece, o momento pós-pandemia exige que reaprendamos a estar juntos. O saudosismo pelo encontro com a coletividade anda lado a lado com o temor às aglomerações em ambientes fechados. O cinema, enquanto arte que pressupõe uma audiência coletiva, é diretamente impactado por essas mudanças. É nesse contexto que chegamos à 29ª edição do Festival de Cinema de Vitória e retornamos com o nosso formato convencional, após a realização de duas edições online e uma edição especial de reencontro.

Além de apresentar-se como uma janela para a atual safra da produção cinematográfica brasileira no calendário cultural do Espírito Santo, o Festival de Cinema de Vitória busca contribuir, sobretudo, para a formação de plateia para o nosso cinema. Para as nossas sessões, temos buscado garantir a presença de um público diverso e heterogêneo de modo a popularizar a cultura cinéfila e a promover a aproximação dos filmes com um público não especializado.

Realizar, por quase três décadas, o Festival de Cinema de Vitória nos permitiu acompanhar as mudanças no comportamento do público e nas propostas estéticas presentes nos filmes. O que podemos dizer é que a sala de cinema continua a operar com eficácia a mágica de aproximar essas duas instâncias: uma sessão de cinema é sempre o tempo-espaço fecundo para o encontro entre os criadores e os espectadores.

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Em nossa 29ª edição, contamos com seis dias de programação. São 12 mostras competitivas, que exibirão mais de 80 filmes de curta e longa-metragem, além de um pré-evento com filmes fora de competição. O trabalho da Comissão de Seleção é proporcionar uma visada apurada sobre a pluralidade de gêneros do cinema brasileiro contemporâneo, de modo a reconhecer a diversidade e a criatividade de nossos realizadores e de nossas realizadoras.

Além dos filmes, nesta 29ª edição, vamos reverenciar o trabalho de duas importantes personalidades para a história cultural brasileira e capixaba. O Homenageado Capixaba é Sebastião Ribeiro Filho, o Tião Xará, figura com uma trajetória múltipla e gregária na cena cultural capixaba: cineclubista, produtor, realizador audiovisual, fotógrafo, compositor e ambientalista.

Bete Mendes é a Homenageada Nacional desta edição. Artista com mais de 50 anos de carreira e uma das personalidades mais importantes para as artes cênicas e para o audiovisual no Brasil. Figura emblemática na luta política e na defesa da democracia no nosso país.

Registramos também os nossos agradecimentos a todos que contribuíram para que o nosso evento fosse realizado: patrocinadores, apoiadores, produtores, apresentadores, as comissões de seleção e de júri, e a toda nossa equipe pela dedicação e competência, e especialmente aos realizadores e ao público, que confiam seus trabalhos e sua audiência a nós.

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Diretora do 29º Festival de Cinema de Vitória

O Festival de Cinema de Vitória é um marco na nossa agenda cultural e é responsável por inserir o Espírito Santo no circuito nacional de festivais de cinema. O Festival vem intensificando sua função enquanto aglutinador de outras iniciativas ao incorporar em sua programação outras linguagens artísticas. O ponto de partida, claro, é a linguagem audiovisual, mais especificamente o cinema brasileiro. Essa incubadora de novos projetos continua ampliando suas atividades e consegue envolver ações que também articulam áreas como a promoção social, o turismo e a educação.

Ao longo dessas quase três décadas, o Festival de Cinema de Vitória conseguiu manter-se atualizado em relação às transformações tecnológicas e de comportamento, pois buscamos nos manter em sintonia com melhorias assumidas pelo fazer audiovisual. O cinema é uma arte tecnológica e, por isso, agregadora e aberta às mudanças socioculturais e técnicas.

É claro que, para expandirmos os nossos horizontes de atuação, contamos com a confiança de nossos patrocinadores, a quem agradecemos por continuarem incentivando a manutenção de um dos maiores eventos da Cultura no estado. Além de gerar riqueza imaterial, esse investimento é responsável por impulsionar um movimento muito importante na economia local. O audiovisual movimenta uma cadeia produtiva complexa, ampla e diversificada, por isso investir no cinema é investir na geração de emprego e de renda, é investir numa indústria crescente e rentável.

É com muito orgulho e contentamento que realizamos o Festival de Cinema de Vitória e, anualmente, compartilhamos uma semana de programação cultural intensa e diversificada para prestigiar obras e talentos do cinema brasileiro juntamente com convidados de todo o Brasil e com a população capixaba.

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Larissa Delbone Produtora Executiva do 29º Festival de Cinema de Vitória

26ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas

Novos caminhos e conexões

O ofício da curadoria, ainda mais numa mostra com a amplitude desta, assemelha-se a uma grande edição da safra de cada ano: escolher, ordenar, colocar, retirar, reordenar são operações recorrentes nesse processo de recortar um universo composto por centenas de filmes, para dele extrair um panorama ao mesmo tempo amplo e conciso – sempre buscando apresentar experiências cada vez mais diversas e instigantes para os espectadores. Aproximar filmes tão distintos entre si e fazê-los vibrar dentro dessa “grande narrativa curatorial”, surgida do diálogo entre suas afinidades e diferenças, é uma tarefa que, a cada ano, se refaz sob ares renovados – mais do que pensar essa seleção como filmes que competem entre si, preferimos pensar como ricos olhares que se complementam.

A atual safra surge em meio a tantas dificuldades impostas ao cenário cultural brasileiro, que sobreviveu à pandemia e ao perverso esvaziamento de suas políticas públicas de fomento e difusão. Ela inclui títulos de enorme sucesso nacional e internacional, como Sideral e Fantasma Neon – fábulas distópicas (mas que também possuem sua dose de utopia) que exploram as ranhuras e abismos do Brasil atual, ao mesmo tempo tão marcado pela precarização do trabalho e pelo desejo de se trilhar novos caminhos/desvios. Outros retratos do Brasil contemporâneo concentram-se no imaginário da infância, que ora resgata, ora estilhaça o nostálgico diante do choque inevitável com a realidade, como em Infantaria e Hospital de Brinquedos.

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Lua de Sangue e Madrugada trazem o suspense hibridizado a campos já firmados, como o found-footage e o cinema do real, porém sempre oferecendo precisas torções narrativas, bastante inovadoras. Já Andrômeda embarca num universo íntimo e sensório próprio para explorar nuances das relações afetivas. A aposta pela sinestesia também dá a tônica em O Dendê do Mestre Didi , conferindo uma enorme força ao diálogo entre voz e imagens.

O intenso mapa de afetos e emoções no rosto da atriz francesa Anna Karina é ressignificado em Sem Título #8: Vai Sobreviver , num insólito e poderoso encontro entre Jean-Luc Godard e Gloria Gaynor. Já Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Até Aqui hackeia implacavelmente a ordem patriarcal numa celebração lésbica e não binária à vida e ao desejo, à intensidade do presente e à luta transbordante de toda uma ancestralidade sapatão.

O estar-no-mundo das pessoas negras brasileiras também é uma questão complexa e recorrente no cinema brasileiro contemporâneo, principalmente no que diz respeito à feminilidade. Destacamos aqui o rico jogo com a memória em Manhã de Domingo, as relações de afeto e vínculo familiar em Calunga Maior, as heranças identitárias de Transviar e o convívio com diversas violências cotidianas em Como Respirar Fora D’água.

E o cinema também se faz encantamento, reconhecendo-se como potente encruzilhada, dentro da tradição espiritual afro-brasileira que rege filmes como Solmatalua e Orixás Center. Neles, a complexidade dos saberes de matriz africana exige o traçado de novos caminhos: daí a busca por novas linguagens, novas sensações, novas conexões entre sons, imagens e espectadores –algo tão vital e imprescindível para o próprio cinema brasileiro.

Erly Vieira Jr, Flavia Candida e Waldir Segundo Curadores

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O DENDÊ DO MESTRE DIDI

Beth Formaggini

DOC, Cor, MOV H264, 5’, RJ, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Valéria Burke

Roteiro, Fotografia e Som: Beth Formaggini

Montagem: Sueli Nascimento

Direção de Arte: Rogerio Costa (Designer gráfico)

Edição de Som: Sueli Nascimento

Filmografia: Sopro (série) (2020); Pastor Cláudio (2019); Xingu Cariri Caruaru Carioca (2017); Uma Família Ilustre (2015); Angeli 24 Horas (2010); Cidades Invisíveis (2009); Apartamento 608 (2009); Memória para Uso Diário (2007); Nós Somos um Poema (2007); Nobreza Popular (2003); Walter.doc (2002)

Sinopse: Meu parente dendê tem muitas histórias.

MANHÃ DE DOMINGO

Bruno Ribeiro

FIC, Cor, MP4 H264, 25’, RJ, 2022

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Julia Monnerat e Laís Diel

Produção Executiva: Laís Diel

Roteiro: Bruno Ribeiro e Tuanny Medeiros

Fotografia: Wilssa Esser

Montagem: Vinícius Silva

Direção de Arte: Diogo Hayashi

Som: Gustavo Andrade

Edição de Som: Bernardo Uzeda

Elenco: Raquel Paixão, Leonardo Castro, Silvana Stein, André Pacheco, Indira Nascimento, Valéria Lima, Ítalo

Pereira e Layza Griot

Filmografia: Gargaú (2021); BR3 (2018); Pele Suja Minha Carne (2016)

Sinopse: Gabriela é uma jovem pianista que irá se apresentar em seu primeiro grande recital. No entanto, um sonho com sua falecida mãe desestabiliza a mente e o coração de Gabriela, colocando em risco a sua apresentação. A partir de uma série de encontros ao longo de um dia, Gabriela irá se jogar em uma jornada de reconciliação com suas memórias e sua mãe.

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SIDERAL

Carlos Segundo

FIC, Cor/Preto e Branco, MOV H264, 15’, RN, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Mariana Hardi e Pedro Fiuza

Produção Executiva: Mariana Hardi

Roteiro: Carlos Segundo

Fotografia: Carlos Segundo e Julio Schwantz

Trilha Sonora Original: Jérôme Rossi

Montagem: Carlos Segundo e Jérôme Bréau

Direção de Arte: Ana Paola Ottoni

Som: Miguel Sampaio

Edição de Som: Antoine Bertucci

Elenco: Priscilla Vilela, Enio Cavalcante, Fernanda Cunha, Matheus Brito, George Holanda, Matteus Cardoso e Robson Medeiros

Filmografia: De Vez em Quando Eu Ardo (2020); Fendas (2019); Subcutâneo (2018); Balança Brasil (2017); Ainda

Sangro por Dentro (2016); Dorsal (2015)

Sinopse: No dia do lançamento do primeiro foguete tripulado brasileiro, um acontecimento irá mudar a vida de Marcela e sua família.

INFANTARIA

Laís Santos Araújo

FIC, Cor, MP4 H264, 23’, AL, 2022

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Pedro Krull

Produção Executiva: Pedro Krull e Laís Santos Araújo

Roteiro e Montagem: Laís Santos Araújo

Fotografia: Wilssa Esser

Direção de Arte: Lyara Cavalcanti

Som: Leo Bulhões

Edição de Som: Leo Bulhões e Pedro Macedo

Elenco: Ane Oliva, Karolayne Raíssa, Ana Luiza Ferreira e Francisco Nunes

Filmografia: Como Ficamos da Mesma Altura (2020); Cidade Líquida (2015)

Sinopse: Joana quer virar mocinha. Dudu quer o pai. Verbena, que chegou sem ser convidada, esconde o que quer.

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ANDRÔMEDA

Lucas Gesser

FIC, Cor, MP4 H264, 14’, DF, 2022

Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção: Liana Farias Carneiro de Sá (Of Produções)

Produção Executiva: Mari Cunha e Alisson Machado

Roteiro: Lucas Gesser

Fotografia: Petronio Neto

Direção de Arte: Ana Carolina Silva

Trilha Sonora Original: Delphos

Montagem: Rafael Lobo

Som: André Ribeiro

Edição de Som: Ícaro Sousa

Elenco: Bruna Martini, Gabriela Correa e Dinna Lourrany

Filmografia: Noroeste (2018)

Sinopse: Ao receber uma notícia inesperada, Júlia resolve atravessar sua cidade em busca de uma antiga mesa de pinball chamada “Andrômeda”, à qual tem atreladas muitas lembranças.

LUA DE SANGUE

Mirela Morgante e Gustavo Senna

FIC, Cor, MOV H264, 19’, ES, 2021

Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção: Mirela Morgante e Gustavo Senna

Produção Executiva: Mirela Morgante

Roteiro: Mirela Morgante

Fotografia: Francisco Xavier

Trilha Sonora Original e Edição de Som: Arthur Navarro

Montagem: Gustavo Senna

Direção de Arte: Alexandre Brunoro

Som: Gisele Bernardes

Elenco: Fernanda Loubach, André Afonso Carlesso e Lorena Lima

Filmografia: Mirela Morgante – Ser Mulher (2021 e 2017); Território do Desprazer (2017). Gustavo Senna – Making of Fusão Ancestral (2021); Deixa - Pero Que Si (2020); Space Woods (2019); Trio (2018); Ensaio Aberto Palco Musical Expurga (2018); André Prando - Última Esperança (2015)

Sinopse: Um casal de cineastas se perde de noite na floresta da Pedra dos Dois Olhos em busca de um mirante para filmar o eclipse da lua.

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MADRUGADA

Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza

DOC, Cor, MOV H264, 19’, RS, 2021

Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção: Takeo Ito

Produção Executiva: João Fernando Chagas

Roteiro: Gianluca Cozza, Leonardo da Rosa e André

Berzagui

Fotografia: Rebeca Francoff

Trilha Sonora Original e Edição de Som: Otávio Vassão

Montagem: André Berzagui

Direção de Arte: Arthur Amaral

Som: Humberto Schumacher

Elenco: Daniel Guimarães e Anderson Soninho

Filmografia: Leonardo da Rosa – Construção (2020); Saturno (2017). Gianluca Cozza – Um Lugar ao Sul (2018)

Sinopse: Trabalhadores arriscam suas vidas subindo em trens em movimento para recolher restos de grãos e revendê-los. Madrugada transpõe em filme essas noites de trabalho sem fim em que corpos desaparecem, engolidos pela paisagem industrial do porto de Rio Grande e pela crise econômica brasileira.

SOLMATALUA

Rodrigo Ribeiro-Andrade

DOC, Cor, MOV H264, 15’, SP, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Rodrigo Ribeiro-Andrade, Eryk

Rocha, Mariana Mansur e Bernardo Oliveira

Produção Executiva: Rodrigo Ribeiro-Andrade

Roteiro: Rodrigo Ribeiro-Andrade

Trilha Sonora Original e Som: Mbé

Montagem: Rodrigo Ribeiro-Andrade, Julia Faraco e Carlos Eduardo Ceccon

Edição de Som: Mbé e Rodrigo Ribeiro-Andrade

Filmografia: A Morte Branca do Feiticeiro Negro (2020)

Sinopse: Em uma onírica odisseia afrodiaspórica, paisagens e vielas encontram-se nas encruzilhadas do tempo. Solmatalua percorre um vertiginoso itinerário por territórios ancestrais e contemporâneos, realizando uma mística viagem que resgata memórias e busca possíveis futuros.

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HOSPITAL DE BRINQUEDOS

Georgina Castro

FIC, Cor, MOV H264, 13’, CE, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Natasha Silva

Produção Executiva: Allan Deberton

Roteiro: Georgina Castro

Fotografia: Irene Barbosa

Trilha Sonora Original: Lili Secco e Reginaldo de Castro

Montagem: Grá Dias

Direção de Arte: Débora Parente e Natália Parente

Som: Paulo Ribeiro

Edição de Som: Érico Paiva (Sapão)

Elenco: Ana Heloiza Ribeiro, Ana Marlene, Katiana Monteiro e Bernardo Lamparina

Sinopse: Bia vive cercada por bonecas, todas de Dona Maria, sua avó. Dividem, além das tarefas domésticas, as brincadeiras e os cuidados com as bonecas. Após Dona Maria sofrer um AVC, Bia se vê pela primeira vez sozinha na casa da avó e tem que lidar com sua ausência.

COMO RESPIRAR FORA D’ÁGUA

Júlia Fávero e Victoria Negreiros

FIC, Cor, MP4 H264, 16’, SP, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Ricardo

Santos

Roteiro: Júlia Fávero e Victoria Negreiros

Fotografia: Giuliana Lanzoni

Trilha Sonora Original: Francisco Grasso

Montagem: Luiza Freire

Direção de Arte: Ana Iajuc

Som: Bia Hong e Mariana Suzuki

Edição de Som: Bia Hong

Elenco: Raphaella Rosa, Dárcio de Oliveira, Giovana

Lima, Taty Godoi, Oswaldo Eugênio, Riggo Oliveira e Daniel Melotti

Filmografia: Júlia Fávero – Embaixo do Asfalto Correm

Meus Rios (2018)

Sinopse: Na volta de um dos seus treinos de natação, Janaína é enquadrada por policiais. Já em casa e livre de perigo, ela enfrenta a relação com seu pai, também policial militar, com outros olhos.

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ORIXÁS CENTER

Mayara Ferrão

EXP, Cor/Preto e Branco, MP4 H264, 13’, BA, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Mayara Ferrão

Produção Executiva: Éli Moreira, Mayara Ferrão, Filipe

Mimoso, Mamba Mavamba e Allan da Silva

Roteiro: Mamba Mavamba

Fotografia, Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som:

Filipe Mimoso

Montagem: Filipe Mimoso e Mayara Ferrão

Direção de Arte: Mayara Ferrão

Elenco: Sued Hosaná, Pedro Zaki, Jamlie Cazumbá, Saulo Ilogoní, Ofákeran, Andreia Fábia Adowa, Mamba

Mavamba, Mayara Ferrão, Lúcia Ferreira e Ah Teodoro

Filmografia: A Hora Aberta (2021); Abian (2021); Noite Perigosa (2021); MAJÚ (2020); Cura-Febre (2020); Quando o Céu Cair (2018); Janaína (2018)

Sinopse: Dividido em 4 passagens, o curta produzido e filmado em Salvador desdobra as narrativas dos arquétipos dos Orixás, na plataforma das múltiplas visualidades que compõem os universos da performance, instalação, videoarte, música e moda, trazendo elementos da oralidade nagô, da religiosidade de matriz africana e afro-brasileira, junto aos dispositivos de urbanidade. Uma narrativa viva e urgente.

FANTASMA NEON

Leonardo Martinelli

FIC, Cor, MOV H264, 20’, RJ, 2021

Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Ayssa

Yamaguti Norek, Leonardo Martinelli e Rafael Teixeira

Roteiro: Leonardo Martinelli

Fotografia: Felipe Quintelas

Trilha Sonora Original: Ayssa Yamaguti Norek, Carol

Maia, José Miguel Brasil e Leonardo Martinelli

Montagem: Lobo Mauro

Direção de Arte: Vic Estevs

Som: Gustavo Andrade

Edição de Som: Caio Alvasc

Elenco: Dennis Pinheiro e Silvero Pereira

Filmografia: O Prazer de Matar Insetos (2020);  Copacabana Madureira (2019); Vidas Cinzas (2017)

Sinopse: Um entregador de aplicativo sonha em ter uma moto. Disseram a ele que tudo seria como um filme musical.

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TRANSVIAR

Maíra Tristão

DOC, Cor, MP4 H264, 13’, ES, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Maíra Tristão

Produção Executiva: Maíra Tristão e Gustavo Senna

Roteiro: Maíra Tristão

Fotografia: Maura Grimaldi e Maíra Tristão

Montagem: Maíra Tristão e Patrícia Black

Som e Edição de Som: Gisele Bernardes

Elenco: Carla da Victoria

Filmografia: Ser Mulher (2017 e 2021); (Mar)ia (2018); Território do Desprazer (2017); Fatos e Fotos (2013); Além do Mar que Há Entre Cá e Lá (2012)

Sinopse: Carla da Victoria nasceu na tradição das paneleiras de barro, nome dado às mulheres que fazem as panelas de barro na cidade de Vitória-ES. Carla é filha, neta e bisneta de paneleiras, ela aprendeu a modelar as panelas da mesma forma que modelou sua identidade. Transviar é sobre romper as regras e sobre os encontros que o manguezal pode proporcionar. O filme foi filmado em 16mm.

SEM TÍTULO #8: VAI SOBREVIVER

Carlos Adriano

EXP, Cor/Preto e Branco, MOV H264, 12’, SP, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Produção Executiva: Carlos Adriano

Roteiro, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Animação e Edição de Som: Carlos Adriano

Elenco: Anna Karina

Filmografia: Tekoha (2022); Sem Título #7: Rara (2021); O que Há em Ti (2020); Sem Título #6: o Inquietanto (2020); MarMúRio (2019); Sem Título #5: A Rotina Terá Seu Enquanto (2019); Sem Título #4: Apesar dos Pesares, na Chuva Há de Cantares (2018); Festejo Muito Pessoal (2017); Sem Título #3: E para que Poetas em Tempo de Pobreza? (2016); Sem Título #2: la mer larme (2015); Sem Título #1: Dance of Leitfossil (2014); Santos Dumont Pré-Cineasta? (2010); Santoscópio = Dumontagem (2009); Das Ruínas a Rexistência (2007); Porviroscópio (2006); Um Caffé com o Miécio (2003); O Papa da Pulp: R. F. Lucchetti (2002); Militância (2002); A Voz e o Vazio: a Vez de Vassourinha (1998); Remanescências (1997); A Luz das Palavras (1992); Suspens (1989)

Sinopse: Um tributo à atriz Anna Karina (1940-2019), através de sua atuação em Viver a Vida (1962, Jean-Luc Godard). Este foi o filme que, em 1982, fez Carlos Adriano decidir “querer fazer, pensar e viver cinema”. A montagem deste trabalho começou em 2016 e terminou em 2021. Mas pode-se dizer que vem sendo montado há 40 anos. Sem Título #8 dialoga com Sem Título #1: Dance of Leitfossil, o primeiro filme da série “Apontamentos para uma AutoCineBiografia (em Regresso)”.

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CALUNGA MAIOR

Thiago Costa

FIC, Cor, MOV H264, 19’, PB, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Carolina Porto

Produção Executiva: Luzia Costa

Roteiro: Thiago Costa

Fotografia: Luis Barbosa

Trilha Sonora Original: Podeserdesligado

Montagem: Edson Lemos Akatoy

Direção de Arte: Ana Dinniz

Som: Juca Gonzaga

Edição de Som: Vitor Galmarini

Elenco: Mariana, Laíz de Oyá, Danny Barbosa, Norma Goés, Vera Baroni, Leda Maria Martins (narração incial)

Filmografia: Santos Imigrantes (2018)

Sinopse: Ana, uma escritora, recentemente órfã, que decide se aventurar nos becos da memória e da relação interrompida com sua mãe e sua avó, atravessando a calunga para resolver questões do passado.

UMA PACIÊNCIA SELVAGEM ME TROUXE ATÉ AQUI

Érica Sarmet

FIC, Cor, MOV H264, 26’, RJ, 2021

Classificação Indicativa: 16 anos

Direção de Produção: Lívia Perez, Silvia Sobral e Érica Sarmet

Roteiro: Érica Sarmet

Fotografia: Cris Lyra

Trilha Sonora Original: Natália Carrera

Montagem: Clarissa Ribeiro e Bem Medeiros

Direção de Arte: Martim Charret

Animação: Tomas Cali

Som: Mariana Graciotti

Elenco: Zélia Duncan, Bruna Linzmeyer, Camila Rocha, Clarissa Ribeiro e Lorre Motta

Filmografia: Latifúndio (2017)

Sinopse: Cansada da solidão, a motoqueira Vange (Zélia Duncan) decide atravessar a ponte Rio-Niterói até uma festa lésbica, onde conhece quatro jovens que compartilham entre si o lar e os afetos. Um encontro de gerações; uma homenagem às que nos trouxeram até aqui.

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12ª Mostra Competitiva Nacional de Longas

Cinema e o movimento da vida, de um país

O Brasil está em um instante limiar, e o cinema circunscreve-se nos circuitos dos afetos de uma paisagem que tensiona a distopia da desesperança com o alento da força utópica coletiva. A vida sufocada, destruída, agonizada e que tenta se restabelecer em um contexto pandêmico coloca-se como uma das marcas fortes do presente e da necessidade da sobrevivência. No plano político, ecológico e cultural, vivemos um período duro de ataques e suspeições às instituições republicanas, um cenário de violência arrasadora que atinge florestas, rios e vidas humanas, e censuras, cortes orçamentários e a desvalorização da arte em discursos oficiais ainda rondam nossa liberdade de expressão, tão fragilizada. É nesse horizonte, da doença e do ataque, que um certo cinema brasileiro recente se movimenta, ergue-se como voz da dúvida e da lucidez, da transgressão e da resistência. A arte, em uma crise instalada (e que será superada!), faz seu papel histórico de lançar luz sobre as trevas.

Os filmes que compõem a 12ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, do 29º Festival de Cinema de Vitória, capturam gestos, temas, pautas, indícios, denúncias e ideias que estão no horizonte do presente, no movimento social, ecológico e político do Brasil, o que, de imediato, liga a presente seleção a um sentimento do contemporâneo, estabelecendo elos entre a tela e a realidade mais gritante. Essa captura pelas narrativas e pela expressão audiovisual do cinema se realiza por intervenções originais, poéticas plurais, modos variados de tecer essa relação incessante do duplo, do movimento das imagens e dos sons, e sua relação atávica, reveladora e tensionadora, com o movimento da vida, de um país.

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Assim, dominam na escolha dos filmes questões de gênero, com ênfase nos modos de narrar e encenar sobre as mulheres-mães em chaves específicas, em que pesa a noção interseccional, de atravessamentos étnico-raciais, de classe social, de localização/território que demonstram o peso de opressões históricas. Em A Mãe (Cristiano Burlan, FIC, 93’, SP) e Ursa (William de Oliveira, FIC, 70’, PR), a abordagem da maternidade endereça-se para os modos com que o precariado se estabelece na classe trabalhadora, dinamitando as relações de convívio, tornando a vulnerabilidade um elemento constante da vida das pessoas, informando sobre a necropolítica em sua dimensão violenta, desagregadora e, em última instância, fatal para determinados corpos que não têm direito a uma vida plena. Ambos os filmes se pautam em estéticas realistas, valorizam as relações corpóreas, seja nos espaços internos, seja nas andanças pela cidade, em paisagens cinzentas e desagregadoras. São filmes que colocam em perspectiva o horizonte destruidor da desigualdade de gênero e da diminuição histórica das mulheres, que resistem e, bravamente, lutam pela superação dessas opressões contínuas. Ademais, o longa de Cristian Burlan traz a violência do Estado, atualizada na arbitrariedade e truculência da ação policial, o que dialoga com a narrativa de William de Oliveira no que diz respeito ao estado de intolerância que cada vez mais assola as relações sociais no Brasil.

Os dois documentários selecionados, A Mãe de Todas as Lutas (Susanna Lira, DOC, 84’, RJ) e Germino Pétalas no Asfalto (Coraci Ruiz e Julio Matos, DOC, 79’, SP), também colocam em perspectiva questões de gênero, trazendo a dimensão do peso do desenvolvimento moderno, da ação truculenta e colonizadora sobre a natureza, da força inescrupulosa do capital e sua articulação com o Estado que, novamente, vulnerabiliza sujeitos, e aqui, em tela, as mulheres. O primeiro realiza um recorte forte e revelador dos desmandos sobre o mundo silvestre e rural. O filme traz duas personagens emblemáticas, Shirley Krenak e Maria Zelzuita. Uma indígena, da nação Krenak em Minas Gerais, outra trabalhadora rural sobrevivente do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Arquivos, testemunhos e depoimentos, e uma câmera observadora e crítica, constroem um relato tenebroso de um país historicamente violento e que não pode ser dimensionado sem considerar, em escala, as assimetrias de gênero, o etnocentrismo, um capitalismo selvagem ainda em curso. Já a obra de Coraci e Julio coloca no centro o personagem Jack, um jovem trans em processo de transicionamento, e mira, nesse percurso, o avanço e o estabelecimento da extrema direita nos poderes públicos. Com uma carga forte de experimentação formal, o filme articula as vozes da truculência, da resistência e da solidariedade em uma narrativa complexa. O universo LGBT+ aqui entra em circuito sobre as questões de uma nação cindida, arrasada pela pandemia, mas também unificada por sujeitos que têm esperança sobre outro futuro.

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Finalmente, Capitão Astúcia (Filipe Gontijo, FIC, 90’, DF), uma aventura para todas as idades. Nada mais apropriado para o nome de um super-herói velho do que o título desse filme. E a combinação dos atoresparceiros Paulo Verlings e Fernando Teixeira dá o tom certo de uma narrativa vibrante, com efeitos especiais aprimorados, na medida certa de uma obra que equilibra bem fantasia e realidade. Uma narrativa instigante, que se alimenta de camadas e intertextualidade, sem qualquer esnobismo, e muita sabedoria. No limite, um filme que inspira utopias em uma imagem poderosa, ao mesmo tempo corajosa, a de um super-herói velho, com sotaque nordestino, na paisagem distópica de Brasília-DF, em um país que maltrata seus idosos. Delicado e, ao mesmo tempo, contundente, o filme de Filipe Gontijo também toca na ferida das masculinidades tóxicas e promove caminhos para a emancipação dessa amarra caduca. O filme, assim, traz o expediente geracional para celebrar utopias e transformações, juntamente com a crítica a modelos de sucesso e de cuidado que, menos que seus objetivos, objetivam a retroalimentação de padrões de vida. Um recado pop à crítica e à urgência de emancipações de comportamentos sociais e desejos de mudança.

A princípio, a fabulação cinematográfica, em seus formatos variados, permite dois grandes movimentos: por um lado, articula de maneira forte um retorno ao real, com narrativas que permitem adensar nossa compreensão do vivido, em suas glórias e fracassos, em um movimento forte à chamada “carne do mundo”; por outro, suas imagens, sons e universos imaginados convidam para a fantasia, a orquestração de outras realidades, o chamamento do onírico, algo que permite idealizar futuros e que não necessariamente torna-se uma válvula de escape da realidade. Na verdade, muitas vezes, é pela via alegórica e fantasiosa que a realidade é mais bem compreendida.

Nos filmes em tela, vibram os gritos de mudanças e os silêncios impostos. A política se infiltra nos poros dos filmes, algo como um cinema atualizado, resultado do efeito de ocupação que ativistas geraram, e, de várias formas, esses recados se incorporaram, se transmutaram, e os filmes apresentam o cinema de um país que quer respirar livremente.

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Gilberto Alexandre Sobrinho e Leila Bourdoukan   Curadores

A MÃE

Cristiano Burlan

FIC, Cor, MP4 H264, 93’, SP, 2022

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Bruno Alfano

Produção Executiva: Priscila Portella

Roteiro: Ana Carolina Marinho e Cristiano Burlan

Fotografia: Andre S. Brandão

Montagem: Cristiano Burlan e Renato Souza

Direção de Arte: Karla Salvoni

Som: André Bellantani

Edição de Som: Ricardo Zollmer e Thiago Lugori

Elenco: Marcélia Cartaxo, Mawusi Tulani, Helena Ignez, Dunstin Farias, Debora Maria da Silva, Rubinho, Ana Carolina Marinho, Henrique Zanoni e Tuna Dwek

Filmografia: Elegia de um Crime (2018); Antes do Fim (2017); Estopô Balaio (2016); Em Busca de Borges (2016); A Solidão da Noite (2016); O Sermão do Peixe (2015); Fome (2015); Hamlet (2014); Amador (2014); Mataram Meu Irmão (2013); Sinfonia de um Homem Só (2012); Cuipiranga (2010); O Homem de Cabine (2008); Dissonante (2008); Construção (2006)

Sinopse: Uma mãe solo que mora na periferia de São Paulo volta para casa à noite e não encontra seu filho adolescente. Depois de uma busca ininterrupta, ela começa a atrapalhar a tranquilidade dos traficantes locais, que decidem dizer que o garoto foi assassinado e que seu corpo está desaparecido. Começa aí uma busca vertiginosa pela verdade.

A MÃE DE TODAS AS LUTAS

Susanna Lira

DOC, Cor, MP4 H264, 84’, RJ, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Susanna Lira e Tito Gomes

Produção Executiva: Susanna Lira e Lívia Nunes

Roteiro: Susanna Lira, Gretha Viana e Muriel Alves

Fotografia: Cícero Pedrosa, Rafael Mazza e Mayangdi

Inzaulgarat Suárez

Trilha Sonora Original: Flávia Tygel

Montagem e Edição de Som: Ítalo Rocha

Som: Tito Gomes e Amilson Lessa Vieira

Filmografia: Prazer em Conhecer (2020); Mussum, um Filme do Cacildis (2019); Torre das Donzelas (2018); Meu Corpo é Mais (2018); Legítima Defesa (2017); Clara Estrela (2017); Intolerância.Doc (2016); Mataram Nossos Filhos (2016); Não Saia Hoje (2016); Levante! (2015); Apátridas (2015); Porque Temos Esperança (2014); Damas do Samba (2013); Positivas (2009)

Sinopse: Uma narrativa que recorre à memória para vislumbrar um futuro de mudanças sob a ótica feminina. O filme acompanha a trajetória de Shirley Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão na frente da luta pela terra no Brasil. Shirley traz a missão de honrar as mulheres e a sabedoria das Guerreiras Krenak, da região de Minas Gerais. Maria Zelzuita é uma das sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, e suas trajetórias nos ligam ao conceito da violência e apropriação do corpo feminino.

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URSA

William de Oliveira

FIC, Cor, MP4 H264, 70’, PR, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Rudolfo Auffinger

Produção Executiva: Daiane Martins

Roteiro: William de Oliveira

Fotografia: Mauricio Baggio

Montagem: Rudolfo Auffinger e Igor Nazario

Direção de Arte: Marja Calafange

Som: Felipe Debiasio e Henrique Bertol

Edição de Som: Henrique Bertol

Elenco: Adriana Sottomaior, Diego Perin, Pedro Gabriel da Rocha, João Vitor da Silva, Cinara Vitor, José Castro, Mila Girassol, Paulo Matos, Patrícia Cipriano, Cassia

Damasceno e Luiz Bertazzo

Filmografia: Aquele Casal (2019)

Sinopse: Um ataque de pitbull em um bairro periférico e seus trágicos desdobramentos.

GERMINO PÉTALAS NO ASFALTO

Coraci Ruiz e Julio Matos

DOC, Cor, MOV H264, 79’, SP, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Julio Matos

Prod. Executiva: Julio Matos, Marcelo Félix e Marcinhò Zola

Roteiro: Coraci Ruiz, Julio Matos e Luiza Fagá

Fotografia: Coraci Ruiz

Trilha Sonora Original: Malka Julieta

Montagem: Luiza Fagá

Ilustrações: Nathê Miranda

Motion Graphics: Lucas Lazarini e Matheus Luiz

Som: Julio Matos

Edição de Som: Augusta Gui e Guile Martins

Elenco: Jack Celeste, Helena Agalenéa, Noah

Silveira Ruiz, Rafaela Vaz, Paul Parra. Pichações por Transmarginais - Weyla Yue e Edy Carão

Filmografia: Limiar (2020); Pluma Forte (2019); Territórios Marginais (2019); Cartas do Desterro (2014); Cartas para Angola (2012); Outra Cidade (2009); Saudade, vídeocartas para Cuba (2005)

Sinopse: Quando Jack inicia seu processo de transição de gênero, o Brasil mergulha em uma onda de extremo conservadorismo. Germino Pétalas no Asfalto acompanha as transformações em sua vida e no país, atravessados por um governo de extrema direita e por uma pandemia devastadora. Através de um relato íntimo do cotidiano de Jack e seus amigos, vemos florescer uma rede de afeto e solidariedade que se constitui em meio a um contexto adverso.

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CAPITÃO ASTÚCIA

Filipe Gontijo

FIC, Cor, MOV H264, 90’, DF, 2022

Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção: Larissa Rolim

Produção Executiva: Érico Cazarré e Viça Saraiva

Roteiro: Filipe Gontijo e Eduardo Gomes

Fotografia: André Carvalheira

Trilha Sonora Original: Sascha Kratzer e Rafael Maklon

Montagem: Eduardo Gomes e Filipe Gontijo

Direção de Arte: Lia Renha

Animação: Lojinha de Filmes

Som: Ipê Amarelo Produções

Edição de Som: Micael Guimarães A3pS

Elenco: Paulo Verlings, Fernando Teixeira, Nívea Maria, André Amaro, André Deca, Yudi Tamashiro, Lauro

Montana, Cássia Gentile e Gleide Firmino

Filmografia: Heróis do Rio Madeira (2019); Quando Nasce uma

Heroína (2018); Suassuna, a Peleja do Sonho com a Injustiça (2013); Filme-jogo A Gruta (2008); A Volta do Candango (2006)

Sinopse: Santiago (Paulo Verlings) é um ex-astro mirim frustrado com a carreira de pianista. Para escapar de um revival na TV, o rapaz se refugia com o avô (Fernando Teixeira), mas encontra o velho decidido a se tornar super-herói. A parceria improvável vai se transformando em uma bela amizade conforme o neto é cativado pelo amor que o avô tem pela vida. À sua forma, Santiago se tornará um ajudante de super-herói para que o avô enfrente a velhice com a mesma valentia que encarna o herói Capitão Astúcia.

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12ª Mostra Quatro Estações

Desvios que abrem novos caminhos

Dentro das teorias queer, o desvio costuma ser mais valorizado que o próprio ponto de chegada. À primeira vista, pode parecer um “fracasso” não chegar ao término de um trajeto delimitado e valorizado pela heteronormatividade – mas a questão é que nossos delineadores são outros, e nossos percursos valorizam a sinuosidade, a exuberância das curvas da estrada. Ou seja, não é um “fracasso”, mas sim uma forma dissidente de se viver: diante dos múltiplos caminhos que se abrem à nossa frente, quase sempre optamos pelos desvios mais prazerosos, que nos levam para além do já conhecido – até porque o previsível, com sua binariedade maniqueísta, nunca nos seduziu.

Os modos de existência escolhidos por pessoas LGBTQIA+ sempre fugiram da obviedade, porque ela sempre soou limitadora. Daí vidas inteiras em que o percurso em si e suas incontáveis esquinas e encruzilhadas, e alguns oásis inesperados de vez em quando, nos convidam a performar cotidianamente ao sabor dos nossos desejos, a criar todo um novo repertório de gestos, saberes e valores que entendam a vida como um grande experimento e a própria sociedade como um conjunto muito mais marcado pelo que nos faz diferentes do que pelo que temos em comum.

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O cinema queer/LGBTQIA+ brasileiro tem se pautado cada vez mais por explorar a potência desses desvios, sempre buscando um novo repertório narrativo, produzindo novas imagens e sons que traduzam o incansável imaginário, prazerosamente resistente, que move toda essa comunidade. E a atual seleção que compõe a 12ª Mostra Quatro Estações mais uma vez apresenta um pouco dessa exuberância.

Tenho Receio de Teorias que Não Dançam inicia-se com a apresentação de todo um novo vocabulário, capaz de traduzir questões e experiências que os limites da cisheteronormatividade não dão conta de traduzir: teatra, corpas, encruzitravas. Em seguida, assume-se como uma provocante declaração de princípios: “Faço da cognição a minha sensualidade e escrevo teoria com a raba”.

Essa nova pedagogia do existir se desdobra nos corpos não bináries, movidos pelo prazer de estarem à deriva e ao sabor dos encontros nem sempre inesperados, mas sempre transformadores, em Na Estrada sem Fim Há Lampejos de Esplendor. E também faz seu tributo às corpas insubordinadas que abriram caminho para que estivéssemos aqui, como em Filhos da Noite, parte de um projeto multimídia que resgata a memória de outras gerações queer, também construindo novos olhares e imagens sobre esse riquíssimo passado.

Na Mostra Quatro Estações há espaço ainda para sensíveis estudos acerca dos relacionamentos amorosos entre mulheres negras (Não Somos Mais o que Éramos) e também uma ressignificação das relações entre mães e filhos LGBTQIA+ como pontos de partida para discutirmos os abismos coloniais entre classes sociais (Hortelã). Conjugando política e estética, afetividades e questionamentos, memórias e projetos de futuro, o cinema queer brasileiro mostra cada vez mais sua potência transformadora, que não se apaga nem nos momentos mais difíceis de nossas existências.

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TENHO RECEIO DE TEORIAS QUE NÃO DANÇAM

Gau Saraiva

EXP, Cor, MP4 H264, 4’, BA, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Gau Saraiva

Roteiro e Montagem: Dodi Leal

Elenco: Dodi Leal e Agata Pauer

Filmografia: Traved (2021); Neblina (2021)

Sinopse: Pode uma travesti produzir teoria? Este curta, gravado nos vilarejos de Santo André e Guaiú, no sul da Bahia, traz o texto e a atuação da performer e professora Dodi Leal, que apresenta uma visão de produção de conhecimento corporalizada a partir de uma breve narrativa de seu trabalho artístico. Tenho Receio de Teorias que Não Dançam indica a relação profunda do corpo trans com a arte ambiental, investigando o movimento do gênero no mangue, a vivificação do pensamento de rio e fluxos de dança do mar. Os conceitos dançam e vibram na medida em que se rompe com o binarismo corpo versus natureza.

NA ESTRADA SEM FIM HÁ LAMPEJOS DE ESPLENDOR

Liv Costa e Sunny Maia

FIC, Cor, MP4 H264, 11’, CE, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Caroline

Souza

Roteiro e Montagem: Liv Costa e Sunny Maia

Fotografia: Evye Alves Cavalcante

Trilha Sonora Original: Luana Flores

Direção de Arte: Sam Rosa

Som e Edição de Som: Pedro Emílio Sá

Elenco: Benia Almeida, Liv Costa, Lucas Madi e Lui Fonte

Filmografia: Pátria (2020)

Sinopse: Uma vez, elu disse: quando fui embora de mim, adeus era tudo o que tinha para dizer. Nessa viagem, talvez não exista uma chegada. Só um caminho infinito.

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FILHOS DA NOITE

Henrique Arruda

DOC, Cor/Preto e Branco, MOV H264, 16’, PE, 2022

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Henrique Arruda

Produção Executiva: Arlindo Bezerra

Roteiro: Henrique Arruda e Carlota Pereira

Fotografia: Sylara Silvério

Montagem: Henrique Arruda

Som: Nataly Barreto, Henrique Arruda e Sylara Silvério

Edição de Som: Felipe Mago de Andrade

Elenco: Salário Mínimo, Gilberto Brito, Malu, Saulo de Tarso, Hilton Lacerda, Américo Barreto, Fábio Costa e Renildo Melo

Filmografia: Amor by Night (2022); Os Últimos Românticos do Mundo (2020); Verde Limão (2018); Ainda Não Lhe Fiz uma Canção de Amor (2015)

Sinopse: Oito homens gays entre 50 e 70 anos compartilham suas memórias, vivências e imagens noturnas, questionando-se sobre qual lugar seus corpos ocupam agora.

HORTELÃ

Thiago Furtado

FIC, Cor, MOV H264, 14’, PI, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Veronica Coelho

Produção Executiva: Maria de Jesus Rufino e Ítalo

Damasceno

Roteiro: Thiago Furtado e Ítalo Damasceno

Fotografia: Eduardo Crispim

Montagem: Thiago Furtado

Direção de Arte: Veronica Coelho

Som: Ambrósio Pentú e Anna Raquel

Edição de Som: Ambrósio Pentú

Elenco: Edite Rosa, Zé Reis, Silmara Silva e Nilton Barbosa

Filmografia: Água para Gregório (2022); Curica! (2021); O Casulo e a Borboleta (2017); Sob o Signo da Solidão (2017); A Ampulheta – Memórias de Areia e Vento (2016)

Sinopse: Uma história sobre afetos e atravessamentos. Quando o relacionamento de Luís e Alexandre chega ao fim, vem à tona o fato de que Dinha, doméstica que cuida de Luís desde pequeno, é avó de Alexandre. Encarando preconceitos, relações familiares e trabalhistas, o filme traz um debate universal.

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NÃO SOMOS MAIS O QUE ÉRAMOS

Patrícia Sá

FIC, Cor, MOV H264, 20’, SP, 2022

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Alline Blanco

Produção Executiva: Guilherme Severo

Roteiro: Patrícia Sá

Fotografia: Rodrigo Provazi e Léo Eloy

Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som: Dope.audio

Montagem: André Melo

Direção de Arte: Lu Nunes

Elenco: Adriana Lessa e Taty Godoi

Filmografia: O que Vem Depois do Adeus (2018)

Sinopse: Ao esvaziarem o apartamento em que moraram juntas, Claudia e Dani colocam para fora suas dores, sentimentos e certezas que as levaram ao fim. Ao assumir suas culpas, outras verdades são descobertas, criando um momento genuíno de afeto e honestidade.

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11ª Mostra Foco Capixaba

Transposição de mundos

Após esses últimos anos de exibições online, o Festival retorna ao formato presencial, e a 11ª Mostra Foco Capixaba celebra a pluralidade do cinema realizado no Espírito Santo em um fino alinhamento com as tendências do audiovisual contemporâneo.

Nesta edição apresentamos um recorte fílmico que lança luz sobre questões que pautam a atualidade e que também constrói diálogos instigantes entre diferentes linguagens culturais, potencializando a transposição de universos.

Thais Helena Leite traz em Marés uma obra híbrida entre documentário, ficção e animação, a força do imaginário das estórias e vivências de três pescadores, a conexão com questões ambientais, a lida cotidiana, com as interferências do capital e seus poderes.

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Em Kikazaru, Matheus Cabral propõe um audiovisual inclusivo, que contemple, em termos de linguagem e narrativa, a acessibilidade real para deficientes auditivos, a partir da percepção dos não ouvintes.

Alex Buck nos presenteia com Latasha , um curta-metragem derivado da insólita websérie homônima, uma divertida fabulação afrofuturista onde a protagonista, uma jovem anciã, percorre tempos e espaços buscando uma existência de paz, transformando a todos com quem convive.

“A pandemia não acabou”, e a protagonista criada por Ricardo Sá para o Noites em Pandemia sobrevive exausta, isolada no mundo do seu apartamento, e luta contra o negacionismo do seu entorno.

Emerson Evêncio extrapola todas as fronteiras dos filmes de dança, apresentando em seu espetáculo-filme Makumba uma tessitura poética, fundindo cinema, dança (In Pares Cia. de dança) e ancestralidade (no Quilombo de Santana e com o grupo de jongo de Santa Ana).

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Flavia Candida Curadora

MARÉS

Thaís Helena Leite

DOC, Cor, MOV H264, 14’, ES, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Haelly Dragnev

Produção Executiva: Thais Helena Leite

Roteiro: Thais Helena Leite

Fotografia: Luana Correa

Trilha Sonora Original: Negro Pescador, de Lino Ramos e À Beira, de Léo de Paula (música incidental)

Montagem: Carolini Covre

Direção de Arte: Haelly Dragnev

Animação: Renato Filho e Caian Viola

Som: Alexsandro Meireles, Aingrid Souza e Amanda Macário

Edição de Som: Marcus Neves

Elenco: Entrevistados pescadores – Adão Ferreira

Damata, Honório Adriano Alves e Marcos Pereira

Nascimento; carpinteiro naval José da Silva; atores –

Ernesto Charpinel, Guy Simões, Heitor Perpétuo (em memória), Leonardo Freire e Merielson Loures

Sinopse: Marés (2022) é um documentário que tem o relato de vivências e memórias de três pescadores, Adão (Sementinha Cupim Coelho), Pepeu e Baianinho, e de um dos últimos carpinteiros navais da capital do Espírito Santo, seu Zé Adega; intercalado com a história de um “monstro marinho” que apareceu na Baía de Vitória em 1984, contada com animação e encenação. Como todas as histórias de pescador: é tudo verdade.

KIKAZARU

Matheus Cabral

EXP, Cor, MP4 H264, 3’, ES, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Matheus Cabral

Roteiro, Fotografia, Montagem e Direção de Arte:

Matheus Cabral

Elenco: Patrícia Cabral

Sinopse: A rotina matinal de uma mãe na perspectiva de uma pessoa não ouvinte. O curta-metragem Kikazaru tem como objetivo trazer a crítica sobre a acessibilidade, além de propor uma discussão sobre a inclusão do deficiente auditivo no audiovisual.

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LATASHA

Alex Buck

FIC, Cor, MP4 H264, 23’, ES, 2021

Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção: Eder Formigoni

Produção Executiva: Magno Santos

Roteiro: Alex Buck e Joel Caetano

Fotografia: Matheus Costa

Montagem: Alex Buck

Direção de Arte: Syã Fonseca e Dudu Guimarães

Artistas de Efeitos Visuais: Joel Caetano e André Rios

Som e Edição de Som: Fepaschoal

Elenco: Lavínia Serafim Nascimento, Karolina Lopes, Rafael Oliveira, Foca Magalhães, Margareth Galvão, Markus Konká e Dudu Guimarães

Filmografia: Ebe (2022); Legado: O Programa de Trainee Magalu Exclusivo para Negros (Pretos e Pardos) (2021); Apartada (2020); Práticas do Absurdo (2019); Hic (2017); Repolho (2015); Monstrólogo (2015); As Fábulas Negras (2015); Carmina (2012); A Fantástica Vida de Baffus Bagus Bagarius (2012); Eu, Zumbi - Coisas de Bar... (2011); Jeitinho Brasileiro (2010)

Sinopse: Numa tarde qualquer, Geno, um escritor fracassado, e Jamily, uma desempregada que tenta a sorte como digital influencer, recebem uma visita que mudará suas vidas, e de Alegria, o gato da família. Um universo de gatos falantes se revela no interior de uma jovem anciã, Latasha, que busca apenas tranquilidade para uma existência milenar.

NOITES EM PANDEMIA

Ricardo Sá

FIC, Cor, MOV H264, 8’, ES, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Letícia Braga

Produção Executiva: Ricardo Sá

Roteiro: Ricardo Sá e Letícia Braga

Fotografia e Montagem: Ricardo Sá

Trilha Sonora Original: Paulo Vivacqua

Direção de Arte: Nina Miranda

Som: Constantino Buteri

Edição de Som: Constantino Buteri e Felipe Gama

Elenco: Letícia Braga

Filmografia: Ausência (2021); Amargo Rio Doce (2019); Divina Luz (2017); Mitã Odjau Ramo (2015); Reikwaapa (2013); Procurando Madalena (2010)

Sinopse: Durante a pandemia, uma mulher conversa consigo mesma dentro de seu apartamento. Do lado de fora, o negacionismo dita o tom.

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MAKUMBA

Emerson Evêncio

FIC, Cor, MOV H264, 24’, ES, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção e Produção Executiva:

Soluções Culturais

Roteiro:

Fotografia e Montagem:

Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som:

Lopes

Direção de Arte:

Animação:

Elenco: Dielson Santos, Gil Mendes, Jadson Titânio, Mauro Marques, Vivian Cunha e Grupo de Jongo de Santa Ana - Quilombo

Filmografia: Abrigo ao Sol (2013); Angorá (2011)

Sinopse: O berço onírico que carregamos é a origem. O quilombo ainda pulsa em nós.

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11ª Mostra Corsária

De sonhos e encantamentos

Neste retorno ao presencial, uma das tônicas da Mostra Corsária é devolver-nos a possibilidade de sonharmos juntos novas línguas inventadas, a partir do uso criativo e aguçado das imagens e dos sons. Afinal, trata-se de uma mostra que sempre foi mais afeita ao risco, à experimentação e a uma conexão muito mais intuitiva e poética do que racional entre o corpo fílmico e nossos corpos espectatoriais. Mergulhar no impensado dos filmes é permitir-se uma abertura a novas sensações e novas formas de imaginar e questionar o mundo que nos cerca. E o que sempre foi o cinema, senão um irrecusável convite a mergulhar naquilo que alguém nos pede para imaginar e experimentar junto?

Mesclando os idiomas nheengatu e português, Sonhos de Pedra fala de um mergulho profundo e também de uma travessia, onde luto e nascimento alternam seus bailados ao sabor das ondas e dos cânticos desse coro de corpos encantados, banhados de sol e pelo orvalho: “No fundo desse espelho o universo se desfaz”.

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Nunca Pare na Pista nos apresenta Amanda, cujo canto atravessa delicadamente a tessitura do próprio filme, imantando e reordenando, através de sua edição, os diversos fragmentos de seu cotidiano em torno de pequenas e grandes fabulações incessantes. Amanda nos recorda da potência de fantasiar a vida ao sabor de seus desejos, impulsionando sua performance de modo cada vez mais envolvente.

A citação de Ailton Krenak, em Tekoha, nos lembra que é preciso dançar e cantar para levantar o céu, de modo a restituir a saúde da terra e dos seres que a habitam – e assim resistir corajosamente a esse mundo delirantemente apocalíptico, cujo imperativo da utilidade e do capital extermina, com suas chamas famintas, inúmeras conexões ancestrais entre natureza, humanidade e território. O filme faz um uso meticuloso da montagem fílmica e textual, resgatando e enfatizando os fragmentos de planos e versos, em meio às cinzas, para nos permitir chaves de leitura resistentes que nos soam urgentes e necessárias em sua poesia.

Encerram o programa dois filmes que, cada qual a seu modo, ampliam o imaginário em torno da pandemia, para além do isolamento, da imobilidade e do choque diante da finitude, seja a partir do reencontro da protagonista consigo, ao propor uma dobra entre dois pontos de uma linha temporal (Boa Sorte e Até Breve), seja pelo uso criativo da sinestesia como possibilidade de ressignificar o entorno de cada um (Fragmentos Pandêmicos).

Em todos esses filmes que compõem a 11ª Mostra Corsária, e em suas potências de renascimento a partir do onírico, fica também a urgência de um desejo expresso numa das cartelas de Tekoha: “Pássaro, vamos adornar-nos novamente!”. E que assim o cinema também nos permita, como um sonho que faz nossos corpos dançarem, ajudar a erguer o céu novamente.

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SONHOS DE PEDRA

Thabata Ewara e Nay Mendl

EXP, Cor, MOV H264, 12’, SP, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Thabata

Ewara

Roteiro: Thabata Ewara e Cauã Borari

Fotografia: Gabriel Arruda

Trilha Sonora Original: Rodrigo Melo e Thabata Ewara

Montagem: Luane Maciel

Direção de Arte: Thabata Ewara

Som: Ricardo Ble, Estúdio Surian

Edição de Som: Estúdio Surian

Elenco: Cauã Borari, Meire Ramos, Thabata Ewara, Bruna Laleska, Rodrigo Melo e Rafael Custódio

Filmografia: Nay Mendl – Movimento III - Celebration (2022); Perifericu (2020); Babado Periférico (2016)

Sinopse: Sonhos de Pedra é livremente inspirado em sonhos profundos que nos arrebatam a algum princípio, ao mesmo tempo nos despertam após o impacto de uma ruptura, na dor do luto e sob a força imemoriável do desejo de continuidade. Corpos que se desprendem da Terra são um lugar de passagem, do corpo no estado ínfimo para o insólito.

NUNCA PARE NA PISTA

Thamires Vieira

FIC, Cor, MP4 H264, 19’, BA, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Thamires Vieira

Roteiro: Thamires Vieira

Fotografia: Augusto Daltro

Montagem: Gabriel Paz

Som: Ulisses Arthur

Elenco: Amanda Mota

Filmografia: Diz Aí - Afro e Indígena (2018) – codireção; O Dia que Ele Decidiu Sair (2014)

Sinopse: No interior do Brasil, Amanda tenta conseguir seu primeiro show, Thamires tenta fazer seu primeiro filme, ambas correm o risco da pista.

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TEKOHA

Carlos Adriano

EXP, Cor, MOV H264, 14’, SP, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção, Produção Executiva, Roteiro, Montagem, Direção de Arte, Animação, Som e Edição de Som: Carlos Adriano

Fotografia: Povo Guarani Kaiowá e Carlos Adriano

Trilha Sonora Original: Povo Guarani Kaiowá

Filmografia: Sem Título #8: Vai Sobreviver (2021); Sem Título #7: Rara (2021); O que Há em Ti (2020); Sem Título #6: o Inquietanto (2020); MarMúRio (2019); Sem Título #5: A Rotina Terá Seu Enquanto (2019); Sem Título #4: Apesar dos Pesares, na Chuva Há de Cantares (2018); Festejo Muito Pessoal (2017); Sem Título #3: E para que Poetas em Tempo de Pobreza? (2016); Sem Título #2: la mer larme (2015); Sem Título #1: Dance of Leitfossil (2014); Santos Dumont Pré-Cineasta? (2010); Santoscópio = Dumontagem (2009); Das Ruínas a Rexistência (2007); Porviroscópio (2006); Um Caffé com o Miécio (2003); O Papa da Pulp: R. F. Lucchetti (2002); Militância (2002); A Voz e o Vazio: a Vez de Vassourinha (1998); Remanescências (1997); A Luz das Palavras (1992); Suspens (1989)

Sinopse: Em 6/09/21, seguranças de fazendeiros queimaram uma casa familiar Guarani Kaiowá, no Tekoha Ava’te, em área de Retomada, na Reserva de Dourados (MS). Em 29/12/21, membros da igreja “Deus é Amor” queimaram uma casa de reza Guarani Kaiowá, no Tekoha Itay Ka’Agwyrusu, em Douradina (MS). Estas ações criminosas foram registradas em vídeo pelo Povo Guarani Kaiowá. A Oga Pysy é patrimônio coletivo da cultura e da religião do Povo Guarani Kaiowá. Para eles, Tekoha é a definição de terra indígena, território étnico e vital dos povos originários do Brasil – um lugar onde se é.

BOA SORTE E ATÉ BREVE

Bruna Schelb Corrêa

FIC, Cor, MP4 H264, 9’, MG, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Bruna Schelb

Corrêa e Luis Bocchino

Roteiro e Elenco: Bruna Schelb Corrêa

Fotografia: Luis Bocchino

Trilha Sonora Original: Pedro Baapz

Montagem, Direção de Arte e Som: Bruna Schelb Corrêa e Luis Bocchino

Edição de Som: Silas Mendes

Filmografia: Klaxon e o Espírito Moderno (2022); Olho Além do Ouvido (2021); Temos Muito Tempo para Envelhecer (2021); Jornada ao Trabalho (2020); Passeio de Vento (2020); A Vida É Coisa que Segue (2019); Baixas Lendas da Classe Média Alta II: Mái Áis (2019); Baixas Lendas da Classe Média Alta I: Janaína sem Cabeça (2019); Jfarma (2019); Imo (2018); O Vampiro da Ocupação (2017)

Sinopse: O reencontro de uma mulher consigo mesma.

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FRAGMENTOS PANDÊMICOS

Aline Dias, Marcus Neves e GEXS

EXP, Cor, MP4 H264, 15’, ES, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Aline Dias e Marcus Neves

Roteiro: Aline Dias e Marcus Neves

Fotografia: Aline Dias, Jaks, Sulamita Marques, Rafaela Stein e Yurie Yaginuma

Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som: GEXS (Alessandra Felix, Bruno Hanstenreiter, Cláudia Zanetti, Dyone Cypriano, Gabriel Madeira, Gabriela de Azevedo, Gisele Bernardes, Igor Colombo, Igor Cowosque, Jenni Prélio, Luana Brito, Marco Rodrigues, Matheus Alves, Sulamita Marques e Vitor Resende)

Montagem: Aline Dias

Filmografia: Aline Dias – O Casamento de Clarice e Bataille (2017) – codireção

Sinopse: O curta percorre o limiar entre o anímico e o inanimado em tempos de confinamento e retiro para dentro de si, mesmo que torto. Aproxima vistas das cidades de Vitória, Vila Velha e Manaus, principalmente através de janelas de apartamentos, gestos de artistas que colaboram com o projeto e a experiência do olhar diante das vitrines de animais empalhados filmadas em 2019 no Museu Mello Leitão, INMA. As imagens foram desenvolvidas em diálogo e embate com a composição musical do Grupo de Experimentação Sonora (GEXS) comissionada pela Mostra de Música Contemporânea ES - Rumos Itaú Cultural.

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9ª Mostra Outros Olhares

Olhares sempre novos

A cada ano, a Mostra Outros Olhares oferece um mergulho na diversidade temática e estética do curta brasileiro. Dividida em dois programas, ela traça um panorama da atual safra de filmes, destacando questões e abordagens emergentes sobre importantes aspectos da realidade brasileira.

Nesta 9ª edição, dez são os filmes selecionados. Entre eles, temos obras de realizadoras e realizadores cujo trabalho o público capixaba já tem acompanhado em edições anteriores do Festival, como Allan Ribeiro, cujo documentário O Plantonista do Dia aborda com delicadeza as relações familiares em torno de pessoas idosas. Há também os trabalhos performáticos das realizadoras Dandara de Morais (Tudo que Eu Podia Fazer Era Chorar) e Lia Letícia (Queda), que falam direta e intensamente aos corpos espectatoriais, aprofundando suas propostas autorais, sempre bastante contundentes.

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Victor Di Marco e Márcio Picoli retornam com a ficção Possa Poder, que traça novas possibilidades narrativas para o cinema queer, enquanto que Edson Ferreira traz o documentário pandêmico Quando as Paredes Falam, construído a partir de olhares, sensações e performances realizadas por pessoas em situação de isolamento social e enviadas ao diretor.

Entre os nomes que participam pela primeira vez do Festival, temos a relação da arte com a perda familiar em Casa Torácica, de Caio Curvello, e as inserções afrofuturistas na fabulação do cotidiano proposta por Ímã de Geladeira, de Carolen Menses e Sidjonathas Araújo.

Stanley Albano utiliza uma mise-en-scène bastante própria para resgatar as heranças apagadas do povo negro em Angu Recheado de Senzala, enquanto que Elusão, de Taís Augusto, mergulha nas texturas sonoras e visuais de um relacionamento amoroso, com seus receios e suas intensidades, sempre de forma instigante. Já Leandro Lopes estabelece um diálogo intimista com a literatura de Hilda Hilst, que conjuga afeto, palavras e erotismo, em Apocalíptico Futuro Poeticamente Primitivo.

Erly Vieira Jr, Flavia Candida e Waldir Segundo Curadores

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ANGU RECHEADO DE SENZALA

Stanley Albano

DOC, Cor, MOV H264, 19’, MG, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Raul Lansky

Roteiro: Stanley Albano

Fotografia, Montagem, Direção de Arte e Som: Raul

Lansky

Trilha Sonora Original e Edição de Som: David Lansky

Elenco: Roselene de Oliveira, Tânia Maria de Oliveira, Taiene Albano e Stanley Albano

Filmografia: Morde & Assopra (2020)

Sinopse: Releitura da história do Pastel de Angu, patrimônio da cultura mineira, que tem na sua origem o período da escravização dos negros e negras no Brasil. Angu Recheado de Senzala é um docu-drama autoficcional, é narrativa de um povo que permanece sem registro, sem livro de receita, biografia ou álbum de foto. É história de uma comida mineira que tem na sua base a escravidão.

ELUSÃO

Taís Augusto

FIC, Cor, MP4 H264, 22’, CE, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Aline Furtado

Produção Executiva: Ticiana Augusto Lima

Roteiro: Taís Augusto

Fotografia: Flora Dias

Trilha Sonora Original: Mike Dutra

Montagem: Guto Parente

Direção de Arte: Thais de Campos

Som e Edição de Som: Lucas Coelho

Elenco: Noá Bonoba e Rodrigo Fernandes

Sinopse: O mais doce amor e seu abismo: a viagem de um casal até a beira do mar.

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CASA TORÁCICA

Caio Curvello

DOC, Cor, MP4 H264, 12’, ES, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Caio Curvello

Roteiro, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Som e Edição de Som: Caio Curvello

Elenco: Caio Curvello e Paulo Cesar Lessa

Sinopse: Em 19 de setembro de 2021 comemoramos o aniversário de meu avô pela última vez em família, depois de um ano afastados por conta da pandemia. 10 dias depois meu avô faleceu. Após sua morte, minha avó foi morar com a filha. Tornando a casa onde meu pai, minha irmã, meus primos e eu crescemos num esqueleto de tijolo e reboco. Esvaziada de vida e móveis. Três meses depois, me proponho a revisitar a casa de meu avô pela primeira vez desde a sua partida. Com a intenção de traçar um desenho de sua memória pelos cômodos, que agora servem apenas de cenário para as minhas lembranças.

APOCALÍPTICO FUTURO POETICAMENTE PRIMITIVO

Leandro Lopes

FIC, Cor, MP4 H264, 22’, MG, 2021

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Daniel Helvécio e Sarah Kacowicz

Produção Executiva: Leandro Lopes

Roteiro: Leandro Lopes

Fotografia: Breno Conde e Felipe Guri

Trilha Sonora Original: Zeca Baleiro

Montagem: Ian Lara

Direção de Arte: Gabriela Seraphim

Som: Lourenço Veloso e Lucas Almeida

Edição de Som: Matheus Fleming

Elenco: Camila Botelho, Sammer Iêgo Lemos, Daniel Jaber, Diego Roberto, Júlio Vianna, Luan Rezende, Luiz Fábio Torres e Ramon Brant

Filmografia: Eu Não Vou ao Enterro de Painho (2017); Sertão como se Fala (2016); Rio, à Beira do Ir (2016); Um Humanista, por Acaso Escritor (2015); Pertensença ou o Encharcar-se de Sertão (2015)

Sinopse: Pérsida é uma estudante de Letras recémchegada na cidade grande. Já nos primeiros dias de aula, ao conhecer a literatura da poetisa Hilda Hilst, descobre quase tudo que é necessário para viver: afeto, palavras e erotismo. De fato, a literatura é um colo.

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QUANDO AS PAREDES FALAM

Edson Ferreira

DOC, Cor, MOV H264, 10’, ES, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Edson Ferreira

Roteiro, Fotografia, Montagem, Som e Edição de Som: Edson Ferreira

Trilha Sonora: Brenda Romanzini, Daniel Grajew e Kakado Martins

Elenco: Depoimentos – Brenda Romanzini, Kakado Martins e Paulo Coelho

Filmografia: Sub (2022); Chamada a Cobrar - A Série (2021); Chamada a Cobrar - O Filme (2020); Entreturnos (2014); Deixa o Coração Falar (2013); Sombras do Tempo (2012); Alma Nua (2010); Charme (2010); Marcas da Vila (2010); Frames (2008); A4 (2007); Auroras de Ébano (2005)

Sinopse: A partir de depoimentos, performances, sensações e olhares em vídeos enviados pelo público ao diretor, Quando as Paredes Falam traz, à luz de Fernando Pessoa, um relato poético sobre a quarentena vivida pelos brasileiros no ano de 2020.

POSSA PODER

Victor Di Marco e Márcio Picoli

FIC, Cor, MP4 H264, 19’, RS, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Laura Moglia e Zé Luis Vallim

Roteiro: Victor Di Marco e Márcio Picoli

Fotografia: Bruno Polidoro

Trilha Sonora Original: Casemiro Azevedo e Vitório O.

Azevedo

Montagem: Renata Fischmann

Direção de Arte: Aline Gutierres

Som: Cleverton Borges

Edição de Som: Guilherme Cássio

Elenco: Jéssica Teixeira, Valeria Barcellos e Victor Di Marco

Filmografia: O que Pode um Corpo? (2020)

Sinopse: Em uma noite, Lucas, Luiza e Bia relembram as dores e as delícias de serem quem são.

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O PLANTONISTA DO DIA

Allan Ribeiro

DOC, Cor, MP4 H264, 17’, RJ, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Allan Ribeiro

Roteiro, Fotografia, Montagem, Som e Edição de Som:

Allan Ribeiro

Direção de Arte: Eliane da Silva

Elenco: Maria da Silva, Eliane da Silva, Edineide Muniz, Eliete da Silva e Edson da Silva

Filmografia: O Dia da Posse (2021); Darel e Raskólnikov (2019); O Quebra-Cabeça de Sara (2017); Mais do que Eu Possa Me Reconhecer (2015); O Clube (2014); Esse Amor que Nos Consome (2012); Com Vista para o Céu (2011); A Dama do Peixoto (2011); Ensaio de Cinema (2009); Depois das Nove (2008); O Brilho dos Meus Olhos (2006); Papo de Botequim (2004); Boca a Boca (2003)

Sinopse: Dona Maria tem 90 anos. Seus 4 filhos se revezam para cuidar dela em plantões de 24 horas.

TUDO QUE EU PODIA FAZER ERA CHORAR

Dandara de Morais

EXP, Cor, MP4 H264, 4’, PE, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Roteiro, Fotografia, Montagem e Elenco: Dandara de Morais

Filmografia: 2323 Danço Desabo ou Salvo o Mundo (2021); As Vezes que Não Estou Lá (2021); Grito! Parte

I: Mini Manifesto Feminista Interseccional em Imagens (2018); Bup (2018)

Sinopse: Um corpo maré cheia. Alongo meus membros que vão e voltam como as ondas do mar. Dessa vez as lágrimas fizeram um caminho diferente.

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QUEDA

Lia Letícia

EXP, Cor, MP4 H264, 5’, PE, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Adah Lisboa

Produção Executiva: Lia Letícia

Roteiro, Direção de Arte e Elenco: Lia Letícia

Fotografia: Rennan Peixe

Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som: Nicolau

Domingues

Montagem: Leticia Barros

Filmografia: Diva (2021); Per Capita (2021); Feliz

Navegantes (2021); De Todos os Lugares, o Mundo (2020); Thinya (2019); Terra Não Dita, Mar Não Visto (2017); Encantada (2014); Orwo Foma (2012)

Sinopse: Memória inventada, futuro rompido, fogo!

ÍMÃ DE GELADEIRA

Carolen Menses e Sidjonathas Araújo

FIC, Cor, MP4 H264, 19’, SE, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Neto Astério

Produção Executiva: Carolen Meneses e Sidjonathas

Araújo

Roteiro: Carolen Meneses

Fotografia: Edu Freire

Trilha Sonora Original: Piratas F&M

Montagem: Júlia da Costa

Direção de Arte: Victor de Beija

Som: Rafael Beck

Edição de Som: Piratas F&M

Elenco: Severo D’Acelino, Margot Oliveira, Ícaro Olavo, Solange Bocão e Joaquim Gael

Filmografia: Corre (2020); Babá Eletrônica (2018)

Sinopse: Depois que um casal de costureiros perde a sua geladeira, em decorrência de uma série de apagões no bairro, eles saem em busca de um novo eletrodoméstico.

Numa loja de usados, uma geladeira parece oferecer risco. Mas só para pessoas negras.

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7ª Mostra Cinema e Negritude

O campo de conexões do cinema negro

Os filmes selecionados para a 7ª Mostra Cinema e Negritude demonstram, mais uma vez, a força artística do cinema negro brasileiro. Cabem algumas palavras sobre essa dupla via, ou seja, “força artística” e “cinema negro”, principalmente para o público que entra em contato pela primeira vez com expedientes dessa produção.

Entendemos a questão artística como o procedimento que se volta para o processo criativo do cinema. Assim, a atenção ao campo formal continua como um princípio organizador, estruturante, deflagrador daquilo que dispara o estranhamento e, consequentemente, revela a obra de arte. Arte é, assim, estranhamento. Isso se realiza pelo princípio da ruptura com seus referenciais, com a articulação, via forma, de gestos a serem decodificados pelo espectador, mediante trabalho prévio com os instrumentos que constroem o objeto artístico. E cinema negro alia-se a esse movimento de ideias, capitaneado por realizadores afro-brasileiros ou afrodiaspóricos. É um cinema que instaura processos artísticos, a partir de vivências e cosmovisões afrocentradas, em relação ao movimento da vida e do mundo, em processo incessante de diálogo com os campos da arte e de outros territórios do saber.

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A partir dessas relações, a presente curadoria deflagrou o campo das “conexões” nos filmes, justamente para atentar para um gesto que informa sobre a experiência artística específica que estes títulos revelam. Do conjunto, O Ovo (Rayane Teles, FIC, 23’, BA), Serrão (Marcelo Lin, FIC, 18’, MG) e Kung Fu Allef (Gabriel Pinheiro, FIC, 8’, DF) personificam de maneira contundente o princípio do estranhamento, justamente ao compor narrativas ficcionais imprevisíveis, assumidamente enigmáticas em suas construções e em seus modos de encenação. Tanto em O Ovo como em Serrão o espectador reconhece questões temáticas vivenciadas por seus personagens, como o machismo e a relação abusiva, no primeiro, e os dilemas dos sujeitos que saem das prisões e continuam nas estatísticas da vulnerabilidade no país do encarceramento em massa da população negra, no segundo filme. No entanto, a quebra de expectativa, em momentos distintos, resgata as narrativas do destino do drama social, para universos fabulares menos previsíveis. Já em Kung Fu Allef isso se instaura ao longo da narrativa, que conecta culturas transcontinentais ao mesmo tempo que emoldura o curta como um revival da Blaxploitation, pontuando o diálogo com o cinema negro estadunidense.

Em outras chaves, Nunca Pensei que Seria Assim (Meibe Rodrigues, FIC, 10’, MG) e Sethico (Wagner Montenegro, EXP, 14’, PE) elaboram performances para a câmera, e ambos os filmes criam suas próprias conexões nesses movimentos de desajustes e reajustes com o vivido e suas relações. Assim, o curta-metragem de Meibe Rodrigues reúne fragmentos autobiográficos, num encadeamento de imagens de celular, fotografias antigas, uma performance da própria diretora e sua fala diretamente para a câmera. Para a diretora, a memória é um campo de conexões com o presente, atualizadas na forma fílmica, em que o vivido e o biográfico tensionam e partilham descobertas, traumas, afetos e o enigma da experiência. Sethico traz uma encenação imagéticovisual desconcertante, em que o espectador é convidado a seguir uma deambulação por rios e ruas de Recife. A cidade se apresenta como uma paisagem a ser ressignificada, ao mesmo tempo habitada e ocupada por uma africanidade escanteada de sua moldura oficial. Filme de conexões pungentes em suas relações afrodiaspóricas, em que a dimensão performática é também uma territorialização urgente.

Curadores

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NUNCA PENSEI QUE SERIA ASSIM

Meibe Rodrigues

FIC, Cor, MOV H264, 10’, MG, 2021

Classificação Indicativa: 16 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Matheus

Moura

Roteiro e Elenco: Meibe Rodrigues

Fotografia, Montagem, Som e Edição de Som: Matheus

Moura

Trilha Sonora Original: Barulhista

Direção de Arte: Estevam Neto

Animação: João Paulo Freitas

Sinopse: Através de memórias do próprio passado, o artista Meibe Rodrigues propõe uma reflexão sobre audácia e escrita.

O OVO

Rayane Teles

FIC, Cor, MOV H264, 23’, BA, 2021

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Amaral Mateus e Yasmin Rocha

Produção Executiva: Rayssa Coelho e Daniel Leite

Almeida

Roteiro: Rayane Teles

Fotografia: Fanny Oliveira

Trilha Sonora Original: Vinícius Pessoa

Montagem e Edição de Som: Kauan Oliveira

Direção de Arte: Saulo Goveia

Som: Glauber Lacerda

Elenco: Valdineia Soriano e Vado Souza

Filmografia: Pinote (2021)

Sinopse: Em um Brasil distópico, em que toda a população se encontra infértil e governada por um regime ditatorial populista, casal de camareira de hotel e padeiro não conseguem chegar em consenso na escolha do nome da sua filha, expondo problemas estruturais no casamento e na sociedade.

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SERRÃO

Marcelo Lin

FIC, Cor, DCP 2K MP4 H264, 18’, MG, 2021

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Marcelo Lin, Marco Antônio Pereira e Rodrigo Meireles

Produção Executiva: Marcelo Lin

Roteiro e Direção de Arte: Marcelo Lin

Fotografia: Rodrigo Meireles

Trilha Sonora Original e Edição de Som: Pedro Santiago

Montagem e Som: Marco Antônio Pereira

Elenco: Ice Band, Dj Vitin do Pc, Dona Lena e Érica Lucas

Filmografia: Abdução (2021)

Sinopse: Um homem tenta recomeçar sua vida. Perto de tudo dar certo, ele perde seu olho.

KUNG FU ALLEF

Gabriel Pinheiro

FIC, Cor, MP4 H264, 8’, DF, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Gabriel

Pinheiro e Rachel Smidt

Roteiro e Montagem: Gabriel Pinheiro

Fotografia: André Miranda e Gabriel Pinheiro

Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som: Rafael

Gama

Direção de Arte: Rachel Smidt

Animação: Lucas Vascun

Elenco: Mirley Allef, Clara Oga e Lucas Emanu

Sinopse: Kung Fu Allef é um lutador que mistura break dance e kung fu. Ele tem que aprender a superar seus medos com os ensinamentos de sua Sensei, Lady Azumi, para enfrentar o sanguinário Karatê Jones em uma luta brutal onde só um sairá vivo.

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SETHICO

Wagner Montenegro

EXP, Cor, MP4 H264, 14’, PE, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Andréa Veruska e Wagner

Montenegro

Produção Executiva: Andréa Veruska

Roteiro: Andréa Veruska, Danielle Valentim e Wagner

Montenegro

Fotografia: Breno Cesar

Trilha Sonora Original e Edição de Som: Rafaella Orneles

Sons Percussivos: Nino Souza

Montagem: Felipe Correia

Direção de Arte: Abdoulaye Dit Goumb Sow

Som: Camila Silva

Elenco: Wagner Montenegro

Filmografia: Linhas Cruzadas (2021); Letal (2020); Ferida (2020); Perseguida (2019); Devir Animal (2019); Mulheres que Carregam Homens (2018); A Coleira (2015)

Sinopse: Esta travessia começa no rio Capibaribe, por onde muitas pessoas traficadas de África entraram no Brasil. Seguimos por lugares que quase escondem o horror da tragédia colonial, que são o cenário do massacre de muitas vidas negras no Recife. Apesar de tudo isso, encontramos estratégias para sobrevivermos à feiura do mundo. Seth é o juiz; e Sethico, seu julgamento.

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7ª Mostra Mulheres no Cinema

Tempo de se permitir

A 7ª edição da Mostra Mulheres no Cinema acontece ainda em período pandêmico, mas numa fase avançada de vacinação em que atividades culturais voltam a ser presenciais. A pandemia ainda afeta a produção cinematográfica, seja pela forma como os filmes são produzidos ou pelas temáticas que dialogam com seu tempo, mas já são tempos de se permitir o riso e de tomar fôlego para continuar na luta pelos direitos das mulheres.

Em Namidá, ficção dirigida por Renata Jesion, três irmãs tentam sobreviver a uma praga num lugar perdido no tempo e devem fazer uma escolha. A representatividade de mulheres com ascendência asiática amarela (uma discussão que se acalorou recentemente) se une às questões ambientais e, mesmo sem ser localizado no filme, nos remete a recentes acontecimentos no país, gerando debates pertinentes ao nosso tempo.

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Two Girls with a Movie Camera (Slumber Party), de Victoria Brasil e Thamyris Escardoa, traz duas jovens amigas que tentam lidar com questões óbvias, embora, muitas vezes, tornadas vergonhosas de serem manifestadas. O filme, inteiramente rodado dentro de um apartamento, dialoga com as novas gerações de feministas e localiza seu processo de criação na pandemia mundial.

A ficção Chão de Fábrica, de Nina Kopko, nos mostra o que ocorre em um banheiro feminino quando as máquinas desligam para o horário do almoço de uma metalúrgica de São Bernardo do Campo em 1979. Entre risos e conflitos, quatro operárias que comem dentro do banheiro feminino guardam seus segredos e expõem seus desejos. O filme traz uma ótima escolha de elenco com atuações maravilhosas e diálogos certeiros entre as quatro mulheres protagonistas com vidas tão diversas.

No documentário Mórula, dirigido por Cristal Obelar e Gabriela Cunha, as imagens poéticas se sobrepõem a uma escrita cortante, expondo o relato incisivo e sensível da diretora sobre sua experiência de aborto. Mórula é o nome do primeiro estágio de desenvolvimento de um embrião, e o filme toca em questões importantes como o aborto, a objetificação do corpo feminino e a violência obstétrica e doméstica. Ao nos apresentar o compromisso integral da diretora em compartilhar suas vivências mais íntimas sobre aborto e violência doméstica, o filme nos conquista com as bonitas imagens em contraste com a dureza de suas palavras. Levar à tela da Mostra de Mulheres um filme sobre luto neonatal e violência obstétrica é uma forma de o cinema contribuir com essa discussão, sempre atualizada pelo constante avanço conservador contra os direitos das mulheres.

Medusa in.ConSerto, de Bruna Lessa, parte do mito da Medusa e constrói um doc-ficção musical no qual Medusa é entrevistada pela primeira vez e conta a sua versão do mito, em que ela é vítima de um estupro. Para encerrar a Mostra de forma alegre e pra cima, nada melhor que o humor feminista, irônico e debochado de Medusa in.ConSerto.

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Saskia Sá e Hegli Lotério Curadoras

MÓRULA

Cristal Obelar e Gabriela Cunha

DOC, Cor, Full HD MOV H264, 9’, RS, 2021

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Cristal Obelar

Roteiro e Elenco: Cristal Obelar

Fotografia e Montagem: Gabriela Cunha

Edição de Som: Gustavo Cunha

Sinopse: Imagens poéticas sobrepostas a uma escrita cortante que expõe o relato incisivo e sensível de Cristal Obelar sobre sua experiência de aborto vivida em 2016. Mórula leva o nome do primeiro estágio de desenvolvimento de um embrião e toca em questões como o aborto, a objetificação do corpo feminino e a violência obstétrica e doméstica. O curta-metragem apresenta uma narrativa autobiográfica que conta também a história de muitas mulheres.

CHÃO DE FÁBRICA

Nina Kopko

FIC, Cor, MOV H264, 24’, SP, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Jana Dalri

Produção Executiva: Letícia Friedrich

Roteiro: Nina Kopko e Tainá Muhringer

Fotografia: Anna Júlia Santos

Trilha Sonora Original: Vitor Colares

Montagem: Lis Paim

Direção de Arte: Dayse Barreto

Som: Ju Baratieri

Edição de Som: Maurício Castañeda

Elenco: Alice Marcone, Carol Duarte, Helena Albergaria e Joana Castro

Filmografia: A Vida Invisível (2019) – assistência de direção; O Silêncio do Céu (2016) – assistência de direção

Sinopse: 1979. As máquinas desligam para o horário do almoço dentro de uma metalúrgica de São Bernardo do Campo. Quatro operárias comem dentro do banheiro feminino. Entre risos e conflitos, cada uma guarda o seu segredo.

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MEDUSA IN.CONSERTO

Bruna Lessa

FIC, Cor, Digital MP4 H264, 20’, SP, 2022

Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Mariana

Pessoa e Tetembua Dandara

Roteiro: Bruna Lessa, Michele Navarro, Paula Mirhan e

Tetembua Dandara

Fotografia: Cacá Bernardes

Trilha Sonora Original: Paula Mirhan

Montagem: Bruna Lessa

Direção de Arte: Andreia Tristão

Edição de Som: Rui Barossi

Elenco: Medusa, Michele Navarro, Medusa Paula Mirhan e Medusa Tetembua Dandara

Filmografia: Barafonda (2022); Os Pilotos do Plano (2021); Fracasso das Formas (2019); Protetor de Proximidades Humanas (2018); Kombi da Memória e Memórias de Heliopólis (2012-2014); Lembranças de Maura (2012)

Sinopse: A partir do mito de Medusa é construído um doc-ficção musical em que Medusa é entrevistada pela primeira vez e conta a sua versão do mito, em que ela é vítima de um estupro.

NAMIDÁ

Renata Jesion

FIC, Preto e Branco, MP4 H264, 9’, SP, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Coletivo Oriente-se

Produção Executiva: Cristina Sano, Marcos Miura, Keila

Fuke e Renata Jesion

Roteiro: Cristina Sano

Fotografia: Lúcio Kodato, ABC

Trilha Sonora Original: Yugo Sano Mani

Montagem: Vinicius Pires e Guilherme Herrera Falchi

Direção de Arte: Renata Jesion

Som: Giovanni Mattei

Edição de Som: Pedro Noizyman

Elenco: Cristina Sano, Kazue Akisue, Keila Fuke, Ligia Yamaguti e Marcos Miura

Filmografia: A Conta-Gotas (2021); Post It (2019); Surpresa (2019); A Caixa (2018); As Aparências Enganam (2011) – codireção

Sinopse: Três irmãs tentam sobreviver a uma praga local num lugar distante e perdido no tempo. Os vizinhos da região já decidiram o que fazer. Agora é a vez delas fazerem suas escolhas, mesmo em meio a fatalidades e sem um destino em vista.

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TWO GIRLS WITH A MOVIE CAMERA (SLUMBER PARTY)

Victoria Brasil e Thamyris Escardoa

DOC, Cor, MP4 H264, 7’, ES, 2021

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Victoria Brasil e Thamyris Escardoa

Roteiro, Fotografia, Direção de Arte, Som e Elenco: Victoria Brasil e Thamyris Escardoa

Montagem e Edição de Som: Thamyris Escardoa

Filmografia: Victoria Brasil – Tenho Time pra TorcerEpisódio 1 - Desportiva Ferroviária (2021); Tenho Time pra Torcer - Episódio 2 - Rio Branco (2021)

Sinopse: Duas amigas descobrem como lidar com questões óbvias que se tornaram vergonhosas de se manifestarem. Parte de uma geração de feministas falhas, uma pandemia mundial e o processo da criação de um documentário.

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Mostra Nacional de Videoclipes

Imagens e sons do futuro que construímos no presente

A representação é uma forma de se construir a imagem de um povo, gênero ou raça por meio das mídias disponíveis através dos tempos. Livros, pinturas, filmes, fotografias. A imagem construída de si ou do outro demonstra o poder que há em ocupar os espaços do sensível. A 6ª Mostra Nacional de Videoclipes traz um compilado de obras assinadas pelos fazedores de cultura de todo o país que reivindicam seu lugar no território imagético do nosso tempo.

Nesse imaginário, presente e futuro se embaçam. A periferia retratada por suas escadarias e vielas ganha projeções holográficas. A vigilância de hoje é projetada no futuro com drones e lentes de contato conectadas com sistemas de informação futurísticos, formando o cenário do videoclipe da música Kolpaso, de Monkey Jhayam, Enme e Terra Treme. Nesta produção dirigida por Jessica Lauane e Lazaro vemos um mundo com uma estética urbana próxima da nossa, mas com tecnologia avançada. Mesmo assim, não há sentimento de avanço na qualidade de vida da população preta.

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O rosa que grita aos olhos poderia remeter à fragilidade e à delicadeza. Porém é um cenário radioativo onde a cor se sobressai em The End, de Electro Womangroove, dirigido por Helena Lima. O pouco de tranquilidade está no desolamento branco, cinza e translúcido, perdido na solvência pós-flutuação final da protagonista.

Um misto de Tron e games 8 bits dá o toque da estética cyberpunk futurista ao maravilhoso performer Laialex em Flecha, dirigido por Marcelo Engster. O amanhã pode ser distópico, mas também divertido, ainda mais se o boy for lixo.

A beleza da diversidade do povo brasileiro, nossas crenças e ancestralidade tomam conta da tela, que se enche de cores e luzes em movimento e embalam as corpas em primeiro plano na produção Chorar, de Karola Nunes e Pacha Ana, com participação de Curumin e dirigida por Juliana Segóvia.

Tudo Eu, de Amiri, dirigido pelo trio Elirone Rosa, Fernando Sá e Ione Maria, acessa a mente apaixonada do homem preto e traz questões profundas relacionadas à masculinidade e às construções de afeto. Os melhores momentos de uma paixão e cenas que representam a dor de quem ficou sem a sua metade. Cenas surrealistas e do cotidiano se misturam numa linha atemporal, assim como as questões da alma.

Cenas de terror vividas por um vigilante noturno permeiam a narrativa de Maya, dirigido por Fabrício Koltermann. O cantor Tagore performa um homem assombrado por uma doce e, por vezes, terrível alma penada.

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O carimbó maranhense bate à porta da Mostra com A Dona do Fuxico, dirigido por Thais Lima, com música de Alexandra Nícolas. As belezas naturais, a dança e a alegria do povo do norte do país marcam esta produção muito divertida.

Que coisa fina é Arritmia. Aska Lima dirige esse videoclipe de Capela, uma levada de, basicamente, voz e violões, que ganha imagens tão sensíveis quanto os movimentos corporais dos dançarinos aéreos do vídeo. Uma combinação certeira para essas imagens e esse som.

Que belos sorrisos têm os filhos da diáspora forçada que, por 400 anos, espalhou os povos africanos pelo mundo. Essa gente compõe os mais de cinco minutos do clipe Sou Negro. Esta é a visão de Cintia Braga para a sonoridade criada por Monique Rocha, uma ode ao que temos de melhor: autoestima em meio às lutas diárias.

O sentimento é, no primeiro momento, de desamparo diante do patriarcado e suas tecnologias no peso e contrapeso desregulado da lei na história ficcional, tão real, Vestida ou Nua, de Clara x Sofia. Ao mesmo tempo, a produção com direção de Gabriela Moura nos traz à tona a importância da sororidade feminina para a continuidade da transformação e ocupação dos espaços de poder pela mulher.

A belíssima fotografia de Oyá Ê, de Naná Martins, escancara a beleza e a força do matriarcado e das religiões de origem africana. O olhar de Anderson Barbosa nos mostra como somos tão lindos, desde as nossas origens. A beleza do Brasil é a sua diversidade e o poder acolhedor da mãe.

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Luiz Eduardo Neves e Suellen Vasconcelos Curadores

KOLAPSO

Lazaro e Jessica Lauane

Artista: Monkey Jhayam, Enme e Terra Treme

VID, Cor, MP4 H264, 4’, SP/MA, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Coleta Filmes, Paula Beatriz e Walber Sousa

Produção Executiva: Carolina Castellain

Roteiro: Lazaro, Monkey Jhayam e Enme Paixão

Fotografia: Bruno Ramos e Jonas Sakamoto

Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som: Terra Treme

Montagem: Bruno Ramos e Lazaro

Direção de Arte: Coleta Filmes

Animação: Lummi Art

Elenco: Monkey Jhayam, Enme, Terra Treme, Aline Anaya, Mônica Araújo, Lanna Rodrigues e Débora Melo

Filmografia: Jessica Lauane – Virada da Década – Marco Gabriel (2022); 4 por 4 – Enme (2021); Garruncha do Sampaio – Marco Gabriel (2021); Chato – Marco Gabriel part. Débora Melo (2020); Batidão – Enme (2020); Killa –Enme (2019); Você Bagunçou Comigo – Yhago Sebaz feat. ALLVDIN (2019)

Sinopse: No ano de 2021 D.C (depois do colapso), o mundo é controlado por tecnologia virtual, fome e medo. Nas vozes de Monkey Jhayam e Enme Paixão, Kolapso apresenta a tão sonhada cura, disseminada através da tecnologia própria das periferias, trazendo o funk e kuduro com a produção musical da dupla Terra Treme.

THE END

Helena Lima

Artista: Electro Womangroove

VID, Cor, MP4 H264, 5’, PB, 2021

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Arielli Lima

Produção Executiva: Beatriz Waves

Roteiro: Mariana Camillo e Saskia Lemos

Fotografia e Montagem: Ana Moraes

Trilha Sonora Original: Electro Womangroove

Direção de Arte: Maíra Rosas

Som e Edição de Som: Gota Sonora

Elenco: Karla Oliveira, Beatriz Waves, Bianca Dias e Arielli Lima

Filmografia: Nordeste Futurista (2022); Feliz Aniversário (2021); Partiu (2019); IESP 20 Anos (2018); A Pontualidade dos Tubarões (2018); Viver é Melhor do que Sonhar (2018); Sumiço de Santo Antônio (2018)

Sinopse: Em um mundo distopiano e deserto, atingido por poluição extrema, uma estranha personagem dança pela natureza entre antigos prédios abandonados. As árvores e o ar são venenosos, mas ela tem o desejo de senti-los como nunca antes. É em uma festa futurista (onde a banda Electro Womangroove toca) que ela tem um despertar e vai ao encontro do que sua alma realmente anseia.

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FLECHA

Marcelo Engster

Artista: Laialex

VID, Cor, MP4 H264, 5’, SP, 2021

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Laialex e Ariel Velloso

Roteiro: Marcelo Engster e Laialex

Fotografia: Marcelo Engster

Montagem: Guilherme Comparone

Animação: Iran Hoover e Pedro Schimidt

Elenco: Laialex, Afroditte e Chuê

Filmografia: Lifeapp (2020); Quarto Ácido – Feeling Dead (2018); Quarto Ácido – Serena Inquietude (2018) – codireção; Agora Somos 2 (2017); Sementes (2015); Copinha, um Sentimento (2015) – codireção; Construción ¿Una Película Latina? (2015); As Cores – Rinoceronte (2015) – codireção; Casa sem Janela (2014) – codireção; Guia Prático para Escolher o Sofá dos Seus Sonhos (2014); Arquitetura de um Guerreiro – Bili MC (2014); A Revolta Popular dos 20 Centavos (2013) – codireção; O Réu (2012) – codireção; Movimento (2007) – dir. coletiva; Toda Forma é Cinema (2007) – dir. coletiva; O que é Cineclube? (2006) – dir. coletiva

Sinopse: Abordando a solidão digital, principalmente em aplicativos e sites de relacionamento, Flecha lida com a realidade do “amor virtual” (e do tesão virtual também) com um pouco de mágoa mas também com bom humor. Quem nunca se sentiu mal depois de 20 matches e nenhum encontro bem-sucedido?

CHORAR

Juliana Segóvia

Artista: Karola Nunes feat. Pacha Ana e Curumin

VID, Cor, MP4 H264, 5’, MT, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Paula Dias

Produção Executiva: Larissa Sossai

Roteiro: Juliana Segóvia

Fotografia: Rosano Mauro Junior

Trilha Sonora Original: Karola Nunes

Montagem: Pedro Brites

Direção de Arte: Rodrigo Zaiden

Elenco: Benedita Xuxa, Blandina Martinho, HEND, Karola Nunes, Lupita Amorim e Pacha Ana

Filmografia: A Velhice Ilumina o Vento (2022); Bendita (2022); Aqui Jaz a Melodia (2022); Deize (2022); Tá Vendo Seu Moço (2019)

Sinopse: O videoclipe Chorar é uma ode às mulheres negras. Dentre variadas tonalidades de pele, explorando a beleza de traços, formas e detalhes, são apresentadas seis guerreiras, detentoras de corpos-arte, corpospotência. Os desafios e a trajetória de cada uma das personagens expressadas nas diversas materialidades de chuva e a reverência à ancestralidade traduzida na representação das orixás fazem do videoclipe Chorar uma pulsão artística de cores, força e resistência.

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TUDO EU

Elirone Rosa, Fernando Sá e Ione Maria

Artista: Amiri

VID, Cor, MOV H264, 6’, SP, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Fernando Sá

Roteiro: Filmes de Ponta e Amiri

Fotografia: Gabriel Arruda

Trilha Sonora Original: Amiri e Deryck Cabrera

Montagem: Fernando Sá

Direção de Arte: Ione Maria

Animação: Elirone Rosa

Som e Edição de Som: Deryck Cabrera

Elenco: Amiri, Mel Duarte e Barroso

Filmografia: Nascimento de EUS (2022); Lado do Paraíso –Leyllah Diva Black (2020)

Sinopse: Tudo Eu ilustra algumas reflexões sobre fragilidade emocional de um homem preto. Mfalme (Amiri), que ainda está digerindo o término de seu relacionamento com Layla (Mel Duarte), tenta esconder de seu amigo Aden (Barroso) como realmente se sente enquanto tem memórias e devaneios sobre a história de afeto que viveu.

MAYA

Fabrício Koltermann

Artista: Tagore

VID, Cor, MP4 H264, 4’, RS, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Fabiano Foggiatto

Produção Executiva: Matheus Toledo

Roteiro e Montagem: Fabrício Koltermann

Fotografia: Daiane Bedin

Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som: Tagore

Direção de Arte: Wesllen Machado

Animação: Bruno Fenner

Elenco: Felipe Mendes, Laédio Martins, Renata Polga e Tagore Suassuna

Filmografia: Love do Amor (2019); Homem Arroz (2011); No Fundo do Buraco (2010); A História de Antemar Manuzo (2008); A Farsa Seca (2007); Vítimas em Nós (2006)

Sinopse: Dá um trabalho danado / Fingir que eu não me importo / Fingir que eu não sou louco por você.

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A DONA DO FUXICO

Thais Lima

Artista: Alexandra Nícolas

VID, Cor, MP4 H264, 5’, MA, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Thais Lima

Roteiro: Thais Lima

Fotografia, Montagem e Edição de Som: Mateus Rizoka

Direção de Arte: Zequi

Sinopse: Videoclipe da cantora Alexandra Nícolas, em que parte se passa no interior com senhoras à porta fuxicando, crianças brincando, jovens se divertindo e dançando, enquanto no outro cenário, no Canadá, Alexandra conta essa história.

ARRITMIA

Aksa Lima

Artista: Capela

VID, Cor, MP4 H264, 3’, SP, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Caio Oliveira

Produção Executiva: Flávia Rabachim

Fotografia: Aksa Lima

Trilha Sonora Original: Gustavo Rosseb e Léo Nicolosi (Capela)

Elenco: Bailarinos – Patricia Rizzi e Hernâni Albuquerque

Filmografia: Alguém na Janela (2018)

Sinopse: O videoclipe Arritmia traz um recorte da sociedade atual, representado por dois dançarinos que apresentam uma coreografia contemporânea, enquanto pendurados em cabos num estúdio de 10 metros de altura. A banda se faz presente como uma representação das pessoas em suas casas, justamente em um ano pandêmico, onde o isolamento social se faz obrigatório. O clipe traz reflexões num âmbito social, urbano e político.

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SOU NEGRO

Cintia Braga

Artista: Monique Rocha

VID, Cor, MP4 H264, 5’, ES, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Rocha Produções

Produção Executiva: Monique Rocha

Roteiro: Cintia Braga e Monique Rocha

Fotografia: Adriano Monteiro

Trilha Sonora Original: Jean Carlos

Montagem: Lucas Carvalho

Direção de Arte: Rômulo Corrêa

Elenco: Monique Rocha, Jean Carlos, Adriano Monteiro, Afronta Mc, André Moreira, Aroldo Rufino, Bruna Medeiros, Crislayne Zeferina, Fabio Carvalho, Felipa Souza, Gil Mendes, Gustavo Forde, Iamara Nascimento, Jaddy Meira, Jadson Titanium, Jhon Conceito, Jocelino Junior, Leia Rodrigues, Markus Konká, Rayane Rosa, Rozi de Sá, Sagaz Bicho Solto, Sebastião Reis “Mestre Tião”, Starley Bonfim, Suely Bispo, Tony Nascimento, Valquíria Santos, Zilda Aquino, Andreza Santos, Fernando Queiroz, Guilherme Pimenta, Winny Rocha, Ana Paula Rocha, Isaias Santana Rocha, Maria da Penha Silva, Priscila Gama, Junior Oliveira, Antônio Bento Gama de Oliveira, João Francisco Gama de Oliveira, Miguel Araújo e Agatha Chepherd

Filmografia: Dona Astrogilda – Monique Rocha (2022); Capixabas d’Luta (2021); O Diploma (2019); Janelas Quebradas (2019) – ass. de direção; (Re)Toma (2010)

Sinopse: Sou Negro traz a interpretação da cantora Monique Rocha e do compositor Jean Carlos retratando um casal da realeza africana em plena favela brasileira, mostrando suas vielas, becos e barracos em contraponto com o figurino luxuoso do casal, mostrando que somos descendentes de reis e rainhas. Em complemento a essa história, são retratadas várias personalidades negras de renome capixabas, trazendo a autoestima do nosso povo preto.

VESTIDA OU NUA

Gabriela Moura

Artista: Clara x Sofia

VID, Cor, MOV H264, 7’, SP, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Lais Behmer

Produção Executiva: Lipe Carvalho

Roteiro: Gabriela Moura, Guilherme Dellavalle, Leticya

Chaves, Clara Câmpara, Sofia Lopes, Lipe Carvalho e Laura Damasceno

Fotografia: Guilherme Dellavalle

Trilha Sonora Original: Clara x Sofia

Montagem: Santiago Acosta Cis

Direção de Arte: Leticya Chaves

Som: Denis Barggion Melito

Edição de Som: Cido

Elenco: Cissy Moreira, Carlos Ladessa, Cristina Rother, Aranyn Campos, Vanessa França, Larissa Behmer, Eduardo Ramella, Daniel Victorino, Felipe Ferreira, Vinicius Rodrigues e Cláudia Dalla Verde

Filmografia: Libaax Sessions (2020); Caso com Você –Cammie (2019); Seu Costume Acústico – Gabriel Nandes part. Bruno Gadiol (2018)

Sinopse: O videoclipe curta-metragem aborda o machismo dentro do sistema judiciário. Um caso envolvendo abusos diversos a uma mulher é julgado de maneira enviesada, absolvendo o acusado. Depois de ser injustiçada, ela precisa se refazer e buscar força de novo para seguir a vida.

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OYÁ Ê

Anderson Barbosa

Artista: Naná Martins

VID, Cor, MP4 H264, 5’, AL, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Camila Guimarães

Produção Executiva: Naná Martins

Roteiro: Anderson Barbosa, Rita Moura e Naná Martins

Fotografia: Rita Moura

Trilha Sonora Original: Naná Martins

Montagem: Anderson Barbosa

Direção de Arte: Mariana Lucena

Elenco: Mãe Neide Oyá D’Oxum, Alice Carvalho e Pérola Ramos

Filmografia: O Branco da Raiz (2019); Fênix (2012); Do Amor e Outros Crimes (2011); Cidade das Águas Claras (2010)

Sinopse: Foi nas águas de Oxum, na doçura de Iemanjá / Na força que tem essa Mãe Oyá / Na espada de Ogum, na justiça de Xangô / Na força que tem essa Mãe Oyá / Mãe Oyá / Mãe Oyá ê, Mãe Oyá ê / Mãe Oyá ê, Mãe Oyá ê / Foi nas águas de Oxum, o vento vai te levar / Pra longe da tristeza, Mãe Oyá / Um presente pra Iemanjá, um segredo desvendar / A força que tem essa Mãe Oyá / Mãe Oyá / Mãe Oyá ê, Mãe Oyá ê / Mãe Oyá ê, Mãe Oyá ê / Vem cantar pra ela / Pede a benção dela / Que linda que é essa Mãe Oyá / Chega no terreiro, ilumina o mundo inteiro / Que linda que é essa Mãe Oyá / Vem cantar pra ela / Pede a benção dela / Que linda que é essa Mãe Oyá.

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5ª Mostra Nacional de Cinema

Ambiental

O ano que não acabou

A janela da 5ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental do 29º Festival de Cinema de Vitória traz um lúmen de esperança, uma grave denúncia e uma vaga eternidade, em três grandes obras: Cavalo Marinho, um documentário do Distrito Federal dirigido por Gustavo Serrate; Quanto Vale a Vida no Mangue?, primeiro filme de Lucas Oliveira, de Cubatão-SP; e Futuros Amantes, ficção dirigida por Jessika Goulart, do Rio de Janeiro.

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Em Cavalo Marinho, um grupo de garotos vive na periferia do litoral capixaba educando cavalos para o trabalho, transporte e corridas. Os dias são preenchidos pelas responsabilidades, amizade e paixão pelos cavalos. Já Quanto Vale a Vida no Mangue? expõe relatos de pescadores e representantes da comunidade da Vila dos Pescadores sobre os impactos ambientais que atingem diariamente a população que vive às margens do manguezal do Rio Casqueiro e tem a pesca como seu principal sustento. E em Futuros Amantes conta-se a história de Lorna, que, devido ao sistema de hibernação mundial, a cada 300 anos, desperta para viver por 24 horas acordada.

Nesta primavera de 2022, e em meio a filmes com temáticas tão urgentes, não é demais lembrar: Era uma Crise Pandêmica, virou uma Crise Bélica e no meio disso tudo – o tempo inteiro – uma Crise Climática impondo uma agenda global de redução da emissão de carbono para salvar a natureza. No Brasil, 33 milhões de pessoas passam fome.

Curadores

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Margarete Taqueti e Jefferson Albuquerque Júnior

CAVALO MARINHO

Gustavo Serrate Maia

DOC, Cor, MP4 H264, 25’, ES/DF, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Rodrigo Alves de Oliveira

Produção Executiva: Cine 81

Roteiro, Fotografia e Montagem: Gustavo Serrate

Trilha Sonora Original: Fernando Miranda

Som e Edição de Som: Gabriel de Melo

Filmografia: O Céu Perdeu a Cor (2017); #Ocupação (2016); Infrator (2013); Bastar (2010); Joka Humberto e uma Permuta (2005); A Loucura de Babuc (2004)

Sinopse: Um grupo de garotos que vive na periferia do litoral capixaba educando montarias para trabalho, transporte e diversão resolve organizar uma corrida de cavalos para competir e decidir quem é o melhor jóquei da turma.

QUANTO VALE A VIDA NO MANGUE?

Lucas Oliveira

DOC, Cor, MP4 H264, 23’, SP, 2021

Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Lucas Oliveira

Roteiro, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Som e Edição de Som: Lucas Oliveira

Trilha Sonora Original: MARiAN

Elenco: Marly Vicente, Cintia Neli e José Severino

Sinopse: Quanto Vale a Vida no Mangue? expõe relatos de pescadores e representantes da comunidade da Vila dos Pescadores (Cubatão-SP) sobre os impactos ambientais que atingem diariamente a população que vive às margens do manguezal do Rio Casqueiro e tem a pesca como seu principal sustento.

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FUTUROS AMANTES

Jessika Goulart

FIC, Cor, Digital MP4 H264, 15’, RJ, 2022

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Maria Laura Cravo

Roteiro: Fidelys Fraga

Fotografia: João Paulo Casalino

Trilha Sonora Original: Gabriel.Manita

Montagem: Felipe Barreto

Direção de Arte: Débora Cancio

Som e Edição de Som: Cauê Leal

Elenco: Lux Nègre e Gabriel.Manita

Filmografia: Tanto (2021); A Voz (2021); Corpo A Corpo (2019); Procuro-Me (2018); Eterno Fim (2015)

Sinopse: Devido ao sistema de hibernação mundial, a cada 300 anos, Lorna desperta para viver por 24 horas acordada. Boris, o cyborg da manutenção, aprende a ter afeição por ela, mas quando Lorna descobre que a hibernação será renovada por milhares de anos, perde as forças para continuar despertando.

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4ª Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico

A dissolução dos medos

Chegamos, enfim, à 4ª edição da Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico. A Mostra fez sua estreia em um cenário pré-pandêmico, atravessou duas edições no formato online e agora estamos de volta ao presencial – o “novo normal”, como dizem – em um contexto onde afetos e relações pessoais se modificaram. Como sempre, o gênero fantástico acompanha de perto as transformações da sociedade: suas linguagens e estéticas sempre ressignificaram questões importantes, das mais íntimas às mais coletivas, dissolvendo e ressignificando nossos medos em um grande e sinistro caldeirão.

Imagine o quanto nos sentimos indefesos quando perdemos um celular, objeto que agora é inerente aos nossos corpos-ciborgues. Enquanto anos atrás os assombros midiáticos se manifestavam através da TV e de aparelhos domésticos, agora se fazem presentes em um aparelho que é nossa extensão corporal e mental: em telas de cor AzulScuro, prazeres e registros estão lá, mas também nossos medos. Alguns fantasmas, no entanto, não nasceram da tecnologia: estão conosco há muito tempo. Se o patriarcado ainda relega a algumas mulheres o serviço do lar, essa rotina, em O que os Machos Querem, é subvertida com a criação de novas receitas e novos temperos, dando um irônico sentido à frase “servindo bem para servir sempre”.

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Quarentena também foi um período para tentar aprender novas palavras, como Yubitsume, termo em japonês que indica um pedido de desculpas dentro da máfia da Yakuza. Há um pequeno detalhe: um dedo de quem pede acompanha as escusas – porém, em certas ocasiões, como no filme de Raphael Araújo, ele pode não ser suficiente. Suficientes também não são nossos limites sensoriais: quais as relações de poder Cósmico podem estar escondidas em um quarto fechado em uma casa abandonada?

H. P. Lovecraft explanava seus medos do estranho e do estrangeiro, mas relativizava o horror: quanto mais se conhece e visualiza o monstruoso, maior o impacto da destruição mental, especialmente quando ele reapresenta a normalidade cotidiana a partir de atitudes e detalhes estranhos. Um lugar como Colares, Talvez seja o melhor para uma tentativa de comunicação e identificação, enriquecida pela sua população a partir de seu imaginativo folclore.

Alguns monstros de Lovecraft já não têm espaço no nosso imaginário atual. Personificações gigantes de monstros tornam-se frágeis depois de períodos como o pandêmico, em que experimentamos coletivamente o medo direto da morte. O horror é nossa válvula de escape, que pode eventualmente estar entupida pelos excessos desses novos anseios recém-surgidos. A 4ª

Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico tem a esperança de que alguns desses novos (e antigos) medos que nasceram nos últimos anos sejam dissolvidos em linguagem e cinema, tal como historicamente o cinema de horror sempre fez, em uma sessão especial na qual poderemos curtir novamente uma sala escura, apagando medos e nos preparando emocionalmente para a chegada dos próximos.

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Waldir Segundo Curador

CÓSMICO

Kapel Furman

FIC, Cor, Digital 4k Prores, 15’, SP, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Raphael Borghi

Produção Executiva: Kapel Furman

Roteiro e Animação: Kapel Furman

Fotografia: Andre Sigwalt

Trilha Sonora Original e Edição de Som: Aloízio Lows

Montagem: Raphael Borghi

Direção de Arte: Bruno Di Falco e Kauê Mazon

Som: Rafa Cumis

Elenco: Greta Antoine, Debora Munhys e Gilda

Nomacce

Filmografia: Skull: A Máscara de Anhangá (2020); A Mão (2017); Percepção do Medo (2016); Pyronoia (2015); S.W Metaxu (2013); Rock Rocket: Doidão (2008); Don’t Smoke (2006); 06 Tiros, 60ml (2005); Hotel – Haikais na Escuridão (2003); Noturno das Almas (2002); Bambole (2000)

Sinopse: Iriana dedica sua vida ao trabalho estressante, sem tempo para sua vida pessoal. Quando recebeu a notícia de que herdará um casarão de sua avó, ela não tinha ideia que a antiga propriedade traria uma nova visão de sua vida. Um conto fantástico misturando linguagens e absurdismo.

YUBITSUME

Raphael Araújo

FIC, Cor, Digital MP4 H264, 5’, ES, 2022

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Giuliana Zamprogno

Produção Executiva: Raphael Araújo Sakaguchi

Roteiro, Montagem e Direção de Arte: Raphael Araújo

Sakaguchi

Fotografia: Matheus Henrique Costa

Efeitos Especiais: Alexandre Brunoro

Maquiagem: Thais Apolinário

Som e Edição de Som: Fernando Paschoal

Elenco: Nicoly Mendes, Julio Tigre e Thiago Balbino

Filmografia: Nostalgia (2020); Você, Morto (2017); Cláudio (2013); Confinópolis – A Terra dos sem Chave (2012)

Sinopse: Hiro e Minoru são dois mafiosos da Yakusa que se desfazem de um corpo de uma mulher morta. Eles ainda não sabem, mas terão que lidar com as consequências de seus erros. O curta-metragem permite duas interpretações, sendo uma versão para quem fala o idioma original e outra para quem lê as legendas. Em ambas as histórias a vingança prevalece guiando o destino dos personagens.

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O QUE OS MACHOS QUEREM

Ana Dinniz

FIC, Cor, HD MP4 H264, 9’, PB, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Drica Soares

Roteiro e Direção de Arte: Ana Dinniz

Fotografia: Érica Rocha

Trilha Sonora Original: Fabin

Montagem: Joana Maia

Som: Jana Lacerda

Edição de Som: Isadora Torres

Elenco: Ana Marinho

Filmografia: Fim (2019); Jodele – Banda Primavera Blue (2019)

Sinopse: Na afiada ponta da faca, uma mulher prepara uma receita de picado que não está em nenhum livro de culinária.

AZULSCURO

Evandro Caixeta e João Gilberto Lara

FIC, Cor, MP4 H264, 15’, MG, 2021

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Evandro

Caixeta e João Gilberto Lara

Roteiro: Evandro Caixeta e André Oliveira

Fotografia: Evandro Caixeta e João Gilberto Lara

Trilha Sonora Original: Lucas Leone e Moons

Montagem: Evandro Caixeta

Direção de Arte: Raquel A. Cardoso

Animação: João Gilberto Lara, Taís Ribeiro e Camila

Abdanur

Som e Edição de Som: Vitor Brandão e Lucas Leone

Elenco: Larissa Bocchino, Lavínia Bocchino, Cecília Parreira e Neise Neves

Sinopse: Um grande mistério cerca a morte de Alice dos Anjos. Encontrada sem vida em sua própria casa por sua irmã Sofia, o caso continua sem resolução. Um ano após o ocorrido, outros jovens começam a desaparecer e deixar vestígios muito similares aos encontrados na cena do crime de Alice: água por toda a casa e desenhos de figuras demoníacas nas paredes. No aniversário da fatídica data, Sofia está sozinha e abalada, mas a notícia dos desaparecimentos a incita a buscar respostas sobre o que aconteceu com sua irmã.

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COLARES, TALVEZ

Sandro Vilanova

FIC, Cor, Digital, 25’, DF, 2021

Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Flavia Andrade

Produção Executiva: Flavia Andrade e Sandro Vilanova

Roteiro e Trilha Sonora Original: Sandro Vilanova

Fotografia: Rafael Gontijo

Montagem: Marcelo Abelha

Direção de Arte: Denise Vieira

Som: Leandro Conde

Edição de Som: Guile Martins

Elenco: Angelo Macarius, Ademar de Melo Conceição, Maria Domingas da Conceição, Lino Soeiro de Morais, Manoel Saraiva dos Santos, João Vitor de Melo, Ana Maria Melo da Conceição, Marineide Ferreira da Conceição e Adrieli Conceição de Morais

Filmografia: Airão Velho, Sayonara (2020)

Sinopse: Um visitante misterioso começa a perambular pela Ilha de Colares depois que um objeto luminoso é visto caindo do céu. Após ser atacado por uma força invisível, o visitante é acolhido por um grupo de pescadores que lhe contarão histórias sobre a região.

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22º Festivalzinho de Cinema de Vitória

Cinema para todas as idades

O Festivalzinho de Cinema de Vitória tem como foco promover o intercâmbio entre estudantes da rede pública e o universo audiovisual, além de estimular a formação de plateia e desenvolver a sensibilidade do público infantojuvenil para o universo das artes. Ao longo de mais de duas décadas, o Festivalzinho de Cinema de Vitória contabiliza mais de 160 sessões que alcançaram um público de aproximadamente 60 mil crianças, de dezenas de escolas do Espírito Santo.

Em sua 22ª edição, o Festivalzinho de Cinema de Vitória conta com oito sessões gratuitas e tem como público principal os estudantes das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) Olivina Siqueira, Manoel Carlos de Miranda, Maria Penedo e Dinorah Pereira Barcellos, do município de Serra. Também recebem as ações do projeto duas instituições da cidade de Vitória: a EMEF Eliane Rodrigues dos Santos e a EMEF Experimental de Vitória.

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A programação apresenta sete curtas-metragens que fortalecem a produção audiovisual contemporânea com temática voltada para o público infantojuvenil. São eles: Coisa de Menina , de Ester Macedo; Aurora - A Rua que Queria Ser um Rio , de Radhi Meron; Hospital de Brinquedos , de Georgina Castro; Cadim , de Luiza Pugliesi Villaça; Como Levar Meu Avô P’ro Céu , de Thairo Meneghetti; Hornzz , de Lena Franzz; e A Aventura da Primeira Bicicleta , de Carlos Henrique da Costa.

Fora de competição, também será exibido o longa-metragem Pluft, o Fantasminha, de Rosane Svartman. O filme é uma adaptação do clássico homônimo de autoria de Maria Clara Machado. O longa conta a história da inesperada amizade entre o fantasminha (o Pluft do título), que morre de medo de gente, e a menina Maribel.

Curadora

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Rosemeri de Assis

COISA DE MENINA

Ester Macedo

FIC, Cor, MP4 H264, 10’, DF, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Davi S. Alves

Produção Executiva: Mariana Leite

Roteiro: Ester Macedo

Fotografia: Duda Rodrigues

Trilha Sonora Original: Beto Gonzales – Sonho de Menina

Montagem: Tiago Peters

Direção de Arte: Maria Clara de Freitas

Som e Edição de Som: Nicholas César

Elenco: João Antônio e Júlia Zatz

Filmografia: Dilema da Escritora (2019); Noite de Almirante (2018) – assistência de direção

Sinopse: Enquanto acompanha as aulas online durante a quarentena, Camila, que sonha em jogar futebol, passa a conviver com seu avô conservador Tonho, que na juventude sonhava em ser sanfoneiro.

AURORA - A RUA QUE QUERIA SER UM RIO

Radhi Meron

ANI, Cor, MOV H264, 10’, SP, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Produção Executiva: Gabriel Arruda e Letícia Yaba

Roteiro: Radhi Meron

Trilha Sonora Original: Rodrigo EBA!

Montagem: Gabriel Arruda

Direção de Arte: Eryk Souza

Direção de Animação: Ivanildo Soares

Animação: Amanda Borges Leite, Bruna Santana, Danila Ribeiro, Fernanda Belo, Helen Okuma, Ivanildo Soares, Luciana Ferreira Yamana, Samia Harumi, Stefany Hibrain, Stephanie de Oliveira e Victor Bolo

Edição de Som: Alandson Silva

Elenco: Priscila Paes

Sinopse: Se as ruas pudessem falar, o que diriam? Aurora é uma triste e solitária rua de uma grande cidade. Em um dia de chuva forte, ela relembra sua trajetória e sonha com o futuro e se pergunta: é possível uma rua morrer?

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HOSPITAL DE BRINQUEDOS

Georgina Castro

FIC, Cor, MOV H264, 13’, CE, 2022

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Natasha Silva

Produção Executiva: Allan Deberton

Roteiro: Georgina Castro

Fotografia: Irene Barbosa

Trilha Sonora Original: Lili Secco e Reginaldo de Castro

Montagem: Grá Dias

Direção de Arte: Débora Parente e Natália Parente

Som: Paulo Ribeiro

Edição de Som: Érico Paiva (Sapão)

Elenco: Ana Heloiza Ribeiro, Ana Marlene, Katiana Monteiro e Bernardo Lamparina

Sinopse: Bia vive cercada por bonecas, todas de Dona Maria, sua avó. Dividem, além das tarefas domésticas, as brincadeiras e os cuidados com as bonecas. Após Dona Maria sofrer um AVC, Bia se vê pela primeira vez sozinha na casa da avó e tem que lidar com sua ausência.

COMO LEVAR MEU AVÔ P’RO CÉU

Thairo Meneghetti

FIC, Cor, MP4 H264, 19’, MT, 2021

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Thairo Meneghetti e Wanderson Lana

Produção Executiva: Thairo Meneghetti

Roteiro: Wanderson Lana

Fotografia: Duflair Barradas

Trilha Sonora Original: Marcello Amaufi

Montagem: Dener Gonçalves

Direção de Arte: Edilene Rodriguez, Kiko Sontak e Wanderson Lana

Animação: Isinha

Som: Yuri Kopcak

Edição de Som: Evilásio Alves Junior (Vila)

Elenco: Giovanna Campos, Edilene Rodriguez, Amauri Tangará, Denisvan Souza Costa, Marta Gonçalves

Pantaleão, Wanderson Lana e Thairo Meneghetti

Sinopse: Um curta que fala do amor de um avô e sua neta no início da pandemia da Covid-19 numa pequena cidade do interior de Mato Grosso em que as informações demoram a chegar. É nessa comunidade que vivem Juliana e seu avô, que está muito doente. Diante do pior cenário, ele prepara a neta para sua ausência, apostando na beleza do imaginário infantil no enfrentamento da perda. Para isso, o último pedido feito pelo avô é um tanto quanto inusitado: Juliana precisa encontrar um saci para pedir a ele que seu avô se transforme em estrela ou passarinho, permitindo que ele chegue ao céu.

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HORNZZ

Lena Franzz

ANI, Cor, MOV H264, 5’, RJ, 2019

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Lena Franzz  Roteiro, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Animação e Elenco: Lena Franzz

Trilha Sonora Original, Som e Edição de Som: Felipe dos Santos

Sinopse: Como cada escolha reflete em nossas vidas? Através da narrativa surrealista de Hornzz, acompanhamos as escolhas e desafios da menina Lu, viajando por experiências únicas em cenários lúdicos.

A AVENTURA DA PRIMEIRA BICICLETA

Carlos Henrique da Costa

FIC, Cor, MOV H264, 15’, SP, 2018

Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Carlos Henrique da Costa

Produção Executiva: Beatriz Lindenberg

Roteiro: Carlos Henrique da Costa

Fotografia: Rafael Mazza

Trilha Sonora Original: Ruslan Gawrijluk (violino), Coral Veredas de Águas de Lindóia, Zequinha de Abreu e Artur

Lima Neto (violão)

Montagem: Márcia Medeiros, edt.

Animação: Estúdio Rogerio Costa

Som: Greco Nogueira

Edição de Som: Bernardo Gebara

Elenco: Ana Lara Silverio Felippin, Ana Luiza Cardoso

Silva, Arthur Rodrigues Luiz, Claudia Candreva, Ciro

Soares, Danielle Lopes Felippin, Ítalo David Arruda

Bernardino, Sofia Pereira Domingues e Ryan Andrade

Figueiredo Cioffi

Sinopse: Inspirado nas memórias de infância do diretor, o filme conta as aventuras de Carlinhos em sua busca pela realização do sonho de ter a primeira bicicleta. Entre as dificuldades enfrentadas, Carlinhos vivencia a descoberta de valores que levará por toda a vida, como a amizade, a solidariedade e a perseverança.

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PLUFT, O FANTASMINHA

Rosane Svartman

FIC, Cor, Full HD, 87’, RJ, 2022  Classificação Indicativa: Livre

Produção Executiva: Diogo Dahl

Roteiro: Cacá Mourthé e José Lavigne

Fotografia: Dudu Miranda; Subaquática - Roberto Faissal, ABC

Trilha Sonora Original: Tim Rescala, MBr

Montagem: Natara Ney e Welington Dutra

Direção de Arte: Fabiana Egrejas

Som: Alvaro Correia

Edição de Som: Waldir Xavier

Elenco: Nicolas Cruz, Lola Belli, Fabiula Nascimento, Juliano Cazarré, Lucas Salles, Arthur Aguiar, Hugo Germano, José Lavigne, Daniela Cecato Barbyeri, Gregório Duvivier, Orã Figueiredo, Simone Mazzer, Ariane Souza, Thaís Belchior e Ricardo Kosovski

Filmografia: Taína 3 – A Origem (2013); Desenrola (2011); Mais Uma Vez

Amor (2005); Suspiros Republicanos ao Crepúsculo de um Império Tropical (2002); O Cabeça de Copacabana (2000); Como Ser Solteiro (1998); Anjos Urbanos (1996); Eros (1991); Brazilian Boys (1991); Moleque (1990)

Sinopse: Pluft mostra a inesperada amizade entre o fantasminha que morre de medo de gente e a menina Maribel. Ela é sequestrada pelo pirata Perna-de-Pau, que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris. Na casa abandonada onde o capitão morou, Maribel espera pela ajuda dos marinheiros Sebastião, João e Juliano, muito amigos do velho capitão, que saem em uma atrapalhada busca pela garota. Eles não chegam nunca e ela acaba conhecendo Pluft e sua família fantasma.

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PRÉ-EVENTO 5ª Mostra Cinema de Bordas

Cinema de bordas: a terceira via

O cinema é como uma galáxia. Na galáxia cinematográfica, muitas são as denominações que se aplicam às constelações. Na contramão do convencional “cinema comercial narrativo”, surgem termos diversos: cinema-poesia, cinema de arte, cinema de vanguarda, cinema novo, cinema marginal e outros. Cinema de bordas é apenas um entre todos esses nomes que permitem ambiguidades e designam realidades heteróclitas.

As razões de nomear como “bordas” um cinema se devem à necessidade de conceituar um espaço aberto para abrigar filmes que surgem nas fronteiras existentes entre as produções aceitas pelo status cinematográfico e aquelas chamadas de independentes. É uma espécie de terceira via, firmada na ideia da coexistência de múltiplas categorias de identidade. Também é uma forma específica de conhecimento e de sentimento, tanto por parte de realizadores quanto de espectadores e estudiosos do campo. Trocando em miúdos: cinema de bordas é um modo de realização periférica e ao mesmo tempo inclusiva de filmes.

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As produções dessa variante quase sempre são feitas com orçamentos que beiram o zero e adotam o estatuto do improviso e da precariedade, além de serem adeptas de uma estética mais ou menos “tosca”, “impura”, “mista” ou “trash”, que reutiliza – com bom humor e sem constrangimento – aspectos ligados aos gêneros canônicos: horror, ficção científica, faroeste, policial, musical, entre outros. Dessa forma, os filmes de bordas podem ser vistos como um modelo de resistência audiovisual. Oscilam na condição ora de margem, ora de centro, bordejando características do popular e do midiático, do artesanal e do mercadológico. Afinal, são essas as marcas da posição da América Latina diante da indústria hegemônica do cinema hollywoodiano.

Cabe ainda entender que o lado periférico fora de conceituações tradicionalmente aceitas dos filmes de bordas difere dos filmes de periferia. Enquanto esses últimos apresentam atitudes identificadoras de protesto ou de autoafirmação de segmentos socialmente excluídos, os filmes de bordas estão comprometidos com códigos de entretenimento trivial e circulam, em geral, em lugares caseiros ou em mostras alternativas, atendendo a um público específico e fiel, que neles vê os reflexos de seu hábitat, de seu gosto e de seu próprio imaginário.

No formato de pré-evento, o 29º Festival de Cinema de Vitória, mais uma vez, abre uma janela para que os espectadores possam ter um vislumbre desse tipo de filme. Aqui as bordas estão representadas pelo talento e força criativa de dois realizadores que, de modo diverso em escolhas, porém idêntico em intenções, integram essa terceira via de entrada no universo do cinema: o catarinense de Palmitos Petter Baiestorf e o baiano Milton Santos Jr., radicado em São Bernardo do Campo, SP. Ambos reconhecidos pela ousadia, atrevimento e constância na profissão de cineastas. Ambos atuando pelas bordas nos subterrâneos da indústria de filmes. Ambos capazes de quebrar todas as regras que escravizam e dão tom bem-comportado ao cinema em nosso país.

Bernadette Lyra (curadora) e Lívia Corbellari (assistente de curadoria)

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O MONSTRO LEGUME DO ESPAÇO

Petter Baiestorf

FIC, Cor, VHS, 77’, SC, 1995

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Claudio Baiestorf e Jorge Timm

Produção Executiva: Petter Baiestorf, Leomar

Wazlawick, Claudio Baiestorf e Jorge Timm

Roteiro e Fotografia: Petter Baiestorf

Trilha Sonora Original: Lucia Alves

Montagem: Frederico Zingler e Vandemir Zingler

Direção de Arte: Uzi Uschi

Edição de Som: E.B. Toniolli

Elenco: Loures Jahnke, Onesia Liotto, Jorge Timm, Coffin Souza, Marcelo Severo, Tânia Enea, Marcos Braun, Leomar Wazlawick, Ivan Pohl, Doroti Timm e Airton Bratz

Filmografia: Beck 137 (2021); 290 Venenos (2019); Brasil 2020 (2019); Ándale (2017); A Cor que Caiu do Espaço (2015); As Fábulas Negras (episódio Pampa Feroz, 2014); Zombio 2 — Chimarrão Zombies (2013); O Doce Avanço da Faca (2010); Ninguém Deve Morrer (2009); Vadias do Sexo Sangrento (2008); Arrombada — Vou Mijar na Porra do Seu Túmulo!!! (2007); A Curtição do Avacalho (2006); Palhaço Triste (2005); Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica (2003); Fragmentos de uma Vida (2002); Raiva (2001); Zombio (1999); Gore Gore Gays (1998); Super Chacrinha e Seu Amigo Ultra-Shit

em Crise Vs. Deus e o Diabo na Terra de Glauber Rocha (1997); Bondage 2 (1997); Blerghhh!!! (1996); Caquinha Superstar a Go-Go (1996); Eles Comem Sua Carne (1996); 2000 Anos para Isso? (1996); Detritos (1995); Açougueiros (1994); Criaturas Hediondas 2 (1994); Criaturas Hediondas (1993); Lixo Cerebral Vindo de Outro Espaço (1992)

Sinopse: Um alienígena filósofo, constituído de tecido vegetal, é aprisionado por dois cientistas brasileiros em seu moderno laboratório clandestino. Depois de uma sangrenta luta por sua liberdade, o alienígena passa a ser perseguido pelos moradores preconceituosos de uma pequena vila, em viscerais duelos de escatologia intelectual.

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A LENDA DO FOLHA SECA

Milton Santos Jr.

FIC, Cor, Full HD, 13’, SP, 2019

Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Milton Santos Jr.

Roteiro, Montagem, Direção de Arte e Edição de Som: Milton Santos Jr.

Fotografia: Milton Santos Jr. e Diaulas Ullisses

Elenco: Tiago Sereno, Marba Goicothea, Alexandre Aruaque, Rosi Santana, Tarcísio Oliveira, Albino Ventura, Lucas Oliveira, Walzir Bado, Josimar Ferreira, Kelvin Oliveira Júnio Facú, Aleone Santos, Eduardo Mathias, Dona Gerci, Cida Reis e Larissa Pereira

Filmografia: A Roupa da Missa (2021); A Última Porta (2019); Na Hora da Morte (2017); A Lenda do Folha Seca (2016); Pé de Cabra (2015); Vida de Gari (2014); A Testemunha (2013); O Cabra Bode (2012); Paco: Difícil de Matar (2011); O Casamento de João Lió (2011); Quando os Bravos Choram (2010); As Aventuras de João Lió (2009); Vila São Pedro e Sua Gente (2008 e 2009); Castanhas (2008); Invasão de Domicílio (2007); Gole (2006); Passadismo (2005); Dom Pedro Pirou (2005); Adotados (2004); Realizador de Sonhos (2003); Pirralhos (2002); Bola Dourada (2000)

Sinopse: Um passeio turístico marcado pelo horror e por uma terrível vingança macabra.

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Homenagem Nacional

Uma das personalidades mais importantes para as artes cênicas e para o audiovisual no Brasil, a atriz Bete Mendes teve participação central em diversos momentos da produção cultural brasileira ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira. No cinema, na televisão e no teatro, Bete soma dezenas de trabalhos em seu currículo.

Paulista da cidade de Santos, Bete Mendes, como muitos artistas da cena, iniciou sua carreira no teatro. No mesmo ano em que se destacava na peça A Cozinha, com direção de Antunes Filho, estreava na novela Beto Rockfeller, um marco na teledramaturgia. Entrou para a TV Globo em 1974, em O Rebu, de Bráulio Pedroso, e na televisão participou de importantes trabalhos, como as novelas Tieta (1989/ 1990) e O Rei do Gado (1996/ 1997), entre muitas outras.

No cinema, um de seus momentos mais marcantes é, sem dúvidas, sua participação no filme Eles Não Usam Black Tie (1981), de Leon Hirszman, adaptação do texto de Gianfrancesco Guarnieri. Também fazem parte de sua contribuição para o cinema brasileiro o filme As Delícias da Vida (1974), de Maurício Rittner, um dos primeiros trabalhos da atriz nas telonas, realizado ao lado de Vera Fischer, e Introdução à Música do Sangue (2017), de Luiz Carlos Lacerda.

Aguerrida em tudo que faz, Bete Mendes também tem uma relevante atuação na política desde os anos 1970, quando lutou contra a ditadura militar. Nos anos seguintes, paralelamente à carreira artística, chegou a ocupar cargos públicos, sempre em defesa da cultura e dos trabalhadores da cultura no país.

É uma grande satisfação para o Festival de Cinema de Vitória, em sua 29ª edição, homenagear essa grande mulher e atriz, uma verdadeira personificação do talento e da resistência da produção cultural brasileira!

Homenagem Capixaba

Dono de uma personalidade agregadora, Sebastião Ribeiro Filho, o Tião Xará, é uma figura múltipla na cena cultural capixaba. Natural de Castelo, no Espírito Santo, e advogado de formação, ele tem relevante atuação como cineclubista, produtor, realizador audiovisual, fotógrafo, compositor e ambientalista.

Sua paixão pelo cinema e seu envolvimento com o movimento cineclubista sempre estiveram presentes em sua trajetória, desde o final da década de 70 e início de 80 – quando foi membro do Cineclube Universitário e fundador e presidente da Federação de Cineclubes do Espírito Santo – até os dias atuais. Como produtor, trabalhou em três vídeos do cineasta Cloves Mendes: Muqui, Cidade Menina; To Be Guarani; e Corpus Christi – Castelo, 25 Anos. Já sua estreia como diretor aconteceu nos anos 2000, com o curta-metragem O Homem que Sonhava Fotografia, cujo roteiro e cuja composição de música original também são assinados por ele. É, ainda, um dos diretores do documentário Imprensados – A Luta pelo Território Quilombola do Sapê do Norte.

Além de seu trabalho com o cinema, Tião lançou livros de poesia, compôs músicas e produziu fotografias que fizeram parte de publicações e exposições de particular importância para as questões ambientais, para o patrimônio cultural e para a cultura popular do nosso estado.

Nesta homenagem, também não poderíamos deixar de mencionar sua incansável e direta atuação em diversas entidades, como conselhos, associações e comissões, voltadas para a preservação e o desenvolvimento da cultura e do meio ambiente.

Tião Xará, com sua vivência em diversas áreas, é uma figura fundamental para a cultura e para o cineclubismo capixaba. Homenageá-lo no 29º Festival de Cinema de Vitória é uma oportunidade de contar parte da nossa história!

Diretora do 29º Festival de Cinema de Vitória

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FORMAÇÃO

CURSO BÁSICO DE ROTEIRO

Direcionado a jovens frequentadores do Centro de Referência das Juventudes de Guarapari, o curso visa aprimorar as habilidades de quem trabalha com a arte cinematográfica de forma amadora ou profissional, auxiliando no processo de desenvolvimento da escrita voltada para roteiros. Além de exercícios de escrita, durante o curso são abordados o seguintes temas: para que serve o roteiro (quem o lê, que informações ele deve trazer); sinopse; argumento; escaleta; e formatação do roteiro, com divisão em cenas, diálogos, rubricas de ação, de interpretação e personagens.

José Roberto Torero é formado em Letras (português e espanhol) e Jornalismo pela USP. Pela mesma universidade cursou Cinema e mestrado em Cinema, incompletos. É autor de 49 livros (27 infantojuvenis e 22 para adultos), entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti em 1995 – categoria romance), Pequenos Amores (2º Lugar Prêmio Jabuti – contos), Uma História de Futebol, O Evangelho de Barrabás (3º Lugar Prêmio Jabuti – romance), Chapeuzinhos Coloridos e Papis et Circenses (Prêmio Paraná de Literatura). Foi colunista da Folha de S. Paulo de 1998 a 2012. E do Jornal da Tarde entre 1995 e 1998. Como roteirista, escreveu o programa Retrato Falado (2000-2008), dez roteiros de longas-metragens e dez roteiros de curtas-metragens, entre eles Uma História de Futebol, que concorreu ao Oscar em 2002. Dirigiu o longa-metragem Como Fazer um Filme de Amor e o programa Super Libris para o SescTV, sobre literatura e escritores (79 episódios de 26 minutos).

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OFICINA DE PREPARAÇÃO DE PROJETO PARA A LICC

com Paulo Boccato

Sancionada em 2021, a Lei de Incentivo à Cultura Capixaba - LICC (Lei nº 11.246/2021) é uma forma de incentivo e fomento à cultura do estado do Espírito Santo. Durante a oficina, a LICC é analisada detalhadamente com exemplos práticos e são apresentados estudos de casos a partir de projetos e questões previamente submetidos pelos alunos. A formação também convida os alunos a participarem da montagem de um projeto piloto exemplificativo, incluindo aspectos de conteúdo e questões jurídicas e orçamentárias. Outros aspectos da LICC abordados na oficina são as contrapartidas e a intersecção com outras leis (municipais ou federais) ou investimentos.

Paulo Boccato é um produtor e roteirista brasileiro com 25 anos de experiência na indústria de cinema e TV. Produziu 12 longas-metragens, mais de 200 episódios de séries de TV e dezenas de curtas-metragens, com cerca de 70 prêmios no Brasil e no exterior. Suas obras já venderam mais de 7 milhões de ingressos apenas nos cinemas brasileiros, com sucessos como Loucas pra Casar, a série de animação Historietas Assombradas para Crianças Malcriadas e filmes premiados como Broder (Berlinale). Ele também produziu o primeiro longa-metragem latino-americano em stop motion, Minhocas, que teve lançamentos nos Estados Unidos, França e Espanha. Sua experiência inclui coprodução com países como Canadá, Itália e EUA e empresas como Disney, Sony, Paramount, Fox, Warner Channel, Cartoon Network, Discovery Kids, Globo, Amazon, RAI, Telecine, Paris Filmes, entre outras. Como roteirista, Boccato trabalhou recentemente coordenando a sala de roteiristas da sitcom Star+/Disney Compro Likes, adaptou a versão local de um roteiro de longa-metragem originalmente escrito por Rand Ravich e está escrevendo a comédia Vudu Delivery (Paris Filmes) e uma série de drama adolescente de 10 episódios chamada Muito Além do Play (TV Minas).

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WORKSHOP NARRATIVAS AUDIOVISUAIS

com Leandro Soares

Durante o workshop são abordados os principais elementos para materializar uma ideia em narrativa audiovisual. Trata-se de uma conversa sobre estrutura, personagens, história e diálogos, passando pelo máximo de pontos importantes sobre o estudo e as técnicas do roteiro para, mais do que uma exposição em si, instigar uma conversa e produzir interesse nos alunos para continuar o exercício, a pesquisa e o estudo. No workshop busca-se entender concretamente o que é sinopse, logline, argumento, escaleta, o roteiro em si; e no que consiste uma temporada de série, tentando entender o que difere a narrativa serializada da narrativa clássica do cinema. Propõe-se olhar para a estrutura em três atos e observar como ela se aplica tanto no caso do cinema quanto nas temporadas de séries. Também são apresentadas algumas obras e leituras relevantes para o estudo e aprofundamento das técnicas de roteiro. Por fim, propõe-se discutir a questão da comédia e do humor nos dias atuais, da importância de abordar esses temas com um olhar mais sensível do que jamais olhamos.

Leandro Soares é ator, autor e tradutor, fluente em francês, inglês, castelhano e alemão. Bacharel em Direito pela UERJ, também cursou Teoria do Teatro - Artes Cênicas na Unirio e fez parte do teatro amador O Tablado. Foi aluno de Judith Malina, Anatoli Vassiliev e Jean-François Dusigne. Em 2010, criou e protagonizou a série de comédia Morando Sozinho, no canal Multishow. Criou para o mesmo canal Vai Que Cola (2013), vencedor do Prêmio Extra de melhor programa de humor (2015) e Prêmio ABRA de Roteiros (2017). Escreveu ainda os dois longas: Vai Que Cola - o Filme (2015) e Vai Que Cola 2 - o Começo (2019), que levaram mais de 4 milhões de espectadores ao cinema. Atuou nos longas Tamo Junto (2016), de Matheus Souza; Tudo Acaba em Festa (2018), de André Pellenz; Não Vamos Pagar Nada (2020), de João Fonseca; e Derrapada (2022), de Pedro Amorim. No teatro, traduziu e adaptou A Importância de Ser Perfeito (2013), de Oscar Wilde, vencedor dos prêmios Shell, Cesgranrio, APTR e FITA – incluindo o de Melhor Tradução e Adaptação e Melhor Elenco, além do prêmio de Melhor Espetáculo pelo júri popular. Também traduziu e adaptou Ubu Rei (2017), de Alfred Jarry. Atualmente é criador, autor e showrunner de Nada Suspeitos, nova série da NETFLIX.

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LABORATÓRIO DE FORMAÇÃO EM CINEMA

O laboratório é voltado para jovens frequentadores do Centro de Referência das Juventudes de São Pedro. Durante cinco dias, os participantes recebem conhecimentos teóricos e práticos, envolvendo etapas de produção audiovisual: pesquisa e elaboração do roteiro, captação de imagens, operação de instrumentos de luz e som, edição, além de uma breve explanação sobre a história do cinema. Ao final, a turma entrega um curta-metragem finalizado.

Bernard Lessa é produtor e realizador de cinema com base em Vitória, ES. Sócio-fundador da Rede Filmes, realizou os curtas-metragens Tejo Mar (2013); Sopro, Uivo e Assobio (2015); e A Casa Térrea (2017), exibidos em alguns dos mais importantes festivais brasileiros. A Matéria Noturna, seu primeiro longa-metragem de ficção, teve sua estreia em outubro de 2021 no Olhar de Cinema de Curitiba, onde recebeu Menção Honrosa na categoria Melhor Filme Brasileiro em Competição. O Deserto de Akin, seu próximo filme, encontra-se em pré-produção.

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Premiação – 29º FCV

26ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

Troféu Vitória – Prêmio Especial do Júri

Troféu Vitória – Melhor Direção

Troféu Vitória – Melhor Roteiro

Troféu Vitória – Melhor Fotografia

Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística

Troféu Vitória – Melhor Interpretação

22º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

12ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

Troféu Vitória – Melhor Direção

Troféu Vitória – Melhor Roteiro

Troféu Vitória – Melhor Fotografia

Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística

Troféu Vitória – Melhor Interpretação

12ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

11ª MOSTRA FOCO CAPIXABA

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

11ª MOSTRA CORSÁRIA

Troféu Vitória – para os dois melhores filmes (Júri Técnico e sem ordem classificatória)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

9ª MOSTRA OUTROS OLHARES

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

7ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

7ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

6ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

5ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

4ª MOSTRA DO OUTRO LADO – CINEMA FANTÁSTICO

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

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Júri Oficial

26ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas

11ª Mostra Foco Capixaba

Alexandre Soares Taquary

Curador, roteirista e produtor audiovisual. É idealizador, diretor artístico e realizador dos festivais Curta Taquary, Poesia na Tela e Criancine. Estudou “Guión cinematográfico” e “Curadoria, gestão e network de festivais de cinema” na EICTV (Cuba). Atua no audiovisual desde 2005 na formação, difusão e produção de obras de curtas, longas e produtos para TV. Produziu obras exibidas em 100 festivais e mostras nacionais e internacionais, entre elas: Cannes, Biarritz (França), Busan (Coréia do Sul), Havana (Cuba), Brasília (DF) e Tiradentes (MG).

Colaborou com a curadoria dos festivais internacionais: Thessaloniki LGBTQIFF (Grécia), LABRFF (EUA), Hacelo Corto (Argentina), Antofadocs e Muestra Polo Sur (Chile). Atualmente está na produção do longa-metragem escrito e dirigido por Eduardo Morotó “Irmãos Caraíba”.

Viviane Pistache

Roteirista e crítica de cinema com passagem pelo departamento de desenvolvimento de roteiros da O2 Filmes. Doutoranda em Psicologia e Cinema pela USP. Graduada em Psicologia pela UFMG. Formada em Roteiro e Direção pela Academia Internacional de Cinema de São Paulo AIC/SP.

Leandra Moreira

Assinando a produção da maior parte dos projetos da 55 CINE, Leandra Moreira tem mais de 20 anos de experiência em produção audiovisual. Já produziu três séries de TV (“Raízes” e “Somos Capixabas”, para a TV

Gazeta, e “Insônia” para o Canal Brasil), uma websérie –“Além de Divas”, um podcast – “Musica degenerativa no ES”, oito curtas de ficção, cinco documentários e mais de 60 comerciais/institucionais. Atuou como presidente da ABD Capixaba na gestão 2017/2019 e compõe hoje o Conselho de Cultura do Estado do Espírito Santo, na Câmara do Audiovisual. Leandra cursou disciplinas do Mestrado em Cinema na ECA/USP, cursou graduação em Artes Plásticas, Publicidade e Jornalismo na UFES, Gestão Cultural na ENAP, em Brasília, e fez o curso Política e Gestão Cultural – Programa de Capacitação em Projetos Culturais do MinC.

12ª Mostra Competitiva Nacional de Longas

Cavi Borges

Diretor e produtor do Rio de Janeiro. Como produtor, já fez 350 filmes entre curtas, longas e séries de TV. Como diretor, fez 14 longas e 43 curtas, ganhando 178 prêmios em festivais nacionais e internacionais. À frente da CAVIDEO, tornou-se referência do cinema independente carioca.

Sabrina Fidalgo

Roteirista e cineasta carioca. Realizou os curtas “Sonar 2006 – Special Report” (2006), “Das Gesetz des Staerkeren” (2007), “Black Berlim” (2009), “Cinema Mudo” (2012) e “Personal Vivator” (2014), o documentário de média-metragem “Rio Encantado” (2014) e a multipremiada ficção de média-metragem “Rainha” (2016), além de vários videoclipes. Seu último curta, “Alfazema” (2019), foi duplamente premiado com o troféu Candango de Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora no 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, além de receber o troféu de Melhor Filme do Júri Popular do 29º Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta

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Cinema, entre outros. Em 2022 teve sua videoinstalação “Voyage, Voyage” selecionada para a exposição coletiva “Abre Alas”, da Galeria A Gentil Carioca. É colunista da Vogue Brasil e colaboradora esporádica da coluna Quadro Negro, da Folha de São Paulo.

André Felix

Tem 41 anos, é negro e natural do Rio de Janeiro. Diretor, produtor e roteirista de Cinema e TV. Diretor e roteirista dos curtas “A Cor do Fogo e a Cor da Cinza” (Prêmio Destaque da Mostra Kinofórum, SP), “Valentina” (Melhor Curta e Melhor Direção no Cine Ceará) e do longa “Diante dos Meus Olhos”, que está disponível no Prime Video. Foi corroteirista do longa-metragem “Entreturnos” e da série “Galera da Praia”. Atualmente está comandando a mesa de roteiro das séries “Nebulosa” e “Balada”.

pesquisa CNPq/UFES: Diálogos entre Sociologia e Arte/ DISSOA e Entre – Educação e Arte Contemporânea. É um dos proponentes do projeto PERFORME-SE – Festival de Performance, além de coordenar o Festival Lacração –Arte e Cultura LGBTQIA+. Geovanni Lima ainda foi um dos responsáveis pela implementação da Política Pública de Juventude do Governo do Estado do Espírito Santo. Foi assessor da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, administrador do Centro de Referência da Juventude (CRJ) de Vitória e coordenador de Políticas para a Diversidade Sexual e Gênero da capital capixaba.

Izah Candido

12ª Mostra Quatro Estações

Andy Malafaia

Mestre em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense. Dirigiu curtas-metragens exibidos e premiados em mais de 25 países. Foi crítico em diversas publicações, curador do Curta Cinema entre 2013 e 2015 e produtor do núcleo autoral da Glaz.

Geovanni Lima

Artista visual e performer, pesquisador e educador. Doutorando e Mestre em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), especialista em Artes na Educação (Faculdade de Vitória) e licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Indicado ao Prêmio Pipa (2021, júri especializado) e finalista do Prêmio Pipa Online (2021, voto popular), com participação em diversas exposições, mostras e festivais no Brasil e exterior. Membro dos grupos de

Formado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Espírito Santo, produtor e realizador audiovisual, mineiro, há mais de uma década vivendo no Espírito Santo. Assina a direção da websérie Corpo Flor e atua desde 2017 na área de produção audiovisual de curtas e longas-metragens e mostras de cinema e audiovisual.

11ª Mostra Corsária

Soia Lira

Atriz, em 1977 fundou o Grupo de Teatro Terra, em Cajazeiras – PB e participou das peças “O Bando de Ciganos”, em 1977, com direção e criação coletivas; “A Seca”, em 1978, com direção e criação coletivas; e “A Viagem de um Barquinho”, em 1980, com direção de Buda Lira e texto de Silvia Ortof. Estudou Educação Artística em João Pessoa, atuou na peça de teatro “Os Pirralhos”, com direção de Luiz Carlos Vasconcelos, em 1980. Participou do Mambembão com a peça de teatro “Beiço de Estrada”, de Eliezer Filho, em 1984. Em 1992 esteve na peça “Vau da Sarapalha”, com texto de Guimarães Rosa e adaptação e direção de Luiz Carlos Vasconcelos, espetáculo que revolucionou o teatro paraibano, em cartaz há 18 anos, tendo

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sido encenado em toda a América Latina, Espanha, Alemanha, Portugal, Inglaterra e Bélgica. Faz parte do Coletivo de Teatro Alfenim, grupo que integra o Movimento A Lapada, com o qual participou do processo colaborativo do espetáculo “Quebra-Quilos”.

André Dib

Jornalista, pesquisador e crítico de cinema, com textos publicados em diversos jornais, revistas, sites e catálogos, além dos livros “100 Melhores Filmes Brasileiros” (2016), “Documentário Brasileiro: 100 filmes essenciais” (2017), “Animação Brasileira: 100 filmes essenciais” (2018) e “Trajetória da Crítica de Cinema no Brasil” (2019), organizados pela Abraccine. Organizador (com Gabi Saegesser) do livro “Antologia da Crítica Pernambucana: discursos sobre cinema na imprensa” (19241948). Realiza curadorias e oficinas para instituições, mostras e festivais de cinema. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal da Paraíba. Membro da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema e da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual.

Anderson Bardot

Agraciado com o prêmio Emerging Artists Awards no Out South Queer Film Festival (EUA), em 2021, Anderson Bardot é realizador cinematográfico brasileiro, formado em Cinema e Audiovisual pela UFES, fundador da produtora Vale Encantado Filmes, diretor, roteirista e produtor do curta-metragem “Inabitáveis”. O filme estreou no 49th International Film Festival Rotterdam, em 2020, e participou de 76 festivais e mostras de cinema, ganhando 13 prêmios, entre estes, Prêmio Canal Brasil de Curtas na 28º Mix Brasil e os prêmios de Melhor Filme Brasileiro e Melhor Fotografia no 14º Festival For Rainbow. Em 2023, Bardot pretende estrear seu novo curta-metragem, chamado “Procuro Teu Auxílio para Enterrar um Homem”.

9ª Mostra Outros Olhares

Bertrand Lira

Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGC) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), dirigiu diversos documentários de curta, média e longa-metragem premiados em festivais no Brasil e no exterior, entre eles o JVC Grand Prize do 26º Tokyo Vídeo Festival de 2004. Foi aluno de estágios em documentário no Atelier de Réalisation Cinématographique (VARAN) em Paris (1982 e 1986). Autor dos livros “Luz e Sombra: significações imaginárias na fotografia do cinema expressionista alemão” (2013) e “Cinema Noir: a sombra como experiência estética e narrativa” (2015). Curador e membro de júri em diversos festivais de cinema a exemplo do Festival de Cinema de Gramado (RS), Festival de Cinema de Brasília (DF), Cine Pe (Recife-PE), Fest Aruanda (João Pessoa-PB), Festival de Cinema de Vitória (ES), Goiânia Mostra Curtas (Goiânia-GO), entre outros.

André Dib

Jornalista, pesquisador e crítico de cinema, com textos publicados em diversos jornais, revistas, sites e catálogos, além dos livros “100 Melhores Filmes Brasileiros” (2016), “Documentário Brasileiro: 100 filmes essenciais” (2017), “Animação Brasileira: 100 filmes essenciais” (2018) e “Trajetória da Crítica de Cinema no Brasil” (2019), organizados pela Abraccine. Organizador (com Gabi Saegesser) do livro “Antologia da Crítica Pernambucana: discursos sobre cinema na imprensa” (19241948). Realiza curadorias e oficinas para instituições, mostras e festivais de cinema. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal da Paraíba. Membro da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema e da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual.

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Professora associada do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Doutora em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). É coordenadora do Grupo de Pesquisas Cultura Audiovisual e Tecnologia (CAT) e autora do livro “O Cinema da Periferia: narrativas do cotidiano, visibilidade e reconhecimento social” (Edufba). Tem artigos sobre audiovisual publicados em revistas acadêmicas e também é coorganizadora dos seguintes e-books: “Comunicação e territorialidades: poder e cultura, redes e mídias” (Edufes), “Minorias midiatizadas: gêneros, etnias e territórios” (Edufpel) e “Pesquisas em comunicação: desafios do presente nas mediações digitais” (Edufes).

tísticas Públicas também pela ENCE. Sua dissertação de mestrado aborda a presença das Mulheres no Cinema, e sua tese de doutorado as desigualdades de gênero e cor/ raça no cinema brasileiro. É diretora do Instituto de Cultura e Cidadania Femina e diretora, produtora e curadora do Femina - Festival Internacional de Cinema Feminino.

Tamyres Batista

Poeta negra na diáspora. Professora de sociologia no ensino médio e cineclubista, integrando os cineclubes Nome Provisório e Teresa de Benguela. Com o cineclube Nome Provisório, produziu os curtas-metragens “Raspage” e “Marrom”. Atualmente tem investigado as intersecções entre cinema e educação, tem lutado pelo direito de fabular e habitar dentro do próprio sonho.

7ª Mostra Mulheres no Cinema

Liz Donovan

Graduada em Desenho Industrial pela UFPE, é fotógrafa de still, tendo atuado no mercado publicitário de Pernambuco por mais de 15 anos. No cinema, é curta-metragista premiada nas categorias de Roteiro e Direção pelos títulos “Tapacur”, “Brennand – De Ovo Omnia”, “Isabel” e “Desterro”. Reside na Ilha de Florianópolis, onde está vinculada ao Departamento de Artes da UFSC e ao NEEDRAM. No momento se dedica ao desenvolvimento de um novo projeto autoral de curta-metragem intitulado “Nau Reverso”.

Paula

Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE. Doutora em População, Território e Esta-

7ª Mostra Cinema e Negritude

Ana Paula Alves

Antropóloga. Professora adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Faculdade de Educação da Baixada Fluminense). Desenvolve pesquisas sobre Imagens das Cidades e suas representações no cinema e em outras mídias, e Cinema Negro. Atua nos seguintes temas: Cinema e Cidade, Cinema Negro, Políticas Públicas, Relações Étnico-Raciais e Educação e Cultura Afro-Brasileira. Foi cocuradora do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe e outras diásporas, em 2020 e 2021.

Marina Rodrigues

Produtora executiva focada em políticas públicas para o audiovisual. Possui experiência com o mercado audiovisual latino e atualmente se divide entre consultoria de projetos e coordenação de produção de peças publicitárias. Possui um projeto na internet chamado “Simplificando Cinema”, no qual se dedica a analisar

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Alves de Almeida

as constantes mudanças da indústria em nível mundial, mas sempre com um foco maior direcionado aos países da América do Sul.

Adriano Monteiro

Cineasta, jornalista e pesquisador. Mestre em Comunicação e Territorialidades pela UFES. Presidente da ABD Capixaba. Membro do coletivo de cineastas negres Damballa. Sócio-diretor da produtora Bule Estúdio Criativo. Criador do podcast e websérie Palavra Negra.

Silvana Ramalhete

Produtora cultural, nascida em Vitória-ES. Mudou-se para São Paulo em 2010, onde, em 2012, abriu a Ramalhete Produções, que atua no gerenciamento de carreiras artísticas na área de música e já trabalhou com os artistas: Trupe Chá de Boldo, Tatá Aeroplano, Juliano Gauche, Pélico, Soledad, Cidadão Instigado, Fernando Catatau e Josyara.

5ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental

6ª Mostra Nacional de Videoclipes

Tati Rabelo

Cineasta e sócia-diretora da Mirabólica Filmes, onde atua como diretora, roteirista e produtora executiva. Seus trabalhos mais recentes são os curtas-metragens “Minhas Horas com Camomila”, “O Pássaro sem Plumas” e os documentários “Zacimba Gaba” e “Bestiário Invisível”.

Alexandre Soares Taquary

Curador, roteirista e produtor audiovisual. É idealizador, diretor artístico e realizador dos festivais Curta Taquary, Poesia na Tela e Criancine. Estudou “Guión cinematográfico” e “Curadoria, gestão e network de festivais de cinema” na EICTV (Cuba). Atua no audiovisual desde 2005 na formação, difusão e produção de obras de curtas, longas e produtos para TV. Produziu obras exibidas em 100 festivais e mostras nacionais e internacionais, entre elas: Cannes, Biarritz (França), Busan (Coréia do Sul), Havana (Cuba), Brasília (DF) e Tiradentes (MG).

Colaborou com a curadoria dos festivais internacionais: Thessaloniki LGBTQIFF (Grécia), LABRFF (EUA), Hacelo Corto (Argentina), Antofadocs e Muestra Polo Sur (Chile). Atualmente está na produção do longa-metragem escrito e dirigido por Eduardo Morotó “Irmãos Caraíba”.

Bertrand Lira

Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGC) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), dirigiu diversos documentários de curta, média e longa-metragem premiados em festivais no Brasil e no exterior, entre eles o JVC Grand Prize do 26º Tokyo Vídeo Festival de 2004. Foi aluno de estágios em documentário no Atelier de Réalisation Cinématographique (VARAN) em Paris (1982 e 1986). Autor dos livros “Luz e Sombra: significações imaginárias na fotografia do cinema expressionista alemão” (2013) e “Cinema Noir: a sombra como experiência estética e narrativa” (2015). Curador e membro de júri em diversos festivais de cinema, a exemplo do Festival de Cinema de Gramado (RS), Festival de Cinema de Brasília (DF), Cine PE (Recife-PE), Fest Aruanda (João Pessoa-PB), Festival de Cinema de Vitória (ES), Goiânia Mostra Curtas (Goiânia-GO), entre outros.

Claudino de Jesus

Médico, professor aposentado da UFES, gestor público, cineclubista, realizador e produtor cultural, iluminador cênico, ator e diretor teatral. Foi presidente do Conselho Nacional e da Federação Internacional de Cineclubes, membro do Conselho Nacional de Cinema e da Embra-

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filme, do Conselho da Secretaria do Audiovisual e do Conselho Municipal de Cultura de Vila Velha e do Conselho Estadual de Cultura. Sócio-fundador da ABCD-ES, tendo sido seu vice-presidente, do Conselho Nacional de Cineclubes e da Organização dos Cineclubes Capixabas. Atualmente é secretário adjunto para América Latina da Federação Internacional de Cineclubes.

Marina Abranches

Artista visual capixaba que une de modo potente uma linguagem moderna com a delicadeza das condições ordinárias: há um olhar sobre o sensível enlaçado com as possibilidades infinitas das condições de pós-produção. Com Gustavo Martins formam MAGU. Atuando há cerca de 9 anos no mercado audiovisual — não apenas capixaba como nacional. Possuem um amplo portfólio como diretores de cena e fotografia publicitários, já tendo trabalhado para os principais clientes do estado do Espírito Santo (Banestes, Unimed, Hortifruti, Detran, Prefeitura de Vitória etc.), além de já terem produzido conteúdos de destaque para grandes marcas internacionais como Samsung e o projeto Salvador Hyperlapse, para a Asus, que alcançou o título de Staff Pick na plataforma Vimeo.

pelo Polo Cinematográfico de Paulínia, pelas políticas de fomento, difusão e formação. Realizou a 1ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na Rua, em Salvador, os 5º e 6º Paulínia Film Festival e sete edições do Cinefantasy – Festival Internacional de Cinema Fantástico, em São Paulo. Foi diretora de desenvolvimento e promoção do audiovisual da EMC – Empresa Mineira de Comunicação no Estado de Minas Gerais. É fundadora e preside desde 2020 a FANTLATAM – Alianza Latinoamericana de Festivales de Cine Fantastico.

Yasmine Evaristo

Graduada em Artes Plásticas, pela Escola Guignard, e graduanda em Letras - Tecnologias da Edição, pelo CEFET-MG, pesquisa e escreve sobre cinema, principalmente cinema fantástico e de horror, e representação e representatividade de pessoas negras no cinema. Tem textos publicados nos veículos Clube da Poltrona, Music Non Stop, Blog Entrando Numa Fria, Plano Aberto. É redatora e cofundadora do site Longa História.

Amanda Luvizotto

4ª Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico

Mônica Trigo

Gestora Cultural. Foi secretária de cultura dos municípios de Paulínia e Ilha Comprida, no estado de São Paulo, chefe da representação do Ministério da Cultura, nos estados da Bahia e Sergipe, e assessora do gabinete do ministro da cultura. Participa de júris de festivais de cinema no Brasil e exterior, é parecerista em comissões de avaliação de projetos do segmento audiovisual em instâncias municipais, estaduais e federal. Foi responsável

Arquiteta, crítica de cinema, pesquisadora de cinema grego e de horror, e também uma leitora voraz. Graduada pela PUC-RJ e pela Academia Internacional de Cinema. Participa de júris de festivais, podcasts e cineclubes, além de ministrar aulas e monitorias relacionadas ao cinema. Atua em diversos sites, entre eles o Criticos. com, fundado por Marcelo Janot, como colaboradora fixa. É cocriadora da página de cinema e literatura 3locadas (www.3locadas.com.br). Atualmente está cursando o Técnico em Cinema e já finalizou os cursos de História do Cinema e Produção de Conteúdo para a Internet, todos na Academia Internacional de Cinema, e também História do Cinema de Terror, pelo MIS-SP. Mineira, reside no Rio de Janeiro mesmo odiando o calor e não resiste a um pão de queijo.

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ABD/ES

Abraccine

Adriane Nunes

Adriano Monteiro

Aksa Lima

Alex Buck

Alexandra Nicolas

Alexandre Benon

Alexandre Soares Taquary

Aline Dias

Alisson Prodlik

Allan Deberton

Allan Ribeiro

Altair Caetano

Amanda Luvizotto

Ana Dinniz

Ana Paula Alves

Anderson Barbosa

Anderson Bardot

André De Biase

André Dib

André Felix

André Prando

André Saddy

Andy Malafaia

Angela Buaiz

Anselmo Vasconcellos

Antonio Claudino de Jesus

ArcelorMittal Tubarão

Armando Babaioff

Arnaldinho Borgo

Ary Rosa

Bárbara Cazé

Beatriz Lindenberg

Bel Kutner

Bernadette Lyra

Bertrand Lira

Bete Mendes

Beth Formaggini

Bruna Lessa

Bruna Schelb Corrêa

Café Lindenberg

Caio Curvello

Camila Passaretti

Canal Brasil

Canal Like

Cariê Lindenberg in memorian

Carissa Vieira

Carla Buaiz

Carlos Adriano

Carlos Adriano

Carlos Henrique da Costa

Carlos Segundo

Carolen Menses

Carolina Ruas

Cavi Borges

Cézar Baptista in memorian

Christian Petermann in memorian

Cintia Braga

Cláudia Cabral

Coraci Ruiz

Cristal Obelar

Cristiano Burlan

Cristina Rio Branco

Dandara de Morais

Daniela Fernandes

Daniela Zanetti

Diego de Jesus

Edilson Pedrini

Edina Fujii in memorian

Edson Ferreira

Eduardo Fachetti

Elirone Rosa

Elynes Soares in memorian

Emerson Evêncio

Emília Silveira

Érica Sarmet

Ériton Berçaco

Erly Vieira Jr

Ester Macedo

Evandro Caixeta

Fabrício Koltermann

Fabrício Noronha

Fernanda Borel

Fernanda Cozumenco

Fernanda Valadares

Fernando Sá

Festival do Rio

Filipe Gontijo

Filippo Pitanga

Financial Contabilidade

Flavia Guerra

Fórum dos Festivais

Gabriel Lodi

Gabriel Nandes

Gabriel Pinheiro

Gabriela Cunha

Gabriela Nogueira

Gabriele Stein

Gau Saraiva

Georgina Castro

Geovanni Lima

GEXS

Gianluca Cozza

Gilberto Alexandre Sobrinho

Gisele Arantes

Glenda Nicácio

Governo do Estado do Espírito Santo

Gustavo Cabral Vieira

Gustavo Cheluje

Gustavo Senna

Gustavo Serrate Maia

Heber Trigueiro

Hegli Lotério

Helena Lima

Heleno Bernardo

Henrique Arruda

Hsu Chien

Ione Maia

Itamar Palauro

Izah Candido

Jacob Santos Delbone

Jesica Lauane

Jessika Goulart

João Gilberto

João Guilherme Delbone Vieira

Johnny Hooker

Jorge Bodanzky

José Regio Sallas in memorian

José Roberto Torero

Joyce Castello

Júlia Fávero

Juliana Segóvia

Jussan Silva

Kapel Furman

Laís Santos Araújo

Lazaro

Leandra Moreira

Leandro Lopres

Leila Bourdoukan

Lena Cogo

Lena Franzz

Lenise Loureiro

Leonardo da Rosa

Leonardo Martinelli

Lia Leticia

Liv Costa

Lívia Corbellari

Liz Donovan

Lucas Oliveira

Luiz Carlos Lacerda

Luiz Eduardo Neves

Luiz Paulo Vellozo Lucas

Maíra Tristão

Manoel Goes

Marcélia Cartaxo

Marcelo Engster

Marcelo Lin

Marcelo Siqueira

Márcio Picoli

Marcio Rosário

Marcos Frizera

Marcus Neves

Margarete Taqueti

Maria Alice Lindenberg

Maria Emília

Maria Gladys

Maria Grijó Simonetti

Maria Luiza Morandi

Maria Virginia Casagrande

Marina Abranches

Marina Rodrigues

Martha Tristão

Matheus Cabral

Matheus Nachtergaele

Mayara Ferrão

Meibe Rodrigues

Miguel Delbone Vieira

Mirela Morgante

Monica Trigo

Murilo Caldas

Natara Ney

Nay Mendl

Nina Kopko

Nonato Freire in memorian

Orlando Bonfim in memorian

Orlando da Rosa Farya

Palavra! Assessoria de Comunicação

Patrícia Sá

Paula Alves de Almeida

Paulo Hartung

Paulo Renato

Priscila Celli Silva Magalhães

Radhi Meron

Raphael Araújo

Rayane Teles

Rede Gazeta

Rede Tribuna

Rede TV

Renata Jesion

Renata Rasseli

Renato Casagrande

RF Assessoria de Comunicação

Ricardo Sá

Rodrigo Cerqueira

Rodrigo de Oliveira

Rodrigo Ribeiro-Andrade

Rogério Sagui

Rose Frizzera

Sabrina Fidalgo

Saskia Sá

Sebastião Filho – Tião Xará

Sérgio Blank in memorian

Sérgio Sanz in memorian

Sidjonathas Araújo

Silvana Ramalhete

Silvio Alencar

Sofia Kelly Giambarba Furmanski

Soia Lira

Stanley Albano

Suellen Vasconcelos

Sunny Maia

Susanna Lira

Taís Augusto

Tamyres Batista

Tati Rabelo

Thabata Ewara

Thairo Meneghetti

Thais Helena Leite

Thamires Vieira

Thamyris Escardoa

Thiago Costa

Thiago Furtado

Tiago Minamisawa

Victor Di Marco

Victoria Brasil

Victoria Negreiros

Viviane Ferreira

Viviane Pistache

Wagner Montenegro

William de Oliveira

Wilson Nunes in memorian

Yasmine Evaristo

Zezé Motta

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AGRADECIMENTOS

Realização

Galpão Produções

IBCA - Instituto Brasil de Cultura e Arte

Direção

Lucia Caus

Coordenação Executiva

Larissa Caus Delbone Vieira

Fran de Oliveira

Coordenação de Produção

Guilherme Rebêlo

Renata Moça

Equipe de Produção

Claudia Vidal

Edilson Pedrini

Ednéa Moreira

Jéverson Medeiros

Joana Ribeiro

Lara Belfi

Murilo Caldas

Paulo Gois Bastos

Identidade Visual, Projeto

Gráfico - 29º Festival de Cinema de Vitória

Jean Ribeiro

Concepção Artística

Vitor Lorenção

Coordenação do 22º

Festivalzinho de Cinema de Vitória

Rosemeri Barbosa

Comunicação, Assessoria de Imprensa e Redes Sociais

Evilyn Quintino

Laís Rocio

FICHA TÉCNICA - 29º Festival de Cinema de Vitória

Leonardo Vais

Miguel Filho

Paulo Gois Bastos

Comissão de Seleção Mostra Competitiva Nacional de Longas

Gilberto Alexandre Sobrinho

Leila Bourdoukan

Comissão de Seleção Mostra Competitiva Nacional de Curtas, Mostra Quatro Estações, Mostra Foco Capixaba, Mostra Corsária e Mostra Outros Olhares

Erly Vieira Jr

Flavia Candida

Ursula Dart

Waldir Segundo

Comissão de Seleção Mostra Cinema e Negritude

Flavia Candida

Gilberto Sobrinho

Comissão de Seleção Mostra Mulheres no Cinema

Hegli Lotério

Saskia Sá

Comissão de Seleção Mostra Nacional de Videoclipes

Luiz Eduardo Neves

Suellen Vasconcelos

Comissão de Seleção

Mostra Nacional de Cinema

Ambiental

Jefferson de Alburquerque

Junior

Margarete Taqueti

Comissão de Seleção Mostra

Do Outro Lado – Cinema

Fantástico

Waldir Segundo

Comissão de Seleção Mostra

Cinema de Bordas

Bernadette Lyra

Lívia Corbellari

Programação do Site

Silvio Alencar

Fotografia

Andie Freitas

Thais Carletti

Thaís Gobbo

Editoração Material Gráfico

e Design - 29º Festival de Cinema de Vitória

Gustavo Binda

Revisão de Conteúdo e Memorial

Patricia Galleto

Reportagem Caderno

Homenageado Nacional

Laís Rocio

Leonardo Vais

Paulo Gois Bastos

Reportagem Caderno

Homenageado Capixaba

Laís Rocio

Leonardo Vais

Paulo Gois Bastos

Projeto Editorial dos Cadernos

Lucia Caus e

Paulo Gois Bastos

Editoração e Finalização d os Cadernos

Gustavo Binda

Revisão dos Cadernos

Patricia Galleto

Vinheta do Festival

Mirabólica

Mediação dos Debates

Filippo Pitanga

Conferência e Testes de Cópias

Fran de Oliveira

Heleno Bernardo

Nardo de Oliveira

Renata Moça

Libras

Miriã Schaydegger

Troféu Vitória

Andrius Machado

Brena Ferrari

Foto e Tratamento do Troféu Vitória

Thiago Christo

Vitor Nogueira

Engenheiro de Projeção e de Som

José Luiz de Almeida

Setembro de 2022 - Vitória - ES

*Ficha Técnica completa no site www.festivaldevitoria.com.br

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Outros projetos

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LABORATÓRIO DE FORMAÇÃO EM CINEMA

Ministrado pelo diretor e produtor Bernard Lessa, o Laboratório de Formação em Cinema tem como objetivo estimular o interesse de jovens do Espírito Santo pelo universo do audiovisual a partir de oficinas de formação nessa área. Direcionado para maiores de 16 anos dos municípios da Serra e de João Neiva, especialmente estudantes da rede pública de ensino, o laboratório teve duração de uma semana em cada cidade, com grupos formados por 20 participantes, que se inscreveram gratuitamente para participar da atividade.

Cada turma teve contato com conhecimentos teóricos e práticos, envolvendo os estudantes em todas as etapas de produção de um produto audiovisual: pesquisa e elaboração do roteiro, captação de imagens, operação de instrumentos de luz e som, edição, além de uma breve explanação sobre a história do cinema. Ao final do laboratório, cada turma entregou um curta-metragem finalizado – Deriva e Passagem –, que fizeram parte do circuito de exibições ao ar livre, proporcionando a experiência do

cinema às populações das cidades atendidas, além dos turistas e visitantes de cada região.

Na Serra, a formação aconteceu de 25 a 29 de julho no Salão Social da Comunidade da Santíssima Trindade, no bairro de Balneário de Carapebus. Já em João Neiva, o laboratório foi realizado de 31 de julho a 04 de agosto na sede do Coletivo Abá-Tyba, no bairro de Santa Luzia.

Um dos pilares dos projetos realizados pela Galpão Produções e pelo Instituto Brasil de Cultura e Arte, as atividades de formação agregam a comunidade, a iniciativa privada e o poder público em torno da educação de qualidade para a formação da cidadania através da cultura. O Laboratório de Formação em Cinema é, portanto, um instrumento de ação social, atuando nas áreas de educação, cultura e desenvolvimento, promovendo também a autoestima dos estudantes e a ampliação dos horizontes de informação, cultura e relações sociais.

Para conhecer os filmes produzidos pelos alunos no Laboratório de Formação em Cinema, acesse os QR Codes abaixo.

Deriva (8', 2022, direção coletiva)

Passagem (8', 2022, direção coletiva)

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CENTROS DE REFERÊNCIA DAS JUVENTUDES (CRJs) GUARAPARI E SÃO PEDRO

O Instituto Brasil de Cultura e Arte é responsável pela gerência dos Centros de Referência das Juventudes (CRJs) nos municípios de Guarapari e São Pedro. O equipamento de Guarapari já foi inaugurado e está localizado na Rua Ataulfo Alves, nº 9, ao lado da EEEFM Lyra Ribeiro, em Kubistchek.

Os Centros de Referência das Juventudes são espaços modernos e voltados para o público jovem de 15 a 24 anos. O local disponibiliza cursos, oficinas para geração de renda,

internet livre, passeios, além da construção de planos de trabalho e de vida, entre outros serviços públicos.

Os CRJs são fruto de uma parceria do poder público com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), definida após ampla seleção pública, e contam com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a implementação de ações de prevenção e combate à violência.

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27º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA – CULTURA SOLIDÁRIA

O 27º Festival de Cinema de Vitória – Cultura Solidária teve início em setembro de 2021 e colocou em foco o audiovisual feminino com a estreia de uma edição especial da Mostra Mulheres no Cinema, que foi exibida no Canal do YouTube do Festival de Cinema de Vitória. Os curtas-metragens foram selecionados pela roteirista, diretora, escritora e ilustradora Saskia Sá e celebraram o cinema pensado, produzido e realizado por mulheres.

Além da exibição dos filmes, o projeto realizou o Passeio Fotográfico, trabalho que finalizou as atividades da Oficina de Fotografia: Retratos Cotidianos, ministrada pelas fotógrafas Luara Monteiro e Thaís Gobbo, que percorreu os municípios

de Serra, Cariacica e Vitória. As fotografias realizadas pelos alunos fizeram parte do Concurso Fotográfico. A foto vencedora de cada uma das turmas foi premiada com um celular.

Além disso, as fotografias produzidas renderam a exposição Virtuais. Dividida em seis galerias online, uma para cada cidade, foi possível fazer um passeio pelas imagens capturadas pelos alunos. A exposição Virtuais ganhou, ainda, uma edição especial, de 22 a 24 de setembro, nas paredes de prédios das cidades de Cariacica, Vitória e Serra, em projeções desenvolvidas pelo PixxFluxx. Este projeto conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Instituto Cultural Vale.

27º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

CULTURA SOLIDÁRIA

Além da exibição dos filmes, o projeto realizou o Pas-

seio Fotográfico, trabalho que finalizou as atividades

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CULTURA EM TODA PARTE

Fomentar a produção cultural do Espírito Santo. Essa é a proposta do Cultura em Toda Parte, projeto idealizado pela Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo, que em 2022 chegou a sua segunda edição. Da música ao teatro, passando pelo circo, pela contação de histórias e por outras expressões culturais, o projeto apresenta um recorte potente e plural da criatividade dos artistas do estado. Todas as apresentações culturais são selecionadas por meio de chamada pública.

A segunda edição do evento promoveu, entre os meses de março e maio, 200 atividades artísticas, divididas em 140 apresentações culturais e 60 atividades formativas, que aconteceram em 10 municípios do Espírito Santo, envolvendo as cinco regiões do estado em dez finais de semana. As ações da Região Central e Sul, que incluíram 70 apresentações culturais e 30 atividades de formação nos municípios de Baixo Guandu, Vargem Alta, Linhares, Marataízes e Guaçuí, contaram com a gestão e operacionalização do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.

A primeira edição do Cultura em Toda Parte aconteceu durante a pandemia do Covid-19 e tinha como proposta realizar um passeio virtual pela produção cultural do Espírito Santo. O Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA ficou responsável pela gestão da Região Norte e Metropolitana do Espírito Santo. O evento aconteceu em formato on-line nos fins de semana entre os dias 25 de junho e 25 de julho de 2021 nos canais do YouTube do IBCA, da Secult ES e da TVE, além de ter sido transmitido pela TV Educativa do Espírito Santo. O público conferiu 59 atrações, de diversos gêneros artísticos. As apresentações aconteceram em cinco fins de semana, atendendo de forma virtual cinco microrregiões do Estado do Espírito Santo: Microrregião Metropolitana; Microrregião Central Serrana; Microrregião Nordeste; e Microrregião Noroeste.

Além das apresentações culturais, entraram no ar as Galerias On-line. O projeto apresentou o trabalho dos artistas visuais Andreia Falqueto, Hélio Coelho, Kika Carvalho, Luciano Feijão e Orlando da Rosa Farya. A curadoria dos artistas foi feita pela produtora cultural Lucia Caus.

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cinema itinerante
itinerante de Festival de Cinema Censura Livre Ministério do Turismo e Instituto Cultural Vale apresentam Realização: SERRA 26/08 - Longa-Metragem 27/08 - Curtas-Metragens + BatuQdellas Praça São Sebastião Av. Atapoã - Manguinhos CARIACICA 29/08 - Longa-Metragem 30/08 - Curtas-Metragens + Samba Pras Moças e MiQ Campo do Apolo Flexal II A Felicidade das Coisas de Thais Fujinaga (FIC, BR, 87’, 2021) O Fundo dos Nossos Corações de Letícia Leão (FIC, RJ, 21’, 2021) Mãe Solo de Camila de Moraes (DOC, BA, 15’, 2021) Neguinho de Marçal Vianna (FIC, RJ, 20’, 2020) shows
EXIBIÇÕES EXIBIÇÕES EXIBIÇÕES EXIBIÇÕES EXIBIÇÕES
Festival
de Festival cinema
shows shows shows shows

Parque da Prainha | Vila Velha/ES | a partir das 22h

Ayrton

Montarroyos

Gabriela

Brown

Rodrigo

Amarante

Cesar Soares

Silvero Pereira e Banda Paralela

Roberta de Razão

Getúlio Abelha

Erasmo

Carlos Maíra Freitas e Jazz das Minas

Johnny Hooker

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REALIZAÇÃO APOIO INSTITUCIONAL PROMOÇÃO PATROCÍNIO
Secretaria da Cultura e ES Gás apresentam

APOIO PATROCÍNIO APOIO INSTITUCIONAL REALIZAÇÃO

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