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Operária da televisão

1968 é um ano lendário no Brasil. Esses 365 dias entraram para a história por marcarem um período intenso de manifestações estudantis contra a ditadura militar, como a famosa Passeata dos Cem Mil. Em dezembro do mesmo ano é instituído o Ato Institucional nº 5, que instaurou o período mais sombrio e duro da ditadura militar no país. Foi nesse ano simbólico que a também guerrilheira Bete Mendes estreou profissionalmente como atriz no teatro e, na sequência, integrou o elenco de teledramaturgias na Rede Tupi em São Paulo. Depois de uma participação no episódio O Rapto, na série Águias de Fogo, produzida e dirigida pelo cineasta Ary Fernandes (e considerada um marco na produção seriada de dramaturgia para a televisão brasileira), ela integrou o elenco de sua primeira novela: Beto Rockfeller, de Bráulio Pedroso. A produção modernizou a forma de se fazer telenovelas no país ao abandonar os dramalhões mexicanos e aproximar as tramas do cotidiano dos espectadores. “O Bráulio tinha essa artimanha para fazer as histórias. Era uma novela passada na atualidade, então a trilha sonora era com músicas da época, como os Rolling Stones. A novela mexeu muito com a cabeça de todo mundo”, conta a atriz. Bete interpretava Renata, que era a amiga da mocinha da história. Mas o talento da atriz ampliou sua importância na trama e o final feliz ao lado do protagonista, além do carinho do público. “Foi uma explosão de sucesso maluca ao ponto de eu ter amigos e até parentes próximos, não parentes diretos, cujas filhas foram nomeadas como ‘Renata’ em homenagem à personagem que eu fazia”, conta ela. “Meu personagem cresceu e o final da história foi o amor da Renata com o Beto Rockfeller.” Ainda longe da forma industrial como as telenovelas são feitas na atualidade, com roteiros entregues com antecedência e capítulos gravados com semanas de distanciamento do que está no ar, a produção televisiva na década de 1960 era realizada de uma maneira

completamente diferente. “Era muito duro, porque os capítulos saíam dia a dia, então a gente tinha que ir na televisão pegar o capítulo, ver se tinha a cena, decorar e entrar em cena. Não tinha toda a preparação e as exigências que nós fizemos depois pela qualidade do trabalho, era tudo muito artesanal.” Na sequência de Beto Rockfeller, a atriz integrou o elenco de Super Plá (1969), com a mesma equipe do sucesso anterior: Bráulio Tavares (junto com Marcos Rey) era o autor, Walter Avancini o diretor (ao lado de Antônio Abujamra e Benjamin Cattan). Bete Mendes era Albertina Guimarães, a Titina. “Era uma história extraordinária de um rapaz chamado Plácido, que tomava guaraná e virava o ‘Super Plá’. Era uma brincadeira com as histórias em quadrinhos. E tinha os personagens malvados, Baby Stompanato e a Jandira Martini, que eram interpretados pelo Hélio Souto e pela maravilhosa Marília Pêra. Era uma beleza, uma delícia. Eu acho que essa novela deveria ser refeita, ou como minissérie, ou o que fosse, porque ela tinha umas ideias maravilhosas.” Depois dos primeiros sucessos, Bete Mendes continuou a participar de algumas produções na extinta TV Tupi. Entre os anos de 1970 e 1973, integrou o elenco de novelas como Simplesmente Maria, O Meu Pé de Laranja Lima, Nossa Filha Gabriela, Na Idade do Lobo, A Revolta dos Anjos, A Volta de Beto Rockfeller e As Divinas… e Maravilhosas, em que ela atuou ao lado de Nathália Timberg e Nicette Bruno. Em 1974, Bete passa por dois momentos, ao mesmo tempo marcantes e distintos na sua vida. O primeiro foi um acidente. “A gente ia viajar com a peça e aí eu tive um traumatismo craniano, que foi uma coisa gravíssima. Os amigos, a família e a classe artística foram extraordinários em termos de solidariedade, porque um grande amigo que já faleceu também localizou um extraordinário neurologista. Ele foi até Bauru, onde eu estava no hospital, conseguiu helicóptero pra me levar pra São Paulo, porque o hospital não tinha condições. Eu passei por uma operação seríssima. A expectativa era de morte, ou paralisia, ou cegueira, ou um monte de coisas. Fui salva. O cirurgião foi extraordinário, o neurologista maravilhoso. Saí do hospital, que era privado, numa situação financeira da pior qualidade.”

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O segundo momento foi sua entrada na Rede Globo. “Quando eu estava em cartaz com uma peça no Sesc de São Paulo, o Daniel Filho foi assistir, junto com o segundo diretor das organizações Globo de São Paulo. Viram o espetáculo, ele gostou muito e quis conversar comigo. Aí aconteceu o acidente e tive que parar, e eles quiseram me contratar. O acidente foi em abril de 1974. Em agosto eu fui pra Globo.” Após estrear na emissora em um “especial maravilhoso da Leilah Assumpção, onde eu contracenava com Marcos Paulo”, ela participou de um dos maiores sucessos da sua carreira televisiva: O Rebu. A novela de Bráulio Pedroso (o mesmo autor de Beto Rockfeller) revolucionou a teledramaturgia ao situar sua trama – com mais de 100 capítulos – em um enredo de 24 horas. “O Bráulio novamente me deu um presente com um personagem maravilhoso, que era a Sílvia. Eu tive a felicidade de contracenar com Ziembinski, que foi um dos maiores diretores da história do teatro brasileiro. No elenco tinha Mauro Mendonça, Tereza Rachel... Só tinha feras. Assim como na Tupi, eu entrei contracenando com maravilhosos atores. Aprendi muito também com eles; na Globo foi a mesma coisa, foi outra escola de coração com esses atores geniais.” Depois ela interpretou Lia, na novela O Bravo! (1975), de Janete Clair. E o ritmo de trabalho era frenético. “Eu era a protagonista. A gente gravava das 7h30 da manhã às 8h da noite, de 50 a 60 cenas por dia. Era essa máquina maluca, alucinante.” Em 1976, Bete retorna à televisão para participar do clássico O Casarão, novela escrita por Lauro César Muniz e dirigida por Daniel Filho. A trama acontecia em três períodos: de 1900 a 1910; de 1926 a 1936; e no tempo presente, que era 1976, fase em que a atriz entrou na trama interpretando Vânia. “Foi uma experiência lindíssima. Eu tive a felicidade de contracenar com Paulo Gracindo e com grandes atores nessa novela, porque era em três períodos que ela se passava. E era maravilhosa.” Apesar das ótimas lembranças do trabalho, Bete também relembra os cortes que o texto de O Casarão sofreu em função da censura. “O Lauro [César Muniz, autor da novela] tinha que escrever,

enviar para a equipe da Globo aprovar e depois ir pra gravação. E às vezes eles aprovavam, a gente gravava e cortavam na censura federal. Os capítulos eram cortados. E a minha personagem, que era uma repórter, teve cortes inimagináveis nessa novela pela censura”, recorda a atriz. “Mas foi outro grande trabalho que me deixou muito feliz apesar desse problema que eu estava falando da censura.” Em 1977, ela participou da novela Sinhazinha Flô, uma adaptação da obra de José de Alencar, feita por Lafayette Galvão. “Eu tive a felicidade de contracenar com a Ruth de Souza, com meu querido Eduardo Tornaghi, grande amigo até hoje. E era uma gostosura fazer essa novela.” Entre 1978 e 1979, Bete Mendes deu vida a Vera Bastos, uma operária contestadora na novela Sinal de Alerta, de Dias Gomes. Exibida no extinto horário das 22 horas, a trama abordava a temática ambientalista e o perigo da poluição nas grandes cidades. “Era uma novela que falava sobre poluição. Tinha uma trama maravilhosa. Nós éramos operários. Na história aconteceu uma coisa muito bonita. Eu mudei a trajetória da minha personagem. Ela foi crescendo na consciência da situação, da poluição, de a gente protestar para ter condições de trabalho. Foi um prazer imenso fazer essa novela”, conta a atriz, que trabalhou com atores como Paulo Gracindo e Eduardo Conde, profissionais de quem ela lembra com saudade. “Quando a gente atinge certa idade, vai se recordando de muitos que se foram, mas que permanecem nos trabalhos e na nossa memória afetiva.” Após a participação em Sinal de Alerta, Bete não teve seu contrato renovado com a emissora carioca. “Pelas minhas posições, que sempre foram de cidadã e de artista, eu brigava muito na Globo. Porque eu queria horas de trabalho razoáveis, nós brigamos durante anos até a regulamentação da profissão. E quando ela aconteceu, eu brigava muito também na Globo pelo horário de trabalho, por horas extras, por condições saudáveis de trabalho. Sempre tinha problemas e a gente tinha que enfrentar. Como eu era protagonista nas novelas, a briga ficava mais pesada. Porque eu não era a protagonista delicada, digamos assim. E isso criou algum estresse. Em 1979 a Globo disse ‘adeus’ pra mim.”

“Nesse espetáculo eu tive um dos primeiros presentes da minha vida. A Eva Wilma reuniu o elenco para colocar as questões que deveriam ser qualificadas para melhorar o trabalho. Ela estava falando com todos juntos, era um elenco muito grande. Aí ela virou e falou pra mim assim ‘você está pronta, você é uma atriz’. Fiquei emocionadíssima e felicíssima.”

Entrando nos anos 1980, Bete retornou à televisão, desta vez na TV Bandeirantes, e participou de duas telenovelas. A primeira foi Dulcinéa Vai à Guerra, de Sérgio Jockyman. Depois ela fez Pé de Vento, de Benedito Ruy Barbosa, em que interpretou a enfermeira Terezinha, que se envolvia com o corredor Edmar, papel de Nuno Leal Maia. “A trama era sobre a maratona do fim do ano, a corrida de São Silvestre. A história sinteticamente era isso. Ele era o corredor e eu era a namorada. A novela era uma delícia.” Ainda nesse ano, a atriz vivenciou outro momento marcante na sua trajetória. Em 10 de fevereiro ela participou da fundação do Partido dos Trabalhadores. “Junto com a novela, eu já estava na formação, desde 1979, do Partido dos Trabalhadores. Já estava em apoio à greve do ABC, à greve dos metalúrgicos. Eu continuava fazendo muita coisa ao mesmo tempo.” Depois, em 1981, ela retornou para a televisão, desta vez na TV Cultura, na minissérie Floradas na Serra, de Geraldo Vietri, para viver Elsa Maia. “Esse papel havia sido feito no cinema por Cacilda Becker. Então vocês imaginam a responsabilidade.” Em 1982, Bete foi eleita deputada federal e cumpriu dois mandatos: de 1983 a 1987; e de 1987 a 1991. Nesse período, sua participação como atriz se tornou mais espaçada, pois só podia gravar nos períodos de recesso parlamentar. E foi o que aconteceu em 1985 na adaptação da obra de Érico Veríssimo O Tempo e o Vento. “Fiz essa minissérie maravilhosa também no recesso parlamentar. Direção do Paulo José. Queridíssimo. E eu fazia uma das personagens, a Maria Valéria, que era incrível.” No final do mesmo ano, ela participou da novela De Quina pra Lua, escrita por Alcides Nogueira, com argumento de texto de Benedito Ruy Barbosa. “Foi uma delícia de gravação, uma delícia de novela. E eu continuei voltando pro Congresso.” Depois disso, ela só retornou para a telinha três anos mais tarde, em 1989, em Tieta, adaptação da obra de Jorge Amado feita por Aguinaldo Silva, em que interpretou Aída Pires. Uma das memórias desse período está ligada ao seu parceiro de cena na obra. “Tieta foi maravilhoso. Até porque contracenei com Armando Bógus. Todo mundo adorava o Bógus. Uma pessoa incrível, um ator genial. Ele era o meu marido na novela. E a gente se divertia muito. Era uma delícia

gravar. Eu consegui conciliar o final do mandato com a gravação de Tieta, que foi um sucesso. Foi muito gostoso.” Durante a década de 1990, Bete Mendes participou de inúmeros trabalhos de sucesso na TV Globo, como a novela Lua Cheia de Amor (1990), de Ana Maria Moretzsohn, Ricardo Linhares e Maria Carmem Barbosa, em que interpretou Emília, antagonista de Marília Pêra, em um dos poucos papéis cômicos de sua carreira. Na sequência, fez O Mapa da Mina (1993), última novela de Cassiano Gabus Mendes; e Pátria Minha, de Gilberto Braga (1994). Também em 1994, ela fez a minissérie Memorial de Maria Moura, adaptação de Jorge Furtado e Carlos Gerbase para a obra de Rachel de Queiroz. Em seguida, ela esteve em Quatro por Quatro (1995), de Carlos Lombardi, um dos maiores fenômenos do horário das 19 horas. “Foi arrebatador de sucesso. Foi uma loucura.” No ano seguinte, Bete volta a interpretar um texto de Benedito Ruy Barbosa, com a clássica O Rei do Gado (1996). “Foi um trabalho especialmente querido para mim. Luiz Fernando Carvalho dirigindo. Eu contracenei com Stênio Garcia, Antônio Fagundes, Patrícia Pillar, Walderez de Barros, um elenco maravilhoso. Era maravilhoso de fazer. Eu adorei, foi um sucesso.” Fechando a década, ela fez uma participação especial no primeiro capítulo de Terra Nostra (1999), também de Benedito Ruy Barbosa, em que trabalhou novamente com Gianfrancesco Guarnieri, com quem havia contracenado no cinema, em Eles Não Usam Black-Tie(1981), e no teatro, em Pegue e Não Pague (1982). Um dos trabalhos mais importantes na carreira de Bete Mendes, na década de 1990, foi a minissérie Anos Rebeldes, que completa 30 anos em 2022. A trama, que se passa na cidade do Rio de Janeiro no período de 1964 a 1979, é uma das primeiras produções televisivas a abordar a luta contra o regime militar no país. “Eu achei muito importante que a TV aberta, que vai para todo mundo, estivesse tratando de um momento histórico da nossa vida no Brasil que nunca havia sido tratado de maneira nenhuma. Era uma ficção, mas com uma retrospectiva muito boa.” Bete participou ativamente

como guerrilheira na luta contra as atrocidades do Estado durante o regime militar. Então, mais do que uma atriz que ajudou a contar essa história, ela foi a materialização no elenco da figura que brigava pela liberdade de um país democrático e igualitário nessa fase nebulosa da história do país. O convite para sua participação foi feito pelo autor, Gilberto Braga, e pelo diretor, Dennis Carvalho. “Foi muito importante, porque o Dennis me fez um pedido para que eu trabalhasse com jovens atores, conversando com eles sobre o que eles não haviam vivido. A Malu Mader, o Marcelo Serrado, a Claudinha Abreu, que fazia uma jovem revolucionária, e todos os jovens que estavam na novela”, conta a atriz, que foi uma espécie de consultora do elenco jovem. “Nós fizemos algumas reuniões e eu comecei a contar para eles como era na época em que eu era uma ativista política contra a ditadura e o que acontecia. Só como exemplo: três pessoas conversando na rua, acreditem, era perigoso. Qualquer pessoa que tivesse alguma dúvida sobre alguma coisa tinha receio de fazer perguntas, porque havia infiltração dos agentes da repressão nas universidades, no trabalho, havia perseguição na rua, era uma loucura. E eu fiquei contando isso para os jovens, e eles ficaram abismados. Eram jovens tão lindos, e eu ficava conversando com eles e eles ficavam espantados com o que eu e outros milhares havíamos vivido.” Diferentemente do período como guerrilheira, a atriz guarda apenas boas lembranças dos bastidores da série. “Começamos as gravações e foi um clima muito, muito legal. Foi um trabalho muito bem feito, muito sério. O Gilberto Braga pediu a assessoria do Silvio Tendler [professor, cineasta e historiador brasileiro], que fazia a documentação e todo um trabalho de reprodução do que havia acontecido, até para auxiliá-lo. Tinha todo um trabalho de fazer uma reconstituição de época, e da diretora de arte da minissérie, que foi maravilhosa. Existia um cuidado também com as locações, para fazer como se fosse na época. Foi muito bem feito. Foi uma experiência maravilhosa, achei muito importante.” Ainda na década de 1990, Bete Mendes teve uma experiência de

trabalho traumática. A atriz integrou o elenco da novela Brida (1998), interpretando a personagem Diva. A obra, baseada no livro de Paulo Coelho, foi terminada antes do fim e marcou o encerramento das atividades da TV Manchete. “Foi uma tristeza imensa. Aconteceu uma tragédia. A Manchete, que foi revolucionária com Pantanal, que mexeu com a estrutura da Globo, já estava decaindo. Porque já tinha falecido o senhor Adolpho Bloch, e a emissora estava decaindo. As gravações foram indo de mal a pior, foram interrompidas, e a novela parou de ser exibida. Foi uma tristeza. Nós ficamos pedindo direitos, salários atrasados, e a Manchete acabou. Faliu. Foi muito triste isso.” Bete começa os anos 2000 sendo dirigida novamente por Jayme Monjardim em duas produções da TV Globo. Na minissérie Aquarela do Brasil (2000), de Lauro César Muniz, ela interpreta Olga. Em 2003, ela vive Dona Ana Joaquina, uma das protagonistas de A Casa das Sete Mulheres, adaptação de Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão para o livro homônimo de Letícia Wierzchowski. Gravada no Rio Grande do Sul, a minissérie acompanha a história das mulheres da família de Bento Gonçalves que viveram na estância familiar durante os dez anos da Guerra dos Farroupilhas. Em 2004, ela participou da novela Seus Olhos, no SBT. “Era câmera velha, iluminação velha, cabo de luz que quebrava, não tinha tapadeira para cobrir cenário, não tinha camarim, não tinha nada! A gente foi nessa aventura e graças a Deus o meu personagem era uma pequena participação. Precisava trabalhar, precisava de um contrato, mas foi uma passagem rápida que me aliviou.” No ano seguinte, ela retornou à Rede Globo para interpretar Fátima em América (2005), novela de Glória Perez que acompanha, em sua trama principal, o trajeto de brasileiros que têm o objetivo de migrar ilegalmente para os Estados Unidos. Na sequência, ela viveu a irmã Natércia em Páginas da Vida (2006), de Manoel Carlos. Em 2017, deu vida a uma das personagens mais cativantes do universo literário infantojuvenil, a Dona Benta, do Sítio do Picapau Amarelo. “Eu adorei, Monteiro Lobato é maravilhoso. A Rosa Colin, que fez a Anastácia, é uma atriz e cantora divina. Nosso relacionamento foi muito bom durante as gravações, e as crianças eram muito legais, foi muito gostoso fazer Dona Benta, lamento que tenha acabado.”

Depois ela viveu Maria Piedade, em Caras & Bocas(2009), trama das 19 horas assinada por Walcyr Carrasco. Em 2011 ela retoma a parceria com Gilberto Braga em Insensato Coração. Em 2012, teve a oportunidade de dividir a cena com uma das atrizes mais respeitadas do Brasil, a veterana Laura Cardoso, no remake de Gabriela. Na trama, adaptada do clássico de Jorge Amado, ela é Florzinha, uma das fofoqueiras da cidade de Ilhéus. Em Flor do Caribe(2013), de Walther Negrão, Bete interpretou Olívia, a mãe do protagonista, Cassiano (Henri Castelli), e casada com Chico, personagem de Cacá Amaral. Com mais de 50 anos de carreira, Bete Mendes também participou de vários projetos especiais e até de uma temporada de Malhação, como uma defensora do meio ambiente. Em 2017, ela fez suas participações mais recentes na televisão. Na supersérie Os Dias Eram Assim, de Angela Chaves e Alessandra Poggi, ela viveu ela mesma. A atriz dá um depoimento ao lado de outras vítimas que sofreram violências durante o período da ditadura militar no Brasil para o documentário ficcional, produzido pela personagem Cátia, interpretada pela atriz Bárbara Reis. Já em Tempo de Amar(2017), de Alcides Nogueira e Bia Corrêa do Lago, ela foi a Irmã Imaculada, a madre superiora do Convento dos Santos Anjos.

“Assim como na Tupi, eu entrei contracenando com maravilhosos atores. Aprendi muito também com eles; na Globo foi a mesma coisa, foi outra escola de coração com esses atores geniais.”