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O Mito da Opressão
Compreensão
Onde estás, doce visão Eu te percebo em cada manhã deslumbrada com o que não vejo, mas sinto.
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Tu não me pertences, pois és a própria vida em esplendor.
Trazes a brisa da esperança, que refresca a alma. Em tuas fontes, purifico a mente e o coração. Raízes profundas edificam o amor em ascensão.
Sinto o calor de tuas chamas Reveladoras, e me hipnotizas com tua dança que improvisa, desarma, desconforta, ampliando minha visão na escuridão.
O Mito da Opressão
A compulsão oculta de ser desejado nos coloca sob uma espécie de feitiço que torna nosso comportamento confuso para os outros, e até mesmo para nós mesmos. Polly Yang
Neste final de semana, assisti um filme interessante. É a história de um rapaz que se envolve com duas irmãs, enquanto namora a terceira. É interessante como a culpa é tratado no desenrolar da trama. A irmã mais nova faz de sua experiência um laboratório, um aprendizado para uma futura relação. A mais velha, casada, no dia do casamento da irmã, pergunta por que ele agia assim, e ele responde que percebe o que cada pessoa deseja, e que gosta de fazer as pessoas felizes. Não há culpa, pois julga fazer o bem. Já a noiva, que havia transado com o ex-namorado na véspera do casamento, fugiu da igreja, amargando o remorso. E o interessante, ao final da história, é que o noivo que a alcançou, pediu que não contasse nada, porque também tinha seus segredos e pretendia preservá-los.
Na sequência, um outro filme conta a história de uma mulher que foi trocada por um homem, e continuou a amá-lo, e a lembrar os bons momentos compartilhados. Ela cuida dele até a sua morte.
Se abstrairmos o conteúdo moral impregnado de valores culturais, portanto mutáveis, observaremos a mensagem dada de compreensão e amor. Estes dois filmes revelam que é possível lidar com os relacionamentos em nossas vidas, sem nos afogarmos no mar de tristezas e mágoas. Na maioria das vezes, ressentimo-nos porque não conseguimos obter o que queremos, por ter nossas expectativas frustradas e nos perdemos de nós mesmos e do outro. Em outras palavras, as crenças e ideias pré concebidas tolhem a visão, por estabelecermos um padrão rígido do que pode ser aceito, idealizamos a vida, e não usufruímos o que ela nos oferece.
Então, num cenário que não nos agrada, tudo vira opressão, na ação ou na omissão. Se o companheiro liga demais, quer muito nossa atenção, é intenso, pede demais, é opressão. Não aprendemos a dar e receber limites. Se não nos liga, demora a nos procurar, só quer sexo, é opressão. Cada um tem seu ritmo e preferências, cabe a nós nos adaptar ou procurar alguém que se afine mais com nossa forma de ser. Se comenta com entusiasmo os seus projetos, não nos escuta, é opressão. Para ser ouvida é preciso aprender a ouvir. Se pergunta para aonde fomos, com quem estivemos, se vai sair, tudo isto é opressão. E quando não pergunta, é porque nos trata com indiferença, não se importa.
Passamos tanto tempo distante de nós mesmas, que não conhecemos o que de verdade queremos, e o que queremos da relação. E quando não sabemos lidar com a forma de ser do parceiro, e tememos a rejeição, tudo permitimos e culpamos o outro por nos oprimir.
A mulher saiu da posição de submissão, assumindo as rédeas da vida, com independência intelectual e financeira, mas continua vivendo emocionalmente o papel das mulheres oprimidas de outrora. Este paradoxo