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as emoções das crianças

A educação emocional que precisamos oferecer aos nossos filhos também passa por ajudá-las a dimensionar como se sentem diante de uma situação

MUITOS DE NOSSA geração e das gerações anteriores foram (fomos) tão calados que, na ânsia de darmos vez e voz para as crianças, transferimos a elas a responsabilidade (e o peso) de se expressar por nós. É assim que saímos do equilíbrio. Tiramos o foco da criança. A questão não é mais a emoção dela. Passa a ser algo sobre nós. Quantos de nós não se realizam no agir, no falar, no expressar da criança que faz/fala aquilo que gostaríamos de ter feito/falado?

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É preciso ter atenção. Se o foco está em nossas emoções e não nas emoções da criança, é muito fácil perder o ponto saudável de expressar as emoções.

A educação emocional que precisamos oferecer às crianças também passa por ajudá-las a dimensionar a emoção que sentem diante de cada situação. Claro que é muito subjetivo, e isso torna o processo muito desafiador. Por isso repito há mais de dez anos: é preciso estudar para ser pai e mãe. Se ficamos no raso dos conhecimentos, corremos o risco de ficarmos como um pêndulo entre os extremos: saímos do “engole o choro” para o “pode chorar o quanto quiser”, desmedido e desenfreado, alto e sem fim, que, acredite, também pode não fazer bem. Uma vez ouvi que a pessoa adulta em equilíbrio é aquela que pensa, produz e não se envolve em emoções desnecessárias. Gosto muito de ter isso em mente.

E penso que seja este o objetivo final do processo de educação emocional das crianças: fazer delas seres pensantes, produtivos e que não se envolvam em emoções desnecessárias. Não seria incrível um mundo cheio de gente assim?

É preciso colocar a questão para a criança: isso é um probleminha, um problema ou um problemão? Deixar a criança achar tudo sempre um problemão sem ajudá-la a dimensionar o sentir proporcional à situação pode ser também uma forma de negligência

“Saímos do ‘engole o choro’ para o ‘pode chorar o quanto quiser’, desmedido e desenfreado, alto e sem fim, que, acredite, também pode não fazer bem” nossa, percebe? É complexo, eu sei. O fato é que tenho visto muita gente só acolhendo e ampliando a emoção da criança a cada momento, e o resultado que tem aparecido em atendimento é o tempo ir passando e as crianças seguirem sendo muito imaturas e ficarem supersensíveis, hiperdimensionando suas emoções para sempre. Já viu alguém assim? É bem difícil de conviver, não é? É difícil ser essa pessoa também! Não é bom pra ninguém!

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