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Aprender com o passado para preparar o futuro
Definitivamente, o ano de 2022 foi um período agitado em termos de cibersegurança a nível global É nossa opinião que foi o ano em que a cibersegurança se consolidou claramente como um tema que ultrapassa a tecnologia e exibe uma influência cada vez mais ampla, abrangendo contextos sociais, políticos e económicos
Na área tecnológica, observamos um crescimento de ataques, mas não necessariamente um aumento nos tipos de ameaças As consequências destes ataques na sociedade são variadas, incluindo perdas financeiras para pessoas e empresas, repetidas violações à privacidade, e instabilidade política e económica
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Se quisermos destacar um evento que reflita a abrangência do tópico da cibersegurança, o ataque à Costa Rica pelos grupos criminosos Conti e Hive, e a consequente declaração de emergência nacional pelo presidente Rodrigo Robles seria uma opção apropriada O ataque foi planeado e realizado durante várias semanas causando prejuízos financeiros estimados em cerca de 30 milhões de dólares por dia e afetando seriamente a capacidade de funcionamento das instituições governamentais do país, com graves consequências para a sua população Destas, destacamos as falhas no sistema de saúde da Costa Rica e nos pagamentos de salários a funcionários públicos bem como a quase paralisação das infraestruturas de apoio ao comércio internacional Dezenas de milhares de pessoas foram diretamente afetadas durante este período
Não podemos também deixar de referir a relevância destes temas no conflito entre a Ucrânia e a Rússia em que a utilização do ciberespaço tem um papel relevante Ambos os lados estão envolvidos em ações de ataque e defesa no mundo digital, procurando assegurar qualquer vantagem, a par das movimentações realizadas no mundo físico Isto não se traduz apenas em ações de apoio às tropas no terreno, mas também a campanhas de desinformação e controlo de informação Adicionalmente ressalvamos também a forma como este conflito extravasou para a esfera social com diversas ações de hacktivismo executadas por apoiantes de ambos os lados com o intuito de obrigar empresas e governos a tomar uma posição clara no conflito
Portugal não é exceção a esta nova realidade e os números que têm sido compilados e disponibilizados pelo Observatório de Cibersegurança do CNCS assim o demonstram Durante o ano de 2022 diversas entidades públicas e privadas foram vítimas de ataques que visavam o roubo de informação, a extorsão ou espionagem política. As consequências destes ataques variaram entre falhas de serviço até perda de reputação do nosso Estado Acreditamos que o ano passado foi provavelmente o ano em que o vocábulo “cibersegurança” mais terá sido mencionado nos órgãos de comunicação
Social
À medida que a sociedade evolui e assenta, cada vez mais, o seu funcionamento na tecnologia digital, a cibersegurança assume um papel crítico Apesar dos alertas das últimas duas décadas, existe ainda uma grande discrepância na forma como as organizações e o Estado enfrentam os riscos relacionados com cibersegurança nas suas várias dimensões A AP2SI desafia os decisores em Portugal, tanto públicos quanto privados, a reconhecer a necessidade que têm de contratar profissionais capacitados para lidar com estas questões
Em resumo, à medida que a sociedade depende cada vez mais do digital, a resiliência aos riscos não se pode resumir apenas a investimento financeiro e compra de soluções tecnológicas, mas tem de incluir também elementos estratégicos e políticos e, acima de tudo, a presença de pessoas capacitadas para fazer face aos desafios futuros de uma sociedade digital, sejam eles tecnológicos, sociais, políticos ou económicos Conheça melhor a AP2SI em https://ap2siorg