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Doutor Finanças: inovação ao serviço da saúde financeira
Doutor Finanças nasceu Onuma época difícil da vida económico-financeira do país. Que evolução notam? O Doutor Finanças nasce em 2014 para ajudar as famílias a gerirem melhor a sua vida financeira, procurando ajudar a melhorar a saúde das suas carteiras, numa fase em que muitas famílias já estavam a lidar com problemas de sobreendividamento. Na altura era possível uma empresa fazer a renegociação dessas dívidas em nome das pessoas. Entretanto, foram implementadas novas regras pelo regulador e os intermediários de crédito deixaram de poder prestar esta ajuda direta em situações de incumprimento. Atualmente, estamos numa situação ainda muito distante da que vivíamos em 2014, as pessoas têm acesso a mais informação e há uma série de instrumentos, que não existiam então, que protegem mais as famílias.
Em que áreas atuam? Uma das nossas maiores áreas de atuação é ao nível da literacia financeira, disponibilizando informação que oriente as famílias e lhes mostre que caminhos trilhar. Temos uma série de ferramentas que ajudam as pessoas no seu dia a dia e que são desenvolvidas internamente, como o simulador de salário líquido ou de subsídio de desemprego, bem como calculadoras de mais-valias imobiliárias, de IMT ou IMI. Ferramentas que têm como objetivo ajudar as pessoas em diferentes fases da sua vida. Ao nível do serviço, atuamos no crédito habitação, crédito consolidado e seguros, procurando encontrar a melhor solução financeira para cada cliente, sempre numa lógica de proximidade e apostando no acompanhamento e na simplificação dos processos de partilha de informação. Por esta razão, desenvolvemos de raiz um sistema tecnológico que nos permite gerir todo o processo de comunicação com o cliente e com os bancos. Um sistema que desenvolvemos internamente e a que chamámos de Clínica, que reduz o tempo e a burocracia destes processos.
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E em termos de inovação, o que destaca? O desenvolvimento de raiz do sistema tecnológico que referi anteriormente. A Clínica é um pilar de desenvolvimento estratégico, porque nos permite estabelecer a ligação de todos os players. É o ponto de contacto com os clientes e com as instituições de crédito. Através desta plataforma os clientes conseguem fazer-nos chegar toda a sua documentação e os seus dados chegam às instituições, com uma garantia ainda maior de proteção de dados. A Clínica consegue aceder a alguns documentos (após a autorização dos clientes), o que ajuda na recolha da documentação necessária. Com todos os contactos e interações centralizados neste sistema reduzimos, por exemplo, a troca de emails com informação sensível. Ou seja, é através da Clínica, desenvolvida inteiramente por nós, que fazemos a gestão da relação com os parceiros, mas também com os clientes. E estes têm acesso, a qualquer momento, ao seu processo e à evolução do mesmo. Este é um ponto vital de inovação, uma aposta clara na digitalização e na robotização do processo de financiamento. Os desafios da literacia financeira ainda estão presentes na sociedade portuguesa? Apesar da evolução positiva, os desafios continuam a ser enormes. Os últimos indicadores internacionais mostram que Portugal ainda está longe do nível recomendável nesta área. É preciso que haja uma aposta clara na literacia financeira, que devia ser uma disciplina autónoma no currículo de ensino. Não faz sentido termos pessoas que chegam ao mercado de trabalho e não saibam a diferença entre o salário bruto e o líquido, ou como calcular os juros de um depósito, por exemplo.
Como é que um intermediário de crédito pode ajudar a simplificar o processo de crédito? Um bom serviço de intermediação partilha informação e conhecimentos, de forma que os clientes percebam o que lhes está a ser proposto. Nós temos uma equipa que explica todo o processo, descomplica conceitos e retira as dúvidas dos clientes. Temos um atendimento personalizado e este aspeto é muito importante para um acompanhamento próximo das famílias até ao final de todo o
processo.
Que outras mais-valias pode o cliente conseguir através de um intermediário? De uma forma geral, quando se recorre a um intermediário de crédito ga n h a - s e p o d e r n e g o c i a l , acompanhamento e conhecimento. Por um lado, um intermediário financeiro tem uma margem negocial maior do que um cliente particular porque trata de inúmeros processos junto das instituições financeiras. Por outro lado, o cliente fica a ganhar, porque tem alguém a fazer a prospeção de toda a oferta disponível no mercado, procurando a melhor solução disponível e de forma gratuita. Este serviço não tem custos para o cliente, porque quem paga o processo são os bancos, como um custo de aquisição de cliente.
Como antevê a saúde financeira dos portugueses nos próximos tempos? Ainda é muito cedo. Os dados do Banco de Portugal mostram que os portugueses têm aumentado as suas poupanças. Pelo menos, os depósitos têm aumentado e atingido valores recorde. Este comportamento reflete os receios do impacto da pandemia e as moratórias que foram concedidas nos créditos e pode dar algum fôlego às famílias que conseguiram poupar. Mas tudo dependerá da capacidade de a economia retomar alguma normalidade. Acredito que todo o sistema está hoje mais atento e mais capacitado para responder aos desafios: as instituições financeiras vão tentar encontrar as soluções ideais para cada cliente, evitando um incumprimento generalizado. O melhor é jogar sempre por antecipação. Um bom exemplo é o fim das moratórias no crédito. Quem estiver a beneficiar de moratórias terá de perceber qual é a sua realidade atual e se tem capacidade para cumprir com o pagamento dos seus créditos quando a moratória terminar. Depois, é preciso perceber o que se pode fazer.