InFormar nº 1 e 2.

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Associação de Professores e Universidade Sénior de Almada julho 2018

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Associação dos Professores do Concelho de Almada e da Universidade Sénior de Almada Edição n. º1 e 2 julho 2018

Exposição comemorativa do 15.º Aniversário da Associação

Editorial

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Almada com vida

03 “

No âmbito do associativismo e do Ano Europeu do Património Cultural, valorizando as festas da Cidade de Almada, com a participação ativa e criativa de todos, delineou-se um plano de atividades a desenvolver sob a designação Almada com Vida”

A nossa Língua

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O cão que faz ão ãohistória de um ditongo”

Criatividades

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Associação, celebrar aniversário é olhar para trás com gratidão e para a frente com fé!”

Esta publicação é da autoria da Associação dos Professores e da Universidade Sénior de Almada e pretende dar a conhecer os trabalhos realizados pelos alunos e professores.

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Associação de Professores e Universidade Sénior de Almada julho 2018

Editorial

Lourdes Albano e Jerónimo de Matos

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-A informação/formação e o debate cultural escritos e periódicos da Apcalmada/USALMA entram em nova fase.

O boletim da Associação de Professores Profalmada e o Correio da Usalma constituem, a partir deste número, um único órgão informativo designado InFormar, título que sintetiza os seus objetivos: dinamizar a formação pela via da informação e do debate de ideias.

Na hora da sua substituição, cabe aqui uma referência de apreço aos dois órgãos cessantes, pela meritória missão de informar a ampla comunidade de associados da Apcalmada, professores e estudantes da USALMA, através do ensaio, da notícia e da imagem. E reconhecer também a exigente tarefa dos corpos redatoriais, de colaboradores e gráficos que procuraram, com renovada dedicação, que, a ritmo trimestral, estes mensageiros chegassem às mãos dos nossos leitores.

A mudança ou melhor a reunião dos dois boletins num mensageiro único, visa objetivos precisos: Em primeiro lugar a otimização de recursos materiais e humanos.

Contribuir depois para a união e interação das várias vertentes da intervenção social cultural e solidária da Associação de Professores.

- Este número do InFormar surge no âmbito da comemoração dos 15 anos da fundação da Apcalmada, razão para o fazer emissário de um novo impulso dos projetos da Associação, nomeadamente o magno e exigente objetivo da construção do Lar/Residência, para o qual estão em curso estudos de viabilização financeira e de dimensão e inserção no espaço físico.

A USALMA, que entra em outubro no seu décimo quarto ano letivo, está por seu lado, a debater nas várias instâncias (Direção, Conselho Científico, Conselho Pedagógico e Conselho de Delegados) a otimização do seu quadro disciplinar e a dotação de disciplinas carecidas de recursos de apoio didático.

Concluímos com um apelo à colaboração de todos os nossos leitores, através de sugestões, de estudos, de textos literários, de vivências ou histórias de vida, contribuindo ativamente para que o InFormar se constitua um mensageiro vivo de todos para todos.

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Ficha Técnica

Índice Editorial, Maria de Lourdes Albano e Jerónimo de Matos ............................................... 2 Almada com Vida, Adelaide Silva, Domitila Cardoso e Lourdes Albano....................... 3 A Nossa Língua, Carlos Rocha ....................................................................................... 4 Memórias, Lurdes Coutinho Milhano .............................................................................. 5 Criatividade, Rosa Lajas, Maria Gertudes Novais e José Monteiro ................................. 6 Em Foco, Edite Condeixa .............................................................................................................. 8 Notícias, .......................................................................................................................... 9 Projeto Voluntariado, Conceição Barros e Maria de Fátima Gonçalves ......................... 15 Visitas e Viagens ........................................................................................................... 16 E o ano letivo finda, Edite Prada .................................................................................... 20 Parabéns Apcalmada, Maria Carreiras ........................................................................ 20

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Direção: Maria de Lourdes Albano e Jerónimo de Matos, Redação: Adelaide Silva, Carlos Rocha, Carmo Nascimento, Conceição Barros, Domitila Cardoso, Edite Condeixa, Edite Prada, Glória de Brito, Fernanda Ataíde, Helena Peixinho, Jerónimo de Matos, Joaquim Silva, José Monteiro, Júlia Carrapo, Leonilde Martins, Lina Almeida, Luciana Couto, Lurdes Milhano, Maria Carreiras, Maria Gertudes, Rosa Lajas Fotos, Conceção Gráfica, Paginação: Joaquim Ribeiro, Secretariado: Sónia Tomás e Tânia Sofia Depósito Legal: ISSN: Redação e Administração: Rua da Cerca, 21-23 - 2800-050 Almada Telefone e Fax: 219012420 URL www.usalma.apcalmada.org e-mail: usalma@apcalmada.org Periodicidade: Trimestral

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Almada com Vida

o âmbito do associativismo e do Ano Europeu do Património Cultural, valorizando as festas da Cidade de Almada, com a participação ativa e criativa de todos, delineou-se um plano de atividades a desenvolver sob a designação Almada com Vida, iniciativa cultural integrada nas festas da cidade, no ano europeu do património, que pretende promover e divulgar a riqueza patrimonial de Almada, terra da diversidade e do associativismo..

Deste modo, definiram-se roteiros e visitas, animação de rua e de espaços culturais de referência, com o objetivo de conhecer e dar a conhecer o património de Almada e as suas gentes. Com uma abordagem de proximidade, intergeracional e colaborativa, desafiaram-se associações e otimizou-se o potencial de cada um ao serviço da comunidade, visando construir um novo modo de viver a cidade.

A iniciativa decorreu entre 25 de maio e 13 de junho, em Almada Velha e na Rua Cândido dos Reis.

• São objetivos do projeto: • Conviver e saber viver com; • Incluir pessoas, saberes e culturas; • Promover o potencial das Associações; • Conhecer o património artístico e cultural de Almada; Dinamizar o diálogo intercultural e intergeracional; Partilhar momentos para celebrar Almada com Vida chamando a poesia, a música, o teatro, a dança, as estórias, a história, a ciência, a cidadania. Áreas e temas abrangidos pelo Almada com Vida: Música - concerto de guitarras, quarteto de guitarras, cavaquinhos, concertinas, cante, música de intervenção, coros, bandas, tunas, piano,… Grupos musicais: Sopas de chavalo cansado, RLG, Arte Batuque, AFID Ritmo; Dança - dança clássica, tango, folclore, marchas, …; Literatura - leituras de Romeu Correia, Vamos com Romeu Correia até…, Estórias de encantar, poesia de autor e autores consagrados declamada e teatralizada; Exposições: “Dos nossos talentos” (trabalhos criativos dos associados da Acalmada), exposição coletiva dos alunos das áreas de artes da USALMA; Diálogo entre as artes: conversas com arte e música; Movimento e bem-estar.

Esta iniciativa é da responsabilidade da Associação de Professores do Concelho de Almada-Apcalmada e da Associação Almada Mundo em parceria com a Câ-

Adelaide Silva, Lourdes Albano e Domitila Cardoso

mara Municipal de Almada e envolve, entre outras, as seguintes instituições e participantes: Agrupamento de Escolas Anselmo de Andrade, Agrupamento de Escolas do Miradouro de Alzafina, Associação das Cantadeiras de Essência Alentejana, Centro de Interpretação de Almada Velha, Companhia de Dança de Almada, eFabuladeiras Almada Mundo.

Escola Secundária Fernão Mendes Pinto, Incrível Almadense, Museu da Música Filarmónica, RLG, SCALA, Sociedade Filarmónica União Artística Piedense, Sopas de Chavalo Cansado, Vera Tavares, entre outras.

Almada com Vida tem a missão de inovar e de colocar na agenda cultural da cidade uma iniciativa de participação associativa e intercultural, tendo como palco as ruas da cidade e como espectadores todos os que habitam Almada e a visitam. Pretende-se valorizar o património cultural, através da animação de rua com sentido inclusivo e participativo de todos os nacionais e estrangeiros, residentes e visitantes.

No centro histórico de Cacilhas, a Rua Cândido dos Reis constitui uma das mais turísticas artérias da cidade de Almada, local ideal para realizar atividades culturais com artistas e dinamizadores locais, com visão global, em diálogo intercultural, em partilha de artes e saberes, aproximando as pessoas, de modo a criar ambientes afetivos e acolhedores na cidade, tal como acontece no contexto europeu. É com elevada expectativa e enorme esperança que ousamos abrir e experimentar novos caminhos, com amor.

Aceda a mais informações sobre o projeto em: Website: https://usalma2014.wixsite.com/almadacomvida Apresentação Prezi: https://prezi.com/view/isa5Em1In5tJO4L4Hdkc/

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A nossa língua “O cão que faz ão ão”: história de um ditongo

Carlos Rocha

Se há ditongo que caracterize o português e quase todos os seus dialetos é o ditongo “ão”. Famosa pela dificuldade que os estrangeiros têm em pronunciá-la, esta sequência de sons vocálicos é o resultado de um fenómeno fonético que remonta a tempos bem anteriores à fundação do reino de Portugal. Tudo começou numa região hoje correspondente ao noroeste de Portugal e à atual Galiza, ou seja, na antiga Galécia.

Durante a época dos reinos germânicos e mais tarde, no tempo da expansão árabo-islâmica, nos territórios cristãos do noroeste peninsular foi-se formando um conjunto de dialetos de origem latina com traços próprios.

Com efeito, além de guardarem vocábulos pré-latinos e latinos não usados noutras áreas linguísticas peninsulares, exibiam certos fenómenos de alteração fonética originais. Um deles era o apagamento do -n- entre vogais, particularidade que faz contrastar o português (e o galego) com as línguas suas irmãs. Assim, do latim vulgar LUNA, que deu luna em castelhano e italiano, lluna em catalão e lune em francês, formas todas elas conservadores do -N- latino intervocálico, o português e o galego apresentam lua, em que tal consoante caiu (diz-se que sofreu uma síncope). Mas diga-se que a forma lua tem uma história um pouquinho mais complicada, porque se sabe que, na Idade Média, a palavra em causa era a, com u nasalado, o que indicia que o -n- intervocálico não desapareceu sem deixar um vestígio da sua articulação fonética nasal. Por outras palavras, sendo o som aqui referido uma consoante nasal, porque a sua articulação envolve a passagem do ar pelas fossas nasais, a sua queda entre vogais deixava geralmente uma ressonância nasal associada à vogal imediatamente anterior.

Tudo isto explica que o latim vulgar GERMANU, que em castelhano deu hermano, se tenha resolvido como irmão no português medieval. Contudo, a pronúncia medieval de irmão não seria exatamente igual à de hoje, porque mantinha a estrutura silábica latina, continuando a exibir três sílabas – ir-mã-o –, em contraste com a palavra moderna, que tem agora duas sílabas – ir-mão; ou melhor, na forma medieval a sequência ão não era ainda um ditongo, mas, sim, um hiato, o mesmo é dizer o encontro de vogais que pertencem a sílabas diferentes, sem formarem, portanto, ditongo. O mesmo acontecia a palavras que tivessem origem em palavras latinas terminadas em -ANU: MANU > mão (mã-o, um dissílabo, e só depois mão, um monossílabo), PLANU > chão (existe plano com a mesma origem, mas reintroduzido mais tarde em português), SANU > são.

Observe-se, entretanto, que nem todos os nomes e adjetivos terminados em -ão remontam a uma forma latina rematada em -ANU. Pão não vem de *PANU (o * indica uma forma que não se documenta nem tem adequação teórica), mas, sim, de PANE, que passou a pan na Idade Média. E, se coração tem -ão final, o atual ditongo nasal não é relacionável com o elemento -ANU, pois sabe-se que vem de uma forma vulgar latina CORATIONE, que evoluiu para coraçom, como se pode verificar em qualquer documento medieval. Então, que se passou com palavras como pão – ou capitão e alemão –, a par de coração, afeição e patrão?

A explicação é complexa e ainda hoje suscita discussão, mas sabe-se que, por volta de meados do século XIV, em Portugal (não na Galiza) as terminações nasais -on (igualmente escrita como -om), -an (ou -ã e -am na escrita) e -ão, de nomes e adjetivos no singular convergiram numa única terminação com a forma -ão; esta, simultaneamente, caminhava no sentido de se pronunciar como um ditongo, já à maneira que hoje conhecemos. Palavras que, na Idade Média, terminavam de forma diferente, como patrom, pam e irmão, passaram, portanto, a ter a mesma sequência final, conforme a atual grafia indica: patrão, pão, irmão. Este fenómeno, que estaria concluído no século XVI, sobretudo, na língua administrativa e literária, abrangeu também a conjugação verbal: amarom, no pretérito perfeito do indicativo, e amaram, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, convergiram na mesma forma, amaram, cuja grafia -am é, afinal, a representação do ditongo ão em posição átona. Curiosamente, os plurais dos nomes acabados em -ão mantêm as diferenças existentes na Idade Média: o plural de patrão é patrões (do latim PATRONES), e não *patrães, nem *patrãos; o plural de pão é pães (de PANES), e não *pões nem *pãos (na perspetiva da variação dialetal e sociolinguísticos, a situação pode ser diferente, pois há registo de confusões mesmo nos plurais).

Assim se explica que a palavra, que na Idade Média se pronunciava can, com a nasal ou com a seguido de uma consoante nasal que soava como o ng do inglês sang – portanto, como cang, aproximadamente a atual pronúncia galega –, tenha assumido a forma cão. E talvez se explique assim também que a imitação do som (onomatopeia) dos latidos caninos, em vez de au-au, seja muitas vezes ão-ão, com o característico ditongo nasal, a rimar com o próprio apelativo do melhor amigo do homem.

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Memórias Uma história na primeira pessoa Lourdes Coutinho Milhano

Em 1998 emigrei, para exercer funções docentes em Maputo, anterior Lourenço Marques, para acompanhar a minha cara metade.

Esta “aventura” passou-se num período após a descolonização, independência e uma guerra civil devastadora que terá matado à fome mais de um milhão de Moçambicanos e deixou marcas profundas na população.. O que mais me impressionou foi a existência de orfanatos com órfãos de pai e alguns de pai e mãe, apoiados por várias instituições, algumas religiosas e de vários países, incluindo Portugal, realidade que alterou uma parte da minha visão do mundo, e do que é realmente ser pobre em África, comparado com uma boa parte da Europa.

Num panorama tão desolador, aceitei o convite para integrar um grupo de mulheres de várias nacionalidades, que distribuíam géneros alimentícios, promoviam atividades lúdicas e acompanhavam as crianças durante o lanche. Foi assim que disponibilizei uma tarde por semana, integrei o grupo e às vezes servindo de intérprete do inglês. Analisando a realidade, confesso considerar esta ação meritória, mas como é usual afirmar-se, era “uma gota no oceano”, naquele mar de necessidades e, como tal, devemos todos lutar para evitar o flagelo das guerras.

A deslocação para Moçambique não foi fácil e, como muitos de nós nos queixamos em Portugal, a burocracia é uma máquina por vezes infernal, e no dia da partida ainda não tinha autorização do Ministério para partir, o que veio a suceder a posteriori. Apesar do stress, viajei “de armas e bagagem”, que incluíam uma mala cheia de livros e documentos, “just in case!”, que vieram a revelar-se muito úteis. Tenho agradáveis recordações da maioria dos colegas que na hora da partida me fizeram uma lindíssima festa de despedida, destacando a oferta de um busto em pau preto e fios de prata e em especial de um pequeno quadro em batique (pintura típica de Moçambique com motivos africanos) e um cartão com uma mensagem de amizade, oferecidos por uma professora moçambicana, que estão na coleção das minhas gratas recordações.

A experiência como professora na Escola Portuguesa de Maputo (1998/1999), e depois na Escola Portuguesa de Moçambique, em 1999/2000, foi desafiadora e levou-me a adaptar o modo de ensino à heterogeneidade da comunidade educativa, em termos culturais e sociais, por coexistirem diferentes religiões, nacionalidades e ascendências.

No primeiro ano dei aulas em instalações degradadas e com alguns cortes de energia à mistura. Uma vez ou outra improvisei a aula ao ar livre, em “assentos” no chão, em posições improváveis ou mesmo de pé, mas sem stress, e os alunos até se divertiam. No segundo ano, as condições mudaram radicalmente: escola acabada de construir, com instalações óptimas, albergando alunos desde a infantil até ao 12.º ano.

Esta realidade favoreceu propostas diversificadas e, com o apoio de pais e encarregados de educação, foi possível promover actividades com muito êxito, destacando a dinamização de concurso de jornais de parede; concurso de música; representação de peças de teatro em sala de aula; e a elaboração do texto dramático “Vida e Obra de Camões e Os Lusíadas”, projecto de teatro realizado com os meus alunos do nono ano, alguns alunos de outra professora, e também uma aluna do 10.º e outra do 12.º anos. A peça integrou um momento de ballet com fundo de música (a canção do mar, cantada por Dulce Pontes), audição de uma selecção de excertos musicais ao longo da representação, projecção de slides, gravação áudio e vídeo do evento. Esta peça foi representada duas vezes, para um total de mais de 600 pessoas.

Como professora, a experiência foi gratificante e os resultados dos alunos bastante satisfatórios, mas gostaria de destacar que as condições da escola e das famílias não são comparáveis à esmagadora maioria das nossas escolas públicas, onde a heterogeneidade dos seus alunos se evidencia por uma percentagem significativa de famílias carenciadas e à partida em desvantagem, e isto com o intuito de alertar para a falácia dos rankings das escolas, insistindo-se em comparar o que não é comparável.

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Criatividade

Associação, celebrar aniversário é olhar para trás com gratidão e para a frente com fé!

Quinze anos depois…!

Rosa Lajas

Quinze anos depois, Associação Já és uma adolescente Ponde toda a tua paixão Ao serviço de toda a gente Foste menina, criança…

Hoje continuas teu caminho Lançando sementes de esperança Com tanto amor e carinho!

Agora, já em casa nova, Reinventas mágica terapia Que a gente sénior renova Em muitos convívios de alegria!

Com Uma Palavra, um Alento E com a USALMA Universidade Salpicas com teu talento A nossa Almada Cidade!

Os sonhos não têm idade! É sempre tempo de aprender, Com amor e amizade, Na partilha do saber!

Desde a Dança à Literatura, Do Teatro à Poesia, Da História à Pintura Tudo em ti é alegria!

Com Música e Computadores Ensinas a envelhecer Contando histórias de amores Na grande arte de viver!

Também gostas de viajar Em longas e belas viagens Ensinando a bem amar Cultura, tradição e paisagens!

Parabéns à Associação Nesta data querida Canta o nosso coração Muitos anos de vida

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Quinze anos Maria Gertudes Novais

Quinze anos de trabalho, De luta e dedicação, Valorizou, deu expressão, Engrandeceu a cidade.

Associação de Professores, São também progenitores Da Universidade USALMA, Aos seniores alimenta a alma De conhecimento e saber.

Criou Almada com Vida Nesta terra que é sua Traz consigo para a rua, Interação e cultura, Contos, coros, danças, Música, teatro, poesia, Em perfeita harmonia Dão nova vida à cidade.

Parabéns por este dia, Tão especial para todos Traga felicidade a rodos E um futuro promissor.

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Vigília ao relento José Monteiro

Deitado sobre a serapilheira, protegendo o corpo com a manta, tinha como teto a maravilha do céu estrelado. O som dos ralos e o ladrar de um cão completavam o ambiente da noite serrana passada ao relento, junto à ribeira, para assegurar a vez de regar a quinta.

Começava a habituar-se à manifestação da vida insone, quando sentiu alguém aproximar-se, ou seria bicho? De um salto, pôs-se de pé, o sacho a servir de arma. Reconheceu o vulto do Ti António dos Portais.

O recém-chegado sentou-se a seu lado e preparou-se para ali passar a noite. Os joelhos fletidos e ligeiramente abertos apoiavam os braços, a gorra e o casaco serviam de agasalho. Procurou no bolso do casaco o livro de mortalhas, molhou os dedos indicador e polegar na língua, destacou uma; tirou a onça do tabaco e enrolou um cigarro bastante fino. O jovem seguia os gestos, lembrando o seu avô a executar a mesma tarefa. O clarão do fósforo iluminou a face do ancião, de olhos centrados, bochechas encovadas, puxando o ar em aspirações repetidas. Apagou o fósforo ao sacudir a mão, a meia altura, com o braço arqueado. Reparou no olhar curioso do companheiro.

- Ainda estás acordado? Dorme com Deus, rapaz.

- Igualmente, Ti António.

- Oh… isso queria eu. Aproveita tu, enquanto és novo.

- Obrigado.

Contemplou o céu deslumbrante. Puxou a manta para os ombros. Os persistentes sons da noite embalaram-no até entrar no sono.

Não foi um sono descansado: as sombras da noite lembraram-se de fazer das suas.

Em sonho, ouviu um barulho a aproximar-se. Em sonho, levantou-se, tomou o sacho e dirigiu-se para o lugar de onde vinha o som. Tinha dado alguns passos, quando surgiu um cão do tamanho da violeta, a cadela da quinta. O cão parou, observou-o e continuou. Apareceu outro vulto semelhante e outro, e outro mais, e ainda outro. Os cinco passaram a descrever um círculo em seu redor. Nenhum se mostrava ameaçador, mantinham uma cadência levemente acelerada, como se todos obedecessem a um só. Já em passo de corrida, pararam subitamente; pensou “é desta”, e sentiu um arrepio. Mas, arrancaram em sentido inverso. O que iria acontecer? Repetindo o padrão anterior, tudo voltou à primeira forma. “Bom, talvez se cansem da brincadeira e desapareçam”, resignava-se a fazer de centro àquela estranha dança. Nova paragem, mas… um a um, levantaram-se nas patas traseiras, atingindo a sua altura. Espantoso: tinham cabeça de gente! O primeiro tinha uma navalha na boca. Reconheceu nele o “Facadas”: matara um irmão com trinta e três golpes, ao desentenderem-se nas partilhas. O segundo era o “Engelhado”: tinha um objeto escuro e delgado nos dentes, a passar sobre a cicatriz da face direita, consequência de uma queimadura que lhe engelhava também a orelha.

Matara o vizinho com uma barra de ferro, porque a galinha da vítima lhe esgravatara o quintal. O terceiro era o “Aguado”: a língua pendente não lhe cabia na boca. Vivia a lutar pela posse da água da ribeira, para regar o talhão ressequido do matagal onde construíra a casa. A cara do quarto era de mulher a quem as bexigas roubaram a beleza. Na boca tinha uma ripa. Era a régua da escola, usada pela professora na distribuição de “bolas” aos alunos que falhassem a tabuada.

O último era o Ti António dos Portais, de cigarro na boca e ar divertido. Então, pé ante pé, todos se aproximaram, de modo ameaçador.

Em desespero, lançou um grito...

Acordaram sobressaltados, ele e o companheiro de noitada.

- Que é isso, rapaz?

- Nada, nada!

Apelo à participação Gosta de escrever?

Tem poemas ou histórias, na gaveta?

Este espaço é seu.

Envie-nos os seus textos que nós publicamos!

Eis alguns aspetos que precisa de ter em conta: a) A entrega dos textos pelos autores deve ser feita até um mês antes da edição para revisão prévia. Textos para o próximo boletim devem ser enviados, por mail, até 31 de outubro. b) Os textos devem ser escritos em Times New Roman, a espaço e meio, sem quebra de páginas. c) Por uma questão de gestão de espaço, os textos em prosa não podem ultrapassar as 800 palavras.

Participe, traga para a luz os textos que guarda na gaveta!

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Em Foco

Alexandre Castanheira, um Ilustre Almadense Edite Condeixa

Alexandre Castanheira nasceu em agosto de 1927, numa rua de Almada Antiga, embora só tenha sido registado em fevereiro de 1928. O próprio nos dá conta disto no seu livro autobiográfico Outrar-se: “Os amigos davam-lhe os parabéns em fevereiro, os pais festejavam-lhe o aniversário em agosto.”(p. 24) O escritor Romeu Correia retrata-nos Alexandre Castanheira em jovem, no prefácio que lhe escreveu em 1977, para a sua obra dramatúrgica Chico do Norte.

Diz-nos Romeu Correia no referido prefácio: “Esse jovem loiro e de fino aspeto, além do estudo dedicava já um amor visceral à vida associativa da sua terra e um acrisolado interesse pelo povo trabalhador. […]

Palestras, recitais de poesia, aulas de francês, cargos diretivos na Incrível e no Grupo Campista.” (pp 5 e 6 ) Conforme atesta o registo biográfico prisional, cuja cópia nos foi oferecida por Alexandre Castanheira, entre 1952 e 1954 foi preso várias vezes pela PIDE, no Aljube e em Caxias e optou pela vida de militante comunista anti-fascista, como clandestino, tendo andado por variadíssimos locais no país e principalmente em França, na zona de Paris, onde se radicou e viveu exilado quinze anos. Trabalhou na Renault.

Obteve uma licenciatura em Literatura Moderna, pela Universidade da Sorbonne, que acrescentou à licenciatura em Histórico-Filosóficas, que tirara em Lisboa.

Teve uma absorvente atividade social e política, lutando e arriscando a vida e a liberdade pela libertação do povo português da ditadura salazarista. Essa luta estendeu-se não só pela França, como em muitos outros países, com várias residências e muitos nomes falsos. O próprio considera que foi obrigado a “outrar-se” vezes sem conta. O referido livro autobiográfico Outrar-se é de tudo isso um extraordinário testemunho.

Casou em França com Madeleine Nennig, mãe da filha Silvie, que o acompanharam na clandestinidade.

Só vieram definitivamente para Almada, alguns anos após Abril de 74, depois de cumpridos os deveres políticos e laborais naquele país.

Aqui continuou a dar o melhor de si ao movimento associativo e como munícipe, continuando a luta pelos seus ideais humanistas. O interesse partilhado pela atividade cultural almadense fez cruzar os nossos caminhos e estabelecermos uma amizade e intercâmbio 8

que durou até à sua morte, em 2018.

Ouvi-lo a dizer poesia, a fazer palestras sobre vultos literários e históricos, a conversar com os nossos alunos e a fazê-los amar a poesia, foram vivências únicas e enriquecedoras, que estendeu pelo país e estão na base da sua obra Três Ensaios sobre o Cancioneiro Infanto-Juvenil, de 2002.

E que dizer das intervenções da mais diversa ordem na Associação Manuel da Fonseca, no CIRL, na Junta de Freguesia do Laranjeiro, na Incrível Almadense, nas atividades da SCALA, do Farol, da USALMA, da AACA e para terminar estas memórias, que dizer da última participação que teve no Clube Quintinhas, em abril de 2017, pouco tempo antes de ser internado, em que foi aplaudido, com a sala de pé!

Foi homenageado de inúmeras formas.

Foi professor jubilado do Ensino Superior, com dezoito anos de docência na Escola Superior Jean Piaget.

Legou-nos uma vasta e fascinante obra que se estende pela poesia, teatro, crónica, conto, ensaio, romance, história, adaptação de romance a teatro e até parcerias musicais.

São temas recorrentes deste poeta pedagogo a amizade, o futuro e a liberdade. Sempre a liberdade! Começou a publicar em 1977 e não mais parou. A paixão pela escrita aí nos fica como legado. Legado que a todos cabe (re)descobrir.

Faleceu no início de 2018. Postumamente já foi atribuído o seu nome a uma escola e já foi homenageado no salão de festas da Incrível, no Dia Mundial da Poesia, em março de 2018, numa brilhante sessão organizada pela AACA, SCALA, Farol e Incrível.

Alexandre Castanheira está e estará vivo nas gerações presentes e futuras de Almada.

Bibliografia

- Castanheira, Alexandre, Outrar-se, Campo das Letras, 2003.

- Correia, Romeu, Alexandre Castanheira na minha memória, prefácio de Chico do Norte, de Alexandre Castanheira, 1977.

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Notícias

Reis Luso-Angolanos Saberes e sabores

Glória de Brito

No dia 12 de janeiro de 2018, festejou-se na USALMA o dia de Reis Luso-Angolanos “Saberes e Sabores”, que compreendeu uma conferência sobre “Viagem pela história e pela literatura angolanas”, estando a parte histórica a cargo do professor Jorge Arrimar e a literária a cargo da professora Glória de Brito. No segundo momento houve uma exibição de dança pelo grupo Lifesheker e um momento de confraternização com música e gastronomia luso-angolana.

O professor Jorge Arrimar fez o enquadramento histórico de Angola, referindo-se às populações e às suas origens: Pré-Bantu, Bantu e Europeu (Portugueses, Holandeses e outros). Para cada período da história angolana apresentou bibliografia específica, através da qual o ouvinte pôde encontrar, literariamente recriados, alguns factos históricos ou as consequências sociais e culturais dos mesmos. A título de exemplo, sobre este período remoto da História de Angola foram lidos e comentados os poemas “Amor twa é proibido” e “Poema da hora má” do livro Ovatyilongo (1975) de Jorge Arrimar e uma passagem da pág. 23 da obra A terceira metade (2009) de Ruy Duarte de Carvalho. E assim se procedeu ao longo de uma explanação que abordou Angola dos tempos mais remotos aos mais recentes. A comunicação do professor Jorge Arrimar terminou com uma breve passagem pela literatura angolana actual.

A professora Glória de Brito apresentou uma breve panorâmica da literatura angolana, destacando a sua emergência no seio do jornalismo de Angola onde nasceu aquele que é considerado o primeiro livro de Literatura Africana de Língua Portuguesa – Espontaneidades da Minha Alma. Às Senhoras Africanas (1849) de José da Silva Maia Ferreira. Em seguida, focou as etapas relevantes da evolução gradual da produção literária angolana, desde os precursores, o MNIA – Movimento dos Novos Intelectuais de Angola, movimento ligado ao despertar da consciência nacional (1948), e sucessivas gerações representativas da expressão da angolanidade e dos seus temas e símbolos recorrentes, com destaque para a Mensagem (1951-1952) e Cultura II (1957-1961).

Ao longo da sessão, os alunos leram poemas de escritores de referência, implicados na causa cultural e política (Alda Lara, Agostinho Neto, Mário António, António Jacinto, Viriato da Cruz, Aires de Almeida Santos, entre outros). Leram igualmente alguns poemas ligados às décadas da pós-independência nacional que retraçam novos caminhos estéticos e poéticos, em ruptura com os temas das gerações anteriores.

O evento contou com a colaboração dos alunos da disciplina de Literatura Africana de Língua Portuguesa, da professora Edite Prada e de elementos da direção da USALMA que proporcionaram, assim, a vivência de uma tarde rica em “saber” cultural, animação e prova de sabores luso-angolanos.

Falar de escultura à sexta Lina Almeida

A iniciativa Escultura à sexta decorreu entre março de 2017 e abril de 2018 e foi dinamizada pelo professor Joaquim Saial.

Das primeiras sessões foi dada notícia no último Correio da Usalma, pelo que nos centramos sobretudo nas que ocorreram em 2018.

Na sessão dinamizada pelo escultor Álvaro Carneiro ficámos a saber que a escultura – “União” presente junto da Junta deFreguesia da Charneca de Caparica foi uma encomenda da junta em 2001 para celebrar os 25 anos do poder local. Colaboraram 11 freguesias com 11 monumentos resultando assim 11 esculturas alusivas ao 25 de Abril.

No que se refere à escultura denominada “União” o autor explicou todo o processo de criação desde a encomenda do material utilizado sendo que o facto de ser em aço inoxidável dá um ar de leveza à peça.

Desta sessão resultou uma proposta de o escultor fazer uma sessão na junta de freguesia para a população em geral e ainda alunos do Agrupamento de Escolas Carlos Gargaté. Esta sessão terá lugar no próximo mês de outubro.

A professora Conceição Freitas dinamizou a sessão de abril denominada “Intersecções plásticas - Quando a escultura se cruza com a joalharia e a gravura”. A artista plástica apresentou a sua obra em que utiliza diversos materiais. Explicou ainda todo o processo de criação de uma peça escultórica que anima o espaço público do Agrupamento de Escolas Comandante Conceição e Silva, obra essa da sua autoria.

Esta é uma atividade que vai ter continuação no próximo ano letivo.

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Concerto de Ano Novo 2018

Domitila Cardoso

Pela primeira vez, na Apcalmada-USALMA, organizou-se um Concerto de Ano Novo, uma ideia à qual os professores das classes de música da USALMA aderiram prontamente.

O evento decorreu no Auditório do Externato Frei Luís de Sousa, entre as 17h00 e as 19h30, do dia 13 de janeiro de 2018 e contou com a presença da vereadora Teodolinda Silveira e do vereador João Couvaneiro da Câmara Municipal de Almada, para além de muitos estudantes e professores da USALMA, associados da Apcalmada e ainda com a participação de alguns pais das crianças da classe de Piano da professora Aliona Chirilenco.

Do programa constaram intervenções dos alunos do Coro da USALMA, sob a orientação do maestro Vítor Gaspar; dos Cavaquinhos, sob a orientação do maestro José Carita e da USALTUNA, sob a orientação do maestro Antero Pacheco.

O convívio intergeracional foi uma realidade através das intervenções dos alunos de Piano da professora Aliona Chirilenco.

Salientamos o belíssimo momento musical proporcionado pelo professor Silvestre Fonseca da classe de Guitarras. Gostaríamos também de ter assistido à intervenção dos alunos desta classe.

Consideramos que o Concerto de Ano Novo é uma iniciativa à qual se deve dar continuidade.

Noite de Fado Maria Carreiras

Na sala multiusos da sede da Associação decorreu uma agradável noite de fados, no dia 10 de março.

Todo o ambiente respirava Fado: as guitarras, os xailes, as figuras de fadistas reconhecidos e, quando o fado soava, a média luz completava o cenário!

Brindaram-nos com a sua presença os fadistas Ana Marta e David Ventura, que foram acompanhados à guitarra por André Santos e Hugo Edgar.

O jantar, servido pelos alunos do Curso Profissional de Bar e Restauração da Escola Secundária do Monte de Caparica, com o apoio da sua professora Carla Lagoa, foi “a cereja no topo do bolo”!.

“Temos que repetir mais vezes “ - diziam os participantes!

Da nossa parte, vamos apostar para que seja ainda melhor!

Exposição comemorativa

Maria Carreiras

Aos Associados que participaram na exposição comemorativa do 15º aniversário da Associação, o nosso agradecimento pela disponibilidade e confiança demonstradas, na cedência das suas obras.

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USALMA recebe Exposição Internacional

Luciana Couto

Nos encontros que a vida proporciona tive a felicidade de cruzar caminhos com o Albrecht e a Suzanne, duas pessoas encantadoras e dois talentosos artistas. Fiquei encantada com o trabalho artístico e inovador que ambos produzem, cada um no seu estilo.

Desafiei-os a fazerem uma exposição no Brasil ou em Portugal. Para a minha alegria eles apreciaram a ideia.

A USALMA no seu propósito de criar pontes para que todos nós possamos encontrar os muitos pontos que nos unem, disponibilizou o seu espaço, de 9 a 22 de fevereiro, para a referida exposição, em que participaram também os artistas Joaquim e Letícia. Ela, brasileira, ele, filho de portugueses nascido na Alemanha. Em conjunto, organizaram uma exposição com algumas obras que contribuem para enriquecer ainda mais as atividades promovidas pela USALMA. Nesse sentido animaram ainda uma palestra no dia 21 de fevereiro, onde se discutiu a Arte.

Espero que esta exposição nos proporcione mais encontros e mais motivos para entendermos que aquilo que nos une é mais forte do que as pequenas diferenças que teimam em separar-nos.

Que a arte continue a criar elos na construção de uma corrente de paz e fraternidade entre os povos!

Muito obrigada Albrecht, Suzanne, Letícia, Joaquim, bem como os alunos, professores e funcionários que tornam possível este projeto.

Abertura da Biblioteca Edite Prada

No dia 22 de fevereiro teve lugar a sessão de abertura da biblioteca da Associação, cujo acervo tem sido constituído ao longo dos 15 anos da Associação de Professores, sobretudo com o contributo dos associados e dos alunos que têm oferecido livros, bem como da Biblioteca Municipal e do Arquivo Histórico.

A organização da biblioteca que torna possível a sua disponibilização ao público-alvo só é possível graças ao esforço coletivo de um grupo de voluntários, orientado pelo professor Jorge Arrimar. Salienta-se, também o contributo da professora Lurdes Milhano, cuja experiência e conhecimento do sistema que nos permite fazer a catalogação em programa apropriado para tal nos tem sido muito útil.

Resta-nos fazer um voto: que a biblioteca seja um recurso muito utilizado e com muito proveito!

Encontro de professores Edite Prada

Como vem sendo hábito, no dia 3 de março realizou-se a segunda reunião magna dos professores da USALMA, na sede. A reunião constou de uma manhã de trabalho seguida de um almoço durante o qual os professores estabeleceram um alegre convívio.

A sessão de trabalho começou com uma reunião plenária em que foram dadas as boas-vindas aos presentes e distribuídas tarefas para as reuniões por área.

Seguiu-se uma sessão plenária para apresentação das conclusões de cada área, tendo de seguida sido servido o almoço, com o contributo inestimável da turma do Curso Profissional de Bar e Restauração da Escola Secundária do Monte de Caparica, sob orientação da sua professora Dra Carla Lagoa.

Dia da Mulher 2018 Domitila Cardoso

Comemorámos, na Apcalmada-USALMA, o Dia da Mulher com uma iniciativa aberta a todos os interessados - uma Aula Aberta de Meditação, orientada pela Prof.ª Maria João Lages. Esta atividade decorreu na sala multiusos, na sede.

Lembramos que o Dia Internacional da Mulher é celebrado no dia 8 de março e que a ideia de criar este dia vem já dos finais do século XIX, no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida e de trabalho e ainda pelo direito de voto.

IV Partilhas Poéticas NAUS Helena Peixinho

Reconhecer o valor da Poesia exige apostar na construção de uma relação de prazer com a sua leitura o que quer dizer, descobrir o seu mundo mágico e plural e propô-lo ao Outro.

Foi esta a intenção que esteve na origem de várias iniciativas ligadas à poesia, na USALMA, como a criação das Partilhas Poéticas, no âmbito do NAUS (Núcleo das Academias do Universo Sénior) que, no presente ano de 2018, efectuou a sua 4.ª edição, a 10 de Março de 2018, chamando até si universidades seniores da Grande Lisboa e da Margem Sul. Marcaram presença, a ACSSL, a ACTIS, a ANAC, a NOVA ATENA, a USCAL e a USALMA. O programa deste ano contemplou um almoço-poético, no Teatro Municipal de Almada e um período mais longo, todo dedicado ao “dizer” POESIA, as Partilhas Poéticas, no Fórum Romeu Correia, na Sala Pablo Neruda.

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Mostra do Ensino Superior, Secundário e Profissional Lina Almeida

Decorreu de 17 a 19 de abril a Mostra do Ensino Superior, Secundário e Profissional. Esta iniciativa constituise como um espaço de natureza informativa, científica, cultural e de animação que permite a aproximação da população às estruturas educativas do Concelho. À semelhança de anos anteriores a Apcalmada-USALMA esteve presente com um stand de divulgação de trabalhos dos alunos, pretendendo, assim, valorizar a aprendizagem ao longo da vida.

No espaço público de animações atuou, no dia 19 de abril, o grupo de Cavaquinhos da USALMA, dirigido pelo professor José Carita.

Julgamos importante a participação neste tipo de eventos pois permite uma partilha e divulgação de atividades e projetos.

Festejando o Carnaval

Leonilde Vaz Martins

Sempre gostei do carnaval!

E uma época em que podemos extravasar o que normalmente está encerrado em nós, pela educação ou pelas circunstâncias.

Quando, este ano, a Apcalmada resolveu fazer, na sede, um carnaval, que esperava ser diferente e concorrido, fui às minhas “trapicalhadas” ver o que poderia vestir para ir engraçada.

E, foi assim que resolvi ir de miúda!

A brincadeira começou mais cedo em minha casa, onde se vieram enfarpelar duas amigas da Arribamar.

E lá fomos “cantando e rindo” p’rá paródia.

A sala estava toda enfeitada com motivos alusivos. Parabéns às colegas, profissionais encartadas, dos enfeites da sala…

Tiveram um trabalhão e estava realmente muito bonito!

A pouco e pouco foram chegando colegas e convidados, não tantos como desejaríamos e nem todos vestidos a rigor. Parece que o pessoal tem medo de aparecer mascarado e sentir-se deslocado por serem poucos os que assim vão.

De qualquer forma, ainda foram alguns os mascarados que se mantiveram com as suas “novas identidades” até ao fim da festa.

Foi um bocado bem passado, com as danças próprias da época e não só, e as brincadeiras de “gente nova” que por amizade e por nos conhecermos, nos sentimos à vontade para fazer sem constrangimentos.

Claro que não podia faltar o reforço de energias, bem servido com comes e bebes.

Também não faltou o concurso de máscaras que premiou três colegas “ex-aequo” com o primeiro lugar e todos os outros mascarados com uma pequena lembrança São sempre agradáveis estes convívios da “malta jovem”.

Fui crime… Serei poesia Edite Prada

Os nossos alunos de teatro bem como a sua professora, Mónica Lara, representaram-nos junto da RUTIS – Rede das Universidades da Terceira Idade - no dia 5 de maio, do NAUS – Núcleo da Academias do Universo Sénior - no dia 11 de maio. A peça apresentada intitula-se Fui crime… Serei poesia e é constituída por um conjunto de quadros em que os atores, a partir de um objeto simbólico evocam um acontecimento marcante da sua vida.

Pelo meio, protestos materializados em palavras e em gestos e medos, pois como diz Mónica Lara “Trazemos nos ombros o peso daquilo que nos incomoda…”

Foi com muito interesse que assistimos a esta peça que parece ter agradado a toda a plateia.

Para professora e alunos a nossa gratidão e os nossos parabéns! Força!

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Ida ao Teatro Eu saio na próxima, e você?

Maria Carreiras

Este é o título da peça a que fomos assistir, no dia 14 de abril, no Politeama.

Um espetáculo para desfrutar de uma noite muito agradável.

Um espaço bem animado, de boa disposição e convívio, uma experiência enriquecedora.

Viver a vida de forma positiva só é possível se conseguimos alterar as rotinas diárias. Atividades como esta concorrem para uma existência feliz.

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Conferência, Dia da Sociedade da Informação Domitila Cardoso

O Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação celebra-se a 17 de maio. Pretende-se, com esta data, celebrar o progresso nas Tecnologias de Iinformação e Comunicação (TIC) e chamar a atenção dos indivíduos para as mudanças que ocorrem na sociedade, devido ao poder da internet e das restantes formas de telecomunicação.

Na Apcalmada-USALMA assinalou-se este dia com uma conferência, subordinada ao tema “Segurança na Internet” proferida pelo Dr João Mouro, cujo percurso profissional tem estado muito ligado à formação, quer de professores quer de formadores e está atualmente como doutorando, em Ciências da Educação, desenvolvendo a sua tese na área das Tecnologias de Informação e Comunicação.

A sessão foi muito participada, tendo a comunicação apresentada pelo Dr. João Mouro, pela temática e pela abordagem do tema, despertado o interesse dos presentes.

Conferência de Poesia Popular Alentejana do Século XX

Edite Prada

Festival de Música NAUS Joaquim Silva

No passado dia 15 de março, realizou-se no Auditório Rui de Carvalho, em Carnaxide , o sexto Festival de musica Sénior do NAUS, organizado pela Universidade Sénior de Linda-a-Velha.

A USALMA faz-se representar por dois agrupamentos musicais, o Coro Polifónico e a Tuna, com atuações bastante meritórias, merecedoras dos maiores elogios da organização deste Festival.

Conferência de Leonor Areal* Glória de Brito

No dia 4 de maio, Leonor Areal veio à USALMA para proferir uma conferência intitulada A vida dos pescadores retratada em “Nazaré”, (1952) e noutros filmes portugueses. Leonor Areal analisou este filme de Manuel Guimarães com argumento de Alves Redol e relatou o trabalho que ambos efectuaram no terreno com a população local, bem como as vicissitudes dos cortes pela Censura a que foi sujeito, o que suscitou várias críticas na época, em parte devido à ignorância dos cortes. Considera que se trata de um filme paradigmático do Neo-Realismo português e que se inscreve no panorama dos filmes realizados sobre a paisagem, o meio sociocultural e religioso da Nazaré, desde o primeiro, em 1923, Os Filhos da Alma de Roger Lion. Explicou o interesse pela “Nazaré”, enquanto símbolo da ideologia nacionalista, na qual ressoa o eco da dimensão mítica e trágico-marítima dos Descobrimentos, traduzida no esforço e sofrimento dos pescadores, além de ser um emblema turístico. Por isso, a temática marítima dada a ver em cenas de tempestades, naufrágios heroicos, vida de pobreza está presente em diversos filmes localizados na Nazaré (Maria do Mar, 1930), ou na Póvoa de Varzim (Ala-Arriba, 1942), ambos de Leitão de Barros, ou igualmente no Mar do Norte, recriando a pesca do bacalhau (Heróis do Mar, 1949) de Fernando Garcia. Posteriormente ao filme Nazaré, outros realizadores continuaram a explorar a vida dos pescadores, tais como Paulo Rocha (Mudar de Vida, 1966), António Macedo (A Promessa), entre outros.

Os ingredientes deste género de filme entrelaçam aspectos religiosos, profissionais, de costumes, folclore, dados a ver num registo ficcional, etnográfico e sociológico.

A conferencista passou vários fragmentos dos filmes referidos, para ilustrar a simbologia dos cenários e das cenas, bem como o confronto entre as partes dos guiões amputadas pela Censura.

No dia 22 de janeiro teve lugar a apresentação do livro de José Parreira, Poesia Popular Alentejana do Século XX. Este livro, escrito com alma, transporta pedacinhos da vida, do coração, da terra alentejana que viu nascer o autor.

Com efeito, este livro recolhe um conjunto interessante de décimas alentejanas, exemplo relevante de uma poesia tradicional, meio de fazer passar, de transmitir, momentos bons e menos bons da vida de um povo.

A obra está dividida em duas partes: na primeira, há um conjunto de vinte décimas que povoaram a sua meninice e a sua juventude; na segunda parte, encontramos doze décimas que um dia o autor escreveu e que documentam momentos da sua vida como as da primeira parte documentam a de outros.

Este livro é, afinal, o documento vivo da vida de um povo.

Regista momentos diversos por que todos passamos: ———— a morte, o amor, amor maternal/filial; a irreversibili- *Investigadora e realizadora de cinema português dade da vida e do envelhecimento, o trabalho, a arte propriamente dita, o picaresco, as condições de vida.

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Comentário ao “Encontro com a Música: Celebrar a Primavera” Manuela Ribeiro

Pediram-me para escrever uma opinião sobre o “Encontro com a Música: Celebrar a Primavera”, que teve lugar no passado dia 5 de Maio. Ora não sendo muito dada a este tipo de escrita, vou esquecer o estilo e escrever com o coração.

Nestas festas, de acordo com a minha experiência, quase tudo corre bem e deixa os participantes felizes e com vontade de repetir. Pois este Encontro com a Música, celebrando, ao mesmo tempo, a Primavera que tanto tardava em chegar, não gorou as expectativas, incluindo as minhas.

Primeiro ponto altamente positivo: a excelente decoração e disposição da sala assim como a parte técnica.

Parabéns aos responsáveis!

Que poderei dizer da companhia? Que foi a melhor possível: encontro de amigos que gostam de pôr a escrita em dia com umas fofocas à mistura, ouvir boa música, esquecer o futebol, a política e outros etcs.

O lanche? Variado, delicioso, em abundância, penso que a satisfazer todos os gostos e exigências gastronómicos. Não tão bom para quem queria fazer dieta, mas dia não são dias.

E agora a “pièce de résistance”: as participações musicais. No que diz respeito à actuação de cada grupo, embora ao meu ouvido de tuberculosa não tenham escapado pequeníssimos deslizes que, provavelmente, só alguém tão “tuberculoso” (cruzes, canhoto!) como eu terá também notado, foi excelente. Houve primeiras audições muito interessantes, algumas até inesperadas, que certamente surpreenderam agradavelmente. Refiro-me em particular aos duetos, que nunca tinha ouvido. Estão todos de parabéns e, pessoalmente, espero que continuem a surpreender-nos.

Mencionei acima que “quase tudo corre bem”, portanto terei de fazer um pequeno reparo ao que não correu tão bem e deixar a minha achega para eventos futuros.

Vejamos: havia dois tipos de música: aquela que precisa de ser ouvida em silêncio, como o coro, o piano, as guitarras e os cantores a solo ou duo, e a que apela à participação do público – tuna, cavaquinhos, concertinas, Renascer. A ideia de ter dois palcos foi boa, mas talvez tivesse sido mais equilibrado “misturar” os dois tipos de música em cada um dos palcos. Claro que havia a logística de acomodar os grupos com mais elementos no espaço maior, mas talvez tivesse sido possível. Contudo, na minha opinião, a questão menos positiva foi a duração do espectáculo, que começou a cair na fraqueza de uma parte considerável dos presentes, levando-os a iniciar o lanche antes do que seria a hora oficial. Resumindo: as actuações de alguns grupos excederam, no seu conjunto, o tempo que seria razoável para o tempo disponível. Ou deveria ter-se feito um intervalo para o lanche, após o qual o espectáculo continuaria com alguns dos grupos que fizeram espectadores saltar das cadeiras e dançar. Também gostava de ter tido essa oportunidade, mas estava na outra ponta da sala! Mas adorei ver o casal Prada e outros que não identifiquei rodopiando como se tivessem 20 anos! Muito fixe!

Pronto! Já disse de minha justiça e espero que ninguém se zangue, principalmente os colegas de Língua Portuguesa, que devem achar que escrevo com erros de ortografia. Esclareço: não assinei o Acordo Ortográfico e detesto quando me chamam espetadora, porque juro por todos os santinhos que nunca espetei ninguém!

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Projeto de Voluntariado “Uma Palavra Um Alento” O Retorno do Voluntariado

Conceição Barros

Quando se fala de voluntariado, algumas pessoas pensam que somos nós a dar algo aos utentes, o que não é de todo verdade….. porque se eu não fosse voluntária não teria alguém a dizer-me: a senhora é a pessoa mais importante da minha vida, nem quero pensar que um dia a posso perder…

Digo-lhe isto de coração, não é a fingir.

Costuma dizer-me com carinho: não tenho filhos ou netos, mas tenho-a a si…

E como consequência desta afirmação senti vontade de retribuir, fazendo-lhe uma visita no dia da mãe. Fui com a minha filha e os meus netos, levei-lhe um miminho e, meu Deus, que felicidade!

Como ela ficou contente e fez questão de dizer aos meus familiares o quanto gosta de mim! Fiquei feliz e de coração cheio, principalmente quando ela me pediu que me sentasse a seu lado e lhe desse a mão para que a minha filha visse o carinho e o conforto que lhe transmito quando estamos juntas. É isto que eu recebo em troca do meu tempo que me deixa muito feliz, emocionada e com vontade de fazer mais e melhor.

A felicidade bate à porta…Pequenos gestos dão sentido à vida Maria de Fátima Gonçalves

Como voluntária da Apcalmada não quero deixar de relatar como é estar integrada neste projeto e como é impressionante o quanto este serviço nos enche a alma e o coração, pois só dando se recebe.

Todas as semanas visito a D.ª Laudácia, uma utente de 80 anos, que se encontra acamada e com uma perna partida. É uma senhora extraordinária que me recebe sempre com um sorriso nos lábios e logo que lá chegamos diz: “Estava mesmo agora a pedir a Deus que me aparecesse alguém, e, não é que a senhora me apareceu à porta do quarto! Louvado seja Deus!”

Sempre que posso levo-lhe uns miminhos e ela fica muito feliz.

Fala-me muitas vezes que gostava que os netos e filhos a visitassem mais vezes, mas não se irrita e, quando um deles vem, como aconteceu na semana passada que uma nora lhe cortou o cabelo e uma neta lhe pintou as unhas, ficou muito feliz e mostrou-nos logo as unhas e disse “olhe aqui para o meu cabelo!...”

Interrogo-me como é possível que alguém que está acamada, num quarto interior, esteja sempre tão bem disposta. Isto sim é obra do senhor nosso Deus e um exemplo de vida para nós, que, muitas vezes, tendo muito mais nos queixamos da vida.

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Visitas

Convento dos Cardais e Reservatório Patriarcal

Lourdes Albano

No dia 27 de fevereiro partimos, mais uma vez, rumo a um enriquecimento pessoal e cultural. O dia estava cinzento e chuvoso mas as visitas programadas foram um êxito.

O Convento dos Cardais pela beleza da igreja de uma só nave, com altares em talha dourada, painéis de azulejos decorativos de origem Holandesa, pinturas dos Séc.

XVII e XVIII, enfim todo o magnífico património de arte sacra, onde até o refeitório se encontra decorado com painéis de azulejos e pintura seiscentista, levou a que o grupo considerasse que o tempo foi pouco para uma apreciação pormenorizada de tanta arte.

Mas havia também uma visita marcada ao Reservatório Patriarcal onde se chega por uma escada bastante discreta, bem no interior do Jardim do Príncipe Real. O que de certa forma impressionou o grupo foi o saber que esta cisterna, com capacidade para 880 m3 de água, foi inicialmente alimentada pelo Aqueduto das Águas Livres e este reservatório foi construído para abastecer toda a zona baixa de Lisboa.

No final e ainda que se tivesse percorrido a pé, até ao Largo do Rato, uma extensa galeria subterrânea, o grupo mostrou-se satisfeito com as visitas e nem se sentiu afetado pelas menos boas condições climatéricas.

Arouca, Viseu e Lorvão Edite Prada

Realizámos nos dias 15, 16 e 17 de março, uma visita a Arouca, Viseu e Lorvão no âmbito das disciplinas Cantigando, Viajar pela Idade Média e História da Cultura e da Arte e com o objetivo de perceber um pouco melhor o contexto cultural da Idade Média e de visitar o museu Grão Vasco.

Para proporcionar aos participantes uma visita diversificada, incluímos locais de interesse geológico, como o geoparque das pedras parideiras onde um pequeno vídeo, ilustrou o fenómeno e a Livraria do Mondego.

Em Viseu, visitámos a Cava de Viriato. Embora não nos tenhamos atrevido a percorrer os dois mil metros de perímetro ficámos com uma ideia clara do espaço e da sua função.

O museu Grão Vasco foi um dos pontos altos da visita na cidade de Viseu e nem a chuva nos demoveu de fazer um passeio pelas ruas do centro Histórico.

Seguiu-se o mosteiro do Lorvão onde pudemos, em comparação com Arouca, perceber a importância de um contributo sério na preservação do Património. No Lorvão está em execução um processo de recuperação, já totalmente conseguido, e concluído, em Arouca.

Biblioteca e palácio da Ajuda Júlia Carrapo e Edite Prada

No âmbito da disciplina Cantigando: viajar pela Idade Média, foi efetuada, no dia 26 de janeiro, uma visita de estudo à Biblioteca da Ajuda, com o objetivo de ver o Cancioneiro da Ajuda, único dos que nos chegaram que foi escrito na Idade Média e que nos chegou em Pergaminho.

Fomos recebidos com muito entusiasmo e profissionalismo pela Dra Cristina Pinto Basto que fez um breve enquadramento histórico da Biblioteca e do seu acervo. Além do Cancioneiro da Ajuda, pudemos ver outras preciosidades como uma bíblia em pergaminho do século XII, exemplar único, uma bíblia em velino com as dimensões de uma bíblia de bolso dos nossos dias, um livro descrevendo um conjunto de plantas medicinais e sua utilização…

Aproveitando a viagem e o facto de o grupo ser muito grande para o espaço da biblioteca, visitámos também o Palácio da Ajuda, na qual a grande maioria revisitou o as coleções, saindo enriquecida com as explicações da Drª Teresa Marecos.

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Viagem pela Literatura: Rota dos Escritores do Norte Edite Prada

Nos dias 19, 20 e 21 de abril, no âmbito do projeto Viagens pela Literatura, que a USALMA anima desde 2012, graças à professora Glória de Brito e à autora deste texto, foi realizada uma visita de estudo a espaços que viram crescer ou viver vários escritores do Douro.

No Peso da Régua evocámos João de Araújo Correia.

Em São Leonardo da Galafura, apreciámos a excelente paisagem e pudemos ler os poemas de Torga aí registados; em São Martinho de Anta, visitámos a Casa-Museu Miguel Torga e efetuámos o roteiro literário aos locais de vivência, memória e inspiração. Sempre que foi oportuno foram feitas leituras de textos alusivos às paisagens percorridas.

Dormimos no Hotel Mira Corgo, com excelente vis-

ta para o rio Corgo e, no dia seguinte, passeámos pelo centro histórico de Vila Real, visitando espaços relevantes para a vida de Camilo. Visitámos o Palácio de Mateus e fomos até Vilarinho de Samardã, onde residiu Camilo e onde comemos um menu à sua moda.

Amarante foi a paragem seguinte para evocar o escritor Teixeira de Pascoaes e visitar o Museu Amadeu de Sousa Cardoso.

Dormimos em Guimarães, cujo centro histórico visitámos, tendo seguido para S. Miguel de Seide onde um guia excelente e entusiasta nos mostrou a Casa Museu de Camilo Castelo Branco, local onde o escritor viveu com Ana Plácido e se suicidou a 1 de junho de 1890.

Museu da Música Mecânica Carmo Nascimento

São cerca de dez minutos depois da saída da A2, junto a Palmela. Seguindo por uma estrada secundária, o museu surge-nos à direita, no lugar de Arraiados, concelho de Pinhal Novo. Inaugurado em outubro de 2016, o museu é totalmente privado.

O edifício de linhas retas, uma caixa fechada ao exterior, é um projeto moderno do arquiteto Miguel Marcelino. Está integrado numa área rural, a Quinta do Rei, propriedade de Luís Cangueiro.

A visita guiada foi orientada pelo próprio colecionador que, ao longo de 30 anos, adquiriu mais de 600 peças em que a produção de música é feita por meios exclusivamente mecânicos.

Um gramofone, adquirido em 1987 no Centro Comercial M. Bica pelo valor de 30.000 escudos, marca o início desta extraordinária coleção, reunida graças ao entusiasmo e espírito colecionista do seu proprietário.

Trata-se de um conjunto de objetos que produzem música, construídos entre finais do século XIX e os anos 30 do século XX, que nos revelam a música que se ouvia

naquela época. São caixas de música, realejos, pianos mecânicos, gramofones, fonógrafos e grafonolas todos restaurados e prontos a funcionar. A sua demonstração traz-nos à memória sons e recordações de infância.

Levados pela magia da música alguns de nós dançaram a valsa.

Num piso superior, a que se acede por uma escadaria e um elevador, encontra-se a sala documental e um auditório com 72 lugares. O museu dispõe ainda de uma cafeteria e loja.

No fim da visita, efetuada no dia 17 de janeiro, numa sala própria para o efeito, foi-nos servido um lanche com chá e biscoitos caseiros. Os proprietários do museu acompanharam-nos. À mesa as palavras soltaram-se e, num animado diálogo, trocamos ideias e experiências, convivemos. À saída, foi manifesto em todos o reconhecimento pela forma acolhedora com que tínhamos sido recebidos e a grande vontade de voltar.

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Redondo Domitila Cardoso

À semelhança do ano passado a Apcalmada-USALMA organizou, no dia 15 de maio de 2018, uma visita à vila alentejana do Redondo, que contou com 38 participantes. O programa foi cuidadosamente definido pelo associado Domingos Torgal, um redondense.

A vila do Redondo teve origem no século XIII e recebeu o foral de D. Dinis em 1318.

Fomos recebidos pelo Vereador da Cultura da C.M.R, Dr. Armindo Ramalhos, na Praça da República, junto à Câmara.

Durante a manhã visitámos o Museu do Vinho, a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia e a Torre de Menagem. O almoço foi servido no restaurante Jaquim dos Leitões, que recomendamos.

No Redondo existem cerca de dez olarias. Visitámos duas olarias tradicionais, a Olaria Pirraça uma olaria modernizada onde o grupo teve a oportunidade de ver o oleiro a trabalhar na roda e de apreciar a arte da pintura das peças de barro, que está a cargo das mulheres. Visitámos depois a olaria do Poço Velho, uma antiga olaria que ainda coze as peças em fornos a lenha.

Houve tempo ainda para conhecer o interessante espólio do Museu do Barro e a Enoteca localizada no antigo celeiro comunitário, à entrada da Rua do Castelo.

Esta visita permitiu-nos ficar a conhecer aspetos históricos e culturais da vila do Redondo que, sem o apoio da Câmara Municipal, não seria possível. Salientamos também a simpatia e o profissionalismo com que os técnicos da Câmara Municipal e do Museu do Barro nos acolheram.

Sítio Arqueológico de Almaraz Jerónimo de Matos

Próximo da sede da USALMA, numa quinta debruçada sobre o Tejo, situam-se as ruínas de uma das mais importantes colónias fenícias em território português, atualmente denominado Sítio Arqueológico do Almaraz.

Após estudos arqueológicos intermitentes, é já possível formar uma ideia da extensão e importância da colónia fenícia, entreposto comercial na 1.ª metade do último milénio a.C. motivação suficiente para solicitarmos à entidade responsável uma visita de estudo.

No dia 13 de abril cerca de 20 visitantes, professores e estudantes da USALMA, recebidos e guiados pela técnica superior e guia Dr. ª Ana Olaio, percorreram a zona intervencionada do Sítio, reconhecendo o perímetro defendido por ciclópica muralha, o tipo de habitações, os arruamentos, o abastecimento de água e outros aspetos da vida e do quotidiano dos seus habitantes, bem como vestígios do seu comércio. Fomos informados de que outras companhas de trabalhos arqueológicos darão ao Sítio o reconhecimento e a atração que merece no contexto peninsular.

Polónia

Júlia Carrapo

No dia 18 de maio os alunos da USALMA acompanhados pelos professores de História da Arte e História da Cultura e da Arte partiram em direção à Polónia a fim de concretizar um projeto que visava dar a conhecer a realidade sociocultural deste sacrificado país do Centro da Europa.

O programa da viagem incluía a visita a algumas das cidades polacas mais emblemáticas: Varsóvia, Gdansk, Sopot, Malbork, Torum, Wroklaw, Cracóvia, Wadovice, Czestochowa, Auschwistz, e nas montanhas Tatra a pitoresca Zakopane.

O país foi atravessado de norte a sul permitindo uma visão da sua riqueza monumental paisagística. Os belos edifícios do Gótico ao barroco, sem esquecer a típica arquitetura do período de influência soviética, foram admirados e inseridos na sofrida história da Polónia que conheceu várias partilhas do seu território pelos

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poderosos vizinhos russos, austríacos e alemães.

Impressionante a cidade de Gdansk, nas margens do Báltico, cuja riqueza e poderio do tempo da liga Hansiática é ainda visível, sem esquecer o monumento ao movimento da Solidariedade.

Em Wroklaw, capital da cultura, a Aula Leopoldina da antiga Universidade e a estranha proliferação de pequenos gnomos causaram admiração. Cracóvia, a primeira capital da Polónia, é uma cidade encantadora que, tendo sido poupada durante a guerra, conserva uma notável riqueza arquitetónica.

Momento excecional pela sua beleza foi o recital de piano com músicas de Chopin.

Não poderia terminar sem referir a emoção que a visita a Auschwitz-Birkenau provocou em todo o grupo reveladora da extrema crueldade e horror que aqui se viveu.

A viagem foi excelente graças à cooperação de todo o grupo e ao profissionalismo do guia Ricardo Rodrigues, da Oásis, e da guia polaca, Agnieszka Witkowska, conhecedora da História e da cultura polacas.

Bulgária e Roménia Fernanda Ataíde

No dia 31 de Maio, embarcámos entusiasmados rumo à nossa viagem pelo leste europeu.

A Roménia e a Bulgária são países culturalmente riquíssimos e possuem uma grande biodiversidade (fauna e flora) e uma natureza, em muitos lugares, quase intocada.

Sófia, a atual capital da Bulgária, possui vestígios de todas as culturas que por aqui passaram.

Em Plovdiv, outrora capital da Bulgária, um passeio a pé levou-nos à parte antiga da cidade onde pudemos admirar belas casas ricamente orVisita ao complexo etnográfico de namentadas.

Etara (Bulgária).

Na última noite de visita à Bulgária tivemos uma surpresa. Da varanda do nosso hotel, assistimos a um espetáculo de luz e som, tendo como pano de fundo as ruínas das fortalezas.

LINDO!!!

No dia seguinte, deixámos a Bulgária e, atravessando o rio Danúbio em Ruse, chegámos à Roménia. País muito montanhoso, com florestas muito densas onde ainda vivem ursos, é riquíssimo em mosteiros.

E as cidades sucediam-se em visitas tão preenchidas que por vezes nos era difícil distingui-las... Sighisoara, Piatra Neamt, Brasov, Bran, Sinaia, Garganta de Bicaz e Lago Vermelho...

Sempre bem repousados, nos excelentes e bem situados hotéis, e bem comidos começávamos o dia, logo de manhãzinha.

Os nossos guias eram simpáticos e muito atenciosos e pacientes (não foi nada fácil para eles controlar o nosso frenesim aquisitivo...lojas, lojas, lojas!).

Forneceram-nos muita informação e claro que, para os coca-bichinhos, havia sempre literatura suplementar disponibilizada nos locais turísticos.

A boa disposição, medida pela quantidade de anedotas, de canções e de Fortaleza de Tsarevets (Roménia). um apetite voraz (sim porque isto de ser turista gasta muitas energias...), foi uma constante. Quanto ao cansaço, nada como passar pelas brasas no autocarro, para nos pôr frescos que nem alfaces!...

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Associação de Professores e Universidade Sénior de Almada julho 2018

E o ano letivo finda Edite Prada

Mais um ano, o décimo terceiro, que termina! Com o seu término, a azáfama já habitual… Exposições, espetáculo de final de ano, reuniões, homenagens e a certeza de que continuamos em força e com convicção.

As exposições começaram ainda em maio, dando vida ao espaço multi-usos. O «pontapé de saída» foi, este ano, da responsabilidade do professor de fotografia, Luís Miranda, e seus alunos, que além de excelentes fotos enriqueceram o espaço com a passagem de um vídeo. Seguiu-se, se fizermos uma abordagem cronológica, a exposição dos trabalhos dos alunos da professora Conceição Gato. Na atividade seguinte, mudámos e espaço e viemos para a Oficina da Cultura onde decorreu a Exposição Coletiva dos Alunos da USALMA, entre 26 de maio e três de junho.

Também a professora Isabel Martins e seus alunos animaram e embelezaram a sala com os seus trabalhos.

Olhando para todos os trabalhos e fazendo um retrospetiva, registamos o crescimento artístico dos nossos alunos, promovido, claro está, pelo interesse individual e pelo apoio dos professores.

No momento em que este texto está a ser escrito, algumas atividades ainda não aconteceram: o espetáculo de final do ano, a homenagem aos professores, o encontro de professores, o encontro aberto de Primatologia …

A nossa expectativa é que todas essas atividades decorram com a maior participação e empenho possíveis.

Parabéns à Apcalmada…

Maria Carreiras

Em maio de 2003, nasceu a Associação de Professores do Concelho de Almada. Este é o seu 15.º aniversário e, este ano, quisemos festejar mais e ainda melhor.

Festejar, porque não se limitou a nascer; nasceu e vem crescendo cumprindo os objetivos que levaram à sua criação.

Parabéns Apcalmada!

A celebração deste 15.º aniversário teve início no dia 25 e começou muito bem, com uma sessão de poesia, declamada por bons “dizeurs” dos grupos Poesia 1 e 2 da USALMA, homenageando Maio de 68.

No mesmo espaço, a sala multiusos da Apcalmada, o nosso “salão nobre”, foi inaugurada a exposição “Dos Nossos Talentos”, numa referência aos talentos dos associados. E que talentos!

Dignos de serem expostos e admirados. E foram-no de facto, como consta nos registos deixados. Rico presente de aniversário!

Houve animação, da responsabilidade do quarteto de guitarras da USALMA, que já nos habituou a uma atuação de excelência.

Dia 27, partimos rumo ao Museu da Música Mecânica.

Trata-se de um espaço que reúne uma coleção de cerca de 600 instrumentos de música, todos funcionais e que têm o mérito de trazer à nossa memória, outros tempos, outras sonoridades.

Ao que pode levar uma paixão! Sim este museu é o 20

resultado de uma paixão pela arte: arte da música e dos instrumentos musicais, arte do belo, dos sons…

Está de parabéns o colecionador.

Tão bem impressionados por esta maravilha, tivemos necessidade de satisfazer também a fome física que já se fazia sentir. Para o efeito, fomos até à Quinta do Anjo, onde nos deliciámos com um “lauto buffet”.

Pena foi, não ser possível saborear todas as iguarias. Foi espetacular!

A terminar este dia, tivemos oportunidade de visitar a Loja Fortuna, onde a preservação do que é regional e bom e o amor à terra é também uma paixão e onde se prima pela arte de bem receber.

Mas há mais, muito mais!

A festa continuou pelo mês de junho, numa parceria sem precedentes, entre diversas instituições, apostadas em mostrar o que de bom se consegue fazer, quando se juntam vontades.