Uern 53 Anos

Revista Edição Especial 53ª Assembleia Universitária | Set 2021

Uern atua na luta contra a Covid-19 com projetos e apoio à vacina

Ambulatório oferece suporte e acolhimento ao público LGBTQIA+

Cotas sociais mudam destino de alunos e egressos da Uern

EDITORIAL

EXPEDIENTE

Depois de um período atípico, por causa da pandemia de Covid-19, as coisas estão caminhando para voltar ao seu normal. Graças à vacina! Graças à ciência! E é nesse contexto cheio de esperança que retomamos a edição impressa da nossa revista.

Este material foi desenvolvido pela Agência de Comunicação da Uern Direção Luziária Machado Edição Adriana Morais Textos Adriana Morais, Bruno Barreto, Bruno Soares, Ilana Albuquerque, Iuska Freire, João Moura, Luziária Machado

Em meio a um tempo de tantas mudanças e incertezas, o tema da edição de 53 anos da Uern não poderia ser mais apropriado: “Ciência, Educação e Direitos Humanos”.

Em suas ações de ensino, pesquisa e extensão, a Uern reforça seu compromisso com essa tríade, que é essencial para melhorar a vida em sociedade.

Revisão Francilene Gama, Stella Sâmia Projeto Gráfico Pablo Allende Diagramação e Ilustrações Isadora Paiva e Pablo Allende Revista Digital Argolante Lopes Fotos Allan Phablo, Camila Dantas, Célio Duarte, Demis Roussos, Edileusa Martins, Elisa Elsie, Felipe Moju, Jhonny Fernandes, Luciano Lellys, Priscila Krüger, Ricardo Morais, Wilson Moreno Apoio Aline Linhares, Claudenice Santos, Rodrigo Oliveira, Williams Vicente

Campus Avançado de Caicó. Foto: Cedida.

A ciência salva vidas! A educação transforma vidas! Os direitos humanos dignificam a vida. E a Uern, em seu papel de Universidade socialmente referenciada, vem ao longo de mais de cinco décadas atuando na defesa da ciência, da educação e dos direitos humanos. Em outras palavras, a Uern vem se consolidando na defesa, valorização e transformação de vidas.

SUMÁRIO 3 20 42 UERN PROPORCIONA EDITORIAL AMBULATÓRIO OFERECE CUIDADO A FORMAÇÃO E ACOLHIMENTO AO PÚBLICO LGBTQIA+

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CONTINUADA NO INTERIOR DO ESTADO

HÁ 53 ANOS, A UERN IMPULSIONA O DESENVOLVIMENTO NO RN

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O DOUTOR HONORIS CAUSA DA EDUCAÇÃO

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SERVIDORES PÚBLICOS NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

CURSOS RECONHECIDOS

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UERN CADA VEZ MAIS COTAS SOCIAIS MUDAM DESTINO DE PERTO DE ALCANÇAR ALUNOS E EGRESSOS SUA AUTONOMIA PLENA

ENTREVISTA FÁTIMA RAQUEL

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ENTREVISTA CICÍLIA MAIA

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UERN PRIORIZA PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

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A DEFESA DA VIDA POR MEIO DA VACINAÇÃO

SISTEMAS INFORMATIZADOS GERAM EFICIÊNCIA E ECONOMIA

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CONVÊNIOS COM IES ESTRANGEIRAS CRESCEM QUATRO VEZES EM 3 ANOS

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ESCOLA DA UERN APOIA ARTESÃOS E ARTISTAS POPULARES

ARTIGO: JORNALISMO PARA QUÊ?

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7 Vista aérea do Campus Central (Foto: Luciano Lellys).

HÁ 53 ANOS, A UERN IMPULSIONA O DESENVOLVIMENTO NO RN

U

o de Patu. Anos mais tarde, deu-se início à segunda fase de expansão da Universidade, com o Campus de Natal, em 2002, e o campus de Caicó, em 2004.

Neste período também surgiram os núcleos avançados de educação superior, instalados em Caraúbas, Apodi, Areia Branca, Alexandria, Umarizal, São Miguel, Macau, Touros, João Câmara, Nova Cruz, Santa Cruz e Currais A fundação da Uern, em 1968, Novos, que funcionaram até 2020 marca o início da interiorização do e prestaram um amplo serviço ensino superior em solo potiguar. à sociedade potiguar, levando Até então, a população que não educação superior a inúmeras residia em Natal precisava se famílias. deslocar à capital para fazer um A Uern oferta 56 cursos curso superior; o diploma de presenciais em seus seis campi; graduação era um sonho quase na modalidade EaD (Educação impossível para a maioria dos a Distância) são ofertados norte-rio-grandenses. Foi nesse cinco cursos de graduação. cenário que a Uern foi instalada Nesses 53 anos, a instituição inicialmente em Mossoró e expediu aproximadamente 50 em seguida chegou a todas as mil diplomas de graduação, além regiões do estado. dos mais de 7 mil diplomas dos Em 1974 teve início a expansão cursos de pós-graduação, que da Uern, com a fundação do atualmente somam 22 cursos de primeiro campus avançado, em mestrado e quatro de doutorado, Assú. Em 1977, surgiu o campus contemplando todas as áreas do de Pau dos Ferros e, em 1980, conhecimento e possibilitando a formação continuada de seus egressos.

Por Luziária Machado ma universidade socialmente referenciada, com foco nas pessoas e a serviço do Rio Grande do Norte.

Há 53 anos, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) tem contribuído para o desenvolvimento do RN, especialmente nos municípios do interior do estado.

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte consolidou-se como agente promotora de oportunidades no interior do estado.

Mais de 50 mil diplomas expedidos no RN recebem o selo Uern

Fátima Bezerra, governadora do RN e chanceler da Uern (Foto: Elisa Elisie).

Nossa Universidade Estadual se constitui uma mola propulsora para o desenvolvimento econômico, cultural, artístico e científico dos polos regionais

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9 Vista da entrada Campus de Assú (Foto: Agecom)

No interior do Rio Grande do Norte é comum encontrar um egresso da Uern atuando, e se destacando, na saúde, na educação ou como profissional liberal. Não raramente, esses egressos foram os primeiros de suas famílias a ingressar em um curso superior e conquistar um diploma de graduação.

Nos últimos oito anos, a Uern vem se consolidando com a marca da inclusão em sua dimensão mais ampla, sendo expressão dessas políticas e ações: o acolhimento de todos os estudantes ingressantes; o acompanhamento didáticopedagógico, psicossocial e afetivo de alunos com diferentes deficiências; a adoção do nome social; e as políticas de acesso (cotas sociais, étnico-racial, indígena, regional, escola pública) e permanência.

Além do ensino, a Universidade tem feito a diferença na vida de milhares de famílias através dos seus núcleos e projetos de extensão, como o Festival de Teatro da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Festuern), uma das mais tradicionais ações de extensão da Uern que atua diretamente Vista da entrada Campus Central (Foto: Agecom)

Allyson Bezerra, prefeito de Mossoró (Foto: Assessoria).

com as estudantes de escolas públicas da educação básica, despertando o interesse pela educação através da cultura, e o Uern Ação, realizado em parceria com o Projeto Esperança da Paróquia de São José, em Mossoró, que leva às crianças e jovens de bairros menos assistidos, aulas de teatro, música, dança, xadrez, entre outros. Vários projetos de extensão foram realizados durante a pandemia, como o UERN Vacina Mossoró, que atuou diretamente na vacinação da população. Para se ter ideia do impacto da extensão na sociedade, em 2020, o público

Reforçamos nosso compromisso em continuarmos de mãos dadas com a Uern, assim como acontece durante a campanha Mossoró Vacina, onde estudantes, dirigentes e professores participam ativamente dessa cruzada pela saúde e vida de nosso povo como voluntários. Parabéns por seus 53 anos, Uern!”.

Na Prefeitura, temos a satisfação de contar em nosso secretariado com nomes oriundos dessa instituição, representando sua inteligência, capacidade de trabalho e poder transformador atendido pelas ações de extensão da Uern foi de 172.835 pessoas.

No campo da pesquisa e inovação, a Uern tem investido na consolidação dos grupos de pesquisa, melhorando as suas avaliações junto ao CNPq. Neste sentido, os pesquisadores da Universidade têm prestado um grande serviço a estados e municípios atuando na elaboração de diagnósticos e apontando caminhos para soluções em diversas áreas.

Toda essa expertise vem recebendo o reconhecimento

dos gestores públicos, que não raramente, tem em seus quadros servidores e egressos da Universidade.

diretamente nos municípios potiguares. Em Mossoró, o prefeito Allyson Bezerra formou um secretariado técnico, e aproveitou vários nomes da A governadora do RN e Uern, um reconhecimento à chanceler da Uern, Fátima Bezerra, faz questão de destacar importância da instituição para em seus discursos, a valorização o município. “Na Prefeitura de da Universidade pela sua gestão Mossoró, temos a satisfação de contar em nosso secretariado e o seu empenho em construir uma universidade cada vez mais com nomes oriundos dessa instituição, representando sua democrática e inclusiva. “Por inteligência, capacidade de ser uma instituição capilarizada trabalho e poder transformador. no estado, a Uern se constitui uma mola propulsora para o desenvolvimento econômico, cultural, artístico e científico dos polos regionais, possibilitando que o máximo de pessoas tenham acesso à instituição.

Temos orgulho de poder favorecer às famílias mais humildes uma nova perspectiva de vida, através da oportunidade de cursar uma graduação ou pós, sem sair da sua cidade, ou da sua região. Parabéns e vida longa à UERN”.

Essa contribuição impacta

Gustavo Soares, prefeito de Assú (Foto: Assessoria).

O prefeito de Assú, Gustavo Soares também reconhece a importância da presença da Uern no para o desenvolvimento do município, que foi o primeiro a receber um campus avançado da Universidade. “O Campus Avançado de Assú é uma instituição que tem, ao longo dos 53 anos da UERN, mais de 40 anos de atuação em nossa cidade, elaborando uma história de verdadeira emancipação para a nossa gente. O Campus de Assú dialoga e constrói, com as escolas e as instituições assuenses, um lugar de pensarmos coletivamente a cidadania. Muito orgulho e gratidão pelas tantas contribuições que a UERN proporciona a nossa cidade!”.

O Campus de Assú dialoga e constrói, com as escolas e as instituições assuenses, um lugar de pensarmos coletivamente a cidadania

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Campus de Patu (Foto: Agecom).

Universidade também está presente em Natal, através do seu campus na Zona Norte da capital. Instalado em uma área de extenso crescimento, onde seus habitantes são de classe média e baixa, o Campus da Uern oferece a oportunidade de um ensino superior de qualidade, além de realizar ações de extensão que beneficiam diretamente essa comunidade.

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m Patu, a Uern é a única Instituição de Ensino Superior (IES) a ofertar cursos de graduação e pós-graduação. No município, a atuação da Uern pode ser sentida em todas as atividades. O prefeito Rivelino Câmara é um entusiasta e parceiro do Campus de Patu.

“Entendemos a importância e a necessidade de diálogo entre a Universidade e o Município para o avanço de Patu. Nossa gestão desde o primeiro mandato esteve disponível para ajudar, conseguimos emendas parlamentares, como também auxiliar na estrutura física do Campus Patu, essa parceria é um investimento na educação do município”.

Para a reitora em exercício da Uern, professora Fátima Raquel Morais, esse reconhecimento

Entendemos a importância e a necessidade de diálogo entre a Universidade e o Município para o avanço de Patu.

Essa parceria é um investimento na educação do município

O prefeito Álvaro Dias destacou o alto nível de formação dos egressos e a contribuição da Uern para o município e para o RN. “A Uern é uma das instituições mais representativas que temos, não apenas em Natal, mas em todo o Rio Grande do Norte, na seara essencial da Educação e com alcance ampliado em todos os segmentos, pelo alto

Rivelino Câmara, prefeito de Patu (Foto: Assessoria).

é consequência do trabalho desenvolvido pelos homens e mulheres que construíram a Uern ao longo desses 53 anos.

Pessoas que diuturnamente dedicam suas vidas a transformar a vida de outras pessoas através da educação.

Campus de Natal (Foto: Ricardo Morais).

Álvaro Dias, prefeito de Natal (Foto: Assessoria).

nível de formação que oferece a todos os que passam pelos seus bancos. Em resumo, a Universidade do Estado é um agente do desenvolvimento do RN. Ficamos muito felizes que Natal faça parte de sua história”.

A Uern é uma das instituições mais representativas que temos, não apenas em Natal, mas em todo o Rio Grande do Norte, na seara essencial da Educação e com alcance ampliado em todos os segmentos. É um agente do desenvolvimento do RN. Ficamos muito felizes que Natal faça parte de sua história

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mestrado e doutorado. A capilaridade desta comunidade acadêmica também representa muito de sua constituição, são alunos oriundos de mais de 70 municípios, principalmente dos estados do Rio Grande Norte, Paraíba e Ceará.

A Uern mantém importantes parcerias com a Prefeitura de Pau dos Ferros. A prefeita Marianna Andrade destaca a importância da presença da Uern para o desenvolvimento da educação do município e da região. “A gente é consciente do papel institucional Marianna Andrade, prefeita de Pau dos Ferros (Foto: Assessoria). da Uern na vida de todos nós pau-ferrenses, da população que Campus Avançado vem dos municípios circunvizinhos de Pau dos Ferros é e também dos estados que instrumento forte de fazem fronteira com Pau dos formação na região do Ferros. Nosso muito obrigado e Alto Oeste Potiguar, com atuação também nas regiões parabéns à Uern. Aqui o nosso compromisso em caminhar juntos de fronteira com os estados sempre em prol da educação e do da Paraíba e Ceará. A unidade melhor para o nosso povo”. oferece cursos de graduação,

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Campus de Caicó (Foto: Agecom).

A gente é consciente do papel institucional da Uern na vida de todos nós pauferrenses, da população que vem dos municípios circunvizinhos e também dos estados que fazem fronteira com Pau dos Ferros

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m Caicó, campus mais jovem da Uern, o impacto da presença da Universidade também pode ser sentida no dia-a-dia da cidade. De acordo com o prefeito Dr. Tadeu, a Universidade é responsável pelo desenvolvimento da região.

“Certamente, nosso estado e, em particular, nossa querida Caicó não seriam os mesmos

Pátio do Campus Pau dos Ferros Caicó (Foto: Agecom).

Dr. Tadeu, prefeito de Caicó (Foto: Assessoria).

sem a presença atuante desta academia, que tanto já fez e continua fazendo pela educação e ciência. Como prefeito de Caicó, eu coloco o município a inteira disposição desta importante instituição de ensino e parabenizo pelos 53 anos de existência da UERN, completados neste 28 de setembro de 2021”

Para a reitora em exercício da Uern, professora Fátima Raquel Morais, esse reconhecimento é consequência do trabalho desenvolvido pelos homens e mulheres que construíram a Uern ao longo desses 53 anos.

Pessoas que diuturnamente dedicam suas vidas a transformar a vida de outras pessoas através da educação.

Certamente, nosso estado e, em particular, nossa querida Caicó não seriam os mesmos sem a presença atuante desta academia, que tanto já fez e continua fazendo pela educação e ciência.

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ENTREVISTA FÁTIMA RAQUEL Reitora em Exercício

Fabiano Morais ONLINE

s A gestão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), quadriênio 2017/2021, liderada pelos professores Pedro Fernandes Ribeiro Neto e Fátima Raquel Rosado Morais, é encerrada neste dia 28 de setembro. Foram quatro anos de superação e desafios, que deram continuidade a um modelo de gestão iniciado em 2013.

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Rosalba Moreira ONLINE

Diretamente à frente da Universidade desde o ano passado, a reitora em exercício Fátima Raquel Rosado Morais fala sobre os avanços conquistados nos últimos oito anos e das dificuldades enfrentadas, sobretudo no último ano, frente à pandemia de Covid-19.

Em entrevista, a reitora em exercício responde aos

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Thifanny Alves ONLINE

questionamentos dos jornalistas Fabiano Morais e

Rosalba Moreira

Thifanny Alves

, e da estudante de jornalismo,

, representando os segmentos de

docentes, técnicos administrativos e discentes, respectivamente. Ela abordou questões sobre investimento na assistência estudantil, valorização de servidores, proposta de autonomia financeira, o enfrentamento da pandemia de Covid-19 e ações de consolidação da Uern como

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uma Universidade socialmente referenciada.

Confira a entrevista na íntegra através deste código QR ou pelo link: qrco.de/bcMpJA

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17 a Uern tem dado aos servidores e comentasse quais os benefícios que a Instituição recebe ao capacitar o servidor.

Desde que nós entramos na Universidade, e sempre que falo lembro da primeira e segunda gestão do professor Pedro Fernandes, tendo em vista que estamos nesse projeto nos últimos oito anos, sempre foi nosso interesse incrementar a participação dos técnicos para além da vida administrativa. Em 2013, o que tínhamos de política de capacitação era voltado aos docentes. Ao longo dos oito anos, incrementamos com os Mestrados e Doutorado Interinstitucionais (Minter e Dinter) a capacitação dos docentes, visando à capacitação em maior vel 42mbps, ping 3ms escala; organizamos a política de capacitação docente e técnica, implementando um instrumento Thifanny Alves A assistência estudantil é um legal para a capacitação; disponibilizamos bolsas tema bastante debatido por todos os segmentos para os técnicos fazerem essa capacitação; e da Uern, e entendemos a importância dela para estamos buscando meios para que os técnicos sejam liberados para se capacitarem. Nós também a permanência dos alunos na instituição. Como incentivamos dentro de nossos Programas de a senhora avalia a assistência prestada a nós, Pós-graduação a oferta de vagas específicas alunos, nos últimos anos?

Se lembrarmos da Uern de 2013, quando para o nosso corpo técnico. Nós entendemos que docentes e técnicos capacitados trazem um teve início o atual modelo de gestão de Pedro Fernandes e Aldo Gondim, e que foi dado sequência incremento para o serviço da Universidade e refletem diretamente na qualidade do serviço por Pedro Fernandes e eu, nós não tínhamos nada prestado pela Uern à comunidade. em assistência estudantil. As bolsas que tínhamos Fabiano Morais Quais os maiores desafios demoravam meses para os alunos receberem e nós tínhamos a residência universitária somente enfrentados com relação à parte financeira, no Campus Central. Com o incremento de alunos como custeio e investimento, sobretudo nessa oriundos de escola pública, a gente teve que se época de pandemia? reinventar nesse contexto. E nos últimos oito últimos Ao longo de oito anos de gestão, a anos, a gente conseguiu dar um suporte maior Universidade tem sofrido dificuldades financeiras. de bolsas para a assistência estudantil, de modo Dificuldades essas vivenciadas pelo próprio a possibilitar que nossos alunos possam viver a Estado, e por sermos parte do Estado, também comunidade acadêmica. Além do quantitativo de temos a diminuição de aporte financeiro para as bolsas, nesse contexto de pandemia, nós também atividades administrativas, custeio e investimento. iniciamos o auxílio-inclusão digital para garantir, Diante das limitações financeiras, tivemos que ir além da permanência, que esse aluno pudesse atrás de parceiros e emendas parlamentares para viver o ensino remoto. Também incrementamos garantir atividades da Universidade, pensando que residências universitárias em todos os Campi. tínhamos que ofertar ensino, pesquisa e extensão de Acreditamos que houve avanços e que ainda temos qualidade, apesar da dificuldade. E nesse contexto muito que avançar. Temos que ter como horizonte de pandemia, essa dificuldade saltou ainda mais a proposta de melhorar ainda mais a oferta de aos olhos, porque o Estado voltou seu custeio e produtos e serviços voltados aos alunos para que investimento para a saúde e a gente teve de se possam permanecer na Universidade. reinventar para esse novo contexto. Estamos agora discutindo a questão da nossa autonomia financeira, Rosalba Moreira A Universidade tem creio que em breve teremos essa conquista e esse investido na capacitação de servidores. Gostaria cenário começará a ser diferenciado. que a senhora falasse sobre os incentivos que

Thifanny Alves A Uern aprova mais de dois mil novos alunos por ano. Qual o diferencial da Uern na formação dos alunos?

Para mim, o diferencial da Uern é o ser humano. Os recursos humanos que dela fazem parte. A gente pode não ter as melhores paredes, os melhores equipamentos, as melhores tecnologias, mas nós temos um corpo docente, técnico e discente que vem para a Universidade porque quer realmente viver a universidade, fazer diferente. São pessoas que se apaixonam pela Uern e, por se apaixonarem, dão o melhor de si. Então, mesmo com as dificuldades que a gente vive, as pessoas tentam se reinventar, sempre buscando melhorias, sempre batalhando, cobrando de quem devemos cobrar. Quem vem para a Universidade, vem com a vontade de contribuir, vontade de transformar vidas.

Rosalba Moreira Devido à pandemia, tivemos que adotar o sistema de home office. Como a senhora avalia o trabalho desenvolvido por nós, servidores, nesse sistema e, com a proximidade do retorno das atividades presenciais, há a perspectiva que esse sistema continue sendo utilizado em determinadas situações?

Todos nós estamos de parabéns, porque todo mundo teve que se reinventar nesse momento e a Universidade continuou viva. Foram muitas ações que desenvolvemos para que a Universidade continuasse caminhando. E uma das coisas foi o home office. Muitos de nós tiverem dificuldades em trabalhar em casa, mas de um modo geral, a Universidade conseguiu desenvolver muito bem o trabalho nessa nova realidade. Com o advento da pandemia, transformamos todos os nossos processos em processo SEI, não temos mais processos físicos, com exceção do que já estava acontecendo. Conseguimos, no diálogo, ter todos os atendimentos de forma remota, e fomos bem avaliados nesse contexto; conseguimos desenhar a retomada das atividades acadêmicas. Dentro desse contexto de pandemia, a gente conseguiu se sair bem. Dentro dessa nova realidade, tiramos alguns aprendizados e um deles é o home office. A gente está estudando regulamentar o home office.

Sabemos que em algumas atividades não tem como acontecer de forma remota, temos que voltar para o presencial. Mas para alguns setores, o home office foi mais produtivo. E esse momento é de avaliar. Não que faremos do home office uma regra

A gente pode não ter as melhores paredes, os melhores equipamentos, as melhores tecnologias, mas nós temos um corpo docente, técnico e discente que vem para a Universidade porque quer realmente viver a universidade

de nossa universidade, mas ele deve ser analisado como uma forma de potencializar ainda mais as atividades acadêmicas e administrativas.

Fabiano Morais

Em relação à autonomia financeira, gostaria de saber se é uma realidade próxima ou distante?

Tenho que acreditar que é uma realidade próxima. Em 2013, recebemos na época um projeto de autonomia, e desde então estamos avaliando e discutindo com toda a comunidade acadêmica, até a elaboração de uma proposta para o Governo do Estado. E dessa vez, até por um compromisso da governadora Fátima Bezerra, nós temos a perspectiva de estar entregando esse projeto de autonomia no dia 28 de setembro, na assembleia de transmissão de cargo, momento em que estaremos junto com a reitora eleita e nomeada, Cicília Maia, e a governadora Fátima Bezerra. Vamos entregar o nosso projeto de Lei para ser encaminhado para a Assembleia Legislativo. Isso se materializando, e acreditamos que irá se materializar, passaremos a percorrer a assembleia, na perspectiva de garantir a aprovação o mais rápido possível.

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19 A Uern sempre se destacou com suas contribuições à sociedade. Nesse período de pandemia não foi diferente. Nós tivemos alunos da área de saúde atuando na linha de frente, a senhora mesmo chegou a participar como voluntária nos postos de vacinação. Gostaria de saber como foi viver esse momento, enquanto professora e reitora?

Thifanny Alves

Desde que tomamos a primeira decisão, em 15 de março de 2020, de suspender as aulas presenciais, nós tomamos essa decisão com o olhar muito na saúde. Desde os primeiros momentos, nossa preocupação foi com as pessoas, como elas iriam viver aquele novo contexto, embora naquele momento a gente tivesse muita expectativa de que a pandemia iria passar logo. Então, suspendemos as aulas presenciais, organizamos o trabalho remoto. Naquele momento, veio o sentimento de que nossa comunidade precisava ser acolhida pela Uern, então começamos uma série de ações, atividades na perspectiva de acolher as pessoas.

Quando a vacina chegou, a gente fez questão de se envolver. Por eu ser enfermeira e atuar nessa área, quis participar, eu sentia a necessidade de dar esse retorno à sociedade. A gente tentou ter essa responsabilidade não apenas na comunidade acadêmica, mas também de levar as ações para a comunidade externa e dar esse alento no período de pandemia. Nós servimos ao Estado e nessa hora nós tínhamos o compromisso de contribuir para tentar amenizar os efeitos da pandemia na sociedade.

Rosalba Moreira A senhora assumiu a

Reitoria no momento da pandemia. Quais as maiores lições que a senhora pode ter como reitora e pessoa?

Acredito que as duas se resumem em uma só: resiliência. A maior lição que esse contexto de pandemia nos ensinou foi a respeitar o outro, entendendo a sua diversidade, cada um estava vivenciando aquele momento de uma forma diferenciada, e ser resiliente diante de tantas dificuldades. Porque dizer que foi fácil, não foi. Para ninguém. Assumi uma gestão em 1º de março e quinze dias depois estávamos vivendo um momento de pandemia. E não tinha nenhum roteiro, foi tudo novo para todo mundo. Teve momentos que tive vontade de desistir? Nenhum!

Foi tanta resiliência, preocupação com os outros, vontade de fazer a universidade avançar, que era

um compromisso que tinha assumido e não iria voltar atrás. Contei muito com a professora Cicília Maia, e fizemos uma grande parceria juntas. Todas as decisões que tomamos foram de forma coletiva.

O diálogo esteve presente mais do que nunca.

A maioria das decisões foi bastante acertada, o momento de parar, de fazer capacitações, de servir à comunidade em geral, o momento de retomar as atividades acadêmicas… foi tudo tão maturado coletivamente que não houve espaços para erros graves, foi muita resiliência, paciência e construção coletiva. E acho que no serviço público deve ser construído assim, de forma coletiva.

Fabiano Morais O que a senhora pensa como metas a serem atingidas pela próxima gestão que tem à frente a professora Cicilia Maia e o professor Francisco Dantas?

Por ter acompanhado bem de perto a dupla, Cicília Maia e Francisco Dantas, a construção da nova gestão, inclusive da carta programa, eu creio que uma das metas mais importantes é a consolidação da nossa autonomia financeira.

Nós iremos conseguir sim, nós teremos nossa autonomia, e precisamos trabalhá-la e consolidá-la para não ser só um papel, mas que ela se materialize no avanço da nossa Universidade.

Também está clara a necessidade de inclusão, da garantia dos direitos humanos, a necessidade de que a Universidade seja cada vez mais socialmente referenciada e cada vez mais inclusiva, então penso que para a próxima gestão, além da autonomia e avanços no ensino, pesquisa e extensão, na reorganização e reflexão dos nossos cursos e projetos pedagógicos, nós precisamos avançar cada vez mais na garantia dos direitos humanos, na garantia da austeridade, na garantia de que todos sejam respeitados, independente de qualquer situação. E Cicília Maia e Francisco Dantas vão trabalhar para que isso se materialize cada vez mais no âmbito da Uern.

Podcast produzido pela Agência de Comunicação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

A cada episódio, convidados da comunidade acadêmica discutem um tema especial com os apresentadores.

Corredores do Campus de Assú.

Agecom

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21 Escalda-pés realizado durante atendimento no Ambulatório.

AMBULATÓRIO OFERECE CUIDADO E ACOLHIMENTO AO PÚBLICO LGBTQIA+

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travestis, queer, intersexo e assexuais, dentre outras orientações e identidades de gênero, que encontram no ambulatório um espaço de atenção, de escuta e atendimento especializado.

entados em um círculo, eles e elas aguardavam o atendimento enquanto todo um ritual era preparado para aquele momento. Primeiro um escalda-pés, uma música e em seguida uma dinâmica que possibilitou um espaço de escuta. Foi dessa forma que o atendimento no Ambulatório LGBTT+ da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) iniciou em uma quartafeira de junho de 2021.

O Ambulatório Interprofissional das Residências em Saúde da Uern nasceu da articulação entre os três programas de residências em saúde: Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família e Comunidade, vinculada à Comissão de Residência Multiprofissional (Coremu), com parceria da Prefeitura de Mossoró; e as Residências Médicas em Ginecologia e Obstetrícia e em Medicina de Família e Comunidade, ambas vinculadas à Comissão de Residência Médica (Coreme).

Fruto de uma escuta coletiva e de uma demanda dos movimentos sociais, o Ambulatório LGBTT+ da Uern, o primeiro do Rio Grande do Norte, foi inaugurado em outubro de 2019, sendo uma das linhas de cuidado do Ambulatório Interprofissional das Residências em Saúde da Uern, da Faculdade de Enfermagem (Faen).

O professor Rafael Soares, coordenador da Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família e Comunidade, explica que o ambulatório surgiu a partir da sociedade, uma demanda dos

Os atendimentos fazem diferença na vida de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, Por Iuska Freire

(Fotos: Felipe Moju).

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23 Prof. Rafael Soares, coordenador da Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família e Comunidade.

A gente tenta ser a porta que acolhe, tem empatia, que respeita as diferenças, singularidades e tenta dar para todos e todas o melhor cuidado possível

movimentos sociais que a Universidade acolheu, organizou e estruturou. O Ambulatório LGBTT+ foi aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde e é um serviço com grande representatividade popular.

“Às vezes essa é a única porta que se abre diante de tantas portas que se fecham ao longo de toda uma vida. A gente tenta ser a porta que acolhe, tem empatia, que respeita as diferenças, as singularidades e tenta dar para todos e todas o melhor cuidado possível.

Temos depoimentos muito emocionantes e o fato de o ambulatório ter nascido do movimento social faz com que eles e elas se sintam parte, e realmente são parte. O serviço nasceu a partir de reuniões com o movimento para entender a necessidade e as demandas”, destacou Rafael.

Se os pacientes encontram no ambulatório esse lugar de escuta e atendimento especializado, para a equipe de residentes e profissionais que atuam no local, essa experiência também é transformadora: “Diante de uma realidade tão difícil, a gente aprende a ter um pouco mais de empatia e humanidade. Em nossa bolha, a gente não vive a LGBTfobia, por isso a gente não tem lugar de fala. Quem está dentro do padrão cis e heteronormativo não entende o que é a realidade de chegar numa unidade de saúde e olharem pra você e dizerem ‘não atendemos esse tipo de gente’... Todo dia aprendo um pouco com eles e elas, sobre as realidades da vida, as vulnerabilidades, o quanto a sociedade e o próprio sistema público – seja de educação, saúde ou geração de emprego e renda – ainda é muito preconceituoso. O ambulatório impacta a vida dessas pessoas, a gente se emociona e quer, cada vez mais, fazer isso dar certo. A gente transforma a vida deles e delas e sai muito transformado em todo esse processo”, comentou Rafael Soares.

O coordenador do Ambulatório, prof. Lucídio Clebeson,

Miguel Victor frequenta o ambulatório desde que o serviço passou a ser oferecido.

controlar a diabetes. Não me sinto bem procurando atendimentos em outros locais, alguns amigos já passaram por situações de discriminação”, comenta Miguel.

A negação e resistência de alguns serviços de saúde em respeitar o nome social é um dos fatores que geram constrangimento para o público trans, por isso a procura por tratamentos clandestinos ainda é uma realidade perigosa entre as pessoas trans. Em 2016 a Uern deu um grande avanço nas políticas afirmativas de gênero ao aprovar a Resolução Nº 22/2016 Consepe, que dispõe sobre o uso do nome social no âmbito da Universidade.

O uso do nome social é uma forma de legitimar a identidade das pessoas trans. O apoio da família e dos amigos também é fundamental. Miguel conta que destacou em uma reportagem, do possível, resolutivo a um sua mãe, uma senhora de 71 público tão excluído e posto feita em fevereiro deste ano anos, é seu porto seguro. “Eu de 2021, que o funcionamento às margens das políticas não gostava de brincar com públicas”, destacou Lucídio. do projeto tem atingido o meninas e não me identificava primeiro grande propósito com nada feminino. Quando de dar visibilidade e abrir as VIDAS IMPACTADAS iniciei a transição, minha mãe portas da Universidade para a disse que sabia o que eu era, Miguel Victor é um homem comunidade externa. trans de 27 anos que frequenta só não sabia explicar, a gente “Outro fator importantíssimo foi descobrindo… Tenho um o ambulatório desde o início é possibilitar aos nossos dos atendimentos. O motoboy irmão padre e, no início, muitas estudantes envolvidos uma pessoas achavam que ele não e segurança iniciou sua experiência de trabalho que se ia aceitar por conta da igreja. transição há quatro anos, pauta no respeito às diferenças Mas ele foi me acolhendo” mas, por receio de ir ao posto e na equidade como forma de conta Miguel, lembrando que de saúde, tomava hormônios minimizar as desigualdades. certa vez saiu para trabalhar e de forma clandestina e sem Mas, o que mais me diz dos acompanhamento médico. “Eu quando voltou para casa, sua propósitos que se buscam mãe havia trocado todo seu tomava hormônio por conta a todo dia atingir, é de ter guarda-roupa, substituindo própria, isso acarretou outras transformado o espaço do as peças antigas por roupas doenças como diabetes. A Ambulatório na Uern em um masculinas. médica pediu para eu dar um espaço acolhedor e, na medida tempo nos hormônios para

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Sete letras e um sinal de soma:

LÉSBICAS

GAYS

BISSEXUAIS

Mulheres que se sentem atraídas afetivamente e sexualmente por mulheres.

Homens que se sentem atraídos afetivamente e sexualmente por homens.

Homens e mulheres que sentem atração afetiva/sexual por pessoas dos gêneros masculino e feminino.

TRANSEXUAIS OU TRAVESTIS Transexuais são pessoas que não se identificam com o gênero atribuído no nascimento. As travestis também são incluídas neste grupo.

QUEER

INTERSEXO

ASSEXUAIS

Pessoas que transitam entre as noções de gênero, como as drag queens. A teoria queer defende que a orientação sexual e identidade de gênero não são resultado da funcionalidade biológica, mas de uma construção social.

A pessoa intersexo está entre o feminino e o masculino. As suas combinações biológicas e desenvolvimento corporal não se enquadram na norma binária (masculino ou feminino).

São pessoas que nunca ou raramente têm atração sexual por outras pessoas, independente do gênero. Não é o mesmo que celibato e existe vários subgrupos.

QUESTIONANDO Pessoas que ainda não têm certeza sobre sua identidade e que ainda estão entendendo o espectro de onde podem se encaixar.

ALIADOS São pessoas não-queer que suportam e defendem a comunidade LGBTQIA+.

+

Designa outras orientações e identidades de gênero.

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27 Klaus Macena traz na pele a marca de sua transição.

DESAFIO: ATENDIMENTOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 Em decorrência da Pandemia de Covid-19, em 2020 os atendimentos do Ambulatório foram suspensos e retomados no segundo semestre, sendo estabelecidos grupos prioritários em decorrência da vulnerabilidade social.

Atualmente os atendimentos ocorrem semanalmente, intercalando as duas linhas de cuidado prioritárias: uma semana a linha de cuidado LGBTQIA+ e na outra a linha de cuidado para a população em situação de rua (PopRua).

RECONHECIMENTO DO CORPO

O estudante de psicologia Klaus Macena se descobriu homem trans com 18 anos.

“Sou bem interessado em moda e vi que tinha alguns modelos andrógenos, sem gênero específico. Assim descobri a transexualidade e vi que todo desconforto que eu sentia com meu corpo e minha imagem, o que eu via no espelho e não encaixava na minha cabeça, tinha uma resposta. Aí eu comecei a correr atrás desse sonho de ser eu’, conta Klaus.

Trazendo na pele a marca de sua transição, ele explica a

história de sua tatuagem, feita para marcar o primeiro ano do reconhecimento do seu corpo e identidade: “Ela tem a figura de minhas duas crianças internas, um menino e uma menina. Esses dois são eu. Uma vivia escondida, era o menino que demorei a aceitar.

A menina me deu base para ser o homem que sou hoje.

A vivência enquanto mulher, no país que a gente vive, na cultura que a gente vive, tão violenta, me possibilitou ser um homem que tem a visão do que é ser uma mulher. Isso é muito importante pra mim”.

Klaus ressalta a importância do Ambulatório: “Me

proporciona um lugar de cuidado com minha saúde e um encontro comigo mesmo, porque algumas pessoas trans procuram algumas intervenções, como o hormônio, a cirurgia... Fazer isso cuidando da minha saúde é uma forma de amor próprio.

Saber que eu posso contar com um lugar com profissionais como médicos e psicólogos que olham e me acolhem é fundamental”, opinou o estudante, enaltecendo o trabalho dos residentes que levam esse conhecimento para outros locais em que trabalham.

Os atendimentos são realizados tanto em forma de interconsulta e consultas compartilhadas (atendimentos interprofissionais), atendimentos coletivos e também na forma de consultas individualizadas com um único profissional, quando há necessidade.

A linha de cuidado LGBTQIA+ do ambulatório oferece acolhimento, garante atendimentos nas especialidades profissionais vinculadas às residências médicas e residência multiprofissional; presta assistência clínica, psicossocial individualizada, bem como ações de cunho coletivo de promoção da saúde, tendo em vista a saúde em seu conceito ampliado; realiza acompanhamento de processo transexualizador e realiza atendimentos em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.

A linha de cuidado da População de Rua se estrutura com a parceria essencial da Prefeitura Municipal de Mossoró, através do Consultório de Rua, oferecendo acolhimento interprofissional e atendimentos individuais nas áreas de enfermagem, medicina, nutrição, psicologia, fisioterapia, serviço social e odontologia.

Realiza-se também o serviço de testagem rápida para ISTs, a partir de parceria com a Secretaria Estadual de Saúde Pública.

A média mensal de atendimentos do Ambulatório Interprofissional das Residências em Saúde no ano de 2020 foi de 180 atendimentos. Essa média se mantém em 2021.

EMENDA FEDERAL

Em 2020 a deputada federal Natália Bonavides indicou uma emenda no valor de R$ 107 mil para aquisição de equipamentos para o Ambulatório LGBTT+, desse valor, a Uern entra com a contrapartida de R$ 1.122,00.

“A destinação visa garantir o acesso à assistência médica especializada para a população LGBTT+ e a execução será em parceria com o programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família e Comunidade, da Uern.

Este recurso reafirma nosso compromisso com a luta pela cidadania dessa população”, declarou Natália Bonavides, autora da emenda.

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EXPECTATIVA DE VIDA

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Brasil encabeça um triste ranking. É o país que mais mata pessoas trans no mundo. Segundo o levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), só em 2020 foram registrados 175 assassinatos. Conforme a Antra, a expectativa de vida das pessoas trans é de apenas 35 anos.

A maioria das mortes é por crimes de ódio, que têm em sua raiz o preconceito mais brutal. As vítimas têm os corpos mutilados e infligidos com requintes de crueldade.

O retrato de uma sociedade atrasada, intolerante e preconceituosa que não aceita as diferenças.

“Infelizmente a gente vê muitos casos na Internet, como o de Dandara, no Ceará, que foi chocante. Pessoas trans com 35 a 40 anos são consideradas idosas. Não tem como uma política pública de saúde não olhar para essa realidade epidemiológica, e entender toda a vulnerabilidade. São pessoas que precisam de um atendimento diferenciado.

Muita gente pensa que a gente está dando privilégio e na verdade não, quando a gente fala em equidade em serviço de saúde, a gente fala de dar as oportunidades que as pessoas precisam ter”, desabafa o professor Rafael Soares, defendo que é necessária uma política específica para a população LGBTQIA+.

Infelizmente a gente vê muitos casos na Internet(...) Não tem como uma política pública de saúde não olhar para essa realidade epidemiológica, e entender toda a vulnerabilidade

CENTRO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DA UERN O Centro de Prestação de Serviços da Uern conta atualmente com uma estrutura construída com recursos da Comissão de Residência Multiprofissional (Coremu), que dispõe de: recepção, três salas de atendimento, uma Central de Material com sala de preparo, sala de esterilização e sala de armazenamento. Além destes espaços, utilizam-se salas de aula, auditório, corredores e pátio interno da Faen.

(Foto: banco de imagens - Freepik).

O Ambulatório atende a população de Mossoró e região circunvizinha, a partir de uma lógica de assistência baseada na colaboração interprofissional e no acesso avançado aos serviços. É um Centro de Prestação de Serviços que envolve

professores, profissionais de saúde residentes (discentes de pós-graduação), técnicos administrativos e acadêmicos do curso de Enfermagem e Medicina da Uern, além de profissionais parceiros da Prefeitura Municipal de Mossoró, assim como parceria de docentes e estudantes da Universidade Federal Rural do SemiÁrido (Ufersa).

O Centro estrutura-se com atividades assistenciais, educativas e de promoção à saúde de acordo com os princípios e diretrizes do SUS, envolvendo equidade, integralidade, descentralização, regionalização e participação social. São constituídos Grupos de Trabalho (GTs) para discussão e aperfeiçoamento

Ambulatório realiza atendimentos especializados

de novas formas de produção de cuidado em saúde, organização de fluxo de atendimento e definição de linhas de cuidado prioritárias.

Até 2019, o fluxo de serviço mensal girou em torno de 800 atendimentos/mês. O ambulatório desenvolvia atendimentos interprofissionais tanto à população em geral, como a linhas de cuidado específicas, como a de trabalhadores e ao público LGBTQIA+, com envolvimento de profissionais de enfermagem, nutrição, medicina, fisioterapia, odontologia, psicologia e serviço social e ocorriam em variados turnos e dias da semana. A expectativa é retomar os atividades após o fim da Pandemia de Covid-19.

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COTAS SOCIAIS MUDAM DESTINO DE ALUNOS E EGRESSOS

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udar a vida de jovens sem perspectivas e fazer justiça social, foi com essa intenção que a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) destacou-se como uma das primeiras instituições de ensino superior do país a implantar o sistema de cotas sociais, reservando metade de suas vagas para alunos de escolas públicas.

Hoje o sistema evoluiu e abrange cotas raciais e para pessoas com deficiência, fazendo da Uern cada vez mais uma universidade socialmente referenciada. Os efeitos disso já são sentidos na prática.

As cotas têm uma função muito importante porque elas proporcionam aos jovens a oportunidade de transformarem a realidade deles

elas proporcionam aos jovens a oportunidade de transformarem a realidade deles, das suas famílias e dos lugares onde eles estão inseridos”, frisa Wendson Dantas, pró-reitor de Ensino de Graduação da Uern.

Wendson Dantas acrescenta ainda que as cotas, além de cumprirem um papel inclusivo do ponto de vista social, tornam-se ainda mais importantes pelo perfil da Uern, que está presente em cinco cidades do interior, além da capital.

“A Uern tem na aplicação das cotas sociais uma forma de consolidar o seu papel de universidade socialmente De 2007 (quando os primeiros referenciada. As cotas são de grande importância porque beneficiados pelas cotas possibilitam a jovens que começaram a se formar) até não teriam essa chance hoje, foram entregues ao a entrada na Uern, que mercado de trabalho 17.496 com sua capilaridade no profissionais, dos quais 7.382 interior do Estado contribui vieram através das cotas sociais, o equivalente a 42,19% ainda mais levando ensino superior e potencializando o dos diplomas entregues no desenvolvimento”, destaca. período.

“As cotas têm uma função muito importante porque Por Bruno Barreto

Uern foi uma das primeiras IES do país a implantar o sistema de cotas sociais (Foto: Jhonny Fernandes - Arquivo Agecom).

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A CONQUISTA DE UM SONHO

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ilho de costureira, mossoroense, com a família materna tendo origem em Serra do Mel, avós agricultores e uma história de vida que interdita o sonho de um menino pobre de ser médico. Hoje no nono período de Medicina na Uern, Natanias Macson tinha tudo para não conseguir realizar o sonho. Com estratégia e busca por atalhos, ele saiu da escola pública para a realização do sonho graças à política de cotas da Uern. “Minha vida sempre foi difícil em termos de oportunidades. Morei muito tempo nas Malvinas e estudei em escola pública”, conta.

Diferente de boa parte dos estudantes oriundos de escola pública que entram no curso de Medicina através das cotas sociais, ele ainda teve a dificuldade adicional de não ter passado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), considerado até melhor que escolas particulares.

“Entrei na Faculdade de Medicina com uma história completa no ensino público e sem passar pelo IF. Eu não estava no mesmo nível acadêmico dos meus concorrentes”, declarou.

Ele conta que sempre teve um desempenho escolar acima da média, mas só percebeu que o curso de Medicina ainda estava mais distante quando foi morar com o pai em Recife (PE), onde ele foi trabalhar como técnico

Natanias Macson realizou o desejo de cursar Medicina (Foto: Cedida).

em construção civil nas obras do Porto de Suape, após uma disputa pela guarda dele e do irmão em que o pai venceu. “Eu fui estimulado no mesmo nível dos meus colegas do ensino público. Eu às vezes cobrava dos professores que aumentasse o nível e eles alegavam que a reprovação seria em massa por causa das condições”, relembra.

Ele relata que só se deu conta de que estava ainda abaixo da média quando começou a estudar no ensino público de Recife: “Quando morei em Recife, as minhas notas despencaram.

Lá tive que mudar totalmente minha forma de estudar e minhas notas começaram a subir”. Eu tentei IF duas vezes aqui e não consegui passar e Medicina sempre foi meu sonho.

Queria fazer UFPE porque lá é referência em cirurgia e meu sonho é ser cirurgião”, complementa.Natanias Macson

conta que teve que se virar com o que tinha em mãos num cenário em que não tinha condições de pagar um cursinho.

A estratégia foi tentar vagas em cursos que melhorassem seus conhecimentos para buscar a vaga em Medicina, assim ele passou nas áreas de exatas e biológicas. “Como não tinha dinheiro para pagar um cursinho eu passei em Engenharia Agronômica na Ufpe para melhorar nos conhecimentos em exatas, depois cursei Biomedicina. Meu plano era com meu trabalho pagar um cursinho para entrar em Medicina”, conta.

“Aprimorei matemática e ciências da natureza”, complementou.

Passar em primeiro lugar não quer dizer nada quando começa o curso e o aluno que passou na última vaga da cota pode ser o mais brilhante. Todos nós temos capacidade, faltam oportunidades

ele relata que passou muitas dificuldades no início. “A gente já passou muito aperto de ficar sem saber se tinha gasolina na moto para a Facs. A cota me fez entrar, mas e permanecer?”, questionou.

A permanência no curso foi viabilizada graças às bolsas e monitorias que a Uern proporciona aos seus discentes. “Por já ter a vivência em Biomedicina, eu já cheguei sabendo o que era uma iniciação e uma monitoria. Então eu comecei a fazer pesquisa e extensão e sempre conseguindo bolsas. Atualmente sou bolsista e é isso que me permite ter gasolina para pôr na moto”, conta.

Assim, ele já desenvolveu projetos de fluxo contínuo com gestantes nas UBSs, Samu e

No curso de Biomedicina Natanias foi implantando uma rotina de estudos das 7h às 23h.

“Quando me formei em 2016 fiz um cursinho público da UFPE que tinham alunos de Medicina entre os professores, conheci cotistas e fui vendo que as histórias deles eram parecidas com a minha e, por ironia do destino, vi que em 2017 eu tinha passado na Uern”, disse.

As cotas da Uern proporcionaram a Natanias a chance de finalmente chegar ao curso desejado e de voltar a morar em Mossoró com a mãe. “Vir para a Uern tinha uma questão emocional porque eu voltaria para Mossoró e a morar com a minha mãe. Realizei dois sonhos”, revela.

Morando em Mossoró com a mãe e o padrasto, motorista,

As cotas proporcionaram a Natanias a chance de chegar ao curso de medicina (Foto: Cedida).

com bolsa entrou no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Tecnológica (Pibit) com projeto sobre pacientes acometidos por doença de chagas; e Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) com educação em escolas.

Na última pesquisa, realizada com pacientes com cirrose hepática, foi feito um estudo com 93 pacientes. “Um trabalho com riqueza de detalhes enorme.

Fizemos um TCC robusto, com quase 70 páginas”, relata.

Dentro da Facs, ele destaca a ajuda da professora Elissandra Barbosa Fernandes Filgueira como fundamental no seu desenvolvimento acadêmico. “A professora Elissandra é quase uma mãe para mim. Ela me ajuda de forma ética”, frisa.

Apesar da história de superação e esforço, Natanias reconhece que sem as cotas jamais conseguiria entrar no curso de Medicina, dadas as adversidades que teve na vida. “Estamos dando lugar a essas pessoas na universidade que tiveram dificuldade. Sem a política de cota, eu jamais entraria na universidade”, admite.

Na condição de um dos alunos que mais produziu academicamente, ele reforça que a colocação no SiSU não faz diferença quando o curso começa e que dentro da universidade é possível superar as deficiências do ensino público.

“Passar em primeiro lugar não quer dizer nada quando começa o curso e o aluno que passou na última vaga da cota pode ser o mais brilhante. Todos nós temos capacidade, faltam oportunidades”, argumenta.

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DA ESCOLA PÚBLICA À PRODUÇÃO ACADÊMICA

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etícia Gabriele S. Bezerra saiu da escola pública na pequena cidade de Governador Dix-sept Rosado/RN para entrar na vida acadêmica através do sistema de cotas sociais da Uern. Bacharela em Gestão Ambiental e mestranda em Ciências Naturais, também pela Uern, ela conta que entrou na Uern em 2015, quando foi realizado o último vestibular da instituição. “Passei em primeiro lugar do meu curso nas vagas destinadas a cotistas oriundos de escola pública”, lembra.

Chegar ao nível em que se encontra agora, como uma mestranda, seria inimaginável para uma jovem de família carente. Mas com as cotas, esse sonho, antes muito difícil de ser concretizado por quem tem origem humilde, se tornou uma realidade.

“Ingressar na Uern foi uma conquista muito grande, pois eu vinha de um ensino público muito carente e pude conquistar meu lugar na universidade através das cotas, que existem justamente para oportunizar vagas às pessoas que sonham em estudar, ter sua profissão, porém muitas das vezes vêm de uma condição muito precária de ensino, passando por diversas dificuldades, como eu”, frisou.

Ela evoluiu dentro da graduação a ponto de ao tentar uma vaga numa concorrida seleção de mestrado ser aprovada já sem a ajuda das cotas. “Atualmente

Foi uma luta muito grande para me formar, e eu dedico até hoje minha formação à minha mãe que sempre me incentivou e incentiva, e sem dúvidas à Uern Letícia Gabriele cursa mestrado em Ciências Naturais (Foto: Cedida).

estou no mestrado, não entrei por cotas, porque não existiam, mas também reconheço a importância de serem criadas cotas na pós-graduação para viabilizar a continuidade dos/das estudantes”, argumenta.

Para Letícia, as cotas deram o impulso necessário para driblar as barreiras sociais impostas pelo sistema educacional.

“Eu vim de um ensino público municipal e estadual no qual faltavam professores, o que só aumentava a dificuldade de aprendizado em algumas matérias. Claro que eu estudava em casa, mas não tinha um acompanhamento, um auxílio e sem condições de pagar cursinhos, pois meu pai é motorista, minha mãe dona de casa, somos uma família de seis pessoas”, diz a mestranda, que passou na primeira tentativa de vestibular para o curso de Gestão Ambiental.

Ela conta que superou uma barreira histórica dentro de sua família: “Meu pai tem o ensino fundamental incompleto e minha mãe apenas o ensino fundamental.

Foi uma luta muito grande para me formar, e eu dedico até hoje minha formação à minha mãe que sempre me incentivou e incentiva, e sem dúvidas à Uern, uma universidade pública e de qualidade”.

A gestora ambiental conclui seu depoimento destacando a importância da política de permanência como as bolsas de iniciação científica. “Não apenas as cotas são fundamentais, como os programas de permanência estudantil que auxiliam a garantia do estudante após a entrada na Universidade. Eu fui beneficiária de dois programas, os quais me ajudaram muito a me manter em parte da graduação”, relembra.

Campus Central da Uern.

Wilson Moreno

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UERN PRIORIZA PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

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aluna Estefane Maria Silva Oliveira, 20 anos, moradora da zona rural de Doutor Severiano, percorria diariamente 36km por trajeto, para cumprir sua jornada de estudo no Campus Avançado de Pau dos Ferros. Estudante do curso de Letras/Língua Portuguesa, Estefane é envolvida com programas formativos e de iniciação científica. Tanta dedicação com o currículo tem um plano certo: pretende ingressar na pós-graduação.

Quando as atividades presenciais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) foram suspensas em março de 2020, devido à pandemia de Covid-19, Estefane ficou preocupada com os estudos no ensino remoto.

“Só tinha acesso a um celular que, inclusive, o funcionamento dificultava muito o uso. Então, o auxílio digital foi a única forma de eu continuar estudando, porque corria o risco de não conseguir atender à demanda Por Iuska Freire

com o que eu tinha acesso. Sou da zona rural, não temos nem sinal de telefone aqui”, afirmou a estudante.

A história de Estefane é parecida com a de centenas de estudantes que enxergam na educação o único meio de progredir de vida. Aluna da escola pública, ela ingressou na Uern pelo sistema de cotas sociais.

Mas, não basta ter política de equidade no acesso ao ensino superior, é necessário ter políticas específicas de permanência na Universidade.

E essa é uma das prioridades da Uern. Foi com esse objetivo que a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) foi criada, em junho de 2018 e, nesse contexto de pandemia, tem empreendido esforços para garantir que os alunos tenham acesso às ferramentas de inclusão digital.

Contemplada no primeiro edital do Auxílio Inclusão Digital, Estefane usou o recurso para contratação de serviço de internet e aquisição de tablet.

“Foi uma iniciativa muito

Estefane Oliveira:“O auxílio digital foi a única forma de eu continuar estudando” (Foto Cedida).

acertada, sabe? Eu sei que ia dar um jeito, porque a gente aprende a dar sempre, mas não seria o ideal”. A estudante mora em um sítio, com a mãe agricultora e mais dois irmãos menores.

O pró-reitor de Assuntos Estudantis, Erison Natécio da Costa Torres, explica que o Auxílio Inclusão Digital está inserido no Programa de Fomento às ações de Assistência à Permanência Estudantil - ProUern.

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39 Pró-reitor Erison Natécio destaca avanços na Assistência Estudantil (Foto: Wilson Moreno - Arquivo Agecom).

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a primeira etapa foram disponibilizadas 1000 vagas com recursos no valor de R$ 1.000,00.

Em seguida, foram ofertadas mais 500 vagas. O investimento possibilitou que os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica pudessem cursar o semestre letivo no formato remoto. A intenção da Universidade é manter esse auxílio de forma permanente, como meio de proporcionar aos alunos o acesso à Internet. Com a oferta de mais 500 auxílios, o valor do investimento até este mês de setembro, soma R$ 2 milhões.

Além do Auxílio Inclusão Digital, a Pró-reitoria manteve o atendimento multiprofissional oferecido aos estudantes que precisam de apoio psicológico e pedagógico. Esse atendimento ocorreu por meio da plataforma Google Meet, nos turnos da manhã, tarde e noite.

A política de assistência estudantil desenvolvida pela Uern é fundamental para assegurar as condições de permanência aos estudantes em situação de vulnerabilidade social. Nesse período de pandemia, todos os programas foram mantidos e as bolsas foram pagas sem atraso.

Em 2015 foram ofertadas 100 bolsas do Programa de Assistência Estudantil (PAE), nos anos seguintes esse número foi ampliado e desde 2019 a Uern vem mantendo 250 bolsas PAE. O programa de moradia universitária também foi ampliado e estendido para os Campi Avançados. Em

Yamara Santos, coordenadora do DCE/Uern (Foto: Camila Dantas).

Lutamos diariamente por uma universidade popular, democrática, que faça ecoar os sonhos da classe trabalhadora

2015 eram 78 estudantes nas residências, em 2020 foram 182 estudantes contemplados com o programa de moradia.

Conforme Erison Natécio, os próximos desafios da Prae são: Implantação do Auxílio-creche; Jogos Universitários, que serão realizados anualmente; Auxíliotransporte, que será distribuído conforme número de alunos matriculados por campus avançado, proporcionando aos estudantes o apoio financeiro para custear o translado até a universidade, seja no transporte urbano ou intermunicipal; Auxílio Emergencial para alunos e alunas que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica e risco

A técnica administrativa Ana Angélica, pró-reitora adjunta, revela seu entusiasmo ao coordenar as ações da Prae, ao lado de Erison. “É muito gratificante saber que, enquanto Gestor da Prae desde sua mulher e técnica administrativa criação, o técnico Erison Natécio da instituição, o meu nome foi tem história com o movimento lembrado para assumir essa estudantil: “Enquanto egresso do função de cuidar da pedra curso de Serviço Social da Uern fundamental da Uern, que são e ex-presidente do DCE, é motivo as pessoas, e em especial os de muito orgulho participar da nossos estudantes. Me sinto, gestão da Prae, sobretudo porque a cada dia, mais motivada e foi a nossa gestão do DCE que empenhada na busca pelo propôs a criação da pró-reitoria aprimoramento e consolidação no processo de estatuinte. A da nossa assistência estudantil”, Uern promoveu uma revolução afirmou Ana Angélica. na assistência estudantil nos A coordenadora-geral do últimos anos. Um crescimento Diretório Central das e dos exponencial que proporcionou Estudantes Anatália de aos nossos alunos o acesso a Melo Alves (DCE), Yamara muitos programas e ações que Santos, ressalta que a Uern impactam positivamente em é formada por estudantes seu cotidiano acadêmico”, que lutam diariamente por afirmou Erison. iminente causado por violência de gênero, conflitos familiares que resultem em situação de rua, etc; e Implantação dos Restaurantes Populares nos campi avançados.

A Uern promoveu uma revolução na assistência estudantil nos últimos anos.

Um crescimento exponencial que proporcionou aos nossos alunos o acesso a muitos programas e ações que impactam positivamente em seu cotidiano acadêmico

uma universidade popular, democrática, que faça ecoar os sonhos da classe trabalhadora.

Yamara Santos foi a primeira estudante de um campus avançado a assumir a coordenação-geral do DCE. Ela faz o curso de Letras/ Língua Portuguesa, no Campus Avançado de Assú. “Nossa amada Uern é fruto da luta de muita gente que sonhou por uma educação pública, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada, do povo e para o povo. São 53 anos de existência que simbolizam vidas transformadas. A Uern é um de nossos mais preciosos bens, um patrimônio potiguar. Vida longa à Universidade que todos os dias nos possibilita sonhar e tornar real os nossos sonhos.

A Uern é resistência”, destaca Yamara Santos.

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AUXÍLIO-CRECHE BENEFICIARÁ ESTUDANTES COM FILHOS DE ZERO A CINCO ANOS

Aprovado pelo Conselho Diretor no dia 20 de outubro de 2020, o Programa Auxílio-Creche, proposto pela Prae, irá beneficiar estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação com filhos de zero a cinco anos, que receberão auxílio financeiro para uso exclusivo com despesas com creche, pré-escola ou cuidador, assegurando a igualdade de condições no exercício das atividades acadêmicas. Terão prioridade estudantes em condição de vulnerabilidade social.

Os recursos relacionados à aplicação do programa, assim como acontece com o Auxílio Inclusão Digital, serão provenientes do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop).

Em setembro de 2019, o Governo do Estado incluiu a Uern como beneficiária do fundo, possibilitando à instituição ampliar a assistência estudantil. A previsão é que, até 2023, a Universidade receba R$ 10,8 milhões através do Fecop.

Vista da Prae no Campus Central.

Wilson Moreno

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UERN PROPORCIONA A FORMAÇÃO CONTINUADA NO INTERIOR DO ESTADO

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ara muitas famílias, sobretudo aquelas que moram no interior do estado, a obtenção de um diploma de graduação para algum de seus membros representa a realização de um sonho, a conquista de ter um “doutor” na família. Isso porque, há alguns anos, o tratamento de doutor advindo da titulação da pós-graduação stricto sensu era algo distante da realidade de muitas destas famílias, uma vez que para dar prosseguimento na carreira acadêmica era necessário se deslocar para grandes centros urbanos.

Em 2007, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) começou a dar sua contribuição para a difusão dos cursos de pós-graduação stricto senso no interior do Rio Grande do Norte, com a implantação das três primeiras ofertas de mestrado: Física e Ciência da Computação, no Campus Central, e Letras no Campus Avançado de Pau dos Ferros.

Hoje são 22 cursos de mestrado

Por Adriana Morais

e quatro de doutorado, em todas as áreas do conhecimento, que possibilitam ao estudante, em especial aqueles que moram no interior, cursar da graduação ao doutorado na própria Instituição.

E foi o que Pâmella Rochelle Rochanne Dias de Oliveira fez.

Após concluir a graduação em Comunicação Social na Uern, optou por dar sequência a sua trajetória acadêmica na própria Universidade. Titulou-se mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Humanas (PPGCISH) e atualmente é doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), do campus Avançado de Pau dos Ferros.

Pâmella Rochelle cursou da graduação ao doutorado na Uern (Foto: cedida).

“Minha mãe engravidou muito nova, aos 17 anos, e por isso não pôde tentar fazer uma faculdade, Natural de Piripiri, no interior do além de ser de uma família humilde e por isso precisava Piauí, Pâmella Rochelle mora trabalhar, não podendo se dar ao em Mossoró desde os seis luxo de estudar. Como sabemos, anos de idade, e é a primeira o estudo, o conhecimento, do núcleo familiar a conseguir por muito tempo foi um luxo diploma de curso superior, “o concentrado nas mãos de que foi uma grande conquista pouquíssimas pessoas”, não só minha, mas de toda minha família”, conta. Ela lembra relembra a estudante, sobre ter sido a primeira da família a ter que entrou na Uern através do oportunidade de ingressar no sistema de cotas sociais, no ensino superior. semestre de 2008.2.

São 22 cursos de mestrado e quatro de doutorado, em todas as áreas do conhecimento, que possibilitam ao estudante, em especial aqueles que moram no interior, cursar da graduação ao doutorado na própria Uern

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âmella Rochelle conta que na época em que prestou vestibular vislumbrava apenas duas opções de instituição de ensino superior: Uern e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa).

“Primeiro porque eu não tinha condições de ir morar em outra cidade e estado, segundo por que mesmo sendo na minha cidade eu só conseguiria cursar se fosse uma instituição pública por não ter como pagar uma privada. Diante disso, optei pela Uern por ela possuir cursos na área de Humanas, área com a qual eu me identificava desde a escola.

A princípio fiquei em dúvida entre Direito e Comunicação Social (com habilitação em Jornalismo), mas no dia da inscrição acabei optando pelo segundo”, relata.

Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), do projeto de pesquisa “Autobiografias em quadrinhos: as escritas de si como fenômeno estético-político”, coordenado pela professora A formação de Pâmella doutora Daiany Ferreia Dantas Rochelle em Comunicação (professora de Jornalismo que Social marcou um importante inclusive foi minha orientadora passo para a transformação social de sua família e inspirou de TCC)”, informa. Ela lembra que nessa época também outros membros a ingressar no ensino superior. “Minha mãe foi monitora da disciplina “Técnicas de entrevista e conseguiu se formar algum reportagem”, e começou a tempo depois de mim, em Pedagogia (área que já atuava), participar de mais eventos além dela, esse ano meu irmão acadêmicos e a produzir trabalhos. caçula defendeu seu TCC no curso de Filosofia, também na “Logo após a conclusão do Uern”, diz. curso, já com planos de tentar um mestrado, eu comecei a trabalhar numa TV local como AMOR PELA PESQUISA repórter do jornal da noite, O interesse de Pâmella e acabei não passando na Rochelle pela vida acadêmica minha primeira seleção de começou na graduação. “Mais mestrado. Foi aí que percebi precisamente a partir do 6º que eu deveria escolher o período, depois de ser bolsista que realmente queria naquele do Programa Institucional de momento e me dedicar

Pâmela seguiu carreira acadêmica sem sair da Uern (Foto: cedida).

Pâmela relata ter participado de eventos e congressos desde a graduação (Foto: cedida).

Com certeza a Uern contribuiu e continua a contribuir para a minha vida profissional, seja ela no mercado na área da comunicação ou de Letras

totalmente a isso, então após quase um ano de trabalho, eu saí da TV e me dediquei a estudar para o mestrado, foi quando passei na minha segunda seleção (em 2014) do PPGCISH/Uern. Fiquei o primeiro ano sem receber bolsa, pois eram poucas as disponíveis, e me virei dando aula de reforço e fazendo alguns trabalhos como freelancer”, lembra Rochelle.

A pesquisadora diz que precisou ter a mesma dedicação para ingressar no curso de doutorado. “Terminei o mestrado no final de 2016 e em 2017 me dediquei a estudar para o doutorado com um pouco de receio, mas com total certeza que era a vida acadêmica que eu aspirava.

Na época, continuei fazendo parte do Grupo de Estudos do Discurso da Uern (Geduern) e publicando artigos, chegando a participar da organização

do IV Colóquio Nacional de Linguagem e Discurso promovido pelo Geduern e pela Faculdade de Letras da Uern”.

Ela lembra que outra pessoa muito importante para vida acadêmica é o professor Francisco Paulo da Silva, da Faculdade de Letras e Artes (Fala/Uern). “Quem me deu muitos conselhos, aulas, emprestou livros e continua a me incentivar”, reconhece.

Por trabalhar com análise do Discurso e com Michel Foucault, optou por tentar o doutorado na área de Letras, com quem sempre dialogou.

Hoje Pâmella Rochelle cursa doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras pela Uern no campus de Pau dos Ferros, unindo sua pesquisa tanto à área de Comunicação como à área de Letras, na construção de sua tese em que analisa os discursos das youtubers negras brasileiras, investigando o racismo, o feminismo e o

empoderamento, que são questões que perpassam a construção de suas subjetividades e os modos de governo de si.

“Sou muito grata à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte por me permitir ter uma formação continuada e de qualidade, sem precisar ir para grandes centros em outros estados. O que, principalmente no início da minha trajetória acadêmica, era algo impossível por inúmeros fatores, entre eles o financeiro”, diz.

E continua: “Com certeza a Uern contribuiu e continua

a contribuir para a minha vida profissional, seja ela no mercado na área da comunicação ou de Letras, seja ela na vida acadêmica.

Sem a Uern eu certamente seria uma pessoa diferente de quem sou hoje. E assim como eu, sei que inúmeros jovens de Mossoró e da região encontram nessa universidade uma possibilidade de mudar de vida, ascender socialmente, se construir enquanto profissional. O que para mim e para muitos seria impossível sem um ensino público, gratuito e de qualidade em nosso estado”, finaliza.

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OFERTA DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO CRESCE DE FORMA PLANEJADA E ORGANIZADA

A

expansão e consolidação da formação continuada na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte tem como base o planejamento evidenciado em seus Planos de Desenvolvimento Institucional, que possibilitou o aumento da oferta de cursos stricto sensu de forma organizada.

Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Uern, o professor Dr. José Rodolfo Lopes de Paiva Cavalcanti, o crescimento da pós-graduação na Universidade pode ser explicado em três frentes. A primeira diz respeito ao esforço coletivo dos nossos segmentos docente e técnico-administrativo.

“Estes vêm buscando importantes soluções para que a Uern possa fortalecer o seu papel de instituição socialmente referenciada e isso repercute diretamente na oferta de mais ações, sejam elas no Ensino, Pesquisa, Extensão ou, no caso, pós-graduação”, explicou.

O segundo ponto que permitiu a ampliação das ofertas de programas de pós-graduação stricto sensu foi uma robusta política de capacitação de pessoal docente e técnicoadministrativo que, ao longo do tempo, tem garantido oportunidades para que os servidores, ao finalizarem as

Atualmente, mais de 90% do corpo docente é formado por mestres e doutores.

O quadro técnicoadministrativo também vive pleno crescimento da sua qualificação Rodolfo Cavalcante avalia crescimento dos cursos de mestrado e doutorado (Foto: Arquivo Agecom).

suas pós-graduações, retornem à Instituição e se articulem em torno de desenvolver essas ofertas. Atualmente, mais de 90% do corpo docente é formado por mestres e doutores. O quadro técnico-administrativo também vive pleno crescimento da sua qualificação.

“Por fim, não podemos deixar de ressaltar aqui o importante trabalho de gestões que nos antecederam e que, diante de um cenário bastante desafiador, conseguiram vislumbrar essas possibilidades nessa Instituição. Enfim, não se trata de um trabalho que rende frutos rapidamente. É necessário um trabalho coletivo que atravessa gerações para que possamos vislumbrar os resultados”, avaliou José Rodolfo Lopes.

Ele ressalta que a Universidade cresceu com a oferta de cursos de pós-graduação, especialmente coma oferta de cursos de mestrado acadêmico.

Para os próximos anos, é importante pensar uma maior expansão por parte dos cursos de doutorado, em relação aos cursos de mestrado, bem como o avanço dos cursos de mestrado profissional, tendo em vista a vocação historicamente existente na Uern em função dos cursos de licenciatura em nível de graduação. “Esta realidade apresenta potencial para modificar a dinâmica da pós-graduação, no que tange especificamente à formação de recursos humanos, impactando sobremaneira no desenvolvimento regional”, frisa.

Escola de Música no Projeto Uern no Parque.

Célio Duarte

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UERN CADA VEZ MAIS PERTO DE ALCANÇAR SUA AUTONOMIA PLENA

Todos os pagamentos, seja salários dos servidores, situação fica ainda mais delicada. de auxílio aos estudantes, Com a autonomia, a instituição aquisição de equipamentos passa a ter o controle de seus pela Fonte 100 ou realização recursos, facilitando a execução de obras são efetuados pelo de obras, serviços e garantindo Governo. maior estabilidade no pagamento Desta forma, uma empresa de seus fornecedores”. que presta serviço terceirizado

suas necessidades. Havendo um cenário de crise financeira, esta

A ideia é que a Universidade passe a receber mensalmente um repasse financeiro através de duodécimo, a exemplo do que acontece com outros órgãos como a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Estado. Com este recurso em conta, a administração universitária será a única responsável pela gestão da folha de pagamento, custeio e investimento da instituição.

U

m sonho perseguido por gerações de servidores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) está muito próximo de ser realizado. Elaborado por uma comissão composta por representantes do Governo do estado e de todos os segmentos da Uern, o projeto de autonomia financeira da instituição em breve deverá ser apreciado pela Assembleia Legislativa, último passo antes de se tornar realidade.

Por não ter autonomia financeira, hoje, o recurso previsto para a Uern na Lei Orçamentária Anual (LOA) do Estado não chega diretamente às contas da Universidade.

Durante suas duas gestões, a autonomia financeira foi uma das prioridades do reitor Pedro Fernandes, e uma luta constante para que se tornasse realidade.

Para o reitor, a importância desta autonomia se justifica por estar diretamente ligada ao fortalecimento da instituição.

“Este projeto garante maior estabilidade e segurança financeira. Sem autonomia, a Universidade permanece na dependência de liberação de recursos mensais para atender Por Luziária Machado

à instituição na área de segurança, por exemplo, tem seu pagamento realizado pelo Governo do Estado, e não diretamente pela Uern. No Pedro Fernandes, Reitor da Uern (Foto: Agecom).

atual modelo, a Universidade elabora todo o processo do pagamento e envia para o Estado, que é responsável pela liberação do recurso financeiro.

Esse modelo tem, ao longo dos anos, acarretado uma série de problemas, como atrasos no pagamento dos processos, rompimento de contratos, atrasos em obras, perda de recursos federais, entre outros, uma vez que o orçamento executado fica muito aquém do orçamento aprovado na LOA.

Reunião da comissão de elaboração do projeto de autonomia financeira da Uern.

Autonomia financeira possibilitará avanços (Foto: Cedida).

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A professora Fátima Raquel Morais, reitora em exercício da

De acordo com o artigo 207 da Constituição Federal, “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.

2014

2016

2017

2018

2019

208,70

224,61

273,01

247,18

272,49

318,06

275,64

329,01 225,23

298,11 2015

290,66

Autorizado Executado

198,09

De 2014 a 2017, a Uern enfrentou dificuldades orçamentárias e financeiras para cumprir as necessidades básicas de seu funcionamento.

A partir de 2018, o cenário de diálogo e tratativa junto ao Governo do Estado ampliou as possibilidades de gestão

A reitora eleita da Uern, professora Cicília Maia, também elegeu a autonomia financeira como uma prioridade que deseja realizar logo no início de sua gestão à frente da Uern. “Esse é um sonho perseguido há décadas, e que se Deus quiser estaremos concretizando muito em breve. Será o quinto marco da história da nossa Uern, um legado do trabalho de muitas pessoas ao longo dos anos. A autonomia financeira vai nos permitir projetar a Universidade em curto, médio e longo prazo.

Será uma nova era da nossa instituição”, afirmou Cicília Maia.

“A Universidade terá avanços significativos nas dimensões acadêmica e estrutural, porém, precisamos dialogar mais fortemente com a nossa comunidade sobre como o custeio, e principalmente o investimento da Universidade será aplicado ano a ano, tendo em vista que temos demandas históricas que não foram atendidas. Temos que trabalhar com prioridades, e ir vencendo cada uma delas”, ponderou Fátima Raquel.

Cicília Maia elegeu a autonomia como prioridade (Foto: Felipe Moju).

246,01

E

A governadora Fátima Bezerra, chanceler da Uern, é favorável à autonomia financeira da Universidade e elegeu este projeto como uma das prioridades de seu governo.

“Desde o início de nossa gestão, quando fomos procurados pela Reitoria da Uern, professores e entidades representativas, nos colocamos totalmente favoráveis à autonomia financeira da Instituição. Ampliar os recursos de uma Universidade que levou tanta oportunidade para milhares de pessoas no interior do Estado, dando chance de uma graduação e de uma pósgraduação, é um compromisso ético e administrativo. Não mediremos esforços para concretizar esse sonho que também é meu”, garantiu a governadora.

A autonomia financeira das universidades públicas é uma discussão nacional, especialmente diante dos ataques a essas instituições.

Algumas universidades já alcançaram esse objetivo.

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) é um exemplo, conquistou sua autonomia em agosto de 2004.

Uern, chama a atenção para a necessidade da Universidade, com a autonomia financeira, discutir internamente as prioridades da instituição.

Ela destaca a importância da autonomia, porém lembra dos inúmeros desafios que essa conquista acarretará.

231,41

Nos colocamos totalmente favoráveis à autonomia financeira da Instituição. Ampliar os recursos de uma Universidade que levou tanta oportunidade para milhares de pessoas no interior do Estado

m 2020, o orçamento aprovado para a Universidade foi de R$ 290,66 milhões, no entanto, o executado foi de R$ 208,70 milhões. No ano anterior, dos R$ 273,01 milhões aprovados, a Universidade só executou R$ 224,61 milhões.

A média/ano, de 2013 a 2020, é de R$ 275,66 milhões aprovados para a Uern contra R$ 233,96 milhões executados.

Esse valor corresponde a 2,29% do orçamento geral do Estado.

orçamentária, sendo aberto o processo de discussão e tramitação da autonomia financeira.

mi

Governadora Fátima Bezerra, Chanceler da Uern (Foto: Elisa Elisie).

2020

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A DEFESA DA VIDA POR MEIO DA VACINAÇÃO

O

cansaço das pernas e do restante do corpo, naquele final de tarde, não diminuía a emoção e a alegria acumuladas ao longo das últimas horas. Em um dos espaços destinados à vacinação na Unidade Básica de Saúde (UBS) Chico Costa, em Mossoró, em abril de 2021, a aluna da Faculdade de Enfermagem Mariana Medeiros, de 23 anos, havia acabado de encerrar seu primeiro dia atuando na aplicação de vacinas contra a Covid-19.

Aquele seria apenas um entre vários episódios nos quais ela contribuiria ativamente para distribuir doses de vacina, otimismo e esperança.

Por João Moura

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55 Aluna da Faculdade de Enfermagem, Mariana Medeiros é uma das voluntárias do projeto.

Eu via a preocupação no olhar das pessoas, se aquela vacina ia realmente tirar a gente do caos da pandemia. Mas ao mesmo tempo eu percebia a confiança e a esperança na aplicação daquela dose

“N

esse primeiro contato, a vacinação ainda estava na faixa etária dos 60 anos. Eu via a preocupação no olhar das pessoas, se aquela vacina ia realmente tirar a gente do caos da pandemia. Mas ao mesmo tempo eu percebia a confiança e a esperança na aplicação daquela dose”, relata a estudante, atualmente no quinto período do curso de Enfermeira.

de outras instituições de ensino, totalizando cerca de 100 voluntários que, ao longo de 2021, aplicaram milhares de vacinas junto à população.

Ciarlini e o Ginásio do Serviço Social da Indústria (Sesi).

“Quando a gente observa a redução dos casos de covid e dos leitos de UTI, a gente sabe que cada vida salva tem a mão da Uern também. A mão da Uern que vacinou, que orientou, “Nós temos uma média de 400 que preencheu o cartão, que pessoas vacinadas por turno, tendo escalas de dois turnos nos ajudou de alguma forma. Sem os voluntários, não haveria sete dias da semana. A nossa contribuição é enorme”, destaca recursos humanos suficiente para atender tantas pessoas”, a professora da Faculdade frisa Magda Lima. de Enfermagem Magda Lima, coordenadora do projeto, o qual Além da participação constante contempla a vacinação contra dos voluntários, o projeto conta Ao longo dos meses seguintes, a Covid-19 e outras doenças, com entidades parceiras, como como a influenza.

Mariana esteve entre os mais a Câmara de Dirigentes Lojistas de 50 estudantes da Uern que de Mossoró (CDL), a Fundação Além da aplicação das vacinas, atuam diretamente na vacinação para o Desenvolvimento da os voluntários atuam em contra a Covid-19 no município, Ciência, Tecnologia e Inovação outras etapas do processo, através do projeto de extensão do Estado do Rio Grande do como a recepção, registro, “Uern Vacina Mossoró!”.

Norte (Funcitern) e o Rotary triagem e orientação da Club, que doaram coletes população, já tendo atendido os Além de alunos de diferentes utilizados pelos participantes. mossoroenses nos principais cursos, somaram-se ao projeto pontos de vacinação da cidade, professores, técnicos de nível Todo o trabalho exercido pelos como unidades básicas de superior, pós-graduandos, voluntários, acrescenta a saúde, o Ginásio Municipal Pedro professora, também contribui membros externos e discentes

Nós temos uma média de 400 pessoas vacinadas por turno, tendo escalas de dois turnos nos sete dias da semana. A nossa contribuição é enorme Professora Magda Lima coordena Campanha de Vacinação (Foto: Allan Phablo).

ativamente para a formação profissional dos discentes.

“Quando os participantes têm essa experiência, eles vão mais seguros para o campo da prática, vão mais conhecedores de uma área muito complicada, que é a vacinação, que só conhece melhor quem tá ali no dia a dia”, salienta.

Para Mariana Medeiros, a qualificação profissional reflete apenas um aspecto do engrandecimento advindo da experiência. “O crescimento pessoal e profissional, eu vou levar para minha vida toda.

Não há dinheiro que pague a sensação de satisfação que sinto. Não tem recompensa maior e melhor do que deixar minha contribuição, enquanto estudante do curso de Enfermagem, para a população mossoroense”, afirma.

Junto com a alegria de contribuir para a preservação da saúde de tantas pessoas, a estudante carrega ainda consigo outra recompensa compartilhada com os

colegas voluntários e com os profissionais de saúde que se dedicam ao combate contra o vírus: a sensação de reconhecimento.

“A cada imunização, eu enxergava no olhar das pessoas a esperança, a alegria e a gratidão. A Enfermagem já buscou muito ser reconhecida, e agora com a pandemia ganhou mais espaço. E eu espero que seja ainda mais”, conta a estudante.

Ao mesmo tempo em que está registrado na memória através do contato com a população atendida, esse sentimento, para Mariana, está materializado através de um presente recebido em um dos dias mais marcantes de sua atuação na campanha de vacinação.

Durante uma ação promovida por uma igreja de Mossoró nos locais de vacinação da cidade, a aluna recebeu de uma criança uma carta de agradecimento, a qual ainda hoje guarda, com o mesmo carinho com que se dedicou à vacinação de tantas pessoas.

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ESFORÇOS CONJUNTOS

Sou testemunha do grande amor que você tem por aqueles que estavam ou estão doentes por causa desse vírus que tem trazido dor e sofrimento para as famílias. Que Deus te proteja e também toda a sua família. A luta é difícil, mas estamos juntos com você.

Agradeço a Deus pela sua vida

Para a aluna, assim como os olhares emocionados das pessoas imunizadas e as falas de carinho e gratidão recebidas a cada turno do trabalho voluntário, são as palavras grafadas na carta que lhe fornecem o “combustível diário” para dedicar-se ao trabalho, aos estudos e à luta constante pela preservação da vida:

“Você não sabe o quanto tem sido importante na minha vida e na vida de muitas famílias, pelo seu carinho por todos que estão enfrentando essa situação tão difícil. Sou testemunha do grande amor que você tem por aqueles que estavam ou estão doentes por causa desse vírus que tem trazido dor e sofrimento para as famílias.

Que Deus te proteja e também toda a sua família. A luta é difícil, mas estamos juntos com você.

Agradeço a Deus pela sua vida”.

Aluna da Faculdade de Enfermagem, Mariana Medeiros recebeu uma carta agradecendo pelo trabalho na luta contra a Covid-19.

S

e foi a protagonista na luta contra o coronavírus em 2021, a vacinação esteve longe de ser a última frente de batalha na qual a Uern se fez presente contra a Covid-19. Ao longo da pandemia, um extenso leque de ações foi desempenhado por toda a comunidade acadêmica, resultando em impactos diretos na preservação da saúde dos potiguares.

Desde o início das primeiras medidas sanitárias que tiveram como objetivo conter o coronavírus, alunos, professores e técnicos da Uern se mobilizaram para viabilizar uma série de ações, a exemplo da confecção e distribuição de centenas de máscaras e da doação de alimentos e produtos de higiene pessoal.

A ação foi protagonizada pelo Departamento de Química, que no início da pandemia havia perdido o professor Luiz di Souza, primeira vítima da Covid19 no Rio Grande do Norte.

Outra vertente das ações desempenhadas pela instituição, ainda em 2020, foi trabalho de orientação e conscientização sobre a pandemia, associadas à divulgação de informações e ao constante apoio e acompanhamento psicológico oferecido a toda a comunidade acadêmica.

Já em 2021, além de continuar iniciativas desempenhadas no ano anterior, os servidores da Universidade participaram da campanha Vacina Solidária, realizada pela Prefeitura com o objetivo de arrecadar e distribuir alimentos às famílias em condição de vulnerabilidade A Universidade também se destacou na fabricação de sabão econômica na pandemia. Em 48 horas de campanha, a líquido e soluções sanitizantes, instituição arrecadou mais de distribuídos para unidades de saúde e entidades que atendem 1.200 quilos de alimentos não perecíveis. populações carentes.

Se, fora das salas de aula e dos laboratórios, a contribuição da Uern é expressiva, esse contexto não poderia ser diferente no âmbito do ensino e da pesquisa. Apenas em 2020, pelo menos 15 projetos de pesquisas relacionados à pandemia foram desenvolvidos pela própria Universidade ou através de parcerias com outras instituições.

Os estudos contemplaram desde questões ligadas ao impacto do vírus em áreas como saúde, meio ambiente e sociedade, até análises sobre os efeitos do isolamento social.

Todas essas ações, entre diversas outras, que ainda se estendem dentro e fora dos muros da Universidade, evidenciam o esforço e o sentimento de colaboração de alunos, técnicos e professores perante a sociedade e reforçam a ideia de que, onde houver necessidade de defesa da vida, a Uern estará presente.

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CADA GOTA DE VACINA É UMA BENÇÃO DE VIDA E UMA SAUDADE POR TODOS OS QUE SE FORAM ANTES DE TEREM A MESMA OPORTUNIDADE.

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) abre espaço nessa revista para homenagear docentes, técnicos administrativos(as) e estudantes que se somam às milhares de vítimas da Covid-19. Pessoas com sonhos e carreiras interrompidas, que não tiveram a chance de receber a vacina na luta contra esse vírus.

Estendemos nossa homenagem aos familiares e amigos, aos egressos que também tiveram perdas e a todos que carregam as dores e marcas dessa pandemia.

Em nome das pessoas listadas abaixo, que tanto contribuíram com a Uern, a instituição lembra das mais de 500 mil vidas perdidas.

Nosso reconhecimento à dedicação de todos que estão atuando na linha de frente da vacinação, aos profissionais de saúde, aos educadores e pesquisadores que apontam que o caminho mais seguro e eficaz é o da Ciência.

Luiz Di Souza – Fanat

Hulda Nunes da Paz – Fala

Katiuscia Moura do Nascimento – Sib/Reitoria

Marco Antônio Cornejo Vasquez - Fala

Édson Lyneker Costa Morais – Sib/Reitoria

Elioenai de Souza Ferreira – História/Assú

Benvenuto Gonçalves Neto – Educação/Assú

Felipe Caetano de Oliveira – Fafic

João Sales dos Santos – Letras Vernáculas/Patu

Olismar Medeiros Lima – Facem

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Voluntários da Uern na Campanha de Vacinação contra Covid-19.

Allan Phablo

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O DOUTOR HONORIS CAUSA DA EDUCAÇÃO No ano do centenário de nascimento do educador Paulo Freire, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) rende suas homenagens ao patrono da educação brasileira.

Considerado um dos maiores defensores da democratização da educação no Brasil e no mundo, o educador, filósofo e escritor foi escolhido pelo Conselho Universitário (Consuni) da Uern para receber o título de Doutor Honoris Causa da Instituição em 2021.

Nascido em 19 de setembro de 1921, em Recife, Pernambuco, Paulo Freire possui uma relação muito importante com os estados do Nordeste, e foi no Rio Grande do Norte, em 1963, que ele começou a colocar seu método de educação em prática. “As 40 horas de Angicos” é um marco para a educação brasileira, constituindo uma das primeiras tentativas de erradicação do analfabetismo. Em 40 horas, um grupo de 300 jovens e adultos foi alfabetizado a partir do método freireano, que busca levar uma conscientização política e de classe para os educandos.

Por Luziária Machado

Paulo Freire defendia uma nova educação, capaz de dar autonomia às classes dominadas por meio do diálogo e de uma educação emancipadora, capaz de reconhecer a cultura do educando e agir com base nela.

A experiência de Angicos foi levada por outros municípios, no entanto, foi interrompida pela ditadura militar. Em 1964, Freire foi acusado de subversão, preso e exilado no Chile. Foi nesse período que escreveu sua principal obra, Pedagogia do Oprimido (1968). Ele ainda passou pelos Estados Unidos e Suíça e prestou consultoria educacional a governos de países com altos índices de analfabetismo, a maioria no continente africano.

O educador retornou ao Brasil em 1980. Foi secretário de Educação de São Paulo, lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ele morreu em 2 de maio de 1997, em São Paulo, aos 76 anos, vítima de um infarto agudo no miocárdio. Seu legado, porém, permanece vivo através de homens e mulheres que lutam contra todas as formas de opressão através da

educação.

A viúva de Paulo Freire, Nita Freire, agradeceu a homenagem prestada pela Uern, uma universidade localizada no Nordeste, onde o educador nasceu e que tanto amou. “O mais honroso dos títulos que uma universidade pode dar, de Doutor Honoris Causa, vocês concederam a Paulo Freire, exatamente no ano em que ele completaria cem anos de vida. Paulo fez muito pelo Brasil, fez muito pelo mundo, mas fez especialmente pelas necessidades dos estados do Nordeste brasileiro. Ele amou essa terra nordestina e ele está se inserindo mais uma vez a sua nordestinidade através dessa grande homenagem que vocês estão conferindo a ele. Muito obrigada!”

Paulo Freire é conhecido mundialmente pelas suas obras e contribuições para a educação, sendo o autor brasileiro mais influente e estudado nas universidades mais importantes do mundo, como Havard e Oxford. Seu livro “Pedagogia do Oprimido” está entre as obras mais citadas no mundo na área de humanidades, estando entre as cem mais lidas nas disciplinas de países de língua inglesa.

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CIÊNCIA, EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS

I

nstituída em 1968, através da Lei Municipal nº 20/68, a Medalha da Abolição é concedida todos os anos, por ocasião da Assembleia Universitária da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), a pessoas e instituições que tenham se notabilizado na prestação de serviços à comunidade, nas áreas de educação e cultura, sobretudo em benefício da Uern.

Com o objetivo de chamar a atenção

para a garantia dos direitos humanos através do fortalecimento da educação e da ciência, em 2021, o tema escolhido para a medalha foi Ciência, Educação e Direitos Humanos.

“Mais do que nunca, nós vivemos numa sociedade que precisa resgatar esses conceitos, em especial, a dimensão do humano, do ser social, garantindo

os seus direitos. Pensar ciência, educação e direitos humanos dentro de uma mesma proposta, de uma mesma esfera, contribuirá sobremaneira para a reflexão dentro da nossa sociedade”, justificou a reitora em exercício Fátima Raquel Morais, presidente da Comissão da Medalha da Abolição.

TÍTULOS HONORÍFICOS

Doutor Honoris Causa – Professor Dr. Paulo Reglus Neves Freire, “Paulo Freire” (in memoriam) – Docente do curso de Direito, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Professor Honoris Causa – Francisco Agripino de Alcaniz, “Chico Traíra” (in memoriam) - Cantor, cordelista e poeta do Vale do Açu;

Professora Emérita – Professora Drª. Maria Ivonete Soares Coelho – Docente da Faculdade de Serviço Social, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; Mérito Administrativo – Técnica Administrativa Hulda Nunes da Paz Bezerra (in memoriam). – Técnica de Nível Superior da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e instrutora musical da Escola de Música Dalva Stella Nogueira Freire.

Conheça os agraciados com a MEDALHA DA ABOLIÇÃO • Associação de Apoio aos Portadores de Câncer de Mossoró e Região: Senhora Ana Clébea Nogueira Pinto de Medeiros - Presidente, representando a equipe da Instituição;

• Ambulatório LGBTT+: Professora Dra. Lorrainy da Cruz Solano – Coordenadora, representando a equipe do Projeto; • Consultório de Rua: Professora Ma. Andrea Taborda Ribas da Cunha – Coordenadora e preceptora da Residência de medicina de família, representando a equipe do Projeto; • Albergue de Mossoró: Senhor Edson Oliveira - Idealizador do ALBEM; • Ambulatório da Faculdade de Ciências da Saúde/UERN: Professor Dr. Cléber de Mesquita Andrade - Coordenador.

• Professor Olismar Medeiros Lima (in memoriam) – Docente do curso de Administração, da Faculdade de Ciências Econômicas, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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N

CURSOS RECONHECIDOS

o dia 24 de abril de 2014, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) entregava, pela primeira vez, um diploma em uma solenidade de Colação de Grau. O marco aconteceu no Campus Avançado de Caicó. Ana Priscila Alves, do curso de Filosofia, foi a primeira aluna da Uern a receber o diploma. Desde então, todos os diplomas passaram a ser entregues nas solenidades de colação de grau presenciais.

Passados 7 anos, a professora de Filosofia da rede básica de ensino em Caicó ainda mantém os laços com a Universidade: “Meu vínculo com a Uern está presente desde o meu ingresso no ano de 2008, até o contexto atual.

Como discente, participei do PIBID [Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência] o que possibilitou uma confirmação sobre o que realmente eu queria ser: professora. Foi uma experiência em que pude participar e me familiarizar com o ambiente escolar somado às disciplinas que a própria grade curricular ofertava”, comentou Priscila.

A professora destaca que a Uern não só marcou sua vida profissional, como continua fazendo parte. “Participo, de forma voluntária, de um projeto de pesquisa de Filosofia com crianças, coordenado pela professora Dra Maria Reilta Dantas Cirino, no campus de Caicó. O projeto denomina-se ‘Filosofia com crianças: pensamento e experiência na escola?’. Esse grupo participa de (Foto: Priscila Krüger).

Por Iuska Freire

Ana Priscila, foi a primeira estudante da Uern a receber o diploma em uma solenidade de Colação de Grau, no ano de 2014 em Caicó (Foto: Cedida).

eventos e publicações e incentivo à continuidade dos estudos na área acadêmica, além de outros saberes surpreendentes”, afirmou Ana Priscila, ressaltando que pretende retomar seus estudos no Mestrado Profissional de Filosofia (Prof-Filo) ofertado no Campus de Caicó.

A entrega dos diplomas nas solenidades de colação de grau marca momentos emocionantes na Uern. Esse rito foi suspenso em 2020 devido à pandemia de Covid-19. Na impossibilidade de realizar eventos presenciais, as solenidades de colação de grau passaram a ser remotas. No dia 8 de abril de 2020, a Uern realizou sua primeira colação de grau de forma virtual, graduando 28 estudantes do curso de Medicina que anteciparam a cerimônia para atuarem na linha de frente contra a doença. A solenidade foi amparada pela Medida Provisória 394, de 1º de abril de 2020 e no Decreto Estadual de 8 de abril de 2020. Desde então, a Uern vem realizando as solenidades por meio de videoconferências.

Atualmente, conforme explica Daniel de Morais, diretor de Registro e Controle Acadêmico, os alunos recebem a certidão de conclusão por e-mail, logo após o término da cerimônia de colação de grau remota. Essa certidão tem uma validade de três meses. “Os diplomas estão sendo emitidos de acordo com a sequência das colações. O setor de diploma informa aos departamentos quando os diplomas estão prontos e os alunos agendam para irem receber o documento”, explicou Daniel.

Mais de 2 mil estudantes foram graduados ao longo de 2020 e 2021 no formato remoto. A emoção mudou de plataforma, mas esteve presente nas solenidades virtuais.

Independente do formato da colação de grau, para garantir a validade dos diplomas a Uern desenvolve um trabalho contínuo para que os cursos sejam reconhecidos ou tenham a renovação do reconhecimento pelo Conselho Estadual de Educação (CEE/RN). O tempo de validade do reconhecimento depende da nota obtida na avaliação, que pode ir até 5 anos – conceito máximo.

O pró-reitor de Ensino de Graduação, Wendson Dantas, explica que, entre os anos de 2014 e 2021, foram realizados 136 processos de reconhecimento ou renovação do reconhecimento de cursos.

Esse número evidencia uma política consolidada, com avaliação contínua nos índices, investimento na capacitação e qualidade do ensino.

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Temos todos os cursos reconhecidos, o que confere ao estudante da Uern o futuro profissional e a garantia da validade de seu diploma em todo o território nacional Wendson Dantas, Pró-reitor de Ensino de Graduação (Foto: Arquivo Agecom).

Em 2020 foram homologados 27 processos de Renovação do m decorrência da Reconhecimento. Já em 2021, pandemia de Covid-19, até junho, foram homologados os processos realizados/ 16 processos, sendo dois abertos nos anos de de Reconhecimento e 14 de 2020 e 2021 ocorreram Renovação do Reconhecimento. de modo excepcional, em que Entre os processos, no dia resultaram na publicação dos 12 de março de 2021, o atos autorizativos concedendo Governo do Estado publicou a renovação de reconhecimento o ato de homologação de automática dos cursos, tendo reconhecimento e renovação de em vista a impossibilidade cursos de graduação da Uern, de visita das comissões de ofertados no Campus Central, em avaliadores do Conselho Mossoró, e nos campi avançados Estadual de Educação. de Assú e Natal.

Para Wendson Dantas, o ato de reconhecimento e renovação REPRESENTATIVIDADE dos cursos representa um Atualmente o Conselho Estadual atestado do Conselho Estadual de Educação acerca da qualidade de Educação é presidido por um professor aposentado da Uern. dos cursos da Uern. Além disso, Ocupa o cargo o prof. Dr. Aécio demonstra a confiança no trabalho constante realizado pela Cândido de Sousa, vice-reitor Instituição para desenvolver uma na gestão de Milton Marques (in memoriam). Outro professor cultura permanente de avaliação aposentado da Uern, também dos seus cursos. “Hoje temos todos os cursos reconhecidos, o já ocupou a presidência do que confere ao estudante da Uern Conselho, o ex-reitor da Uern, Pe. Sátiro Cavalcanti Dantas, futuro profissional e a garantia foi presidente do CEE em dois da validade de seu diploma em todo o território nacional”, afirmou mandatos entre os anos de 1991 a 1993 e de 1999 a 2001.

Wendson Dantas.

E

Em uma matéria publicada em maio deste ano, Aécio Cândido afirmou que tem se difundido nos Departamentos Acadêmicos da Uern, entre todos aqueles que participam dos processos de autorização e reconhecimento dos cursos, uma compreensão mais efetiva das exigências normativas emitidas pelo Conselho. “Por outro lado, o Conselho vem aperfeiçoando seus mecanismos de acompanhamento e avaliação dos cursos. É visão corrente no Conselho o papel relevante desempenhado pelo professor Wogelsanger, pelo reitor Pedro Fernandes e, ultimamente, pela reitora Fátima Raquel, na intensificação e na qualidade dessa interlocução”, explicou Aécio Cândido.

reconhecimento proporcionou o convite e participação na composição do Conselho Estadual de Educação para assim contribuir diretamente com as discussões e elaborações das políticas educacionais do nosso Estado”, detalhou Wogelsanger.

RECONHECIMENTO E RECREDENCIAMENTO

Em 17 de junho de 1993, a Portaria nº 874/93, assinada pelo ministro da Educação e do Desporto, Murílio de Avellar

Hingel, reconhecia a então URRN como universidade, aprovava seu Estatuto e Regimento Geral, e, igualmente, os campi avançados, previstos no projeto da Universidade. O fato aconteceu na gestão dos professores Antônio Gonzaga Chimbinho (reitor) e Maria das Neves Gurgel de Oliveira Castro (vice-reitora).

Antes do reconhecimento, o registro dos diplomas expedidos pela Uern era feito pela UFRN. Em 2017, a Uern iniciou o processo de recredenciamento

junto ao Conselho Estadual de Educação. No dia 20 de abril de 2018, a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte homologou o parecer do Conselho Estadual de Educação, com o recredenciamento institucional da Uern e dos seus campi, localizados em Mossoró, Natal, Assú, Pau dos Ferros, Patu e Caicó. Esse ato legitima todos os diplomas emitidos pela Uern, resultado de um trabalho dedicado e constante.

O professor Dr. Wogelsanger Oliveira Pereira, atual pró-reitor adjunto da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep), é o outro membro da Uern integrando o Conselho Estadual de Educação. O docente explica que o excelente trabalho desenvolvido pela Uern quanto ao cumprimento das normativas e diretrizes é reconhecido e elogiado pelo colegiado.

“O credenciamento da Universidade, autorização e o reconhecimento de todos os seus cursos de graduação revelam a responsabilidade e o compromisso da missão institucional em oferecer a formação profissional qualificada para o mercado de trabalho.

Podemos afirmar que esse trabalho colaborativo aprimorou a avaliação e o planejamento da Gestão do Ensino da Uern. Tal

Mais de 2 mil estudantes foram graduados em 2020 e 2021 em solenidades remotas

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SISTEMAS INFORMATIZADOS GERAM EFICIÊNCIA E ECONOMIA

ficiência, economia, transparência e praticidade podem ser apontadas como grandes qualidades dos sistemas informatizados utilizados pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). Atualmente, a Diretoria de Informatização (Dinf) opera e mantém 15 plataformas, com 37 subsistemas, utilizados nas atividades administrativas, de ensino, pesquisa e extensão.

A Dinf é responsável por planejar, implantar e manter as atividades relacionadas à Tecnologia da Informação da Uern, com a missão de garantir, com excelência, o apoio às atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão institucional, mediante execução e gerenciamento dos serviços e políticas de Tecnologia da Informação e Comunicação.

Os Sistemas Integrados de Gestão - SIG (SIGRH, SIGAA e SIPAC), a Plataforma Íntegra, o Sistema de Automação de Bibliotecas (SIABI), o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), o Sistema Integrado de Gestão de Serviços (SIGs), o Sistema de Periódicos e o Sistema Gestão Fiscal (SIGEF) são algumas das ferramentas utilizadas no funcionamento da Universidade.

A Plataforma Íntegra, com todos os seus subsistemas, o Sistema do Censo da Educação Superior (BDI) e o Sistema de Periódicos foram desenvolvidos pela equipe técnica da Uern.

funcionalidades para a realidade da Uern, como é o caso do SIABI, dos Sistemas Integrados de Gestão - SIG (SIGRH, SIGAA e SIPAC), entre outros.

A importância dos sistemas e plataformas foi reforçada na pandemia do novo coronavírus (Covid-19), quando a Universidade teve que desenvolver soluções e promover o contínuo funcionamento das suas atividades.

Para isso, teve que fazer uso das ferramentas digitais, a exemplo do Google Meet para reuniões e eventos, Google Classroom para as aulas, eleição dos conselhos na Plataforma Íntegra e SIGEleição para a realização da escolha do(a) novo(a) reitor(a) e vice-reitor(a).

“Outro projeto interessante surgiu da necessidade de incentivar os servidores a ter um letramento digital em função do isolamento e redução das atividades presenciais provocadas pela Covid-19. A Dinf se adaptou às modificações nos sistemas de ensino e nas formas de se comunicar e interagir com o público. A partir dessa situação nova, os profissionais da Diretoria ficaram diante de um desafio para se reinventarem”, destacou o professor André Pedro, titular da Diretoria de Informatização.

Atualmente a Diretoria trabalha na manutenção dos sistemas e na implantação dos módulos do SIGAA para EaD, Pós-Graduação e Patrimônio Móvel, bem como Os outros sistemas são fruto de parcerias com outras instituições, a implantação do sistema de diploma digital da RNP. em que a Diretoria adapta as (Foto: Banco de imagens - Freepik).

Por Bruno Soares

André Pedro é o titular da Diretoria de Informatização (Foto: Agecom).

Surgiu da necessidade de incentivar os servidores a ter um letramento digital em função do isolamento e redução das atividades presenciais provocadas pela Covid-19. A Dinf se adaptou às modificações nos sistemas de ensino e nas formas de se comunicar e interagir com o público

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SISTEMAS UTILIZADOS NA UERN

Ação da Uern no Parque Municipal Maurício de Oliveira.

Célio Duarte

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CONVÊNIOS COM IES ESTRANGEIRAS CRESCEM QUATRO VEZES EM 3 ANOS

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excelência de uma universidade passa pela sua abrangência além-fronteiras, e com uma universidade socialmente referenciada, como a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), a história não poderia ser diferente.

A internacionalização da instituição passa por um momento de transformação quadruplicando o número de convênios num período de apenas três anos. Se em 2018 eram apenas sete, sendo três em Portugal somados a outros na Espanha, Itália e França, agora são 29 convênios.

A internacionalização é importante não só pela capacitação de servidores ou por dar oportunidade aos discentes de passar uma temporada no exterior, mas também para assegurar possibilidade de inovação curricular. “Os convênios e acordos internacionais

Por Bruno Barreto

têm por objetivo principal contribuir com a cooperação internacional entre a Uern e outros países, através de parcerias entre órgãos governamentais, universidades, institutos e outras organizações no exterior. Por meio dos acordos, é possível viabilizar recursos estratégicos para o avanço e consolidação da internacionalização da Uern, proporcionando o desenvolvimento de programas para a mobilidade acadêmica, criação de redes de pesquisa internacional e outras atividades em conjunto com instituições do ensino superior”, complementa o Prof. Dr. Pedro Adrião, titular da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais.

“O avanço da internacionalização na Uern é resultado de vários fatores. Por um lado, há a necessidade da instituição

A internacionalização é importante não só pela capacitação de servidores ou por dar oportunidade aos discentes de passar uma temporada no exterior, mas também para assegurar possibilidade de inovação curricular

de se inserir no cenário internacional, que se concretiza por meio da inovação curricular, capacitação do corpo docente, discente e da equipe administrativa por meio da mobilidade acadêmica, do fortalecimento de parcerias com centros de referência internacionais, da promoção, divulgação e intercâmbio da produção científica, tecnológica, cultural e acadêmica entre a Uern e as universidades estrangeiras”, complementa.

O professor Pedro acrescenta que está em curso um processo de mudança de cultura interna na Uern com o processo de internacionalização.

“Há o amadurecimento da comunidade uerniana, que percebe a importância da internacionalização em seu cotidiano, provavelmente fruto da globalização.

A comunidade uerniana tem compreendido que a internacionalização não se resume à mobilidade acadêmica presencial e que é possível fazer-se presente em todos os ambientes da instituição por meio da internacionalização em casa. Esse novo conceito deixa evidente que a internacionalização não é uma atividade nova na nossa instituição. O crescimento no número de acordos é a oficialização das ações realizadas pela comunidade acadêmica há algum tempo e vai além do tripé ‘ensino, pesquisa e extensão’ da universidade”.

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INTERCÂMBIOS, CURSOS E PUBLICAÇÃO DE TRABALHOS RESULTAM DE CONVÊNIOS

CONVÊNIOS FIRMADOS E U R O PA

ITÁLIA 1 Instituição

Internacionalização proporciona maior interação com instituições estrangeiras (Foto: Arquivo Agecom).

FRANÇA 2 Instituições

de Filosofia, conta que, através de uma parceria com a Universidade de Évora/Portugal, atraiu docentes da instituição portuguesa para compor o conselho científico de uma revista do Mestrado em Ciências Sociais e Humanas.

Dois professores da Universidade de Évora compõem o grupo docente que está formulando uma proposta de criação de um doutorado em políticas sociais e direitos humanos

O

processo de internacionalização da Uern tem proporcionado uma maior interação dos docentes, técnicos e discentes com instituições estrangeiras, gerando parcerias acadêmicas como a publicação de artigos científicos e a vinda de docentes estrangeiros para ministrar cursos e disciplinas no Rio Grande do Norte.

O Prof. Guilherme Paiva de Carvalho, do Departamento

Além disso, a parceria está colaborando na elaboração do curso de doutorado em políticas sociais e direitos humanos.

“Tivemos um evento no ano passado e outro neste ano.

Esses eventos envolveram alunos da Uern. Produzimos um artigo com uma pesquisa realizada por uma aluna do Mestrado em Ensino da Uern, minha pesquisa em Portugal e um professor da Universidade de Évora. Três professores da Universidade de Évora estão compondo o conselho científico de uma revista do Mestrado em Ciências Sociais e Humanas. Dois professores da Universidade de Évora compõem o grupo docente que está formulando uma proposta de criação de um doutorado em políticas sociais e direitos humanos”, relatou.

Já a professora Sara Taciana Firmino Bezerra, do curso de Enfermagem do Campus de Pau dos Ferros de Pau dos Ferros, relata que o Instituto Superior

ESPANHA 6 Instituições PORTUGAL 7 Instituições AMÉRICA DO SUL

ARGENTINA 3 Instituições

ÁFRICA

MOÇAMBIQUE 2 Instituições

CHILE 3 Instituições

GUINÉ-BISSAU 1 Instituição

PERU 1 Instituição COLÔMBIA 2 Instituições

de Ciências da Saúde (ISCISA) de Moçambique enviou duas alunas para passar parte da graduação na Uern. “Duas alunas estrangerias vão cursar disciplina de graduação de Enfermagem.

Tem duas professoras que ingressaram no grupo de pesquisa de Enfermagem.

Eles (ISCISA) disponibilizaram duas disciplinas para os alunos da Uern. Vamos divulgar para os alunos para selecionar e ingressar quando as aulas deles iniciarem”, relatou.

A professora Ana Lúcia Aguiar está à frente do Convênio da Uern com a Universidad Marcelino Champagnat (Perú) e Universidad de Medellín (Colômbia) por meio de orientação de trabalhos a alunos estrangeiros. “Está havendo a orientação à doutoranda da UMCH/Peru que estou realizando.

DAIN e pós-graduandos da Uern POSEDUC estão, no momento, com publicação de artigos na Revista da UMCH e na Universidad de Medellin já

aprovada e há a organização (que, também, envolve os alunos da pós-graduação) do IX Seminário Nacional de Narrativas (Auto) Biográficas e II Seminário Internacional de Narrativas (Auto) Biográficas que envolvem Chile, Colômbia, Peru e Argentina”, contou. “Também foi publicado um e-book pelas edições EDUEPB em parceria na escrita de duas cartas a Paulo Freire com Chile, Argentina e Peru”, complementou.

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PROGRAMA TRAZ PROFESSORES ESTRANGEIROS PARA ENSINAR LÍNGUA INGLESA

A

Uern conseguiu ingressar no English Teaching Assistant ETA da Fulbright, programa que permite um intercâmbio com universidades norteamericanas em que professores recém-formados vêm ao Brasil ministrar cursos de inglês.

Desde 2019, o Departamento de Letras Estrangeiras da Faculdade de Letras e Artes (DLE/Fala) entrou no programa da Fullbrigt.

O programa teve três edições, sendo a última paralisada por causa da pandemia. Ao todo,

sete professores já ministraram cursos, beneficiando praticamente todos os alunos do curso de letras. “Além de alunos de jornalismo e turismo”, complementa o Prof. Me. Jorge Carvalho, coordenador do programa ETA na Uern.

O projeto ainda está em vigor, mas paralisado devido à pandemia porque os Estados Unidos não estão liberando a vinda deles. “É um projeto que coloca os alunos em contato com falantes nativos da língua e que focaliza não só aspectos da língua, mas também aspectos locais

Uern conseguiu ingressar no English Teaching Assistant ETA da Fulbright (Foto: Arquivo Agecom).

com questões culturais. A relevância é imensa. Eu não conheço projeto anterior que tenha proporcionado isso aos alunos”, acrescenta Jorge.

O projeto tem proporcionado aos alunos a possibilidade de ministrar português para americanos. “Já tem alunos que manifestaram interesse em se inscrever”, frisou.

A tendência é que, assim que o governo norte-americano autorize a retomada do intercâmbio, os professores voltem à Uern para ministrar os cursos.

Comunidade acadêmica incentiva ornamentação nas Faculdades.

Wilson Moreno

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SERVIDORES PÚBLICOS NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

P

ergunte a um docente ou técnico administrativo sobre o sentimento de trabalhar na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) e, provavelmente, a resposta mais ouvida será: orgulho. Trabalhar na administração pública, ocupar cargos que fazem diferença na vida das pessoas, transformar sonhos em realidade e proporcionar benefícios nos quatro cantos do nosso Estado. São esses alguns dos motivos que levam os mais de 1.400 profissionais a darem o melhor de si todos os dias em prol de uma educação pública, gratuita e de qualidade.

capazes de pensar de forma crítica e exerçam seu papel na sociedade da melhor forma possível”, destacou o servidor lotado no Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafic).

“É contribuir com uma maneira efetiva de desenvolvimento que é a educação. Fazer com que as pessoas sejam

Desde que ingressa e até mesmo depois que se aposenta, o servidor público da Universidade conta com todo apoio dos diversos setores acadêmicos e administrativos,

Ser servidor da Uern tem para Lírio Martins de Miranda Júnior o sentido de ajudar a manter uma janela de oportunidades aberta para nossa região.

Por Bruno Soares (Fotos: Arquivo Progep).

Luan Medeiros acrescenta ainda os sentimentos de gratidão e da luta em ser servidor da Uern.

“Gratidão por exercer uma função pública e servir à população. Luta por estar diuturnamente em processo de busca por validação das garantias funcionais e institucionais disponíveis a todos os servidores desta Universidade: técnicos, instrutores e professores”, detalhou o servidor que atua no Departamento de Artes da Faculdade de Letras e Artes (Fala).

Luan Medeiros atua no Departamento de Artes da Faculdade de Letras e Artes - Fala (Foto: Cedida).

especialmente da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep).

Capacitações, assistência psicossocial, eventos e campanhas, entre outras atividades, oferecem saúde e qualidade de vida e promovem a valorização profissional.

“A gente tenta proporcionar ao nosso servidor uma assistência para que ele se sinta valorizado, se sinta mais feliz dentro do seu ambiente de trabalho.

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83 Lírio Martins diz estar orgulhoso em trabalhar com educação (Foto: Cedida).

Mais de 50% dos professores são doutores. Dos 787 efetivos, 424 possuem doutorado, 296 mestrado, 60 especialização e sete são graduados. Os dados são de maio deste ano.

Em relação aos 649 técnicos, seis são doutores, 92 mestres, 412 especialistas, 73 graduados, 52 têm ensino médio e 14, ensino fundamental.

PLANO DE CARGOS, CARREIRA E SALÁRIOS

N

ós tentamos manter um ambiente saudável dentro da Universidade para que alunos, técnicos e docentes, além dos terceirizados, possam construir sua vida profissional e passar de forma saudável pela instituição”, enfatizou Jéssica Neiva Figueiredo, titular da Progep.

Ainda são realizadas campanhas de vacinação, de prevenção e combate ao assédio, Uern Pela Vida (Setembro Amarelo), Outubro Rosa, Novembro Azul e a Campanha Meu Melhor Natal, de cunho social e solidário, além de uma série de ações voltadas à promoção do bemestar, executadas por meio de parcerias internas e externas.

CONCURSOS PÚBLICOS AMPLIAM QUADRO DE PESSOAL

A Uern contava, até maio de 2021, com 649 técnicos

administrativos de nível médio e superior e 787 docentes, ambos efetivos, sendo boa parte proveniente dos concursos públicos de 2010 e 2016.

As constantes convocações dos aprovados com a renovação do quadro de pessoal são outra demonstração de um serviço público preocupado em melhor atender os anseios da sociedade.

“Como os números podem mostrar, nós temos aí, em virtude da realização do concurso de 2016, diversas convocações. E isso fez com que nós tivéssemos a condição de diminuir a contratação [provisórios] e manter um corpo docente e de técnicos qualificado dentro da instituição”, ressaltou a próreitora de Gestão de Pessoas.

O último concurso realizado pela Uern proporcionou a convocação de aprovados Entre outubro de 2013 – logo para suprir a carência de após a posse do reitor Pedro arquitetos, analistas de Fernandes Ribeiro Neto no seu sistemas, bibliotecários, primeiro mandato e seu vice contadores, engenheiros Aldo Gondim – e julho de 2014 eletricistas, engenheiros (final da validade do concurso de segurança do trabalho, de 2010) foram efetivados 56 jornalistas, técnicos de técnicos administrativos e 15 laboratório, psicopedagogos, docentes. psicólogos, psicólogos Do certame de 2016 foram educacionais, entre outros. A efetivados, até o dia 30 de junho qualificação dos docentes e deste ano, 165 docentes e 252 técnicos reflete na rotina de técnicos, sendo 89 de nível trabalho, prestando melhores médio, 115 de nível superior e 48 serviços administrativos e de nível superior especializado. acadêmicos.

Os técnicos administrativos vivem agora a expectativa da aprovação do tão esperado Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS). O documento foi entregue ao Governo do Estado no dia 28 de junho de 2021 pela Reitoria da Uern e a direção do Sindicato dos Servidores Técnicos da Uern (Sintauern).

A reitora eleita da Uern e chefe de gabinete da Reitoria, professora Dra. Cicília Maia, participou da entrega ao Gabinete Civil.

“Acompanho de perto a construção deste plano pelos servidores técnicos administrativos desde a época que fui pró-reitora de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis, em 2017.

A valorização efetiva da Uern passa, inevitavelmente, pela aprovação de sua autonomia financeira e do plano de cargos, carreira e salários dos servidores da Instituição”, declarou.

EVOLUÇÃO NO QUADRO DE SERVIDORES

A Uern contava, até maio de 2021, com:

787 DOCENTES

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TÉCNICOS ADM.

424

6

DOUTORADO

DOUTORADO

92

296

MESTRADO

MESTRADO

412

60

ESPECIALIZAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO

7

73

GRADUAÇÃO

GRADUAÇÃO

Do certame de 2016 foram efetivados até o dia 30 de junho deste ano:

165 DOCENTES

252

TÉCNICOS ADM.

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ESCOLA DA UERN APOIA ARTESÃOS E ARTISTAS POPULARES

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uando finalmente os primeiros editais da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural começaram a ser divulgados em agosto de 2020, depois da Lei nº 14.017 ser sancionada em 29 de junho do mesmo ano, surgiu no meio cultural uma nova preocupação.

Percebeu-se que, sem ajuda para a formatação dos projetos, muitos artistas populares ficariam sem condições de acesso aos três bilhões de reais em recursos garantidos pelo Governo Federal e distribuídos por estados e municípios.

Elaborada pelo Congresso Nacional com a finalidade de atender ao setor cultural do Brasil, um dos principais afetados por medidas restritivas de isolamento social impostas durante a pandemia de Covid-19, a Lei Aldir Blanc disponibilizou verbas para os potiguares através da Fundação José Augusto (FJA), do Governo do Estado.

Por Ilana Alburquerque

(Fotos: Edileusa Martins).

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do Rio Grande do Norte, e da Fundação Capitania das Artes, do Município de Natal.

Para concorrer aos editais, artistas, autores e produtores culturais precisavam submeter projetos nos termos e formatos legais exigidos e esbarravam na inexperiência com esses critérios. Pensando nos colegas professores, amigos artistas populares, produtores e alunos ansiosos por financiamentos culturais, a Profa. Dra. Irene Van den Berg, através da Escola de Extensão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (EdUCA/ Uern), em Natal, passou a oferecer ajuda para apoio, assessoria e produção de projetos para submissão.

Com esse trabalho articulado, a Escola ajudou 37 projetos a captar mais de R$ 250 mil.

Foram livros, lives, espetáculos de dança e de teatro, oficinas e videoconferências.

Conteúdos produzidos e conhecimentos difundidos, através dos projetos que captaram financiamento, sendo cinco junto à Funcarte e 32, à FJA.

experiência em produção de projetos culturais, participação em editais e captação de recursos públicos para o fazer artístico, proporcionando a eles inserção e visibilidade na cena cultural da cidade, bem como o alcance de novos públicos por meio das tecnologias usadas como uma forma cada vez mais abrangente de fazer e consumir arte, que exigiram a reinvenção e a produção contínua de atividades criativas nos momentos de isolamento social, para garantir renda e circulação de recursos financeiros na cadeia produtiva das artes, especialmente para os pequenos empreendedores da cultura, como artistas e profissionais de som, luz, iluminação, costura e muitos outros.

ensinaram dezenas de pessoas a produzir artesanato para consumo ou comercialização.

A coordenadora da Associação, Marlene Santana, comemora a parceria com a EdUCA Uern e o resultado do trabalho de apoio, assessoria e produção de projetos para financiamentos pela Lei Aldir Blanc. Ela conta que recursos foram empregados na melhoria da acessibilidade para idosos no prédio da Associação, bem como serviu para realizar ações de comercialização de produtos artesanais e despertar o interesse de pessoas na busca por aprender técnicas artesanais ensinadas na Julieta Barros, seja como terapia ocupacional ou para geração de renda.

Associação de Idosos Julieta Barros conseguiu aprovar três projetos e captar mais de R$ 20 mil.

Dentro da Uern Natal, os principais beneficiários foram os grupos artísticos da EdUCA: Baobá (Teatro) e Cinese (Dança), além de projetos do Departamento de Ciências da Religião e da Incubadora Catavento, projeto do Departamento de Turismo do Campus da capital.

Para jovens artistas (grupos artísticos da EdUCA), a professora acredita que conseguiu compartilhar

Recursos serviram para realizar ações de comercialização de produtos artesanais.

A professora Irene conta que estudou os editais para projetos relacionados a saberes e ofícios populares, preocupada em abrir caminhos para que os recursos assegurados pela Lei Aldir IMPACTO SOCIAL Blanc chegassem aos que O trabalho de apoio, assessoria precisavam e mereciam, ao e produção de projetos invés de voltar para os cofres culturais para financiamento do Governo Federal, por falta pela Lei Aldir Blanc foi além de projetos nos termos e dos muros do Campus de Natal formatos exigidos pelos editais. e ajudou artistas populares e “Sempre mantive laços artesãos da capital e região estreitos com a cultura e os metropolitana. Com ele, a artistas populares, bem como Associação de Idosos Julieta com a atividade acadêmica e Barros, vizinha da Uern Natal, a produção cultural. Eu sabia conseguiu aprovar três que uma costureira ou rendeira projetos e captar mais de R$ 20 mil, aplicados em melhorias idosa e pouco ou nada letrada não teria condições de acessar estruturais e produção de as verbas da Lei de Emergência oficinas on-line de iniciação Cultual. Por isso, eu soube que a técnicas artesanais, que precisava ajudar”, contou a promoveram a distribuição de renda entre os artistas idosos e professora.

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89 Irene Van den Berg estudou os editais para projetos relacionados a saberes e ofícios populares (Foto: Arquivo Agecom).

bilro, reutilização de materiais e composição em madeira.

O Minicurso “Comida de Santo: saberes da tradição para a prática pedagógica” está disponível no canal Ciências da Religião Uern Natal, com oito aulas ministradas pela yalorixá Ya Luciene de Oyá e participação das professoras Irene van den Berg e Araceli Sobreira, da Uern Natal.

O Projeto Mnemônicas, também no canal Ciências da Religião Uern Natal, apresenta videoconferências para difundir conhecimentos sobre a memória religiosa potiguar, permeada pela memória histórica de instituições, sujeitos/grupos, lugares e festas/ práticas, numa iniciativa integrada de ensino, pesquisa e extensão.

C

om esse trabalho, Irene acredita que conseguiu despertar o interesse e a consciência do direito de participação em editais de acesso a recursos públicos para a Cultura, além de contribuir para dar visibilidade e valorização do saber tradicional relacionado ao ofício de artesã ou cozinheira. “Eu quis agir para garantir notoriedade pública a biografias de representantes de ofícios tradicionais, por meio de produtos audiovisuais gerados e compartilhados. Bem como para a perpetuação desses saberes e fazeres, através da reinvenção das formas de

divulgar e comercializar produtos artesanais”, afirmou a professora, que já pode comemorar o sucesso do trabalho que realizou.

PRODUTOS E PROJETOS

Algumas das produções que a EdUCA ajudou a produzir com financiamento pela Lei Aldir Blanc podem ser acessadas no YouTube, como a Oficinarte: Iniciação a técnicas artesanais, no canal da Associação Julieta Barros. Trata-se de oficinas de artesanato em 12 vídeos, nos quais seis artesãos apresentam técnicas para iniciação em crochê, bordado livre, renda de

A websérie Mulheres da Tradição está no canal Uern Natal com cinco documentários independentes, sendo três sobre gastronomia e dois sobre artesanato, nos quais as protagonistas narram as biografias e saberes delas, ligados às receitas tradicionais da culinária potiguar e à técnica da confecção da renda de bilro.

E o e-book “Auto de Natal no Reino de Pindorama”, escrito pelo professor e diretor do espetáculo Denilson David, que, depois de emocionar centenas no palco da Uern Natal, transformou o Auto em livro disponível no site da Edições Uern, com a história de um reino distante que, após longa guerra entre as famílias sangue azul e sangue encarnado, passa a ser governado por uma rainha má, que proíbe seu povo de comemorar o Natal.

Auto de Natal apresentado por alunos do EdUCA, Campus de Natal.

Demis Roussos

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ENTREVISTA CICÍLIA MAIA Reitora Eleita

Jefferson Garrido ONLINE

No dia 28 de setembro, a professora Dra. Cicília Raquel Maia Leite assume a gestão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). A reitora eleita, juntamente com o vice-reitor eleito, professsor Francisco Dantas de Medeiros Neto, estarão à frente da Universidade durante o quadriênio 2021/2025.

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Nathan Figueiredo ONLINE

Em entrevista, Cicília Raquel respondeu aos questionamentos dos jornalistas Jefferson Garrido

, chefe do Departamento de

Comunicação Social (Decom/Uern), e

Nathan Figueiredo

e da estudante

, da Assessoria Jurídica,

Brena Alves

, do curso

de Jornalismo da Uern, representando, respectivamente, os segmentos de docentes, vel 20mbps, ping 89ms

Brena Alves ONLINE

técnicos administrativos e discentes. Ela falou sobre propostas para otimizar as ações de ensino, pesquisa e extensão.

Cicília Maia também abordou questões sobre projetos para melhoria da infraestrutura da Universidade, ações de modernização e informatização dos processos, as ideias de parcerias para potencializar as ações da Uern

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junto à sociedade, entre outros temas.

Confira a entrevista na íntegra através deste código QR ou pelo link: qrco.de/bcMpJA

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93 comunicação e transparência da nossa instituição.

E no nosso programa de gestão, colocamos ações específicas no sentido de fortalecimento dos mecanismos institucionais de comunicação e transparência de informação. Essa modernização é imprescindível para que as instituições possam se adaptar e possam, consequentemente, ofertar um melhor serviço a nossa comunidade.

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Brena Alves Queria saber se existem propostas para a reestruturação da infraestrutura dos laboratórios da Uern?

Um dos pontos principais para os próximos quatro anos é reestruturar a nossa infraestrutura. Sabemos de todas as dificuldades e das questões de limitação orçamentária, mas sabemos que a nossa vontade de fazer, de planejar e executar nos próximos quatro anos é muito grande, e nós vamos conseguir.

Obviamente que não conseguiremos resolver tudo da noite para o dia. Temos consciência de que somente bem planejado, articulado com o Governo do Estado e com a nossa sonhada autonomia financeira, nós conseguiremos reparar essas estruturas. Para isso, vamos fazer um levantamento de toda a infraestrutura da nossa Universidade, do qual nós já conhecemos os principais gargalos, e a partir daí vamos, junto com nossa comunidade acadêmica, planejar a execução dos próximos quatro anos.

Durante a pandemia, a digitalização dos processos teve uma aceleração exponencial e eu acredito que a tendência seja continuar essa modernização. A senhora tem algum projeto para implementar a modernização dos processos físicos?

Nathan Figueiredo

Vivemos um período de pandemia que acometeu todo mundo e a gente precisou se reinventar. Acredito que a Uern precisa sim aproveitar esse momento para que a gente possa fortalecer cada vez mais os mecanismos de

A modernização dos processos também passa pela questão da sustentabilidade em todos os seus sentidos, com a redução de processos de papel. Hoje temos o SEI (Sistema Eletrônico de Informações) em funcionamento, onde a gente se comunica de uma forma muito melhor. Hoje nos reunimos através de ferramentas virtuais, possibilitando as transparências das nossas ações. Isso são alguns exemplos de ações de modernização que já ocorrem na Universidade e que pretendemos continuar com a nossa gestão.

Sobre o vislumbrar da ampliação de cursos da nossa instituição, como buscar parcerias e empreender junto às faculdades para termos novas opções, novas ferramentas, novos cursos interativos, ampliando o leque de vagas ofertadas pela Universidade?

Jefferson Garrido

Um tema bastante importante para os próximos quatro anos. Temos muitos desafios para os próximos anos, e dentro destes acredito que a expansão seja um dos principais. É importante que a gente entenda que tipo de expansão a gente quer realizar nos próximos anos. Isso precisa ser muito bem planejado. A gente sabe que existe a expansão da graduação, da pós-graduação e do Ensino a Distância. Também existe a necessidade de novos cursos que ainda não estão sendo ofertados pela Uern.

Nós queremos conversar junto com a comunidade acadêmica e com a sociedade sobre qual é a expansão que queremos para os próximos anos.

No momento em que crio um curso, eu tenho que pensar nas consequências dele, preciso saber que aquele curso precisa de um corpo docente, de um corpo técnico-administrativo, de um Projeto Pedagógico de Curso alinhado com as necessidades do mercado de trabalho, e tem a necessidade de infraestrutura. Então, nós precisamos sentar de forma profissional e determinar quais serão os cursos que a Universidade vai apoiar, qual vai atender a vocação de cada região, para

que esse curso venha a realmente beneficiar a localidade a qual está inserido, e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da região.

Quais os projetos da nova gestão para incentivar os estágios não curriculares durante o período de graduação?

Brena Alves

A Universidade tem uma responsabilidade muito grande com o estudante que recebe. No momento de receber, em que a gente precisa mostrar para ele o que é estar em uma Universidade; no momento em que ele está executando o curso de graduação, que aí entra o fortalecimento da tríade de ensino, pesquisa e extensão; e na política de colocação do aluno no mercado de trabalho. Por isso, é muito importante os cursos estarem refletindo sobre o que está se formando e até que ponto temos o mercado de trabalho para absorver.

E a Universidade é responsável por esta etapa de ampliar os estágios, visando oportunizar que o aluno tenha esse contato com o mercado antes da finalização do seu curso. Também precisamos estimular o empreendedorismo, a inovação nos nossos cursos, precisamos criar mecanismos de relacionamento maior entre os cursos de graduação e de pós-graduação com o mercado de trabalho, precisamos extrapolar cada vez mais os muros da universidade.

Nós estamos ampliando as parcerias de estágios, com o trabalho da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e também queremos ampliar o processo de internacionalização. Hoje temos mais de 24 convênios com instituições de outros países, e queremos com esses convênios ter um intercâmbio maior entre essas instituições.

A Uern está discutindo o novo Regimento Geral da Uern. De que forma a senhora acha que o regimento inaugura esse novo momento para a Universidade?

Nathan Figueiredo

Temos um Estatuto que foi aprovado em 2019. E percebemos no dia a dia a necessidade desse regimento alinhado com o novo Estatuto.

Ao ser aprovado esse novo regimento, teremos condições de executar na integralidade o nosso estatuto e, consequentemente, que todos os outros processos estejam alinhados com esse novo regimento. Então, eu vejo esse processo com muito bons olhos e acredito que com essa aprovação a gente possa dar fluidez aos nossos processos, uma

Nós estamos ampliando as parcerias de estágios, com o trabalho da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e também queremos ampliar o processo de internacionalização

vez que tanto o estatuto quanto o regimento foram discutidos no presente, com toda a comunidade acadêmica.

A Universidade, quando investe em extensão, promove a integralização com a sociedade. Como a senhora pretende buscar parcerias junto ao Estado, à iniciativa privada para o desenvolvimento e potencialização das ações de extensão?

Jefferson Garrido

A cada conversa que temos com o setor produtivo, a cada encontro com o setor público é vislumbrando de que forma os projetos que temos hoje, de que forma os pesquisadores que temos hoje podem ser úteis para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. A gente precisa estreitar os laços com o setor produtivo, de modo que a gente mostre o potencial que a Uern já tem, e que podemos fazer muito mais. Tenho certeza que com a soma de esforços, com parcerias com os setores público e privado, podemos incentivar nossa comunidade acadêmica a desenvolver seus projetos de pesquisa e extensão.

A Universidade socialmente referenciada é um verdadeiro celeiro de sucesso. Como a senhora avalia os casos de sucesso de egressos da Universidade, como por exemplo o egresso Eli Cafrê, que foi destaque no Profissão Repórter?

Brena Alves

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95 A exemplo do egresso de Comunicação Social, a gente fala em nome de todas as pessoas que têm um desempenho espetacular através de um curso de graduação ou pós-graduação da Uern. Nós ficamos imensamente felizes quando recebemos notícias de um egresso que está fazendo sucesso em qualquer área do conhecimento. E o que a gente quer é fazer com que esses exemplos sejam cada vez mais frequentes e que eles possam impactar tantas e tantas outras vidas.

Jefferson Garrido Como repensar a Universidade, como reestruturar todas essas instituições que a compõem, de modo a otimizar os serviços prestados e que a Uern seja ainda mais eficiente e centro de excelência no interior do Estado?

Acredito muito que temos vários instrumentos institucionais que são fundamentais para essa rediscussão. Primeiro a gente precisa fazer com que a nossa comunidade acadêmica A gente precisa reproduzir isso cada vez mais. A gente entenda que a avaliação institucional deve precisa dizer que através da educação conseguimos ser contínua e o resultado que essa avaliação transformar vidas, conseguimos transformar cenários. disponibiliza. E isso é algo que a gente deve discutir Então, eu acho que é esse legado que a gente precisa com nossa comunidade universitária de forma passar para as próximas gerações. Eu tenho certeza muito prática, o que os resultados dessa avaliação que quando a pessoa ver um aluno cinco estrelas, representam. Com isso a gente pode discutir, consegue fazer com que outros se inspirem e planejar e fazer com que nossas dificuldades sejam acreditem que podem chegar lá. superadas.

A gente pretende criar um programa com essa A gente precisa perseguir a corresponsabilização. retroalimentação, onde o egresso da Universidade É necessário que todos dentro da comunidade possa falar com quem ainda está nos bancos das universitária entendam o seu papel na universidades. A gente tem muitos exemplos e transformação e, consequentemente, em como precisamos reverberar esses exemplos cada vez mais. pode fazer parte do desenvolvimento de nossa Nathan Figueiredo Um dos pilares recentes Universidade. Cada um tem uma missão. O dessa modernização da Universidade é a estudante tem sua missão, o técnico administrativo qualificação do corpo técnico. Não só através tem sua missão, o docente tem sua missão, e mais dos concursos que aconteceram, quanto um ator, que é a sociedade. Não adianta ter os de projetos internos interessantes, como três entes da universidade bem alinhados se não pegar pessoas qualificadas dentro da própria estiver de acordo com o que a sociedade precisa.

Universidade para ofertar seminário, cursos, Isso é algo que podemos discutir dentro de nossos minicursos e oportunizar a qualificação dentro documentos institucionais. Nós teremos em breve da instituição. Quais os projetos que a gestão a discussão do nosso Plano de Desenvolvimento tem para que esse tipo de iniciativa continue?

Institucional, que é um lugar onde a gente precisa refletir os próximos dez anos de nossa instituição Nós queremos expandir cada vez mais e é onde a gente quer dizer como estamos as capacitações, as qualificações. Aprendemos a imaginando nossa expansão nos próximos fazer isso de forma remota, nesse momento de dez anos, dizer o quanto essa universidade é pandemia. E o nosso projeto de gestão tem essa imprescindível para o desenvolvimento do Estado. aposta muito grande na qualificação do servidor, Há uma necessidade que a gente discuta, ciente de a gente precisa, para além da qualificação técnica, cada um do seu papel, entendendo a sua missão, ir para a qualificação das relações, que é uma para que a gente possa potencializar cada vez mais das coisas que a gente não vai abrir mão, que é os nossos resultados. a valorização humana. Vamos perseguir cada vez mais uma forma de como a gente pode garantir os direitos humanos dentro da Universidade.

E é algo que a gente pretende fazer nos próximos quatro anos, que é deixar uma política sustentável de direitos humanos. Não abriremos mão disso.

A qualificação é essencial, e não deixaremos de fazer as capacitações, qualificação com nossos servidores.

Podcast produzido pela Agência de Comunicação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

A cada episódio, convidados da comunidade acadêmica discutem um tema especial com os apresentadores.

Reitoria da Uern.

Arquivo Agecom

Jornalismo para quê?

Existe uma enorme expectativa de que estejamos vivendo, atualmente, uma mudança de eras; mais do que uma era de mudanças. Parece apenas trocadilho, mas, com isso, muda a lógica do pensar as dinâmicas sociais, pois as cosmovisões, crenças, práticas e tradições sofrem grandes rupturas, mudam, deixam de existir no nível conhecido.

Assim é com a democracia, assim parece ser com o jornalismo. Em menos de uma década, os jornais impressos deixaram de existir, e formatos novos operam a partir dessa economia, que parece se firmar em atenção e dados, mais do que em informação. Pelo menos, à primeira vista.

Como marcos dessa era secular, temos o ataque às torres gêmeas (EUA, 2001); a quebra dos mercados mundiais (2008) e, sem dúvida, a pandemia (2020). De forma intangível, temos os processos de digitalização, algoritmização e inteligência artificial. Com o smartphone e sua incrível capacidade computacional, as gigantes da tecnologia fizeram de seu modelo de negócios uma exigência obrigatória para o resto do mundo.

Mas, contrariando as expectativas, parece que o jornalismo se faz mais necessário agora, quando existem dados demais – e informação de menos. E, como na democracia, o jornalismo não parece capaz de cumprir as grandes promessas, mas é responsável por um importante rascunho do presente.

Fotomontagem com referência nas obras de David Hockney, imagens por freepik.com

A hipótese de que todo mundo gere conteúdo é até plausível, mas na prática, não podemos consumir todo conteúdo de todo mundo. Isso devolve ao jornalismo o papel de curadoria do conhecimento, de agentes qualificados e confiáveis para tratarem informação de natureza pública e interesse coletivo.

Esse é um trabalho que, de resto, não angaria publiposts, como ruas esburacadas, falta de saneamento e distribuição de vacinas.

Mas também não estamos dizendo que apenas a parte cinza, sisuda ou sem graça dos fatos é que sobraram ao jornalismo. Acreditamos que essas frentes vão ser muito importantes para a prática da profissão: Jornalismo e direitos humanos.

Após as guerras mundiais do século passado, foram criados grandes documentos e tratados de direitos humanos, e essa gramática de direitos humanos parecia avançar. O terrorismo produziu um retrocesso com a super vigilância, as leis marciais e a ostensiva diminuição de garantias ao redor do mundo. A agenda dos direitos humanos agora trabalha a partir de um marco civilizatório mínimo, e resgatar e tratar essas questões deve ser uma função prioritária ao bom jornalismo.

Jornalismo de dados. Apesar de tanta informação por aí (quem lê tanta notícia? Já diria Caetano), há mais desinformação, mentira e ignorância. Os dados não se mostram com transparência, as autoridades não respondem aos pedidos de explicação

e prestação de contas, e cabe ao jornalismo coletar, tratar e traduzir os dados. Mais do que uma tarefa, o jornalismo de dados cuida de uma abordagem metodológica, que envolve conhecimentos específicos.

Educação informal. O bom jornalismo deverá ser formador, e não apenas informador. Precisa tratar com ética suas fontes, seu olhar e a forma como toca a vida das pessoas. Jornalistas com opinião devem entender suas responsabilidades. Aqui, explicitamos que perspectiva, viés de consciência ou linha editorial, em regra, o corpo profissional de jornalismo tem. Não é a mesma coisa de opinar, emitir juízos de valor ou qualidade do que está tratando em seu material jornalístico.

Para emitir opiniões, pode responder juridicamente por elas, uma linha já traçada na jurisprudência do tema.

Comunicação organizacional. Na época do jornalismo de fontes, em que cada pessoa, empresa, órgão, tem o seu mix de produtos de comunicação,

o jornalismo continua sendo uma forte coluna para as estratégias de marketing.

Até mesmo se falar marketing de conteúdo implica na produção de informação útil e de qualidade, para além de publicidade.

Assim, a transparência, a inclusão e a ética de responsabilidades devem guiar as iniciativas de jornalismo nas organizações.

Olhando por esse leque de possibilidades, acreditamos que o jornalismo mudou, consideravelmente.

Várias de suas formas de expressão deixaram de existir. As plataformas têm tanto usado o conteúdo jornalístico sem contrapartida monetária como investido em inteligência artificial para elaborar textos jornalísticos, de forma a evitar essa possibilidade no futuro.

Todavia, o jornalismo diz respeito à comunicação do agora, com todas as dificuldades e todos os desafios. Como esse tempo presente é cada vez mais exigente, parece que ainda haverá quem leia e escute tanta notícia.

Veruska Sayonara de Góis Graduada em Comunicação

Social - Jornalismo pela Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (1999), graduada em Direito pela

Universidade do Estado do

Rio Grande do Norte (2005)

HINO OFICIAL DA UERN

Música: Fábio Monteiro Letra: Antônio Francisco/Fábio Monteiro Arranjos: Gideão Lima Neste chão em que fecunda A semente do saber, Que germina esperança Na certeza do crescer Ensinando e aprendendo, Do sertão ao litoral, Este sonho em terra fértil Para ser universal És UERN a pilastra Que sustenta o grande plano, Doravante vai pungindo A missão do ser humano Somos a UERN, Nos orgulhamos em educar Somos livres pela força do espírito, A liberdade está dentro de nós Nós buscamos consciência, Nossa emancipação, O respeito a nossa gente, No vigor à educação Exaltemos aos docentes, Nosso corpo estudantil, Servidores que trabalham Para o avanço do Brasil Prometemos ir em frente Com o sol da igualdade, Na vereda da justiça Campeando a liberdade

Reitor

Pedro Fernandes Ribeiro Neto Reitora em exercício

Fátima Raquel Rosado Morais Chefe de Gabinete

Cicília Raquel Maia Leite

Subchefe: Jandeson Dantas da Silva Pró-reitor de Administração Tarcísio da Silveira Barra

Adjunta: Simone Gurgel de Brito Pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças Iata Anderson Fernandes

Adjunta: Denise dos Santos Vasconcelos Silva Pró-reitora de Gestão de Pessoas Jéssica Neiva de Figueiredo Leite

Adjunto: Wogelsanger Oliveira Pereira Pró-reitor de Assuntos Estudantis Erison Natécio da Costa Torres

Adjunta: Ana Angélica do Nascimento Nogueira Pró-reitor de Ensino de Graduação

Wendson Dantas de Araújo Medeiros

Adjunta: Francisca Maria Gomes Cabral Soares Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação José Rodolfo Lopes de Paiva Cavalcanti Adjunto: Cláudio Lopes de Vasconcelos Pró-reitor de Extensão Emanoel Márcio Nunes

Adjunto: Francisco Fabiano de Freitas Mendes

e mestre em Direito pela UFRN (2009). Atualmente

é professora da Faculdade de Direito (FAD), da

Uern, atuando principalmente nas áreas de acesso à informação, liberdade de expressão, ética, direito à informação jornalística.

A UERN é membro da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM), única representante do Rio Grande do Norte, das quarenta e cinco Instituições de Ensino Superior (IES) associadas, pertencentes a vinte e dois estados da Federação, e com um papel fundamental na erradicação do analfabetismo, na superação das desigualdades educacionais, na melhoria da qualidade da educação, na promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade, entre outras diretrizes descrita no Plano Nacional de Educação (PNE), Lei N° 13.005, de 25 de junho de 2014.

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