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VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM (AVALIAÇÕES

cia (EaD), que se processa por meio de um ensino alternativo à educação presencial, e a Educação Online (EOL), que se constitui em uma abordagem didático~pedagógica (Ibid.). Referente a EaD, os autores desta concepção acrescentam que:

[...] frequentemente pensamos em um aluno estudando os conteúdos sozinho (autoaprendizagem, autoestudo), no “seu próprio ritmo”, e o computador sendo utilizado como uma “máquina de ensinar”, como preconizado por Skinner (~1960), o que fez emergir a crença de que os professores um dia serão substituídos por computadores. Nessa concepção, os computadores representam uma evolução das mídias e não modificam o modelo de comunicação de massa, predominantemente unidirecional, que tipicamente caracteriza a abordagem instrucionista-massiva que ainda hoje é muito praticada na modalidade a distância – não é essa a concepção pedagógica que estamos propondo para as suas aulas online!

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Neste momento de reinvenção dos modos de ser, fazer, conhecer e conviver da educação e da própria vida convidamos todos/as a mergulharem na Dança e seus processos criativos, a estudarem/pesquisarem/experimentarem novos caminhos para seus processos de ensino~aprendizagem, ressaltando que para este, observando o disposto nesta proposta, basta terem interesse e planejarem com atenção e afeto as estratégias que serão utilizadas, o caminho a ser percorrido.

Inúmeras são as questões já postas para se levar em consideração nos momentos de encontros com os/as estudantes, se pensarmos que ainda podem surgir outras é possível entender a importância de se preparar com antecedência, de planejar e ter intencionalidade nas atividades e abordagens a serem propostas. Os planejamentos, quando bem realizados, podem minimizar possíveis problemas, começando pelos de condições estruturais das escolas, bem como de formação dos/as professores/as, dentre inúmeros outros. Não se deve gastar muito tempo pensando num problema em si, ao identificar o problema, é mais produtivo se gastar tempo pensando nas possíveis soluções, planejando-as, a partir dos contextos envolvidos nas práxis (análise de realidade).

Os momentos de planejamentos também podem servir para identificar pseudo problemas, que podem chegar por diversas direções, tais como uma possível carga horária reduzida, o local para se efetivar os encontros (aulas), a própria aceitação dos/as estudantes ou mesmo a visão educativa que permeia o ambiente escolar e a comunidade. Identificar falsos problemas é importante para se lembrar que ensinar exige “[...] humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores [...mas também] apreensão da realidade [...] comprometimento [...] tomada consciente de decisões [...]” (FREIRE, 2001, p. 8), dentre inúmeras outras.

Os planejamentos devem definir focos específicos para os encontros, que deverão ser explanados para os/as estudantes no início de cada experiência e refletidos ao final destas, como por exemplo: o que move um corpo? Qual a dança de cada corpessoa? Lembrando que o próprio planejamento não deve ser cristalizado, este não deve constituir um único caminho, solidificado. Cada proposta de plano deve ser flexível e estar minimamente preparado para improvisar outro/s caminho/s, que pode/podem ser de mudança no objetivo específico do encontro ou mesmo na metodologia, o que não constitui perda dentro do pensamento de Educação Integral, principalmente numa perspectiva rizomática.

Também é importante pensar na coerência de nossas ações, a serem compreendidas sempre como práxis (teórico~práticas). Torna-se de extrema importância que sejamos sinceros, e, após refletir e decidir qual será seu modo de atuação enquanto educador/a, que siga suas convicções, sabendo que elas poderão ser observadas, referenciadas e até questionadas pelos/as próprios/as estudantes, o que acaba por se tornar um importante momento de interação para diminuição de possíveis linhas abissais (SANTOS, 2018) entre as corpessoasenvolvidas (professores/as, estudantes e/ou outras).

Outra conexão que não se deve esquecer é que as atividades a serem propostas devem ter um nível de complexidade compatível com os/as estudantes. Aqui temos que observar no mínimo dois aspectos, o do itinerário formativo do currículo, proposto pela rede de ensino, e o do/a próprio/a estudante, em sua potencialidade individual. É lógico que não estamos querendo indicar que você faça um plano para cada estudante, mas, identificar e planejar formas de potencializar suas propostas de ensino entendendo a diversidade que constitui cada turma, com vistas a valorizar as potencialidades de cada corpoessoaem suas: etnias, faixas etárias, gênero, desenvolvimento corporal (bio~psico~motor~social~afetivo~cultural), experiências de vida, interesses individuais e coletivos, ou seja, uma educação para a diversidade e um aprendizado pelas diferenças (MISKOLCI, 2012).

O momento do planejamento traz consigo muitas possibilidades de reflexão sobre todos os processos que se darão a partir deste, inclusive prováveis tentativas de sanar algum problema eminente, tal como a falta de materiais ou outros. Um bom planejamento dá margens para pensar outras formas de fazer, inclusive quando se oportuniza a participação, nesse planejamento, da própria comunidade discente.

REFLETINDO SOBRE AS ESCOLHAS DOS CAMINHOS (METODOLOGIAS)

Qual a sua primeira ação ao acordar, abre os olhos? Você levanta logo ou se espreguiça antes de levantar? O que faz primeiro após levantar? É sempre da mesma forma ou difere de um dia para o outro? As escolhas que você faz para trilhar o caminho de execução das ações constituem os métodos que você emprega no intuito de melhorar o seu fazer. O conjunto de métodos e técnicas que você propõe compõe a metodologia que você está utilizando.

Propor uma metodologia é algo mais simples do que se imagina, pois, no ato de planejar, geralmente, já se começa a pensar em quais atividades serão propostas e como desenvolvê-las, ou seja, já se começa a pensar na metodologia a ser utilizada. Ao definir os caminhos que você irá propor e descrevê-los, no intuito de tornar entendível o trajeto a ser percorrido, você compõe a metodologia.

Ao relembrar a epígrafe que abre este capítulo, penso que os caminhos, métodos e técnicas pelos quais serão propostos os processos de ensino de Dança devem levar em consideração todos os fatores envolvidos, como as diferentes realidades, contextos e interesses (do/a estudante, do/a professor/a, da escola), bem como as concepções educacionais propostas neste documento, como oportunizar o/a estudante em ser produtor/a do conhecimento, protagonista na construção dos saberes e fazeres a serem experimentados/criados, e ainda, tudo isto sendo pensado para um ensino que pode ser remoto e/ou presencial.

Nestas perspectivas, não se pode deixar de estabelecer diálogos com as novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e, neste sentido, devemos evidenciar a “[...] emergência de autoria e autonomia em contextos nos quais se adotam abordagens pedagógicas mobilizadoras da criatividade e participação discentes” (ROSADO, 2014, p. 7), que poderão reforçar todo o pensamento educacional que vem sendo traçado neste documento.

Ao decidir trabalhar por caminhos que promovam o/a estudante como protagonista destes/nestes processos, já se começa a pensar por meio de um dos princípios das chamadas metodologias ativas, que, nesta perspectiva, consideram que os/as estudantes “[...] ocupam o centro das ações educativas e o conhecimento é construído de forma colaborativa” (DIESEL; BALDEZ; MARTINS, 2017, p. 271).

As metodologias para o ensino de Dança na escola, o como serão trilhados os caminhos da educação que está sendo proposta, deve refletir sobre a necessária modificação das realidades, a criação de novos mundos possíveis, como denotado no seguinte questionamento de Isabel Marques: “[...] como podemos criar um mundoem sala de aula para que nossa experiência com dança dentro de um contexto educacional seja significativa?” (2012, p. 103).

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