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Coco

SARA GALVÃO

Miguel quer ser músico, tal qual o seu ídolo, Ernesto de la Cruz. Mas a família dele baniu toda e qualquer musicalidade, uma estranha proibição que dura há gerações. Miguel não desiste, contudo, e através de trocas e baldrocas acaba por ir parar à Terra dos Mortos, um universo colorido onde descobrirá antigos segredos de família…

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Uma das mais bonitas e espampanantes animações da Pixar, Coco consegue arrancar lágrimas aos mais cínicos de entre as suas audiências, ao mesmo tempo que celebra a cultura mexicana, estereótipos à parte. De que fala Coco, então? O que começa por ser uma história sobre alguém que tem de lutar contra a sua própria família para seguir os seus sonhos vai-se transformando numa parábola sobre vida, morte e lembrança, e acaba por mostrar que, por mais que tentemos fugir de quem somos e de onde vimos, nada é mais poderoso — ou importante — do que as pessoas com quem partilhamos um código genético. Nada mau para uma animação musical cujo público-alvo são crianças, hein?

Apesar da ausência de humor (em comparação com outros filmes da Pixar) — ou talvez exactamente por isso — Coco consegue chegar aos píncaros emocionais de um Wall-E, algo ajudado pela excelente música de Michael Giacchino e, claro, por um guião que nos suga para dentro de um mundo cheio de cores e esqueletos dançantes onde os mortos estão mais vivos que os vivos e onde nem tudo é o que parece. Com várias piscadelas de olho a objectos culturais tão reconhecíveis como o chinelo da avó, Coco consegue o raro feito de mostrar o lado colorido da morte.

Título nacional: Coco Realização: Lee Unkrich, Adrian Molina Elenco: Anthony Gonzalez, Gael García Bernal, Benjamin Bratt Ano: 2017

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