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a um autor lusófono TAP baptiza avião em homenagem a Ary dos Santos

Com Fernando Tordo, Ary escreveu mais de 100 poemas para canções do músico e o duo Tordo/Ary continua a ser, até hoje, um dos mais profícuos da História da Música Portuguesa PRÉMIOS E HOMENAGENS | REVISTA AUTORES · P17

TAP BAPTIZA AVIÃO EM HOMENAGEM A ARY DOS SANTOS Um destino traçado desde “Asas”, primeiro livro do afamado poeta

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Foto cedida pela Direcção de Comunicação da Cooperativa TAP

José Carlos Ary dos Santos, o afamado poeta, autor de mais de seis centenas de canções inesquecíveis, como “Lisboa Menina e Moça”, “Desfolhada”, “Tourada” ou “Cavalo à Solta”, foi homenageado pela TAP, no passado dia 29 de Janeiro. Tal como aconteceu em Julho do ano passado com o genial compositor e instrumentista Carlos Paredes, a TAP baptizou agora o seu novo avião A320Neo com o nome do poeta Ary, que morreu fez 36 anos a 18 daquele mês. Um destino que quase se poderia dizer traçado muito cedo na vida do autor, já que o seu primeiro livro, lançado aos 14 anos, como lembraram e declamaram os familiares Fátima e Bernardo Ary dos Santos, chamava-se “Asas” e nele podiam ler-se versos como o profético “Abrindo ao vento as asas da alegria, eu vou partir”.

Fazendo jus à sua irrequietude e ousadia, foi com um cenário bem ao gosto de Ary e tendo como pano de fundo a sua imagem “de marca”, olhar focado e cigarro na mão, aqui diante de um enorme avião, que pelo hangar 6 da “cidadela” da TAP no aeroporto de Lisboa passaram muitos amigos, familiares e companheiros de lides poético-musicais, evocando o seu nome. “Serei tudo o que disserem: poeta castrado, não!”, uma das frases mais lapidares e iconográficas de Ary compunha a cena, numa alusão simbólica ao facto de, a partir de então, passar a ser também nome de avião e poder voar…

Foi, sem dúvida, uma cerimónia comovente, entre poemas, discursos e canções, que contou com a presença, entre outros, do compositor Nuno Nazareth Fernandes, com quem Ary coassinou várias canções, e de Fernando Tordo (na foto) e Simone de Oliveira que cantaram os clássicos temas que ele escreveu para eles: “Tourada” e “Desfolhada”.

A escolha do nome para o avião, segundo o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, “seguiu a linha dos baptismos anteriores, de homenagear portugueses relevantes para a História de Portugal, nas mais diversas áreas”. De recordar que, entre os baptismos mais recentes, contam-se Jorge de Sena, Raul Solnado, Agustina Bessa-Luís, Carlos Paredes e Zé Pedro. “Uma merecida homenagem a um dos mais talentosos poetas contemporâneos portugueses”, disse o responsável, que, aludindo ao seu lado festivaleiro, salientou, entusiasmado: “Agora, o nome do poeta voará ainda mais longe, voará ainda mais alto”.

De facto, embora a sua obra poética seja imensa e os cantores e compositores com quem trabalhou tenham sido dos maiores nomes portugueses, desde Fernando Tordo, Simone de Oliveira, Tonicha, Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo, Amália Rodrigues, Maria Armanda, Teresa Silva Carvalho, Vasco Rafael, entre outros, até aos mais recentes como Susana Félix, Viviane, Mário Barradas, Vanessa Silva e Katia Guerreiro, foram especialmente os poemas para canções do festival que deram fama maior a Ary. Ficou na História da Música Portuguesa por ter escrito poemas de quatro canções vencedoras do Festival RTP da Canção e apuradas para representarem Portugal no Festival Eurovisão da Canção: “Desfolhada” (1969), com interpretação de Simone de Oliveira, “Menina do Alto da Serra” (1971), interpretada por Tonicha, “Tourada” (1973), interpretada por Fernando Tordo e “Portugal no Coração” (1977), interpretada pelo grupo Os Amigos.

A partir de agora, a par das suas canções lançadas por esse mundo fora, Portugal vai enviar para os céus o avião José Carlos Ary dos Santos. Nas “asas” do seu sonho. EE

GUITARRISTA E COMPOSITOR COM 200 TEMAS REGISTADOS NA SPA CUSTÓDIO CASTELO É DISTINGUIDO EM ALMEIRIM COMO PROFISSIONAL DO ANO PEÇA PREMIADA PELA SPA NO TEATRO ABERTO “ALMA”, DE TIAGO CORREIA EM CENA ATÉ 29 DE MARÇO Custódio Castelo foi o escolhido pelo Rotary Club de Almeirim para Profissional do Ano. A cerimónia de homenagem ao artista do concelho de Almeirim realizouse no passado dia 31 de Janeiro, no Salão Nobre na Câmara Municipal de Almeirim. O compositor, produtor discográfico e conhecido guitarrista “foi escolhido pelo seu exemplo profissional, de ética e espírito de serviço” algo que o Rotary Club de Almeirim pretende praticar e difundir, sendo ele também um profissional da cultura e artes. Custódio Azevedo Fidalgo do Castelo nasceu em Almeirim a 23 de Dezembro de 1966. Com apenas 7 anos constrói um instrumento musical, mas é aos 13 que começa a tocar guitarra, primeiro acústica e depois eléctrica, integrando alguns conjuntos de música popular portuguesa e bandas rock. Através da discografia de Amália Rodrigues descobre a sonoridade da guitarra portuguesa e passa a ser este o instrumento da sua eleição. É na sua terra natal que começa por ter aulas de guitarra portuguesa com Lionel Menderico e, mais tarde, desenvolve com Raimundo Seixas o estudo do repertório tradicional de fados e guitarradas. O seu talento interpretativo granjeia-lhe rápido reconhecimento entre os mais exigentes e, como tal, Custódio Castelo é convidado a acompanhar muitos dos grandes nomes do fado tradicional, caso de Vicente da Câmara, Manuel de Almeida, Fernando Farinha ou Cidália Moreira, entre outros. “Alma”, a peça escrita por Tiago Correia que ganhou o Grande Prémio de Teatro da Sociedade Portuguesa de Autores em 2018, está em cena no Teatro Aberto, com encenação de Cristina Carvalhal. Com estreia no dia 4 de Fevereiro, a peça, que se centra nas problemáticas de três jovens que procuram um outro sentido para as suas vidas, vai estar em cartaz até 29 de Março. Pedro Filipe Marques ajudou na dramaturgia e é autor também do vídeo, que representa o que vai na cabeça do protagonista, o acamado. Custódio Castelo faz a sua estreia em trabalhos discográficos em 1986, quando é convidado por Jorge Fernando para gravar o seu álbum de estreia, de título “Enamorado”. Desta forma, iniciaram uma parceria de gravação e produção discográfica que se mantém até à actualidade. Custódio Castelo é compositor, produtor discográfico e músico. Como compositor tem cerca de 200 temas registados na Sociedade Portuguesa de Autores. Como produtor discográfico, desenvolve projectos próprios e com outros músicos. E, como músico, divide a sua carreira entre os espectáculos a solo e projectos com outros músicos. Foto de Inácio Ludgero Foto de Inácio Ludgero

Uma peça toda feita por jovens, em que há um que está acamado, todo engessado, num sótão, e que recebe primeiro dois amigos conhecidos, um rapaz e uma rapariga, e depois um outro desconhecido. A problemática das redes sociais está em foco. Com dramaturgia de Cristina Carvalhal e Pedro Filipe Mateus, a interpretação é de Bernardo Lobo Faria, Bruna Quintas, Guilherme Moura e Sofia Fialho. A encenação é de Cristina Carvalhal, cenários e figurinos de Ana Vaz, vídeo de Pedro Filipe Marques, desenho de luz de Cárin Geada, sonoplastia de Sérgio Delgado, assistência de encenação de David dos Santos. Em cena até 29 de Março na Sala Vermelha do Teatro Aberto, “Alma” é o segundo texto de Tiago Correia a vencer o Grande Prémio de Teatro da SPA. O primeiro foi “Pela Água”, em 2016.

CONCURSO GRANDE MARCHA DE LISBOA 2020 TEM COMO TEMA “AMÁLIA RODRIGUES”

O concurso Grande Marcha de Lisboa 2020, cujas candidaturas decorreram até ao passado dia 28 de Fevereiro, homenageia a diva maior do Fado no próximo hino das Festas da Cidade. A juntar a “Lisboa”, tema obrigatório, a letra da composição deve, igualmente, inspirarse em “Amália Rodrigues” neste ano especial de celebração do centenário do seu nascimento. A composição vencedora será apresentada e interpretada por todos os participantes das Marchas Populares de Lisboa. Aberto a todos, individual ou colectivamente, residentes em Portugal e maiores de idade, este concurso constitui já uma tradição com mais de duas décadas, distinguindo anualmente a originalidade literária e musical dos autores da composição vencedora com um prémio no valor de 5500 euros. A Câmara Municipal de Lisboa e a EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural voltaram, assim, a lançar o desafio para a criação da composição (letra e música) da Grande Marcha de Lisboa que será seleccionada pelo júri. Nesta edição do concurso, a escolha da vencedora cabe a Renato Júnior (em representação da Sociedade Portuguesa de Autores) e aos músicos Carlos Mendes e Rita Guerra.