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MANIPULADORES TELESCÓPICOS

Brasil, na Europa se fazia tudo com carregadeira e escavadeira, seja de porte médio ou grande, mas agora os miniequipamentos definitivamente conquistaram território nas frotas”, aponta Bracco.

De acordo com o diretor da Manitou, o manipulador é extremamente versátil, com características que aumentam a produtividade. O pulo do gato está em fazer a solução se tornar mais conhecida. “Quando o cliente descobre que pode fazer tudo com apenas uma máquina, não vai querer outra”, apregoa Bracco, contrapondo que o mercado não está tão dinâmico como no ano passado, que se mostrou excepcional especialmente pelo fato de as empresas precisarem de máquinas para ampliar a frota. “Um cenário de aumento de frotas não representa necessariamente um aumento real e consistente de mercado, que é decorrente do aumento da utilização do manipulador”, observa o especialista.

Aquecimento

Na mesma linha, o presidente da Sany do Brasil, Alex Xiao, aponta que os parques de energia solar estão entre os setores em que a demanda por manipuladores mais cresceu nos últimos dez meses. Ele também tem observado um uso maior da solução na movimentação de paletes e materiais de construção, assim como de bags e outros materiais relacionados à produção de açúcar e álcool. “Com base no desempenho da Sany nas vendas desse tipo de máquina no ano, a previsão de cerca de 440 unidades vendidas em 2023, conforme as estimativas atualizadas do Estudo de Mercado da Sobratema, tem uma boa chance de se concretizar”, sopesa o especialista da fabricante chinesa.

Segundo ele, a empresa tem recebido um volume significativo de solicitações de cotação, principalmente de clientes de menor porte, com uma distribuição ampla por todo o país. “No entanto, essa concretização em grande parte depende da disponibilidade de crédito”, diz Xiao, para quem os clientes seguem hesitantes em fazer investimentos em equipamentos com pagamento à vista. Para ele, as altas taxas de juros para financiamento e as significativas restrições na liberação de crédito por parte dos bancos estão criando desafios consideráveis para o fechamento de negócios. “Portanto, embora haja uma demanda aparente, o ambiente econômico e as condições de crédito podem influenciar consideravelmente a realização dessa previsão”, argumenta.

Outro ponto que chama a atenção é que, na análise de Xiao, o mercado de locação de manipuladores está apresentando uma dinâmica muito peculiar no momento. “Notamos que a demanda tem se inclinado mais em direção aos usuários finais, representando cerca de 70% das solicitações, enquanto os locadores compreendem aproximadamente 30%”, posiciona. “Contudo, é importante considerar que os grandes locadores já possuem um suprimento satisfatório desses equipamentos atualmente.”

A avaliação contrasta abertamente com as observações da Manitou, cujas vendas de manipuladores revelam o inverso. A empresa europeia estima que distribuição das vendas da marca no país seja de 70% para locadoras e de 30% para clientes finais – incluindo construtoras, empresas prestadoras de serviços e mineradoras. No entanto, Xiao reforça a percepção de um aumento na demanda por parte de clientes de menor porte como explicação. “Muitas empresas menores estão considerando a possibilidade de adquirir seu primeiro equipamento ao invés de optar pela locação”, conta. “Além disso, alguns estão expandindo suas frotas devido ao crescente interesse pela solução, especialmente no setor de parques de energia solar.”