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SEGMENTO CONSOLIDA RETOMADA NO PAÍS

APÓS RESULTADOS ACIMA DAS EXPECTATIVAS, MERCADO ESPERA CONTINUIDADE

NA TENDÊNCIA E PODE CHEGAR A UMA INÉDITA MARCA DE QUATRO DÍGITOS NAS

VENDAS NOS PRÓXIMOS ANOS, MAS AINDA HÁ DESAFIOS PELA FRENTE

Por Santelmo Camilo

Entender o desempenho das vendas de manipuladores telescópicos no Brasil não é uma tarefa tão simples, pois exige conhecimento sobre a trajetória oscilante desses equipamentos no mercado. Por volta de 2011, essas máquinas passaram a ser bem-demandadas por aqui, especialmente em razão de programas públicos no setor da construção, como o Minha Casa, Minha Vida, além de aplicações crescentes no agronegócio. Porém, pouco depois, o país mergulhou na crise econômica que devastou segmentos inteiros de obras de infraestrutura, acarretando forte queda nas vendas de máquinas, o que também impactou a comercialização de manipuladores.

Passados os anos mais duros de escassez, o Brasil volta a dar sinais de que o crescimento no uso dessas máquinas vem se tornando realidade novamente. Sob uma perspectiva histórica, os setores da construção e agrícola têm sido os principais im- pulsionadores da demanda, cada um representando aproximadamente um terço desse mercado.

Na área agrícola, por exemplo, as operações mais comuns envolvem a movimentação de produtos como feno e ração e confinamento de gado, além da manipulação de diferentes produtos, como amendoim, frutas, fertilizantes, adubos, grãos e calcário, seja em big bags, paletes (com garfos) ou a granel (caçambas). “Além da movimentação tradicional de materiais na construção, observamos uma tendência de inovação em outros setores, expandindo as aplicações para incluir a movimentação de ardósia, por exemplo, o que demonstra a admirável versatilidade desses equipamentos”, observa Etelson Hauck, gerente de produto da JCB do Brasil.

Mais que a diversificação, a evolução dos números evidencia o bom momento vivido nas vendas. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equi- pamentos (Abimaq), em 2022 foram comercializados 457 manipuladores, sendo 223 unidades no 1º semestre. Em 2023, entre os meses de janeiro a junho foram vendidos 221 produtos, quantidade bem próxima ao mesmo período no ano anterior. Em linha com esse resultado, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima que sejam vendidas 440 unidades neste ano.

Entre idas e vindas na demanda, ao se analisar o desempenho do segmento de manipuladores no mercado doméstico a partir do ano de 2015 –quando o volume comercializado no Brasil atingiu 87 unidades – constata-se que o crescimento interanual de 67% nas vendas obtido no ano passado, segundo o Estudo de Mercado, representou uma surpresa para os fabricantes e distribuidores, abrindo expectativas de continuidade.

A boa notícia é que o avanço tende a ser ainda mais forte este ano, com crescimento estimado de 340% nas vendas, segundo a mesma sondagem, consolidando o momento de retomada no segmento.

Perspectivas

JCB

No olhar de Hauck, as estimativas estão alinhadas à perspectiva da JCB. Tanto que, no decorrer de 2022, a empresa lançou dois novos modelos de manipuladores (530-70 e 530-110) no país, que tiveram um impacto “disruptivo” no mercado. O lançamento resultou em um aumento expressivo nas vendas da marca no país, como evidenciado pelos números registrados pela Abimaq no ano passado. “Nossa projeção é que o volume de unidades vendidas supere a marca de 1.000 máquinas em um período de três anos”, aponta o profissional. “Essa tendência se reflete no otimismo em relação à demanda crescente por esses equipamentos inovadores e