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Expansão do mercado exigirá gestores condominiais capacitados

“Percebemos com a pandemia que muitas das relações pessoais poderiam ser virtuais.

O crescimento atual do setor de gestão de empreendimentos residenciais, comerciais e mistos revela uma ótima oportunidade para os profissionais de administração atuarem, adianta o presidente do Conselho Regional de Administração de Santa Catarina (CRA/SC), Djalma Henrique Hack. “Antigamente, nós tínhamos a gestão desses complexos feita apenas por síndicos moradores e, hoje, com a ampliação dos edifícios e das questões burocráticas, responsabilidades e atividades que eles envolvem, há necessidade de pessoas capacitadas para esse trabalho”, afirma. Para Hack, a pandemia de coronavírus trouxe uma série de ensinamentos e desafios em relação à saúde nos condomínios, limpeza, respeito ao que deve ser feito entre os condôminos e, especialmente, nos relacionamentos.

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As assembleias virtuais foram um dos avanços nesse período, conforme o presidente do CRA/SC, com toda a segurança jurídica e gravação das reuniões para garantir que fossem realizadas. “Percebemos com a pandemia que muitas das relações pessoais poderiam ser virtuais. Documentação contábil, prestação de contas e as assembleias, se viu que tudo isso pode ser feito online, pois fluem (os serviços e contato) mais rápido”, defende. Essas mudanças no segmento reforçam a necessidade de profissionalização de toda a cadeia, com boas empresas de administração desses empreendimentos e bons síndicos, que podem fazer cursos para se qualificarem, opina o dirigente. Hack avalia que esse é um mercado que já cresceu muito e que tem mais ainda a evoluir e as razões para esse cenário vão desde o fato das pessoas estarem cada vez mais ocupadas com outras atividades que não conseguem dedicar tempo para os condomínios até a maior complexidade e tamanho dos novos empreendimentos.

Sobre a conjuntura econômica nacional, o presidente do CRA/SC comenta que todo o mundo está enfrentando um momento de pós-pandemia, com inflação alta, custos DJALMA HENRIQUE HACK

elevados de mão de obra e insumos, de combustíveis e de energia elétrica. “Esse panorama estabelece a necessidade de profissionais capacitados para identificarem oportunidades de melhorias para reduzir os gastos dos complexos, pois se esses custos fixos e maiores forem apenas repassados haverá problemas de inadimplência”, detalha. Hack exemplifica que há condomínios que já contam com gestão de energia, com a instalação de painéis solares, de água, resíduos e de funcionários – com otimização de horas. O dirigente espera também que as eleições deste ano não afetem o setor condominial e os demais e que o mandatário escolhido deixe o mercado se adaptar às situações em que está envolvido.

Uma das expectativas de Hack é que os profissionais de administração estejam cada vez mais inseridos na área pública, auxiliando presidente, governadores e prefeitos na gestão para que se tenha um planejamento efetivo de desenvolvimento. “Em um cenário em que palavras, atos ou ações com relação à política não impactem grandemente na questão econômica do Brasil e, consequentemente, nos assuntos condominiais”, sustenta. Ainda no que se refere às projeções para o segmento de administração de empreendimentos, o dirigente enxerga espaço para a capacitação dos síndicos e das companhias do setor através de parcerias para a oferta de cursos de qualificação, como as efetuadas entre o Conselho e o Síndicos Planning e com outras entidades. “O mercado está em expansão e precisa ser bem atendido”, frisa.