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Piscicultura – projeto Peixe

PISCICULTURA SUSTENTÁVEL EM TANQUES-REDE

Este artigo sucinto sobre piscicultura está sendo dedicado aos membros da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba liados à Agrotap, prefeitos, empresários, administradores públicos do Triângulo Mineiro, engenheiros da Associação Brasileira dos Engenheiros Independentes (Abraei) e aos associados do Instituto de Engenharia e Arquitetura do Triângulo Mineiro (IEATM), objetivando alertar que a condução de uma piscicultura pujante, dinâmica e sustentável será indispensável assegurar a trilogia: Licenciamento ambiental; Plano de negócio; Monitoramento.

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ATIVIDADE

O cultivo de tilápias em con namento, modalidade tanques-rede, é uma forma de se produzir peixes com alto rendimento. Além disso, o manejo da atividade, nessa forma de cultivo, permite obter um melhor controle em todos os aspectos. Isso sem falar no maior aproveitamento dos corpos hídricos já existentes, como lagos e represas das grandes hidrelétricas espalhadas pelo Brasil.

Os atuais avanços na nutrição, na genética, na reprodução, na informática, na automatização e nas diversas outras inovações e conquistas cientí cas ou em novas tecnologias tornam a piscicultura mais inteligente e lucrativa.

O recente mecanismo de cultivar em tanques-rede enseja alta taxa interna de retorno e provoca boas re exões. O cultivo de pescados por hectare de lâmina d´água ou por metro cúbico de utilização de água faz desse ramo uma atividade imbatível em termos de produção de proteína de altíssima qualidade por qualquer uma dessas unidades de medida.

Um exemplar de tilápia torna-se adulto aos 90 dias e está pronto para o abate aos 180 dias, ou seja, aos seis meses, enquanto que um novilho precoce só poderá ser abatido aos 15 - 18 meses.

Fotos: D epositPhotos

PANORAMA

O Brasil possui 8,4 mil quilômetros de litoral e 5,5 milhões de hectares de lâminas d’água em reservatórios interiores, o que assegura uma inigualável oportunidade de crescimento, podendo levar o País à liderança na produção de pescado cultivado.

São muitos os fatores de produção favoráveis para melhor atender ao mercado interno e ser um competitivo exportador para o mundo.

O brasileiro consome pescados de várias procedências expostos nas gôndolas dos supermercados, a exemplo de produtos do Vietnã, como o peixe “panga”. É notório observar que há um amplo leque de oportunidades a ser explorado.

PRODUZIR PESCADO GERA EMPREGO E RENDA

A tilápia (Oreochromis niloticus) é uma espécie originária do rio Nilo. Este é um peixe cosmopolita, apresentando-se como uma espécie de grande aceitação no Brasil e no mercado internacional, porque não apresenta espinho em Y e sua carne possui pouca gordura, agradando aos mais diversos paladares.

A tilápia é pouco exigente em oxigênio, se adaptando ao cultivo em cativeiro em grandes densidades. Na atualidade, se trabalha com reversão sexual e o melhoramento genético permitiu obter alta velocidade de crescimento.

A criação de tilápias, como qualquer outra atividade comercial, deve ser bem planejada para obter resultados positivos.

Desta forma, um bom empreendimento de porte pequeno, médio ou grande somente deverá ter início após criteriosa análise das condições de mercado e disponibilidade dos insumos básicos, tais como energia, ração, alevinos, mão de obra, dentre outros.

A coleta dos dados “in loco” possibilitará a elaboração de um plano de negócios, o qual daremos ênfase neste artigo, e respetiva análise econômica e nanceira.

MESOPOTÂMIA BRASILEIRA: INEXPLORADA!

O Triângulo Mineiro é cortado por dois caudalosos rios federais: o Rio Grande e o Rio Paranaíba, com grandes reservatórios que formam mais de 200 km2 de espelho d´água, podendo ser considerado a Mesopotâmia brasileira.

Entretanto, devido à falta de planejamento nos governos municipal e federal, aliado à falta de interesse de grandes grupos investidores, este riquíssimo potencial continua inexplorado, ou explorado de maneira irrisória.

PLANEJAMENTO É PRÉ-REQUISITO

O segredo do sucesso de cada empreendimento depende de um bom planejamento e do estudo de alternativas em vários cenários, o que certamente irá desaguar em um plano de negócios bem elaborado.

Com o objetivo de implantação de projeto de piscicultura em tanques-rede, é necessário empreender visita técnica aos possíveis locais para implantação da piscigranja, objetivando selecionar a melhor alternativa e iniciar a coleta de dados preliminares.

A seguir, será indispensável realizar reuniões de planejamento com o empreendedor e/ ou gerente geral da empresa/investidores.

A elaboração do projeto deverá adotar a metodologia da SWOT3, ou seja, a matriz FOFA, através da qual se analisa e se discutem as “Forças e Oportunidades, Fraquezas e Ameaças” do projeto a ser considerado.

O inventário dos dados levantados em campo e em reuniões conjuntas servirão de base para a elaboração deste Plano de Negócios, objetivando atender aos seguintes pontos:

Segurança quanto ao retorno do investimento; Facilitar e agilitar a administração do negócio; Adoção de alternativa com Taxa Interna de Retorno – TIR atrativa para o capital investido; Incremento na segurança alimentar regional e nacional; Criação de novas oportunidades de emprego nos municípios envolvidos; Benefícios para a sociedade.

DICAS

A seguir selecionamos, de modo sucinto, os principais ingredientes necessários à elaboração de Plano de Negócios objetivando a implantação de um projeto sustentável de piscicultura para criação de tilápia em tanques-rede.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL: INDISPENSÁVEL

O licenciamento será obtido em nível estadual e federal, dependendo do âmbito de jurisdição do corpo d´água considerado.

Em Minas Gerais, o licenciamento ambiental será obtido junto à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), que possui superintendências regionais, as SUPRAM´s.

Minas Gerais possui reservatórios com licenciamentos pré-elaborados nos chamados Parques Aquícolas. O Rio Araguari, com diversos reservatórios, possui o Parque Aquícola Nova Ponte I, já demarcado.

Cada Estado tem sua peculiaridade, contudo, o Licenciamento Ambiental é um item mandatório quando se fala em sustentabilidade de um empreendimento.

Lembre-se: piscigranja sem licenciamento ambiental não possui sustentabilidade!

MONITORAMENTO DA ÁGUA DURANTE TODAS AS FASES DE CRESCIMENTO

O sucesso do empreendimento é assegurado fazendo a avaliação constante dos parâmetros de qualidade (turbidez, temperatura e pH) da água, utilizando aparelhos tais como oxímetro, destinado a medir o teor de oxigênio dissolvido na água; pHmetro, destinado a medir a concentração hidrogeniônica da água; disco de Sechi, destinado a avaliar a turbidez da água; termômetro, destinado a medir a temperatura ambiente e a temperatura da água em diversas profundidades.

Concluindo, o sucesso para implantação de uma piscigranja depende de vários fatores. Abaixo, listamos os mais importantes: Plano de negócios; Monitoramento; Licenciamento ambiental.

Sem que haja a adoção deste tripé, o sucesso pleno da atividade numa pisicigranja cará comprometido. ▣

Augusto César Soares dos Santos Engenheiro agrônomo, mestre em Engenharia de Irrigação, pós-graduado em Gestão de Recursos Hídricos para o Desenvolvimento Sustentado de Projetos Hidroagrícolas e diretor regional da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Agrotap)

EMPRETEC

Maior programa de empreendedorismo do mundo

O Empretec é o maior programa de empreendedorismo do mundo, desenvolvido pela Organização das Nações Unidades (ONU) em 34 países, e realizado no Brasil exclusivamente pelo Sebrae.

Em 2021 o seminário ganhou sua versão rural e aconteceu em Uberlândia em novembro deste ano com subsídio de até 87% para produtores rurais, graças a uma parceria rmada entre o Sebrae Minas o Sistema Faemg e o Sindicato Rural de Uberlândia.

O público-alvo do seminário foi o proprietário rural e/ou seus sucessores, além de empreendedores que pretendem desenvolver um negócio rural bem-sucedido.

No Empretec Rural são ampliadas as capacidades de detectar oportunidades de negócios, estabelecer metas desa adoras, melhorar sua e ciência, aumentar os lucros em situações complexas, satisfazer os clientes, testar modelos de negócios e condições de viabilidade mercadológica, operacional e nanceira.

Para o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, iago Silveira, a iniciativa pode revolucionar os negócios desses produtores rurais. “O Empretec já é reconhecido mundialmente por transformar a vida de quem participa. Agora, a sua versão rural vem para ensinar o produtor a empreender e identi car novas oportunidades de negócios na própria fazenda, aumentando sua rentabilidade e consequentemente os ganhos da família”, a rmou Silveira.

Freepik

QUEM CONHECE O EMPRETEC

A produtora rural Marília Teó lo participou da turma do Empretec Rural de São Sebastião do Paraíso (MG) em outubro do ano passado. Na opinião dela, “todo sistema rural e agricultor merecem o Empretec. No dia a dia temos muitos desa os e lá aprendemos como enfrentá-los na agricultura e de modo geral. Super recomendo”, a rma. “Eu, como já z o Empretec, posso assegurar que é uma transformação pessoal e pro ssional”, comenta o gerente regional do Sistema Faemg no Triângulo Mineiro, Ricardo Tuller. ▣

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