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especial
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Maré Delas
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A terceira edição do Maré Delas acontece de março a maio, com a proposta de discutir a Mulher e o mundo do Trabalho, além de contemplar, por meio de atividades artísticas, esportivas e socioeducativas a diversidade de Gênero e a participação e protagonismo de mulheres em diferentes áreas da sociedade.
BATE-PAPO MARÉ DELAS: TRABALHO DE MULHER? A abertura do Maré Delas busca trazer neste ano reflexões sobre a mulher e o mundo do trabalho - quais são os limites, desafios e conquistas ao longo da História e no contexto atual? Ligia Moreiras, editora do Blog Cientista que virou mãe, traz contribuições sobre Maternidades, trabalho feminino invisível e direitos da mãe trabalhadora. Raquel Marques, da ONG Artemis e co-deputada da Bancada Ativista em São Paulo, reflete sobre a participação da mulher na Política e sua ocupação do espaço público, além de trazer sua experiência na Artemis - associação que busca combater a violência contra as mulheres e garantir seus direitos. Clélia Rosa é educadora, e traz contribuições sobre o papel da educação na emancipação feminina, além da maternidade real, sensível e possível, também de uma perspectiva étnico-racial. X Dia 2, segunda, 19h Espaço Cênico. Grátis.
SARAU ELAS NA QUEBRADA CONVIDA SARAU DAS PRETAS PERI O Sarau ‘Elas na Quebrada’ tem a intenção de criar um diálogo sobre pautas feministas e raciais nas periferias de Bertioga, por meio de apresentações de artistas locais e convidadas, estimulando o protagonismo feminino nestes territórios. Nesta edição especial elas convidam o sarau Pretas Peri, coletivo de mulheres negras e artistas da zona Leste de São Paulo, que realizam o sarau com resgate da cultura periférica e empoderamento da mulher na cidade. X Dia 15, domingo, 16h Pista de skate - Orla da praia da Enseada. Grátis.
CURSO SURFE DELAS PARA ELAS Com Cantão Surfe SUP Curso de iniciação ao surfe somente para mulheres, as alunas terão contato com a história do surfe, estrutura e modelos de pranchas e acessórios, condições climáticas, entender a influencia das ondulações, do vento, da Lua e das marés, conhecer partes de uma prancha, remar, furar ondas e dropar. Tudo isto, com mulheres que são feras no surfe. X De 3/3 a 30/4, terças e quintas, 8h às 9h30 Praia da Enseada, altura do nº 829. Grátis. Carga Horária: 24h Duração: 18 encontros Não é necessário levar prancha


CINEMA ESTRELAS ALÉM DO TEMPO Nos anos 60 a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refletida também na NASA, onde um trio de mulheres cientistas ultrapassou todos os limites de gênero, raça e profissionais para embarcar em uma missão pioneira. Dir.: Theodore Melfi {EUA}. 2017. Drama/Biografia (127 min.). Dublado. X Dia 22, domingo, 20h30 Espaço Cênico. Gratis
TEATRO MARY E OS MONSTROS MARINHOS Com Cia Delas A peça conta a história de Mary Anning, famosa paleontóloga inglesa do início do século XIX. De família pobre, começou a trabalhar com apenas 12 anos, sobreviveu a tempestades e enfrentou perigosos deslizamentos de terra para fazer grandes descobertas. Sua vida reúne uma série de peripécias dignas de um conto de fadas. Aqui a princesa é uma cientista que enfrenta os obstáculos com inteligência, coragem e determinação! X Dia 19, quinta, 15h X Dia 20, sexta, 9h Espaço Cênico. Gratis Atividade para grupo escolares previamente agendados, pelo gabrielaz@bertioga.sescsp.org.br
Trabalhos (in)visíveis
As relações entre o mundo do trabalho e a vida das mulheres são fonte de pesquisas importantes ao longo da História, e trazem perspectivas fundamentais sobre desigualdade social e de gênero no Brasil e no mundo. Diferentes configurações sociais são moldadas também por estas relações, que apresentaram mudanças de grande impacto a partir do século XX que definem hoje como as mulheres se colocam no campo do trabalho e como são (des)valorizadas a partir do papel social que lhes é, muitas vezes, imposto.
Se é sabido que estereótipos que colocam a mulher em posição de fragilidade e submissão vêm sendo superados com lutas e conquistas relativamente recentes, sabe-se também que os limites e desafios em busca de respeito, acesso a cargos de chefia, profissões com prestígio social, equiparação salarial e autonomia para escolher a própria função no mercado de trabalho, ainda são imensos. Estes desafios podem se colocar em maior ou menor grau a depender de fatores como raça, classe e configuração familiar: mulheres negras, empobrecidas e que criam filhos sozinhas, por exemplo, encontram solo ainda mais árido para cultivar sonhos e certezas.
Nesse contexto, é importante também nomear o trabalho doméstico como ele, de fato, é: trabalho. Mesmo quando a mulher, por escolha ou não, ocupa seu tempo com a vida doméstica, exerce ali funções laborais invisíveis e desvalorizadas. O trabalho doméstico não remunerado ocupa milhões de mulheres no mundo, que exercem esta importante função, muitas vezes acumulada a outras obrigações, fazendo a roda do mundo girar. Silvia Federici pergunta: “Em um mundo de repente sem mulheres, quem trabalharia no dia seguinte?” A invisibilização do trabalho doméstico é uma violência pouco discutida e combatida porque é funcional para a sociedade.
Com o avanço da precarização do trabalho no mundo atual, é importante refletir como esta realidade atinge as mulheres, pensando sobre formas de superação de desigualdades e a importância do trabalho feminino ao longo do tempo. Todos os dias mulheres trabalhadoras buscam por igualdade, e parte da luta por reparação e justiça se dá por meio de desconstrução de estereótipos e preconceitos, acesso a educação de qualidade, combate à violência contra a mulher e o exercício pleno de sua autonomia e protagonismo em diferentes campos da sociedade.