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HistóriasdeAlhosVedros HistóriasdeAlhosVedros
Refira-se por último que nas entrelinhas do documento, concretamente na questão da acessibilidade ao mar, se vislumbra uma polémica bem mais complexa, que durou séculos e opôs o Convento de Santos e a Ordem de Santiago. O assunto coloca-se da seguinte forma: a Ordem detém os direitos senhoriais sobre todos os bens e terras, tanto em Alhos Vedros como em quase todo o sul do país, ou seja, detinha em exclusivo o direito de fazer doações mediante o pagamento de um foro, não só da terra mas do que nela houvesse, se construísse ou se produzisse, excepto sobre o sal que na área do concelho de Alhos Vedros era privilégio do convento de Santos.
Por isso a Ordem nunca deu terrenos para construir marinhas ( na única vez que o tentou o Convento exigiu os seus direitos) e procurasse atrair outras actividades, como os moinhos, que lhe dariam alguns proventos. Por outro lado o Convento não tinha autoridade para poder fazer doações onde estas se construíssem
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Assim se entende que a construção de salinas estagnasse desde o século XIV nunca atingindo dimensões gigantescas como em Alcochete ou Setúbal, por exemplo O argumento de que seriam dificuldades técnicas, como a infiltração de água doce como impeditivo para o desenvolvimento da exploração do sal, não é de considerar como mostram as zonas referidas. Esteiro. Junho de 1997