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2. A ORIGEM DO PECADO

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A ORIGEM DO PECADO

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Uma das perguntas mais difíceis feita pela mente humana se relaciona com a presença e origem do pecado: De onde veio o pecado? Como ele penetrou no Universo? Primeiramente, precisamos afirmar claramente que Deus não pecou e não deve ser culpado pelo pecado. O pecado se achava no mundo muito antes da Bíblia ser escrita. Se a Bíblia jamais tivesse sido escrita, ou se não fosse verdadeira, mesmo assim sua presença entre nós seria notada.

As Escrituras Sagradas, veredicto final em questão doutrinária e espiritual nos informa que o pecado não ocorreu na terra e sim no céu. O céu foi manchado antes de a terra ter sido maculada pela sua odiosa presença.

2.1 A EXISTÊNCIA PRÉ-ADÂMICA DO MAL

Quando o mal ocorreu nas esferas materiais, ele já havia antes ocorrido no Universo. O mal apenas “entrou no mundo” (Romanos 5.12) e com ele a morte, mas não surgiu naquele momento. Seus efeitos apenas se fizeram sentir agora em outra esfera, a física. Adão foi apenas uma porta e não uma fonte. A fonte antecedia a sua existência.

As Escrituras falam em pelo menos duas passagens sobre a rebelião de um querubim ungido, que teria almejado o lugar de Deus nas regiões celestes. As duas passagens retratam detalhadamente a mesma coisa: uma revolta contra Deus por causa de um desejo de poder e uma conseqüente punição por tal atitude. Vejamos tais textos:

DOUTRINA DO PECADO

“O sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus

caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade

em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem” (Ezequiel 28.12-17, grifo nosso).

Outro profeta complementa a revelação de Deus, expondo os motivos que levaram este Ser exaltado a cometer tal aspiração.

“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Isaías 14.12-15).

Deus nos permitiu saber a verdadeira origem do mal: rebelião, revolta, iniqüidade, soberba. Os primeiros pecados do universo foram realizados por um ser perfeito que estava na presença de Deus antes mesmo do homem ser criado. Sabemos que durante a criação da terra os anjos já estavam presentes, como se deduz do texto:

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“Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva, juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38.4-7).

A Bíblia fala muito pouco sobre as conseqüências do pecado ocorrido no reino espiritual, exceto as conseqüências geradas para o próprio autor do pecado e seus legionários.

2.1.1 A origem do pecado na raça humana

De acordo com as Escrituras, o homem é agora repugnante para Deus e para si mesmo, além de uma criatura mal-adaptada ao Universo, não porque Deus o tenha criado assim, mas porque ele próprio se fez assim por abusar do livre arbítrio.

O terceiro capítulo de Gênesis oferece os pontos fundamentais para se entender a origem do pecado na Terra, os quais são: a tentação, a culpa, o juízo e a redenção. Muito tem sido feito para retirar qualquer sentido literal deste acontecimento. Poucos são aqueles que acreditam em um sentido literal da narrativa. Atribui à mesma um valor mitológico. Se o fazem, porém é sem qualquer respaldo bíblico, pois esta entende ser Adão um ser concreto, um indivíduo com existência real e único. Ele possui uma genealogia como qualquer outro, sua descendência é desenvolvida e seu nome se liga a outros indivíduos dos quais jamais se questiona a existência real. O Novo Testamento assume tal posição e toda a referência a Adão é a um personagem histórico como os demais.

Algumas dificuldades como o fato do diálogo entre Eva e a serpente ou a localização do Jardim do Éden são alegações comuns. Geralmente não é levado em consideração que este tempo longevo se perde na História e não há nenhum outro registro que se encaixe melhor com os dilemas da existência humana. A ciência histórica com todo o seu avanço não consegue ir além de um três milhares de anos

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antes de Cristo. Para quem crê na Bíblia e faz uma interpretação adequada da mesma, Adão faz todo sentido.

O acontecimento é rico em verdades espirituais. A origem da morte, o primeiro ato de desobediência, a entrada do pecado e suas conseqüências, a desordem universal resultante. Fornece uma explicação do porque um mundo, mal diante de um Deus bom, e ainda oferece clara perspectiva de redenção. Por todos estes motivos, nos capítulos iniciais de Gênesis encontramos a base teológica para a origem do pecado na terra bem como a doutrina da redenção.

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