Jornal de Negócios – edição #340

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Da salada de fruta na rua para exportação de marca Pág. 16|08005700800|www.sebraesp.com.br|2022deAgosto|340#facebook.com/sebraespyoutube.com/sebraesaopaulotwitter.com/sebraespinstagram.com/sebraesp Pequenas livrarias crescem com foco em atendimento Pág. 4 Mercado de vestuário para trans tem grande potencial Pág. 6 Produtores rurais que formam cooperativas conseguem reduzir custos e garantir vendas mais lucrativas – mas, para dar certo, é preciso entender a cultura da cooperação Pág. CULTIVANDO8 A UNIÃO Elenita Pires, da Cooperativa Agropecuária de Palmeira d’Oeste: produção com mais retorno CHAMADA FIXA COM FOTO CHAMADA FIXA COM FOTO

O projeto foi lançado no dia 12 de julho no Centro Integrado de Cidadania (CIC) de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes (SP). Na ocasião, foi formada uma turma de curso de modelagem para moradores da locali dade que estão sendo capacitados para participar de uma cooperativa de confecção local. Essa ação também faz parte do Projeto Semente, que visa promo ver uma jornada de transformação social nesses territórios, incluindo formação técnica, orientações sobre soft skills, mentorias e possibilida des de acesso ao mercado, contri buindo para a geração de emprego e renda para o público de 20 cidades dessas“Comregiões.iniciativas como essa conseguimos contribuir para mudar a realidade desse público, afinal só é bom para nós se for bom para o mundo. Além disso, a ação está em linha com o nosso compromisso de tirar 200 mil pessoas da linha de pobreza, até 2030, nas nossas áreas de atuação, envolvendo também o apoio estratégico do nosso parceiro para a realização desse projeto”, afirma Adriano Silva Martins, consultor de Desenvolvimento Social da Suzano.

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Conhecimento, tecnologia e desenvolvimento integrados

Destaques

Esse cenário é muito promissor quando notamos exemplos em todo o mundo de regiões desenvol vidas tendo como essência o conhecimento e a inovação tecnológica, que mobiliza redes de univer sidades, institutos de pesquisa, parques tecnoló gicos, hubs de inovação etc, em conjunto com a iniciativa privada e o setor público.

Esse é o caminho do desenvolvimento pelo empre endedorismo baseado em tecnologia. Parabéns a todos que, com muito esforço no passado e no presente, estão construindo o futuro de São Paulo e do Brasil.

TIRSO DE SALLES MEIRELLES Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor Estive em julho na cidade de Barretos, junta mente com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvin, e o presidente do Hospital do Amor, Henrique Prata, participando de um evento de estímulo ao desenvolvimento de startups para o Arranjo Produtivo Local da Saúde. Fiquei muito contente ao ver tamanha ação empreendedora da governança local e que as sementes plantadas pelo Sebrae ao longo de décadas estão desabrochando em regiões de inovação não somente em Barretos, mas em diversas localidades do Estado de São Paulo.

Sebrae-SP e Suzano se unem pelo desenvolvimento do Alto Tietê e Vale do Paraíba Parceria entre o Sebrae-SP e a empresa Suzano, especializa da na fabricação de bioprodu tos desenvolvidos a partir do euca lipto, irá beneficiar mais de duas mil pessoas em situação de vulnerabili dade social que vivem nas regiões do Alto Tietê e Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, por meio do Projeto Semente. A iniciativa tem o objetivo de gerar renda e novas oportunidades ao público dessas lo calidades por meio de capacitações, mentorias e acompanhamento no mercado de trabalho.

Esse movimento integrado é a chave para o inter câmbio, transferência de conhecimento e geração de negócios tendo como alicerce a confiança, aspecto fundamental para geração do desenvolvimento econômico. As empresas integrantes desses ambientes irão se capitalizar e, por sua vez, irão investir mais em conhecimento e qualificação de processos e equipes.

A participação do Sebrae-SP nesse projeto ocorre pela busca ativa de participantes em situação de vulnerabilidade social, além de oferecer capacitação, oportunidades de acesso ao mercado e monitorar a evolução desse público ao longo do ano. “Nosso objetivo é promover a inclusão produtiva por meio do empreendedorismo. Queremos gerar negócios, empregos e renda para a população desses locais”, explica Gilvanda Figueiroa, gerente regio nal do Atualmente,Sebrae-SP.o projeto está voltado para a aplicação de cursos de qualificação, conduzida pelo Sebrae -SP e realizada por outras institui ções parceiras de cada localidade.

O entusiasmo foi tanto que lançamos a ideia de constituir uma grande região vocacionada pela tecnologia da saúde, constituída pelo eixo Ribeirão Preto, Barretos e São José do Rio Preto, que deverá se mesclar à iniciativa do “Corredor Agropecuário do Estado de São Paulo”, este focado no setor do agronegócios, em parceria com Embrapa, Ministé rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secre taria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Faesp e Senar, que prevê a integração das instituições e empresas de tecnologia das regiões de Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, São Carlos, São José dos Campos e Botucatu.

Com essa perspectiva, o Sebrae-SP aprovou em 2021 o Programa de Fomento aos Ambien tes Tecnológicos, com investimento inicial de R$ 200 milhões e que já vem apresentando frutos, tais como a integração de mais de 40 instituições parceiras, dentre elas Fapesp, Finep, BNDES, USP, Unicamp, Unesp e parques tecnológicos, aos progra mas em funcionamento.

“O Projeto Semente foi idealizado partindo da premissa que todos podem evoluir e se desenvolver, e que a Suzano e o Sebrae buscarão as melhores oportunidades para esse público”, afirma o consultor.

Renato Augusto, da Santa Helena: “É fundamental ouvir os consumidores”

As pessoas estão mais conscientes da alimentação saudá vel. Como a Paçoquita entende esse movimento? Essas inovações existem exata mente para atender o público que não pode consumir açúcar e, no caso da linha Esportes, para os atletas que precisam de formulações específicas para a prática de atividades físicas. Já havíamos constatado que os esportistas consomem Paçoquita antes, depois e durante o treino. Vimos que poderíamos fazer algo mais específico para esse público. Mas é importante salientar que o amendoim é um alimento muito saudável, faz tão bem como outras casta nhas, além de ser mais acessível. Para os que não podem consumir açúcar, temos a Paçoquita Zero e a Paçoquita Zero com Aveia. A Santa Helena também tem uma linha chamada Cuida Bem, com versões zero açúcar, sem corantes ou conservantes.

Qual a importância desse diá logo com o público?

Divulgação

As festas juninas são muito relevantes para a Santa Helena. Só neste ano, foram responsáveis por um crescimento das vendas em mais de 30%. A Paçoquita Pamonha, inclu sive, foi lançada em 2020 para as festas juninas, e sua adesão foi tamanha que ela já está no portfólio da Santa Helena, compondo mais de 150 itens da marca. No período de festas juninas, os pontos de venda expõem com mais assiduidade esse produto, já que combina com a data, e o consumidor procura mais itens de amendoim e milho. Para os pequenos negócios aproveitarem a sazonalidade é importante encontrar maneiras de surpreender o cliente. Para isso, olhar para o mercado, entender o seu público, pesquisar e planejar são condutas fundamentais.

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Qual é a importância da inovação em negócios consolidados? Buscamos entender o desejo do público e avaliar o que ele demanda como inovação, e nós, da Santa Helena, buscamos atendê-los prontamente, como já fazemos há 80 anos. Sabemos que o consumo de amendoim vem crescendo no Brasil e que ainda há muita oportunidade, quando comparado com mercados mais maduros como EUA e China. Assim como a Paçoquita, como é possível os pequenos negócios aproveitarem a sazonalidade?

Doce de amendoim, famoso nas festas juninas, se renova e busca manter-se competitivo o ano todo Entrevista do mês Dados da Associação Brasi leira da Indústria de Cho colates, Amendoim e Balas (Abicab) mostram quanto os brasi leiros gostam de amendoim e como esse mercado ainda pode crescer no Brasil. Segundo a entidade, os produtos industrializados feitos com amendoim estavam em 11,4% dos lares brasileiros entre julho de 2020 e junho de 2021, um aumen to de 8,6% em comparação a igual período anterior. O estudo aponta, ainda, que o brasileiro consome, em média, 1,1 kg de amendoim por ano, ante a média mundial de 6 kg. De olho nesse cenário, a Paçoquita completa 40 anos em 2022 e segue em busca de inovação. Para isso, criou uma série de novos produtos, inclusive contando com o apoio do consumidor. A marca Paçoquita faz parte da Santa Helena, maior indústria de alimentos à base de amendoim no Brasil, que registrou em 2021 receita de R$ 800 milhões, 23% superior aos R$ 650 milhões de 2020. Na entrevista a seguir, o presi dente da Santa Helena, Renato Feliz Augusto, conta mais sobre o momento da Paçoquita. O consumo de produtos industrializados feitos com amendoim vem crescendo no Brasil. Como a Paçoquita pla neja aproveitar esse momento? Apresentamos, em 2022, um crescimento de mais de 30% no período mais importante da empresa, o das festas juninas. A Paçoquita, particularmente, se mostra relevante nesse crescimento de mercado, pois em seus 40 anos apresenta inovações e variações que atendem a diversas ocasiões de consumo, como a Paçoquita Big, a Lovers, feita pelos fãs com chocolate e avelã, a Pamonha, Esportes, Zero, Zero Aveia, Chocoberta, Cremosa e as balas. Além disso, temos os forma tos rolha e retangular e várias gramaturas apoiando a estratégia dos canais de distribuição, e que são adequados aos desejos dos consumidores. Para o crescimento da marca, é fundamental ouvir os consumidores, estar perto deles. Prepa ramos para o segundo semestre mais lançamentos que ativarão, ainda mais, a intenção de compra do consumidor nas lojas físicas ou online.

A Paçoquita lançou uma nova versão a partir da interação de clientes pelas redes sociais.

Paçoquita: jovem aos 40

A Paçoquita Lovers Chocolate e Avelã foi um sabor escolhido por votação dos fãs da marca, que participaram da promoção Cria Comigo Paçoquita Lovers, e já faz parte do portfólio da marca. O resultado foi tão positivo que há uma proposta para que uma nova edição da Paçoquita Lovers seja lançada periodicamente, apresentando diferentes sabores, sempre criados pelos consumidores. A empresa entende que trazer novidades para o portfólio faz parte do propósito da compa nhia e, nesse caso, ainda contou com a decisão de quem mais entende: o consumidor da Paçoquita. É uma preocupação da Santa Helena se manter sempre atenta às necessida des dos consumidores e, para tanto, dialogar com esse público constan temente é essencial.

Mais próximas do leitor, crescimento foi de 34,5% entre 2020 Pequenas livrarias voltam

Rogério Lagos As educadoras Tereza Grimaldi e Julia Souto Araújo traba lharam juntas por muito tempo em escolas de educação in fantil em São Paulo. Elas tinham o desejo de ampliar a atuação para outros universos, como um espaço de cultura para as infâncias que fosse atravessado pela literatura, pelas artes e pela educação, com o objetivo de proporcionar diálogos ampliados com essas linguagens e ter uma agenda de eventos que fosse gerida de maneira autônoma.

Foi assim que chegaram à ideia de criar a Livraria Miúda, em outubro de 2021, especializada em literatura infantil, no bairro da Pompeia, zona oeste de São “EntendemosPaulo.que uma livraria é infinitamente maior que a ideia de ‘loja que vende livros’. A importância de uma livraria passa pela mobilização cultural, intelectual e artística de todo um bairro, de toda uma cidade”, comenta Tereza. “Queremos circular literatura, artes, cultura, em toda sua diversidade, sendo um ponto de encontro de leitores e amantes da produção cultural humana”.

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As sócias aproveitam a experiên cia com educação e gestão cultural na proposta que aplicam à livraria, desde a curadoria dos livros até a organização dos eventos. Possuem uma agenda diversa de cursos, bate-papos, lançamentos, contação de histórias e oficinas criativas que envolvem o contato com múltiplas linguagens. Além disso, aproveitam o espaço acolhedor para receber as crianças e seus pais, contando também com um café com várias Tereza Grimaldi, sócia da Livraria Miúda: foco nas crianças vai além do livro

Tudo começou, na verdade, em Avaré, no interior do Estado, em 2011.

a maio de 2022; na capital o aumento foi ainda maior: 37,7% a conquistar mercado

O que o empreendedor cria de conteúdo relevante no online vai ajudar bastante na divulgação das experiências e no relacionamento com o público no ponto físico”, diz. Saiba como impulsionar os resultados do seu negócio em: https://bit.ly/3JtuCFy

Muitas dessas ideias e orientações vieram do Sebrae-SP, que me ajudou bastante neste momento desafia dor”, explica Thaís, que já fez diver sos cursos de gestão na instituição, inclusive o Empretec logo quando chegou em São Paulo. Com o avanço da vacinação da população e os números de casos graves de Covid-19 caindo, o Espaço Sophia reabriu as portas e, isso, o propósito de receber o público e propor uma experiência completa também retornou. O local hoje é frequentado por pessoas com objeti vos variados, justamente pela oferta diversificada que oferece. Pais com filhos, estudantes, trabalhadores e até mesmo quem quer apreciar um bom café – tudo isso em meio aos livros. O negócio ainda investe bastante em eventos, como lançamentos de obras, autógrafos e contação de histórias e oficinas para os pequenos. “Muitas mães procuram uma programação de férias diferente, fora dos shoppings, por exemplo, e aqui conseguimos oferecer. O segredo para livrarias independentes é pensar em muitos eventos. Hoje o livro é uma consequência. A pessoa vem vivenciar uma experiência e acaba comprando o livro”, diz a empresária.

A consultora de negócios do Sebrae-SP Juliana Segallio, especialista em marketing, explica que o momento, de fato, proporciona mais mercado para livrarias, já que a pandemia fez com que muitas pessoas criassem ou retomassem o hábito de leitura. No entanto, enfatiza que, como qualquer empresa, as livrarias independentes precisam fazer um planejamento mínimo e se atentar à gestão para que o negócio não se torne um “hobby com custo”.

“Muitos empreendedores são apaixonados por suas ideias, pelo o que fazem, e negligenciam a gestão, o que deixa de ser viável finan ceiramente. Todo negócio precisa gerar lucro. É necessário lembrar que o empreendimento existe para dar encaixe a uma necessidade de uma fatia específica de mercado, daquela oportunidade que foi encontrada”, explica Juliana.

opções de comidinhas e bebidas –o que, de quebra, aumenta o tempo de permanência das famílias e o contato com os livros e serviços.

“Considero que o negócio começou mesmo, de portas abertas, apenas neste ano, pois foi um desafio trabalhar de portas fechadas durante a pandemia. Fazia delivery, entregava bilhetinhos para os clientes a cada compra para reforçarmos o vínculo, tentando compensar a proximidade que havíamos perdido.

OLHO NA GESTÃO

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Na visão de Thaís, essa experiên cia é a que garante a competitivi dade das pequenas livrarias perante os grandes magazines e os gigantes online. Apesar de não conseguirem competir no preço, conseguem mais clientes por conta das relações estabelecidas. Para ela, o grande lance do negócio é conhecer o cliente como uma pessoa de verdade: saber seu nome, seus gostos, o nome das crianças e até dos cachorros. “Aqui conseguimos criar um vínculo com nossos clientes. Se amanhã é aniversário de algum que sabemos que gosta de bolo de maçã, a gente já faz pensando nele. Essas pessoas acabam comprando mais caro conosco do que online por essa proximi dade. Principalmente após a pande mia, as pessoas estão carentes de carinho e atenção. E nós consegui mos oferecer isso”, destaca.

“Entendemos que, hoje, o leitor procura o contato, a conversa, o acolhimento, não apenas adquirir um livro”, destaca Tereza. Com esse propósito bem definido, a Miúda ergue seu alicerce e contribui com o crescimento do número de livrarias ativas em São Paulo. Entre 2020 e maio de 2022, o número saltou de quase 3,6 mil para pouco mais de 4,8 mil no Estado de São Paulo, o que representa um crescimento de 34,5%. Já na capital paulista, o aumento foi de 37,7%, de 1,3 mil para quase 1,8 mil, de acordo com dados do Sebrae-SP, a partir do Mapa de Empresas, do Ministé rio da Economia. NICHOS Mas esse cenário não é exclusivo de São Paulo. De acordo com repor tagem publicada em julho pelo jornal norte-americano The New York Times, mais de 300 livrarias independentes surgiram nos Estados Unidos nos últimos dois anos – muitas delas com foco em nichos (como uma dedicada apenas a autores asiáticos-americanos) e em títulos voltados para a diversidade. Enquanto muitas livrarias de grandes redes sofreram com a queda do fatura mento durante a pandemia e fecha ram as portas, pequenos livreiros sobreviveram e seguem prosperando. Seguindo essa tendência, o Espaço Sophia é outro bom exemplo moderno que reúne livraria com títulos adultos e infantis, jogos, café e coworking em São Paulo, mas do outro lado da capital paulista, no Jardim Anália Franco, na zona leste.

A empreendedora Thaís Pimentel nunca foi adepta de ir a uma livra ria apenas para comprar um livro. Sempre valorizou a experiência de passar os olhos de capas em capas, folhear as páginas e tomar um café. Percebeu que esse modelo de negócio não existia em sua cidade (não havia uma livraria sequer) e resolveu empreender apostando nessa ideia. O negócio deu certo, mas mudanças em sua vida a trouxeram para São Paulo, em 2018, quando começou a obra em um casarão que foi construído pelo seu sogro nos anos 1960. Tudo ficou pronto em setem bro de 2019, meses antes do início da pandemia.

A especialista enfatiza o fato de que as pequenas livrarias devem apostar nas experiências para se diferenciar dos grandes magazines, mas, para isso, precisam entender para quem estão vendendo, se o público na região onde quer abrir o espaço físico enxerga valor naquilo que você vai oferecer. Outra questão importante está no digital. “Não podemos fechar os olhos para os canais digitais, pois as pessoas acordam com o celular nas mãos.

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Estima-se que há cerca de 4 milhões de pessoas com esse perfil no Brasil, Oportunidades moterapia e presenciou muitos casos de mulheres trans com proble mas renais causados pela prática de “aquendar” (forma de disfarçar o órgão genital masculino com fitas colantes), que as obriga a ficar muitas horas sem ir ao banheiro. Uma paciente acompanhada por Silvana, que Silvana Bento, da Trucss, especializada em moda íntima trans: a demanda é enorme e há poucos concorrentes a oferta de peças específicas ainda é tímida, o que representa oportu nidades para quem está em busca de empreender.Entreaspessoas que perceberam a oportunidade de investir no ramo, está Silvana Bento. Ela trabalhava em um hospital como técnica em hemercado para os empreendedores. Um estudo realizado pela Universi dade Estadual Paulista (Unesp), em 2020, aponta que cerca de 2% da população brasileira – ou 4 milhões de pessoas – são trans. Esse públi co necessita de um vestuário ínti mo próprio, por exemplo, porém, Maya Ortega* Com a valorização e a afirma ção da diversidade na so ciedade brasileira, diversas necessidades que antes estavam escondidas pelo preconceito come çam a aparecer – e mostram que podem ser, também, um nicho de

Na opinião do consultor do Sebrae-SP Paulo Henrique de Oliveira, a população trans está tão excluída que não só os estudos sobre esse público são escassos, como há uma enorme dificuldade de inclusão em lugares que já são ocupados por pessoas cis, principalmente no ambiente comercial.Parareverter o quadro, o Sebrae -SP, por meio do movimento Sebrae Delas, busca incluir as mulheres em situação de vulnerabilidade, inclu sive as trans, no mercado profissio nal. O Sebrae Delas oferece uma série de capacitações para que as mulhe res conquistem sua autonomia social e financeira por meio do empreen dedorismo. Outras informações

*Estagiária sob supervisão dos editores Aquendar Ato de posicionar o órgão genital masculino para trás, escondendo-o. Muito utilizado por drag queens. Binders Faixa volumeutilizadaelásticaparaesconderodosseios.

Packers Prótese usarutilizadapenianaparaosbanheirossocialmenteeparausoíntimo.

Travesti/Mulher trans Identidade de gênero não-cis. Pessoa que nasceu no gênero masculino, mas se identifica com o gênero feminino.

EDIÇÃO 340 | AGOSTO DE 2022 | 7 porém, a oferta de produtos específicos, como roupas íntimas, ainda é pequena no mercado trans usava esse recurso havia muitos anos, morreu durante uma hemodiálise. Impactada com a situação, Silvana decidiu criar a loja online Trucss, confecção especializada em moda íntima trans, atendendo à necessidade de “aquendar”. “É um mercado desafiador, somos um país coberto de preconceitos e é uma luta diária para desmistificá-los. Mas existe uma enorme demanda desses produtos e há poucos concor rentes, o que o torna um ótimo segmento para se investir”, afirma a empreendedora.Porém,adiscriminação afeta diretamente o lado financeiro do negócio. “É muito difícil encontrar alguém que invista, principalmente pelo fato de minha empresa ser direcionada ao público LGBTQIA+, majoritariamente a mulheres trans, devido à realidade preconceituosa em que estamos inseridos”, diz Silvana. Mesmo trabalhando apenas com peças íntimas, ela não conse gue expor seus produtos em lojas de departamentos e eles ficam restritos à venda em sex shops. Silvana chegou a abrir uma loja física, localizada na rua Augusta, na capital paulista, mas, com a pandemia e as restrições de funcio namento, teve de fechar as portas. Mesmo assim, ela conta que gosta ria de manter um ponto fixo. “Eu poderia oferecer uma experiência de compra melhor para as clien tes, onde teriam a possibilidade de provar e sentir as peças de roupa pessoalmente, já que a compra online é meio que ‘no escuro’, sem a experiência completa.”

Trans ou transgênero É o indivíduo que não se identifica com o sexo biológico com o qual nasceu. Cis ou cisgênero É o indivíduo que se identifica com o sexo biológico com o qual nasceu.

direitosfender,AdoresMulheresconseguiusebraedelas/https://contato.sebraesp.com.br/emNamesmalinha,SilvanaBentoumaparceriacomaONUparacapacitar30mulhe-transnaáreademoda,auxilian-noacolhimentodessapopulação.ONUMulheresdedica-seade-emâmbitointernacional,oshumanosdasmulheres.

(Veja no quadro ao lado o que significam os termos utilizados.) Quem também viu oportunidades de negócios no universo trans foi a empreendedora Daniela Beltrami. Ela trabalhava com moda íntima convencional quando recebeu um pedido de uma cliente trans para fazer peças que se adequassem ao seu corpo. Daniela aceitou a proposta e montou o e-commerce de moda trans Dani Bel há dez anos. No caso dela, o modelo de loja digital atende às suas perspectivas. “Não vale a pena investir em espaço físico, seria contraprodutivo, pois tenho clientes fixas por todo Brasil e estou localizada em São José, em Santa Catarina, onde não existe muita procura”, conta. Daniela notou uma aproxima ção maior com suas clientes trans em comparação com as do mercado convencional, o que a faz não sentir necessidade de atuar com o público cis novamente. Apesar de tudo, ela também percebe que o precon ceito dificulta a obtenção de inves timento. Além disso, ela acrescenta que a necessidade de as roupas serem feitas com tecidos específicos para maior conforto e durabilidade acabam encarecendo o produto final. No entanto, ela buscou formas de driblar essas questões e nada disso impediu que sua empresa crescesse. Durante a pandemia, por exemplo, ela baixou os preços das calcinhas para manter as clientes e procurou aumentar o volume de trabalho para manter as contas em dia.

Entenda os termos

INCLUSÃO

Silvana ressalta que, além da pouca concorrência, o fato de serem peças de roupa de grande necessi dade favorece o crescimento da sua empresa. “Vou expandir meus produtos para homens trans também, que necessitam de itens como binders para as mamas, cuecas próprias e até mesmo packers.”

Outra vantagem da venda conjunta é o pagamento, com dinheiro na conta em 30 dias. “Em alguns casos, o pagamento demorava 100 dias nas vendas por fora. Além disso, ocorriam casos de valores fora do combinado e muitos viram as vantagens de vender via cooperativa, incluindo um limite de crédito maior no banco por conta das comprovações das notas”, conta a presidente da Cooapalm. Os produtores de Palmeira d’Oeste destinam 30% da produção para a cooperativa e realizam contri-

Atualmente, a cooperativa vende para grandes compradores e mercados de Rondônia e negocia uma pequena parte da produção para merenda escolar. Para ganhar a confiança e adesão dos produ tores, Elenita conta que desde o começo colocava tudo em plani lhas e mostrava os números para comparar o retorno da venda via cooperativa com a venda individual.

A Cooapalm foi criada em 2019 e é presidida pela produtora Elenita Bocalon Pires. “Iniciamos timida mente e muitos compradores chegaram a ver a cooperativa como ini-

Elenita Pires, da Cooapalm, ressalta o espírito da cooperativa: “Temos que lutar por todos”

Gisele Tamamar Em busca de alternativas para diminuir os prejuízos, com perdas na produção e negociações malsucedidas, um grupo de produto res de uvas do interior de São Paulo encontrou na criação de uma coope rativa uma forma de unir forças para negociar a produção diretamente e garantir boas vendas. A Cooperativa Agropecuária de Palmeira d’Oeste (Cooapalm) é uma das 1.173 coope rativas agrícolas existentes no Brasil, segundo Anuário da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). miga. Começamos a oferecer nosso produto para firmas maiores, mostrando a qualidade e avança mos ano a ano”, conta Elenita.

O ramo agropecuário lidera o ranking com o maior número de cooperativas, seguido de transporte (984 cooperativas), crédito (775), saúde (758), trabalho, produção de bens e serviços (685), consumo (247) e infraestrutura (246). O primeiro colocado registra mais de 1 milhão de cooperados pelo Brasil e emprega mais de 223 mil pessoas.

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Produtores rurais se organizam em cooperativas para COOPERADOS UNEM

O Sebrae trabalha com projetos coletivos, seja com cooperativa, associação ou grupos informais. São realizadas ações de capacitação de gestão financeira, marketing, planejamento de produção, melhor acesso a comercialização, mercado, linhas de crédito, programas go vernamentais e parcerias estratégicas.

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INOVAÇÃO Além da atuação conjunta tradi cional, a Cooperativa Agrícola do Vale do Ribeira (Cavari) inovou ao oferecer o palmito produzido em uma embalagem diferenciada. Trata-se de uma bag, uma embala gem flexível de 1 kg de palmito picado, que é uma alternativa diante do uso dos potes de vidro e é mais fácil de transportar e armazenar.

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A consultora do Sebrae-SP

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Saiba mais sobre cooperativismo e associativismo em: https://bit.ly/3zYD78m

Como o Sebrae pode ajudar?

VALE A PENA?

FORÇAS NO CAMPO

Antes de decidir participar de uma cooperativa, Eliana Germano, do Sebrae-SP, alerta que não basta apenas verificar os benefícios em ser associado. “É importante lembrar que todos são iguais e trabalham para um objetivo em comum, assim, o principal a se analisar é se os objeti vos da cooperativa estão alinha dos com os seus planejamentos. Em alguns momentos o cooperado tem que abrir mão de um resultado individual em prol da coletividade. É importante avaliar como são feitas as tomadas de decisões da cooperativa, se são comunicadas a todos de maneira transparente e de maneira confiável”, destaca.

produção em conjunto e garantir melhores vendas

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“A Cavari atuou diretamente para que a indústria regional produzisse o palmito pupunha em conserva nesta nova embalagem”, destaca Mario Aloisio Martins Bresciani, presidente da diretoria executiva da Cavari, que conta com 53 produto resBrescianicooperados.relata que a Cavari foi fundada em 2019 com a proposta de incentivar e promover as compras de insumos produtivos, a venda coletiva dos produtos dos sócios, difundir boas técnicas de produção, promover a policultura e atingir os mercados reservados para a agricul tura familiar. Além do palmito, a Cavari também criou novos núcleos produtivos, como a meliponicultura (espécie de abelha) e a bananicultura.

buições mensais para a manutenção. “O produtor interessado em entrar para a cooperativa precisa estar ciente do nosso lema: ‘tem que ser bom para todos, temos que lutar por todos’. Não pode ser individua lista”, reforça Elenita, que tem o sonho de ampliar a atuação da cooperativa no setor de cítricos com a compra de uma máquina de beneficia mento de frutas cítricas desse tipo.

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Eliana Germano explica que o associativismo tem como finalidade auxiliar uma comunidade a alcançar uma maior expressão política, social, econômica e ambiental. Já o cooperativismo tem essencialmente o objetivo econômico. O foco principal é a viabilização de um modelo de negócio criado de maneira colaborativa no mercado. Associação Exerce ações filantrópicas, políticas, culturais etc. Admissão desvinculada da atividade Limite mínimo de associados não é exigido Não distribui resultados, qualquer superávit financeiro deve ser apli cado em suas finalidades O associado não é dono do patrimônio Cooperativa ƒ Exerce atividade econômica de mercado Admissão vinculada a atividade econômica Tem limite mínimo de associados Devolve sobras, podem ser destinadas a outros fundos de capitaliza ção ou diretamente aos associados de acordo com a quantidade de operações que cada um deles teve com a cooperativa O associado é dono de parte do patrimônio Pratica qualquer ato comercial

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A consultora do Sebrae-SP Eliana Germano destaca que os produtores rurais enfrentam uma série de dificuldades, como ter pouco poder de barganha e negociação e acesso a grandes mercados. Ao fazer parte de uma cooperativa, o produtor consegue, em conjunto com os demais participantes, atender às necessidades e demandas do mercado, comercializar sua produção e reduzir custos com compras conjuntas de insumos e equipa mentos, por exemplo. “O cooperado consegue melho res resultados reduzindo custo, aumentando a produtividade, tendo crescimento nas vendas e, conse quentemente, ampliando a compe tividade da sua produção”, afirma Eliana. Outros pontos de destaque são o valor agregado por meio de processos de certificação de orgâni cos, Indicação Geográfica (IG), participação em Arranjo Produtivo Local (APL) e criação de identi dadeMasregional.otrabalho está longe de ser tranquilo. A consultora do Sebrae -SP ressalta que as cooperativas ajudam no aumento da eficiência operacional, mas existem muitos desafios. “A gestão da cooperativa é um desafio porque o processo de tomada de decisão é mais complexo e necessita da criação de uma cultura de cooperação”, diz. Entre as principais barreiras enfrentadas pelas cooperativas, Eliana destaca o gerenciamento ineficiente, quando os membros e os gestores não têm habilidades na gestão técnica, administrativa e de pessoas. A falta de participação e engaja mento dos cooperados, a cultura do individualismo e rivalidade também são apontadas como obstáculos. “O processo de gestão e a tomada de decisão podem ser mais lentos, caso não haja entendimento do benefício coletivo”, afirma.

Estão disponíveis cursos que desenvolvem e ajudam na criação da cul tura do cooperativismo, fomentando o enraizamento e a consolidação para os pequenos produtores rurais. “Com a nossa experiência auxi liamos na construção da cultura da cooperação e incentivamos os em preendimentos coletivos no agronegócio”, afirma Eliana Germano, consultora do Sebrae-SP. Entre os programas e projetos que fomentam o agronegócio, a consultora cita o ALI Rural (Agente Local de Inovação), Sebraetec, Inova Senar, Missões Empresariais, Rodadas de Negócios e participação em feiras e projetos de desenvolvimento. Associação x Cooperativa

Dê um ‘up’ no seu e-commerce

3 Organização Para ser encontrado facilmente nas buscas dos navegadores, ordene e renomeie as fotos (ou o Google vai reconhecer como foto duplicada) e cadastre tudo com o maior número de deta lhes possível. Informações completas ajudam na localização dos produtos, das empresas que os vendem e favorecem a escolha do clien te. Crie categorias para organizar os produtos por grupos de semelhança ou identidade.

1 Identidade Atenção à aparência do seu e-commerce. O site é o primeiro contato do seu cliente com a loja e com a identidade visual da empresa. A identidade visual envolve marca, logotipo, cores, textos, imagens utilizadas pela loja. Tudo isso organizado de forma harmônica, em uma combinação de imagens e textos, inclusive um nome de fácil grafia e memorização.

5 Banners

Coloque banners no seu site, isto é, chamadas, alertas ou sinais que aparecem em destaque na home. Eles podem ser estáticos, animados, interativos e do tipo pop up. Servem para ofe recer descontos, dar informações, fazer lança mento de novos produtos e atrair o público.

Já deixou de ser novidade o fato de que ter uma boa presença no ambiente digital é indispen sável para a grande maioria dos negócios. A pandemia ensinou que vender pela internet é tão – ou, em diversos casos, até mais – importan te do que no ponto físico. No entanto, você sabe o que não pode faltar no seu e-commerce? Muitas práticas simples podem fazer a diferença para seu negócio online alcançar melhores resultados. Veja a seguir como torná-lo um sucesso.

6 Promoções Crie uma página com ofertas especiais. Essa página poderá dar vazão, por exemplo, a itens que estejam parados no estoque. Na parte de pagamento, ofereça vários meios e possibilidades: cartão de crédito, boleto ban cário, incluindo PicPay, PayPal, Pix e outros.

Saiba o que fazer na sua loja digital para atrair mais consumidores

7 Logística Organize a logística de sua loja. Estoques, fornecedores, frete e atendimento ao cliente são também muito importantes. O frete po derá ser feito por você caso a venda seja na sua cidade ou use transportadoras ou o cor reio para maiores distâncias.

8 Plataforma A plataforma é o sistema que hospedará o e-commerce. Uma boa plata forma deve contemplar o acesso aos mais diversos dispositivos eletrôni cos, como computadores, smartphones, tablets, entre outros. O sistema deve permitir uma boa customização para que sua loja seja elaborada conforme suas necessidades. A navegação na home deve ser fácil e in tuitiva. A ferramenta deve ser flexível e possibilitar a inclusão de novas funcionalidades e ampliação do negócio.

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4 Buscas Cadastre as fotos das mercadorias pensando em SEO (Search Engine Optimization ou Oti mização do Sistema de Buscas). São ações e técnicas para melhorar o posicionamento de uma loja virtual nos resultados das buscas no Google ou qualquer outro navegador ou página de pesquisa. O SEO deixará o anúncio da sua loja entre os primeiros nas listas apre sentadas aos visitantes. Essa estratégia ajuda a dar mais visibilidade a um negócio digital.

2 Imagens Em um e-commerce, as imagens dos produ tos são fundamentais. Certifique-se de que as fotos que você quer usar são de boa qua lidade e resolução. O cliente deve ter a pos sibilidade de ampliá-las para ver detalhes. O ideal é que as fotos no site tenham sido feitas especificamente para o seu negócio. Apre sente as imagens de forma padronizada, mesmo tamanho e mesma orientação – ho rizontal ou vertical.

9 Segurança Verifique se a interface da plataforma é segura para transações comer ciais. É importante que tenha o certificado SSL – que permite a criptogra fia ou codificação de dados pessoais e bancários armazenados nos ser vidores do site. Isso assegura que as informações dos clientes não serão roubadas durante a compra.

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi-lo: 0800 570 ouvidoria@sebraesp.com.br0800 MARCO VINHOLI, Diretor‑superintendentedoSebrae‑SP É comum separarmos as razões que levam as pessoas a empreender em dois grupos: necessidade e opor tunidade. Mas essa dualidade já não representa tão bem o que motiva a abertura de um negócio próprio. A importante pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que visa entender o papel socioeco nômico do empreendedorismo, des de 2019 passou a considerar outros fatores para captar essa dinâmica. O levantamento mais recente mostra que, no Estado de São Paulo em 2021, a principal motivação para alguém montar um pequeno negócio foi “ganhar a vida porque os empregos são escassos”. Entre os empreendimentos nascentes (até 3 meses no mercado) e novos (com 3 meses a 3,5 anos de operação) essa foi a razão alegada por 73,3% e 72,8% dos en trevistados, respectivamente.

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Fazer diferençaa

Segundo pesquisa feita pela Invesp, o índice de satisfação relacionado ao atendimento realizado no chat online é de 73%, enquanto para o e-mail este índice cai para 51% e, no telefone, 44%. Dessa forma, manter esse canal para um e-commerce é muito importante. Veja algumas dicas:

Como as ferramentas são ótimas para relacionamento e vendas, ficamos acomo dados e não pensamos em um plano B. Se o Facebook ou outra rede passar por instabilidade ou sair do ar, você per de Pensandovendas?

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

O cliente brasileiro passa mais tempo nas redes sociais do que em sites, po rém quando procura um serviço ou pro duto, um site é sempre acessado.

1. Ative e atualize o seu canal do Google Meu Negócio; 2. Tenha um canal ativo no Telegram; 3. Comunique seus clientes sobre seus canais de comunicação; 4. Deixe pronta a migração das redes em seu site e e-commerce para emergências; 5. Movimente todos os seus canais de comunicação, os clientes estão espalhados por eles; 6. Incentive seus clientes a usarem seus canais alternativos com descontos e promoções exclusivos para eles. Como trabalhamos em “terrenos alu gados” nas redes sociais, é sempre im portante ter opções que possam suprir as eventuais falhas. E se a rede social sair do ar?

EDER MAX Consultor do Sebrae-SP

Chama a atenção que o segundo estímulo mais citado é “fazer a dife rença no mundo”, em porcentagens bem próximas da motivação princi pal: 71,9% entre os negócios nascen tes e 69,2% entre os novos. As outras razões mencionadas são “construir uma grande riqueza ou renda muito alta” e “continuar uma tradição fami liar”, ambas com distâncias maiores das duas primeiras. Não se discute a legitimidade de se montar uma empresa para ganhar dinheiro – é justo querer uma vida financeira mais confortável – contudo, a vontade de fazer a diferença no mun do com um negócio próprio mostra como o empreendedorismo pode ser o caminho para a realização pessoal e para uma sociedade melhor. Não faltam exemplos de ações em preendedoras que mudaram o curso da história. Porém, as iniciativas de pe queno porte também têm esse po der. Quando um empreendedor abre uma loja de bairro e supre a deman da local por um determinado produto, ele proporciona, no mínimo, uma faci lidade para quem ali vive. Quando cria postos de trabalho, possibilita que os funcionários tenham renda, prove nham suas famílias e, por sua vez, fo mentem o consumo, beneficiando outros comerciantes. Alguém duvida que esse ciclo faz a diferença naquela localidade e que pode ir além? Sabemos onde um pequeno negó cio começa, mas nunca sabemos aon de pode chegar. É aí que está a riqueza do empreendedorismo e é por ele que o Sebrae-SP trabalha incansavelmente.

As redes sociais são importantíssi mas para negócios dos mais diferentes segmentos. Porém, problemas podem acontecer, elas podem ficar fora do ar e o melhor é não apostar somente nelas como canal de relacionamento com os clientes.

É necessário pensar em alternativas de como migrar para canais próprios. Mesmo quando muitos falam que não precisamos ter um site, cada vez mais entendemos que precisamos.

em uma alternativa, toda empresa deveria ter perfil no Telegram, ativar o Google Meu Negócio e ter uma forma de acionar rapidamente um chat alternativo em seu e-commerce.

Acompanhe o Sebrae‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: youtube.com/sebraesaopaulosoundcloud.com/sebraespflickr.com/sebraespfacebook.com/sebraesp issuu.com/sebraespinstagram.com/sebraesptwitter.com/sebraesp Divulgação sebraeseunegocio.com.br

12 | JORNAL DE NEGÓCIOS o sebrae‑sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilidade total por sua publicidade. Para tornar a acessívelcaçãocomunimaisao cliente com deficiência auditiva, o Sebrae‑SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos pre senciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antece dência de 5 (cinco) dias úteis à data de realiza ção do evento. O cliente ou seu representante poderá se inscrever pes soalmente nos Escri tórios Regionais, pelo portal do Sebrae‑SP ou pelo 0800 570 0800. Para anunciar sp-jn@sebraesp.com.br Comercial É pra já. É pra você. Pra emaqueletransformarseusonhonegócio. SUA DODEPARTEPODEEMPRESAFAZERDOTIMEPARCEIROSSEBRAE-SP

DIRETORIA EXECUTIVA Diretor‑superintendente: Marco Vinholi Diretor Técnico do Sebrae SP e Diretor interino de Administração e Finanças do Sebrae SP: Ivan Hussni

Gestão bem costurada

Saiba como colocar seu negócio no rumo certo em: https://bit.ly/3d7EybG

SEBRAE‑SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo ‑SP. CEP: 01504‑001

“Não fiz uma pesquisa para saber se precisava mesmo de mais funcionários. Contratava sem planejar e, em 2015, comecei a fechar no verme lho. Não conseguia enxergar que o erro era a minha gestão", conta. Apesar de ter bons contatos e muita demanda de trabalho, houve um impacto negativo no faturamento. Para tentar resolver o problema, a empreendedora pegou mais empréstimos e a dívida foi crescendo. Somente quando começou a participar das capacitações do Sebrae, ela conseguiu enxergar que a solução não era aumentar a produção e nem contratar mais pessoas. “Meu primeiro curso foi gestão de pessoas. Foi quando entendi que é preciso capacitar a equipe, cumprir metas. Depois fiz o Empretec e saí com tanta energia, com uma visão muito clara de onde eu queria chegar e o que eu tinha que fazer para isso acontecer.”

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JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Vanessa Silva Pinto Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiárias: Ana Roxo e Maya Ortega. Imagens: www.gettyimages.com. Diagramação: Douglas da Rocha Yoshida. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177‑4784

EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae‑SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO

Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

Após passar por essas capacita ções, Paula resolveu organizar tudo que tinha de pagar e foi estabe lecendo prioridades. “O Empre tec me deu um direcionamento muito importante para eu conse guir separar caixa de pessoa física e pessoa jurídica; eu entendi que não podia misturar as coisas. Com o Sebrae eu consegui olhar para o estratégico da minha empresa e organizar melhor meu financeiro. Esse é o pilar de tudo”, explica. “Precisa ter esse equilíbrio e ter a visão geral para apagar o incên dio antes de começar. Quando eu vejo que tem algo errado eu já entro em ação.” Assim, a empreen dedora conseguiu quitar todas as dívidas no ano passado. O consultor de negócios Benedito Albiero foi o responsável por algumas capacitações que Paula realizou focadas em gestão de pessoas. Ele ressalta a importância de desenvolver uma boa liderança para se criar um ambiente de trabalho positivo, resultando em melhorias financeiras. “O financeiro é apenas uma parte. Se as pessoas não estiverem envol vidas, comprometidas e entenderem que fazem parte de algo não adianta. A Paula conseguiu mudar a visão dela, recebendo mais colaboração dos funcionários. Ela começou a prati car uma escuta ativa e os resultados vieram, como sempre falamos.”

PARA ANUNCIAR sp jn@sebraesp.com.br imprensa@sebraesp.com.br FALE COM A REDAÇÃO

A confecção de Paula Borsoi só tomou o rumo certo após ela se capacitar com o Sebrae-SP Patricia Gonzalez Aempreendedora Paula Roberta Borsoi iniciou a produção de sua confecção em 2009 após deixar um emprego. Começou na sala de casa, prestando serviços para outras empresas, com três má quinas, focando inicialmente em itens como patchworking e blusas de retalho para transformá-los em casacos, coletes, entre outras peças. Para adquirir as máquinas, Paula fez um empréstimo com um conhe cido e, conforme ia recebendo pelos serviços, foi quitando a dívida. A empreendedora já atuava no ramo antes de abrir empresa e, por isso, tinha um bom relacionamento na área, o que facilitou muito o início de seu negócio. “Comecei sabendo o que sabia fazer, que era costurar. Não realizei nenhum tipo de planejamento. Iniciei meu trabalho pegando encomendas da empresa onde traba lhava. Era um negócio bem pequeno e era fácil ter esse controle, tudo estava muito bem”, lembra. Após três anos mantendo uma estrutura menor, a empreendedora decidiu formalizar seu negócio em 2012. Ela alugou um barracão, contratou mais funcionários e começou a receber encomendas de empresas maiores. Apesar do crescimento do empreendimento, as dívidas começaram a aumentar. “Eu não tinha conhecimento que meus custos subiriam tanto e estava muito envolvida no operacional, então fui deixando algumas questões muito importan tes de lado. Atrasei guias de INSS e uma série de outras coisas”, conta. Ao mesmo tempo, a demanda de trabalho de Paula aumentava cada vez mais. Para dar conta dos pedidos, Paula Borsoi: “Com o Sebrae eu consegui olhar para o estratégico da minha empresa e organizar melhor meu financeiro” ela começou a fazer novas contra tações, mas não sabia mensurar sua real capacidade de produção.

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TEC &

O Instagram colocou à disposição um novo recurso de mapas, que permite que usuários descubram locais populares e estabelecimentos comerciais de pequeno porte próximos. A ferramenta usa a localização geográfica do perfil para exibir as informações na aba Explorar. O novo recurso pode ser utilizado de diversas maneiras. O usuário pode acessar o mapas por meio de tags de localização nos stories ou em publicações do feed, assim como em buscas no Explorar – hashtags locais, como #saopaulo, também permitem acesso à função. O usuário pode filtrar por categoria, para que a pesquisa seja mais objetiva, caso esteja procurando por algum estabelecimento específico.

Apesar de ser o maior gerador de resíduos da América Latina, o Brasil aproveita apenas 4% dos materiais recicláveis. Países como Chile, Argentina e África do Sul reaproveitam em média 16% dos materiais; a Alemanha, 67%, por exemplo. Mapeamento da ONG Artemisia revelou oportunidades para empreender com inovação e tecnologia no setor. Entre as possibilidades estão negócios que atuam na gestão de resíduos sólidos em condomínios ou em lugares de difícil acesso e ligados à educação do consumidor para a reciclagem. Engloba ainda soluções para melhorar as condições de trabalho e aumentar a renda dos catadores. Há também oportunidades de empreender na regularização, gestão e eficiência de cooperativas de reciclagem; na criação de métodos inovadores; e no desenvolvimento de ferramentas de rastreabilidade e logística reversa eficiente, entre outros.

NOVO RECURSO DO INSTAGRAM PERMITE LOCALIZAR ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS PRÓXIMOS

LIVROS

O MILAGRE DA MANHÃ (BestSeller) Como transformar sua vida antes das 8h? Com esse livro, você aprende todos os dias a ter o poder de mudar sua rotina criando hábitos melhores e, assim, conseguindo uma vida mais regrada e tendo uma produtividade maior. O autor Hal Elrod apresenta aos leitores dicas de pequenas atitudes que melhorarão cotidiano, inspirando a ter dias mais tranquilos e felizes.

YOUTUBE FACILITA A VENDA DE PRODUTOS DURANTE EXIBIÇÃO DOS VÍDEOS Ficou mais fácil comprar e vender no YouTube. Criadores de conteúdo podem conectar suas lojas Shopify (plataforma que abriga diversas lojas virtuais) ao aplicativo. Agora, os usuários têm como saber se um produto está em estoque ou não sem ter de fechar o vídeo para checar. Se um item de interesse do usuário é anunciado no vídeo, ele pode fazer a encomenda em seguida. A novidade vale para criadores que tenham, no mínimo, 10 mil inscritos ou um canal oficial de artista. Contudo, é preciso ter monetização, conteúdo que não seja destinado ao público infantil e um registro impecável de violação de política.

MULHERES LÍDERES EXECUTIVANAFAZEMOSEMPREENDEDORAS:ECOMPROMISSOSQUEADIFERENÇACARREIRADEUMA(AltaBooks)

BRASIL TEM GRANDE POTENCIAL PARA EMPREENDER COM RECICLAGEM

O livro oferece uma visão feminina do mercado de trabalho e apresenta sete compromissos que as mulheres devem assumir consigo mesmas para obter sucesso profissional e pessoal e, consequentemente, terem mais emponderamento. Uma leitura indicada para quem quer começar seu próprio negócio e não sabe como.

EVENTOS – UMA ALAVANCA DE NEGÓCIOS (Aleph) Em um mundo cada vez mais competitivo é preciso livro,meioeventosfornecedores,arelacionamentosdesenvolvercaracaracomclientesesendooscorporativosomaiseficaz.Nesteoautortrazdicas que irão ajudar a alavancar os negócios por meios dos eventos com a estratégia PEGE – Programa Estratégico de Gestão de Eventos.

Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e ‑mail para imprensa@sebraesp.com.br. Não é novidade, especialmente para quem procura emprego em grandes empresas, deparar-se com perguntas pessoais como etnia, orientação sexual, nome social e, inclusive, o pronome pelo qual a pessoa deseja ser tratada. As empresas cada vez mais promovem a diversi dade e inclusão social, com uma maior conscientização em relação ao tema ESG, sigla em inglês para ambiental, social e governança (environmental, social and governance).

COISASÉRIE MAIS LINDA Série brasileira ambientada na década de 1960 no Rio de Janeiro, conta a história de quatro amigas em busca de independência e que lutam para ir atrás dos seus sonhos. Numa época em as mulheres eram ensinadas a serem donas de casas e cuidarem da família, elas vão contra os preconceitos e começam seu próprio negócio, cada qual na sua área. Disponível na Netflix.

Segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), 87% dos brasileiros preferem empresas com práticas sustentáveis na hora de fazer as compras ou investimentos, e 70% dizem não se importar em pagar mais por Esseisso.caminho também deve ser seguido pelas micro e peque nas empresas, fundamentais para envolver toda a cadeia no ESG, sejam fornecedores, consumidores e a comunidade.

Divulgação

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Essas empresas podem adotar ações que geram impac tos positivos, como iniciar um programa de recrutamento voltado à diversidade e inclusão, educar o cliente a não poluir o meio ambiente, criar um sistema de reciclagem ou reutilizar ou reduzir os resíduos.

Controlar as finanças corretamente é essencial para o sucesso de qualquer tipo de negócios.

por Monica Bressan, especialista em governança corporativa, compliance, ISO 37001, ISO 31000, contratos e finanças

O empresário deve avaliar quais são os impactos que o negócio causa e quais as necessidades do meio (ambiente e social) onde está inserido. Depois deve definir ações para atacar esses pontos e se orientar por essa pauta.

STARTAPOPODCAST

PERGUNTE A QUEM ENTENDE

Além de atender à demanda da sociedade sobre o ESG e gerar ganhos de reputação, a empresa pode se beneficiar com a economia de recursos e com a diminuição de riscos socioambientais que podem impactar o negócio.

CONTROLADASFINANÇASVÍDEO

A premissa do Startapo é discutir tudo o que engloba o mundo das startups, daí vem o nome do podcast. O programa vai de tecnologia, empreendedorismo, cases de sucesso, além dos temas mais simples até comparações entre o Vale do Silício e o ambiente brasileiro, sempre com uma linguagem fácil de entender. Disponível no Spotify e no SoundCloud.

https://youtu.be/lzOaojSPYdA Saiba mais em:

Existem linhas de crédito específicas para as pequenas e médias empresas que pretendem promover ações que, de fato, exigem maior investimento, como para financiar projetos para a redução de emissão de gases do efeito estufa, geração de energia renovável e eficiência energética, ou para projetos de preservação da água e gestão de resíduos sólidos.

Os princípios de ESG podem ser adotados pelas pequenas empresas?

A governança deve também estar em evidência, como a transparência e prestação de contas, que conferem maior credibilidade em relação às ações adotadas; a equidade, ao salientar que as pessoas sejam tratadas de maneira horizon tal; e a responsabilidade corporativa, que visa cumprir as normas legais e éticas.

Saiba como colocar seu negócio no mercado exterior em: https://bit.ly/3OYuvmA MATÉRIA FAMOSO

Agora, começaremos a colocar nosso produto em adegas, pois fechamos uma parceria e terceirizamos a produção em uma outra fábrica de bebidas.Asduas hamburguerias têm a marca FCB Gastro Burguer, que é um novo conceito de restaurante, em que preparamos todos os ingredientes artesanalmente, como o bacon, queijos e outros itens que vão no Umlanche.plano de curto prazo é produzir nossa própria salsicha para servirmos no nosso hot-dog na Cão Loko. Uma ideia – que vimos em um bar durante uma missão do Sebrae de que participamos – é dar hot-dogs para clientes que consumi rem uma determinada quantidade de cerveja.Opróximo passo no longo prazo é a internacionalização das marcas Cão Loko e FCB Gastro Burguer. Daqui a dois anos tentaremos levar para o exterior ingredien tes e carnes brasileiras – que são valorizadas lá fora. Também quero continuar estudando; no momento, estou fazendo o curso 'Capacitação de comércio exterior' do Sebrae.

*Estagiária sob supervisão dos editores Pedro de Moura Junior planeja levar seus negócios para o exterior

A vontade de trabalhar com bebidas surgiu quando eu estava no ensino médio técnico e tinha 16, 17 anos. A ideia era começar com sucos diferenciados, tanto que meu TCC, na época, foi desenvolver um suco gaseificado. Ganhei prêmios com ele. Já a cerveja sempre me trouxe fascínio, mas é uma área que exige muito estudo.

Fiz engenharia química e, simul taneamente ao meu negócio, traba lhei em grandes empresas para me capacitar e entender o mercado antes de investir no ramo de cerveja.

Entre frutas e cervejas

Em 2016, após trabalhar com os sucos e estudar diversas áreas, como química, produção, marke ting, administração e gestão de pessoas, consegui entrar na indús tria da cerveja. Mas sei que foram os sucos e a salada de frutas que me permitiram empreender no ramo. Não trabalho mais com sucos. Atualmente tenho duas hambur guerias e uma cervejaria artesanal, a Cão Loko, que é também um bar com bebidas para o cliente degus tar e conhecer mais o processo de fabricação.Infelizmente, não conseguimos vender a cerveja em redes de supermercado pois nossa produção é pequena para a demanda. Vendemos em bares próximos à nossa fábrica e em empórios.

O Sebrae nos ajudou muito com o networking, foi um divisor de águas no mercado internacional, nos incentivando nas missões de que fizemos parte. Já fui procurado por empresários do exterior com propostas de montar restaurantes com comida feita do jeito brasileiro. As maiores dificuldades para empreender foram as leis, impostos, a organização de despesas e a gestão de pessoas. Com o apoio do Sebrae fui conseguindo melhorar e priori zar a qualidade e a organização.”

Pedro de Moura Junior vendia frutas na rua; hoje tem uma cervejaria e uma hamburgueria Ana Roxo* “Desde pequeno, eu ia para São Paulo, na região do Brás e da Rua 25 de Março, e via as pessoas vendendo frutas cortadas; era tão prático e fá cil. Era algo que nunca tinha visto na minha cidade e me interessou; eu e minha sócia, Rafaela Emerin, percebemos uma oportunidade de negócio. Foi assim que começamos em 2012, em São José dos Campos: vendendo salada de fruta na rua, em uma Ficamosbicicleta.umano vendendo salada de fruta todos os dias, até que um shopping no centro da cidade nos convidou para abrir um quios que de sucos e comidas saudáveis. Depois de aceitar, entendemos que éramos empresários. Ficamos mais um ano lá. Eu conciliava meus estudos e os negócios. Passado aquele ano, vendemos o quiosque e abrimos uma loja de rua.

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