DIRETO DA PRODUÇÃO
seafood
Investimentos em formas jovens preparam expansão sustentada da aquicultura
brasil
#36 - Out/Dez 2020 ISSN 2319-0450
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Deposithphotos
Corrida dos filés Aberto pela merluza e popularizado pelo panga e polaca, segmento vê tilápia em busca da hegemonia
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Anote a lápis o calendário de eventos para 2021
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MKT & INVESTIMENTOS
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Editorial
Cansados do “novo normal”
F
oi comum nestes últimos meses tentar projetar como seriam nossas vidas em plena pandemia ou mesmo depois dela. Consultores e institutos de pesquisa dedicaram muita atenção ao tema e mostraram os caminhos alternativos possíveis para mantermos os negócios operativos, mesmo diante de tanta anormalidade. Nós mesmos aqui cedemos à tentação de exercitar a futurologia, mas já estamos cansados.
Imagino que vocês também. É por isso que, aqui nesta edição da Seafood Brasil, você ainda vai ler muito sobre a pandemia e seus efeitos, mas não vai ler uma linha sobre o suposto “novo normal”. O que todo mundo deseja é, o quanto antes, voltar ao velho normal. Esta doença, seus efeitos e sua instrumentalização política já gastaram
tempo demais das nossas vidas, mas infelizmente ainda estão por aqui. Quando a vacina chegar, ainda que seja aos poucos, sinto que 2020 será um lapso temporal. Pularemos de 2019 direto para a retomada gradual, ao longo de 2021 e além, de tudo o que ficou em segundo plano neste ano. Compartilho com o setor a sensação de que nunca trabalhamos tanto como neste ano de tantas privações. O resultado está nestas páginas, nos gráficos e tabelas, mas também no sentimento e nas declarações dos entrevistados. O setor fez o que pôde e prosperou. Para o orgulho de todos nós! Boa leitura!
Ricardo Torres - Editor
Índice
06 Cinco Perguntas
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38 Na Gôndola
10 Na Água
40 Estatísticas
12 MKT & Investimentos 20 Na Planta
48 Direto da Produção 56 Suplemento
66 Na Cozinha
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Capa
74 Personagem
Expediente Redação
Comercial
redacao@seafoodbrasil.com.br
comercial@seafoodbrasil.com.br Tiago Oliveira Bueno
Publishers: Julio Torre e Ricardo Torres Editor: Ricardo Torres Repórter: Fabi Fonseca Diagramação: Emerson Freire Adm/Fin/Distribuição: Helio Torres
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Máxi Gráfica A Seafood Brasil é uma publicação da
Seafood Brasil Editora Ltda. ME CNPJ 18.554.556/0001-95
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5 Perguntas a Gabriel Calzavara, presidente da PescaBR
Entrevista
No mesmo trem, em vagões diferentes O primeiro presidente da recém-criada entidade representativa dos armadores de pesca do Brasil não vê motivos para separar pesca da aquicultura no Mapa Texto e fotos: Ricardo Torres
A
trajetória de Gabriel Calzavara se cruza com a história da pesca comercial no Brasil. Armador da pesca de atuns e afins com espinhel de superfície, ele já foi diretor do extinto Departamento de Pesca e Aquicultura do Mapa e participou de inúmeros sindicatos, associações e outros
órgãos institucionais. Ainda assim, ele considera que a categoria carecia de uma representação específica. “Esta situação contribuiu para que os armadores brasileiros deixassem de construir uma identidade própria a ponto de serem identificados ou reconhecidos como categoria pesqueira pela sociedade
brasileira, assim como são os pescadores e a indústria pesqueira”. Nesta entrevista exclusiva à Seafood Brasil, agora como presidente da Associação Brasileira dos Armadores de Pesca (PescaBR), Calzavara detalha como será a atuação da entidade que pretende preencher esta lacuna. Por que o setor pesqueiro precisa de uma nova entidade que defenda os interesses dos armadores? Os armadores de pesca nunca tiveram uma representação nacional própria, específica da categoria. Sempre estiveram à reboque das organizações de pescadores (colônias e associações), frota costeira de menor porte, ou das organizações das indústrias, frotas maiores, particularmente as de pesca oceânicas.
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Acredito que essa situação, entre outras, contribuiu para que os armadores brasileiros deixassem de construir uma identidade própria a ponto de serem identificados ou reconhecidos como categoria pesqueira pela sociedade brasileira, assim como são os pescadores e a indústria pesqueira. Daí a motivação dos armadores criarem a PescaBR, um espaço institucional exclusivo do armador de pesca, onde se fala do cotidiano das pescarias, debate-se as dificuldades, as potencialidades da atividade, onde se constrói e se estrutura um pensamento pesqueiro, onde se dá voz aos armadores e fortalece a categoria para que, de forma organizada, juntamente com as representações dos pescadores
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5 Perguntas
“A pandemia nos mostrou como os armadores de pesca são invisíveis aos gestores públicos” artesanais, dos trabalhadores da pesca e da indústria, contribuir para o debate do desenvolvimento sustentado da pesca do Brasil. A realidade dos pequenos e médios armadores do País tem mais pontos em comum que divergências? Como conciliá-los? Não vejo divergências relevantes entre os pequenos e médios armadores. Os problemas são, em sua maioria similares. Me arrisco a dizer - este número vamos trabalhar para identificar - que a esmagadora maioria da frota pesqueira brasileira é formada por barcos de madeira com até 15 metros de comprimento, com acomodações que precisam ser melhoradas, estrutura de manipulação e armazenamento do pescado inadequada e baixo aporte tecnológico de navegação e equipamentos básicos para fabricação de gelo, produção de água doce (dessalinizador), entre outros equipamentos básicos. Deparam-se igualmente com uma burocracia excessiva, difícil acesso a crédito, indisponibilidade de centro de treinamento de pescador, entre outros. De modo que só vejo pontos de convergências entre os armadores.
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Quais as prioridades que a entidade elegeu para colaborar com o desenvolvimento do setor privado pesqueiro? Regularização da frota; apoio à organização administrativa e gerencial das micro e pequenas empresas armadoras de pesca; apoio à competitividade das pescarias e, o mais urgente, a modernização da frota. [Os barcos] precisam de acomodações adequadas para os tripulantes, assim como espaços e condições de manipulação dos peixes estruturadas.
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Em relação a boas práticas a bordo, precisamos melhorar a
manipulação e armazenamento do pescado. Necessitamos melhorar o aproveitamento do pescado capturado com o aproveitamento do resíduo. Precisamos de transparência nas pescarias: Geração e transmissão de informação das pescarias para o mercado, comunidade científica e órgão públicos de gestão e monitoramento. Precisamos de apoio a treinamento e formação de tripulação. É preciso ainda modernizar a comercialização do pescado, difundir o programa de equalização de óleo combustível nas comunidades pesqueiras que ainda não têm acesso e combater a desproporcionalidade das multas e abordagens dos órgãos de fiscalização e controle aos armadores de pesca. Durante a pandemia, pudemos acompanhar manifestações suas que cobravam maior empenho do governo na ajuda ao setor. De que maneira a PescaBR pretende interagir com a SAP e outros órgãos para garantir uma atuação mais efetiva para o atendimento dos vossos pleitos? A pandemia nos mostrou como os armadores de pesca são invisíveis aos gestores públicos. Não estávamos sequer listados no Manual de Crédito Rural do Banco Central como segmento a ser contemplado, assim como a pesca artesanal e a piscicultura, para acessar este crédito.
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Nesse momento, é preciso fazer justiça ao empenho do secretário Jorge Seif Jr. para corrigir essa distorção e a falta de reconhecimento dessa categoria empresarial, junto ao Ministério da Economia e do Banco Central. Vale ressaltar que a indústria de pesca também não estava listada neste manual. Dou esse exemplo para ilustrar a necessidade de se
trabalhar com transparência e objetividade com a SAP e demais órgãos públicos no sentido de enfrentar essas discrepâncias e pouco reconhecimento da importância da pesca para o desenvolvimento do País. Algumas das lideranças aquícolas pedem, há tempos, a separação da gestão entre pesca e aquicultura no MAPA. Vocês concordam com essa visão? Entendo que a pesca extrativa e a aquicultura estão visceralmente integradas ao agronegócio. Entendo o agronegócio como uma imensa locomotiva que tem atrelado e que conduz os vagões: da bovinocultura, da suinocultura, dos grãos, da avicultura, da fruticultura, da pesca extrativa, da aquicultura, entre outros.
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A pesca e a aquicultura sempre estiveram em vagões separados e devem continuar assim. O problema é que quando a SUDEPE [Superintendência de Desenvolvimento da Pesca] era a gestora pública da pesca e da aquicultura, entre a segunda metade dos anos 60 e o final da década de 80, os vagões de pesca e da aquicultura estavam atrelados à fantástica locomotiva do agronegócio, com todos os instrumentos de crédito, pesquisa, tecnologia, formação de tripulantes, extensão pesqueira e aquícola, entre outros. Mas, ao se acabar a Sudepe, os nossos vagões foram descarrilhados desta locomotiva, que fez do Brasil uma potência mundial, e foram atrelados a trens que tinham outras rotas diferentes do desenvolvimento da pesca e da aquicultura. De modo que não vejo problema em estar num mesmo órgão, desde que estejam em vagões diferentes como estão.
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Na
Água Tecnologia para pesca e criação
Na palma da mão A Alfakit traz ao mercado o mini medidor de cloro microprocessado digital para análise de cloro DPD na água. O foco é nas estações de tratamento de água e efluentes, já que ele tem: medição de concentração de 0,01 mg/L; temperatura de operação de 0 a 50°C; resolução de 0,01 mg/L; espectro de emissão LED verde de 525 nm leitura direta em mg/L; display de cristal líquido 12 caracteres por 2 linhas; e autonomia aproximada de 40 horas.
embalagem de 25 kg. “O desenvolvimento da Ração Coope para peixes foi um desafio lançado pela gerência executiva. Várias mãos contribuíram para colocar o projeto em prática”, destaca o gerente das fábricas de rações da Coopeavi, Ederson Abeldt.
Curso grátis de redondos A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) inovou com um curso a distância sobre criação sustentável de peixes redondos. Gratuito, ele está disponível na plataforma de cursos online da Embrapa (htps://bit. ly/curso_nativos_embrapa). São nove módulos, passando pelos aspectos produtivos, alimentação, qualidade da água e comercialização. O formato contempla textos, imagens, podcasts e animações em vídeo. No final de cada módulo, há uma avaliação referente àquele conteúdo. Para conseguir o certificado, o participante precisa acertar ao menos 70% das questões apresentadas.
Da água à indústria
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Mais uma para a briga Em meio ao aumento de custos na ração, mais uma fábrica decidiu entrar no segmento. A Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), de Santa Maria de Jetibá (ES), lançou nas unidades comerciais da cooperativa a ração Coope para peixes, em
A Kemin tem um portfólio abrangente de suplementos e aditivos para toda a cadeia de produção aquícola. A linha AquaScience contempla produtores de ração com pré-mix para peixes e camarões e quem engorda e necessita de enzimas digestivas e potencializadores de absorção de nutrientes até antimicrobianos e antioxidantes, promotores de crescimento sem antibióticos, aglutinantes em pellets, entre outros. São mais de 550 ingredientes patenteados em todos os segmentos.
Aeradores e alimentadores A RF Equipamentos, de Boa Vista do Buricá (RS), aposta fortemente em seus aeradores tipo chafariz e os alimentadores automáticos para equipar a emergente piscicultura na região. O aerador é desenvolvido em polietileno de alta densidade com tratamento UV e componentes em aço inox 304, nos modelos com motor 0,5 cv, 3/4 (0,75) cv, 1 cv, 1,5 cv e 2 cv de potência, monofásico/bi e trifásico. Já os alimentadores, que também têm componentes metálicos em aço inox 304 e polietileno com tratamento UV, têm modelos com capacidade de 70 Kg, 150 kg, 230 Kg, 300 Kg, 400 Kg e 600 kg (24 sacos).
Modulador biológico Enzimas específicas tornam o N-Pro, da Kayros, uma ferramenta nova para uma suplementação alimentar de camarões e peixes em doses específicas de acordo com a fase de criação. Vendido em embalagens de 1,5 kg, 5 kg e 10 kg contém mananoligosacarideos, carboidratos fibrosos derivados da parede celular da cepa de levedura Saccharomyces cerevisiae. Segundo a empresa, a ação do produto oferece benefícios para água e para o solo.
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À espera da vacina
Marketing & Investimentos
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Calendário de eventos em 2021 pode ter nova concentração de feiras no segundo semestre, formatos híbridos e pouca visitação internacional Texto: Fabi Fonseca e Ricardo Torres
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ssim como aconteceu com praticamente todos os eventos mundiais programados a partir de março de 2020, as medidas de restrições e o isolamento social provocadas pela pandemia do novo coronavírus também impossibilitaram a realização
dos principais encontros presenciais do setor. Com as dificuldades que o mundo enfrenta para frear as ondas da atual crise sanitária global, os eventos adiados ficaram concentrados em 2021. Diversos eventos já confirmaram seus novos locais e datas, mas outros ainda
seguem incertos com o “novo normal”. A expectativa global é a de que em algum momento de 2021 nos traga não somente uma vacina, mas também devolva os encontros presenciais que geram emprego, contato com inovações e muitas oportunidades de negócios.
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No entanto, a dificuldade de massificar a vacinação em todo o planeta pode reduzir as chances de cumprir o calendário previsto para o primeiro semestre. De qualquer forma, preparamos um guia para você se preparar para o que vem pela frente.
Marketing & Investimentos II IFC - INTERNATIONAL FISH CONGRESS ONLINE E FISH EXPO BRASIL Data: 01 a 03 de dezembro de 2020 Local: Maestra Grand Convention Center, Recanto
Anote (a lápis) no calendário! 2020
DEZEMBRO
Cataratas Thermas & Resort, Foz do Iguaçu, Paraná. Site: http://www.internationalfishcongress.com.br/
2021 AQUA SUR Data: 3 a 5 março de 2021 Local: Puerto Montt, Chile Site: https://www.aqua-sur.cl/
MARÇO APAS SHOW Data: 17 a 20 de maio de 2021 Local: Expo Center Norte, São Paulo Site: https://apasshow.com/
MAIO
11ª AQUISHOW BRASIL Data: 25 a 27 de maio de 2021
Local: Centro Avançado de Pesquisa do Pescado Continental
do Instituto de Pesca - São José do Rio Preto (SP) Site: https://aquishowbrasil.com.br/
SEAFOOD EXPO NORTH AMERICA (SENA) Data estimada: meados de julho de 2021 Local: Boston, EUA Site: https://www.seafoodexpo.com/north-america/
JULHO
AQUA NOR Data: 24 a 27 de agosto de 2021 Local: Trondheim, Noruega
AGOSTO
SEAFOOD EXPO GLOBAL (SEG) Data: 7 a 9 de setembro de 2021 Local: Barcelona, Espanha Site: https://www.seafoodexpo.com/global/
Site: https://www.aquanor.no/?lang=en
SETEMBRO
OUTUBRO
XXII CONXEMAR Data: 5 a 7 de outubro de 2021 Local: IFEVI - Vigo, España Site: https://conxemar.com/es
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SEAFOOD SHOW LATIN AMERICA (SSLA) Data: 26 e 28 de outubro de 2021 Local: Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo (SP) Site: http://seafoodshow.com.br/ CHINA FISHERIES & SEAFOOD EXPO Data: 27 a 29 de outubro de 2021
Local: Centro Internacional de Convenções de Qingdao Site: http://chinaseafoodexpo.com/ FENACAM 2021 Data: 16 a 19 de novembro de 2021 Local: Centro de Convenções de Natal, Natal, Rio
Grande do Norte
Site: https://www.fenacam.com.br/
NOVEMBRO
DEZEMBRO/2020
International Fish Congress Online
Enquanto esta revista estava em plena impressão, a 2ª edição do International Fish Congress e Fish Expo Brasil (IFC) ocorria de forma totalmente online entre os dias 01 e 03 de dezembro de 2020, em Foz do Iguaçu (PR). Considerado híbrido pelos organizadores, o evento montou um estúdio para centralizar a transmissão das palestras e organizar a participação dos mais de 30 conferencistas de 12 países diferentes. Além das palestras, o evento teve estandes virtuais, apresentação de trabalhos científicos, uma interface intuitiva, recursos para networking e uma mostra de tecnologia. Na feira virtual, as mais de 20 empresas participantes tiveram estandes virtuais dentro da plataforma, com apresentação de vídeos, portfolio de produtos, interação com o público, entre outros recursos. A meta era atingir até 5 mil pessoas, com suporte de um horário que não coincide com todo o expediente (das 17 às 21h).
MARÇO/2021
Encontro aquícola
Em 2020 eram esperados expositores dos cinco continentes e mais de 40 países na 11ª edição da feira bienal Internacional AquaSur, na cidade de Puerto Montt (região de Los Lagos), no Chile. Depois de desmarcar o evento originalmente programado para outubro, o Grupo Editorial Editec arriscou ao remarcar para o período entre 3 e 5 de março de 2021. Dada a situação do contágio da doença no Chile e as restrições a viagens decorrentes de uma segunda onda antes da vacinação em massa, já é possível um novo adiamento. Até o fechamento desta edição, porém, este que é um dos mais importantes eventos de aquicultura das Américas havia anunciado a realização de melhorias no espaço e uma forte campanha internacional para atrair ainda mais visitantes.
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Uma das novidades da próxima edição seria a nova área chamada “AquaSur SeaFood”, um espaço para investidores, empresários, executivos, profissionais, pesquisadores, estudantes e os meios de comunicação trocarem conhecimento sobre o assunto e descobrirem novas oportunidades de negócios.
Marketing & Investimentos
MAIO/2021
De Santa Fé para Rio Preto
A logística e disponibilidade de hotéis tiraram a Aquishow de Santa Fé do Sul. Os esforços da organização para colocar a feira em um empreendimento chamado Parque do Peixe não prosperaram e a decisão de deslocar o evento a São José do Rio Preto (SP), a duas horas dali, foi tomada ainda em 2019. Diante da pandemia e da necessidade de adiálo para 2021, a Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União (PeixeSP) convocou o público para decidir a nova data da 11ª edição. O maior evento de piscicultura de água doce da América Latina passou então para os dias 25 a 27 de maio, no Centro Avançado de Pesquisa do Pescado Continental do Instituto de Pesca, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A organização ainda não divulgou a programação completa, mas, assim como nos anos anteriores, a Aquishow Brasil deverá receber um número expressivo de empresas participantes. Além da feira de produtos e serviços, o evento deve seguir o formato com palestras, mesas-redondas, minicursos e mais. Durante a feira também será realizada a cerimônia da 2ª edição do Prêmio Inovação Aquícola. Idealizado pela Aquaculture Brasil, Aquishow Brasil e Seafood Brasil, o prêmio reconhece as melhores e novas iniciativas do setor. Para 2021, além das categorias já tradicionais (a) Academia,b) Produção, c) Beneficiamento e d) Produto Final e Políticas Institucionais), o evento contará também com uma nova categoria: “Inovações durante a pandemia”. A Peixe SP continua à frente do evento, mas agora assina a organização junto à Prefeitura de Rio Preto, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, e pelo Governo do Estado de São Paulo, através do Instituto de Pesca.
O supermercado dos supermercados
A 36ª edição da APAS Show estava agendada para o tradicional mês de maio de 2020, mas ficou para 17 a 20 de maio de 2021, no Expo Center Norte, em São Paulo. A feira, que reúne anualmente todas as novidades do setor para todos os elos da cadeia do abastecimento, é organizada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas). A entidade chegou a reservar uma data no pavilhão Expo Center Norte para realização do evento no segundo semestre, mas que era anterior à data determinada pelo Governo do Estado de São Paulo para a liberação de grandes eventos prevista, em 12 de outubro. A pandemia também não deu a garantia necessária para seguirem com o evento ainda em 2020. “A próxima edição com certeza será a maior de todos os tempos, com a participação maciça dos tradicionais e novos expositores e visitantes nacionais e internacionais que virão fazer negócios em um ambiente mais seguro, dinâmico, inovador e com a geração de milhares de empregos na indústria de eventos e turismo”, garantem os organizadores do evento, que costuma reunir em torno de 50 expositores com pescado.
JULHO/2021
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A odisseia de Boston
Em 02 de novembro, a Diversified Communications, organizadora da Seafood Expo North America, em Boston, nos Estados Unidos, anunciou que a edição que celebra os 40 anos do evento só será realizada em alguma data em meados de 2021, sem precisar os dias. A feira estava programada para o período entre 15 e 17 de março. Em comunicado divulgado aos expositores, a vice-presidente do grupo Diversified Communications, Liz Plizga, indicou que a decisão foi tomada após “semanas de monitoramento da situação da Covid-19”. A executiva não falou em cancelamento, apenas indicou que o evento foi adiado enquanto se buscava “outras opções”. Mas, a esperança do grupo em realizar ainda este ano a 40ª edição do evento nos Estados Unidos foi encerrada com a alta taxa de infecções e mortes acima de 2000 pessoas registradas diariamente nos EUA. A organizadora informou ainda que pretende trabalhar com o Centro de Convenções e xposições de Boston para encontrar novas datas em meados de julho de 2021 que mantenham o mesmo padrão de dia de domingo à terçafeira. E mais: para fortalecer o período tradicional do evento (segundo quinzena de março), manterá um programa de conferências online “em reconhecimento à necessidade da comunidade do pescado de se manter conectada e informada” na semana de 14 de março de 2021.
AGOSTO/2021
Aquicultura escandinava
A Aqua Nor acontece desde 1979 em Trondheim, na Noruega, e tem sido um importante ponto de encontro internacional para a indústria da aquicultura. Provavelmente o maior ponto de encontro da salmonicultura mundial, a exposição atraiu cerca de 20 mil pessoas de 76 países nas últimas edições. Independentemente da pandemia, a Aqua Nor 2021 já seria um evento híbrido, garantiu Kristian Digre, gerente geral da Fundação Nor-Fishing, que organiza o evento. Conforme ele, a renovação deste ponto de encontro da indústria já estava prevista, com a adoção de uma plataforma digital adicional. Neste ano de 2020, a versão digital foi totalmente incorporada a partir da experiência da feira coligada Nor-Fishing. “Adicionar uma plataforma digital à feira agregará valor para os expositores, que terão mais oportunidades de se cruzarem. Também será mais fácil para os visitantes, que por vários motivos não podem participar fisicamente, ver o que está acontecendo em Trondheim”, disse Digre. Mas ele já antecipou: se a situação do coronavírus piorar em agosto, o Aqua Nor 2021 será totalmente digital.
SETEMBRO/2021
De Bruxelas à Barcelona
A tradicional feira Seafood Expo Global (SEG) não mudou só a data de realização, mas de local e apelido. Conhecida como “a feira de Bruxelas”, a plataforma mais importante do comércio ocidental de pescado não pôde se despedir oficialmente da Bélgica em 2020 - que seria o último ano no local. Além disso, saiu de abril de 2021 para o período entre 7 e 9 de setembro de 2021 em Barcelona, Espanha. Assim como a SENA, a SEG também é organizada pela Diversified Communications, que após o adiamento defendeu o centro de exposições Fira e a capital catalã como o melhor local para acomodar um evento global de mais de 29 mil profissionais do pescado. “O evento contará com um amplo salão de exposições com fornecedores de todo o mundo e apresentará seu primeiro programa de conferências em Barcelona”, diz o comunicado.
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Os organizadores defenderam a decisão por Barcelona como o resultado de uma extensa pesquisa de mercado baseada no feedback de expositores e participantes ao longo dos anos e uma avaliação dos principais destinos em toda a Europa. O grande número de hotéis disponíveis na cidade também foi um dos motivos que, segundo a Diversified Communications, irá proporcionar aos participantes e expositores um valor considerável pelo seu investimento e um local maior e moderno que apresentará oportunidades de crescimento de longo prazo. Extra-oficialmente, é ataque direto à feira Conxemar, em Vigo, cujo crescimento a Diversified sempre procurou minar.
Marketing & Investimentos OUTUBRO/2021
Na terra dos galegos
Alguns dos melhores moluscos do mundo vêm de Vigo, que além de sediar excelentes restaurantes é o palco do evento de maior destaque da Europa depois de Bruxelas. A Feira Internacional de Frutos do Mar Congelados (Conxemar) já é, há 22 edições, o ponto de encontro no sul da Europa de atacadistas, importadores, exportadores, transformadores, fabricantes, distribuidores e indústria auxiliar (refrigeração, embalagens, plásticos etc) com produtos de pesca e aquicultura de todo o mundo. Com organização da Associação Espanhola de Atacadistas, Importadores, Fabricantes e Exportadores de Produtos da Pesca e Aquicultura, a feira é considerada um instrumento essencial para unir o setor de alimentos congelados naquele país. Marcada para ser realizada em outubro de 2021, a edição foi reagendada para o período entre os dias 5 e 7 de outubro de 2021, no IFEVI, em Vigo. Para fazer frente à investida da Diversified na península ibérica, a organização também anunciou uma segunda feira, chamada de Conxemar Brussels, marcada a princípio para acontecer no mesmo período (segunda quinzena de abril) mas ficou para 2022. Seguindo os moldes da tradicional, o evento também será direcionado aos frutos do mar, como continuidade ao evento de Vigo, com “os mesmos serviços, embora a preços muito mais competitivos”, explicou a organização. Além da feira de exposições, o evento conta com uma ampla programação com palestras e edições de um congresso realizado em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.
O palco latino
A estreia da Seafood Show Latin America (SSLA) foi anunciada em outubro de 2019 durante o I Venda Seu Peixe, evento que mesclou workshop e rodada de negócios com representantes dos principais itens de pescado. Iniciativa da Seafood Brasil em parceria com a Francal Feiras, a feira estava agendada para ocorrer de 20 a 22 de setembro, em São Paulo. A reprogramação foi anunciada em junho diante dos sinais alto contágio pelo novo coronavírus e preocupações com a logística e segurança dos participantes. As novas datas agendadas são entre os dias 26 e 28 de outubro de 2021, no Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo (SP). “Mais do que uma feira, ela será o palco da nossa transformação e a vitrine da integração latino-americana pelo pescado”, disse Ricardo Torres, editor da Seafood Brasil. A SSLA deseja aproximar os fornecedores de pescado (armadores de pesca, aquicultores, frigoríficos, distribuidores, importadores) dos compradores (varejo, food service, atacadistas, distribuidores, traders, frigoríficos). A nova head do produto dentro da Francal, Valeska Oliveira Ciré, já antecipou que o formato contemplará conteúdos digitais e visitação física, não só durante o período do evento, mas ao longo do ano. “A programação do Ciclo de Talks Venda Seu Peixe, uma jornada de capacitação e networking, já é uma dessas iniciativas.”
China Fisheries & Seafood Expo
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Outra feira que tem apelido de acordo com a sede, a “feira de Qingdao” (pronuncia-se ‘Tindao’) não ocorreu neste ano e foi reprogramada para os dias 27 a 29 de outubro de 2021. A China Fisheries & Seafood Expo (CFSE) é a maior feira de pescado do mundo: deve reunir 1.600 empresas expositoras de mais de 53 países e regiões no novo Centro Internacional de Convenções de Qingdao - um gigantesco espaço com mais de 60 mil m2. Os organizadores, Specialized Sub-Council of Agriculture (CCPIT-SSA) e Sea Fare Expositions, anunciaram em julho que a 25ª edição da CFSE seria reprogramada devido à pandemia sem precedentes da Covid-19. Originalmente programado para acontecer de 28 a 30 de outubro, a comemoração ficou para o ano que vem. Apesar de a Ásia ter se saído muito melhor que o Ocidente, os organizadores temeram as proibições de viagens em andamento, os requisitos de quarentena e o ressurgimento do vírus em alguns países para deixar de lado a edição 2020. “Nesta Primavera (no hemisfério norte), estávamos bastante confiantes de que poderíamos realizar o CFSE em outubro”, disse Yang Hong, gerente geral da Sea Fare na China. A China Fisheries & Seafood Expo é um dos mais expressivos eventos do setor. Na edição de 2019, mais de 40 mil compradores de frutos do mar de 99 países fizeram negócios com cerca de 1.600 expositores de 53 países. Realizado desde 1996, o CFSE tem ligado o comércio, tecnologia e investimento de frutos do mar entre a China e o mundo. “A indústria global de pescado está sendo desafiada como nunca antes”, diz o CEO da Sea Fare, Peter Redmayne. “Estamos confiantes de que o CFSE 2021 ajudará na recuperação da indústria o mais rápido possível”, destacou Yang Hong.
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A feira do camarão
A Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), organizadora da Feira Nacional do Camarão (Fenacam), segurou até setembro para anunciar a suspensão da edição 2020. Normalmente o último compromisso do ano da cadeia produtiva aquícola, a feira foi remarcada para o período entre 16 e 19 de novembro de 2021, no Centro de Convenções de Natal, no Rio Grande do Norte. Os organizadores desta 17ª edição, com o presidente da ABCC, Itamar Rocha, como portavoz, questionaram a política do governo potiguar de isolamento social. “A despeito do empenho, decisão e expectativa de realização da Fenacam’20 (17 à 20/11/20), fomos surpreendidos pelo comunicado oficial da Casa Civil do Governo do Rio Grande do Norte, dando conta que a Governadora Fátima Bezerra não autorizará a sua realização no ano de 2020, informando vagamente em ofício que em outra data poderia apoiar e autorizar sua realização”, disse Rocha.
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Para 2020, estavam programados o XVII Simpósio Internacional de Carcinicultura e o XIV Simpósio Internacional de Aquicultura, o XVII Festival Gastronômico de Frutos do Mar, Sessões Técnicas e Científicas, além da XVII Feira Internacional de Serviços e Produtos para a Aquicultura, que contaria com centenas de empresas nacionais e internacionais, com um pavilhão reservado para a exposição comercial em 8.000 m2, contemplando espaços para 225 estandes.
Na
Planta
câmaras resfriadas e congeladas de até -30°C. Com um sistema de alta velocidade, a porta oferece isolamento térmico na lona e garante vedação total, com o objetivo de diminuir, por exemplo, a troca de ar e entrada de umidade na câmara fria. A nova porta possui um motorredutor de alto rendimento preparado para aberturas de até 1,5 metros por segundo, ilimitadas.
Tecnologia em processamento de pescado
Purgador de ar
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Com o objetivo de oferecer mais eficácia e segurança na refrigeração industrial, a Danfoss lança o purgador de ar IPS8, projetado para remover gases não condensáveis de sistemas de refrigeração industrial com amônia. A empresa garante que este recurso ajuda a otimizar a capacidade de refrigeração e a eficácia do sistema, garantindo alta performance operacional. A unidade opera automaticamente em ciclos de 24 horas, verificando a presença de gases não condensáveis; quando presentes, a unidade remove estes gases.
Variações térmicas A Rayflex apresenta a Frigomax, uma porta projetada especialmente para aplicações que apresentam grande variação de temperatura entre os ambientes, incluindo
De aves ao pescado Baseada em Chapecó (SC) e, por isso, naturalmente mais ligada aos frigoríficos de suínos e aves, a Semil lançou um site reformulado com diversos itens para indústrias de pescado. Desde lavadores de botas até embaladoras de produtos, a empresa possui uma linha ampla dedicada a contemplar as necessidades do segmento.
Cortadora e fatiadora O grupo Cantrell/Gainco, unidade da Bettcher, comercializa equipamentos para automação, porcionamento, corte, fatiamento e melhora de desempenho. Uma das aplicações são as cortadoras/ fatiadoras Borncut, máquinas que cortam porções padronizadas com peso fixo em alta velocidade e buscam otimizar o rendimento e minimizar as perdas.
Seladora versátil A seladora TM 400, da TecMaq, é uma máquina que se pretende versátil para as necessidades de envase. Dependendo da necessidade do usuário, o equipamento pode embalar desde uma grande peça de carne/peixe ou até 8 a 10 pacotes de 1 kg. Pode conter barra lateral ou frontal, de acordo com a necessidade específica de cada cliente.
Paletização robótica Nascida como uma fornecedora de sistemas de envase para vinhos, a Mesal chega aos 40 anos com diversas soluções para o processamento de alimentos. Este robô pode ser usado em movimento rápido ponto a ponto e foi projetado para ser flexível para os diversos processos típicos de paletização, despaletização e movimentação de produtos. É equipado com quatro ou seis eixos de acionamento elétrico com manejo interno, um braço longo articulado para uma maior gama de funcionamento, com variáveis tempos de ciclo para obter alto desempenho.
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FILÉS
Na corrida pelo bolso do consumidor, merluza, polaca e panga assistem à expansão da tilápia como opção que quebra a lógica do preço
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té o próximo ciclo produtivo, a tilápia está fazendo a alegria dos produtores. A demanda superaquecida desde que o varejo se viu desabastecido em pleno momento das “compras de pânico” torna o alto preço da ração e a falta de disponibilidade de alevinos obstáculos
contornáveis. O preço dos filés congelados de tilápia frequentemente ultrapassa R$ 35 na ponta nos dias atuais, o que mostra como o produto conseguiu impor seus atributos - sabor suave e ausência de espinhas - sobre as tradicionais opções de filés brancos importados: merluza, polaca e panga.
Na corrida pelo consumidor ávido por produtos saudáveis e que encaixam no bolso, os argentinos, chineses e vietnamitas assistem à tilápia tomar a dianteira no rali e não dispõem de tantos recursos para enfrentá-la. A disparada do câmbio é o principal obstáculo: com a tradicional barreira
IMPORTAÇÕES DE FILÉ EM TONELADAS ACUMULADAS | 2019 X 2020 2019 2020
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dos R$ 20/kg nos supermercados rompida, a competição fica ainda mais desigual. A perda de competitividade dos filés importados é flagrante. De acordo com os dados da plataforma Painel do Pescado, o volume acumulado de importações desta categoria caiu quase 20 mil toneladas em outubro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o volume havia sido de 63,4 mil toneladas. Como resultado, a receita despencou 37,5%, apesar de os exportadores reduzirem o preço médio em 15,5%.
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HISTÓRICO DAS IMPORTAÇÕES DE FILÉS | 2013 - 2020 (ATÉ OUTUBRO)
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Na comparação com os outros competidores internacionais, a Argentina se recuperou nos últimos anos e voltou a liderar. Em 2019, os hermanos importaram até outubro 21,8 mil toneladas ao preço médio de US$ 3,19/kg. Já em 2020 o volume caiu 15,1%, para 18,5 mil toneladas. Nada tão grave, no entanto, como a China - que despencou 60% em volume e 58,8% em receita com as exportações de filés ao Brasil. Já o Vietnã, mesmo sendo o país que mais reduziu o preço médio em 2020 (-28,5%), exportou apenas 16,7 mil toneladas de panga ao Brasil.
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Outra análise dos dados compilados pela tecnologia de big data Jubart, no Painel do Pescado, mostram que o desempenho de 2020 no que diz respeito à importação de filés se aproxima do início da década de 2000, quando os volumes ficavam abaixo de 40 mil toneladas. À diferença daquela época, porém, o preço médio passou para US$ 3,09/ kg - 20 anos atrás o preço médio era de US$ 1,90. Isso é muito longe do auge do segmento, em 2013, quando o setor importou 175 mil toneladas a um preço médio de US$ 2,72.
Capa Túnel de congelamento em indústria de Mar del Plata: filés IQF interfolhados são a principal forma de apresentação, mas as bolsas com marca própria começam a crescer
Merluza: no freezer brasileiro há 50 anos Inicialmente preterido pelos EUA, Brasil se tornou principal fã dos atributos do produto argentino
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m plena gestão de Antônio Delfim Netto, o ministro da Fazenda autor do “Milagre Econômico”, o Brasil não importava 1 kg de peixe. “Não se concedia nenhuma licença de importação”, relembra o veterano Ivan Lasaro, sócio da Opergel, que à época atuava como diretor comercial da gigante de Rio Grande (RS), a Pescal. Para contornar a restrição, em 1967 o governo argentino entrou em acordo com o brasileiro e, com apoio dos empresários de ambos os lados, criou o Plan Barrido - um acordo comercial segundo o qual os barcos argentinos desembarcariam diretamente na cidade brasileira, dispensando o desembarque tradicional em Mar del Plata.
Segundo o plano, parte da mercadoria tinha de ser descarregada como matéria-prima para reprocessamento, e outra parte vinha como produto acabado. Além da Pescal, a Torquato Pontes e Leal Santos
eram outras empresas onde os barcos descarregavam. Uma das empresas que apostou no fluxo direto de matériaprima ao Brasil era o Grupo Solimeno. “Nas origens da comercialização do filé de merluza com o Brasil, os barcos ‘fresqueros’ argentinos descarregavam a mercadoria em portos brasileiros e se processavam nas plantas. Com o tempo, essa modalidade se tornou rotineira, fazendo com que a merluza fosse considerada como um produto local”, conta Antonio Solimeno, da terceira geração de empresários que carregam o nome do fundador, o italiano Luis Solimeno. Lasaro concorda que o plano ajudou a consolidar a fama da merluza, já que o mercado local só conhecia como filé branco a pescada ou mesmo a corvina - muitas vezes vendidas como merluza. Segundo ele, com o tempo, os fornecedores argentinos perceberam o aumento da demanda local para o produto e começaram a direcionar ao Brasil remessas de produtos antes
despachados aos EUA no padrão exigido por lá. “Eles chegaram à conclusão de que ficar separando e classificando merluza em A e B era mais caro do que enviar a merluza interfolhada para empacotamento no Brasil”, conta. Foi nesta época que a Pescal desenvolveu uma caixeta, com um filé acima do outro congelado. “Os refrigeradores das casas tinham, na parte de cima, um freezer quadrado. A caixeta foi pensada para isso. Essa caixeta era a solução para a
Pescal foi a pioneira na criação de caixetas com filés congelados para freezers domésticos
que facilitaria o comércio da merluza pela empresa. “Antigamente, toda nossa descarga acontecia em Puerto Madryn, o que nos deixava com certa desvantagem sobre Mar del Plata, já que os importadores preferiam a carga por caminhão, e não por via marítima”, conta Pablo Basso, diretor comercial da Iberconsa na Argentina. Com a compra de empresas do Grupo Valastro, a operação em Mar del Plata cresceu, incrementando também a participação no mercado brasileiro. “Tanto porque a Valastro já tinha uma história no Brasil, mas também porque aos clientes tradicionais de Iberconsa pudemos aumentar a venda de filés de merluza da marca”.
Ásia, inspeção rigorosa e recuperação
Foi isso que o sócio-diretor da Costa Sul, Luzaldo Pscheidt, enxergou em meados da década de 90. “A merluza iniciou para nós como complemento de mix. As vendas de peixe cresciam, mas a demanda por merluza se tornou muito maior que pelos demais produtos. O consumidor começou a gostar por causa do padrão de sabor e o preço que tem”, indica. “No mercado você tem merluza de todos os lados, mas a da Argentina vai vender com um preço um pouco mais alto do que as outras”, completa o empresário.
A hegemonia argentina na categoria permaneceu inalterada até 2011, quando a busca por filés brancos com preço médio mais baixo destronou os hermanos por conta dos produtos da China e do Vietnã. Até então, a polaca e o panga eram praticamente desconhecidos por aqui. “O consumidor tradicional de pescado demonstra preferência pela merluza e pelo abadejo, mas os itens foram perdendo espaço para a atratividade de preço dos filés asiáticos”, avalia Meg Felippe, diretora comercial da peixaria do Carrefour.
Pouco depois desta época, o grupo espanhol Iberconsa, que passou a atuar com barcos congeladores na Argentina a partir da compra da API, em 1999, decidiu fazer uma mudança logística
Segundo ela, quando os preços desses dois grupos - filés brancos asiáticos e filés brancos argentinos se aproximam, seja por variação de câmbio ou disponibilidade de volume,
Mathieu Bourdeaux, da Siam Canadian: depois de levar bolsas ao Brasil com marca do cliente, empresa também criou marca própria
temos um desempenho melhor dos itens argentinos. “Mas, sem dúvida, o preço no PDV é um dos fatores mais determinantes”, diz ela. Outro fator relevante, na opinião dela, é “uma melhora significativa” nos padrões dos filés argentinos com redução do glazing, aumento da disponibilidade dos produtos IQF e melhora na padronização dos tamanhos. Assim como com os filés asiáticos, a atuação do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa/Mapa) provocou instabilidade e insegurança aos argentinos, com rechaço de contêineres e listagem de empresas tradicionais em Regime de Alerta de Importação (RAI). A situação
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Quando a merluza desembarcou no varejo, primeiro com as caixetas, e depois com os sacos de filés congelados individualmente (IQF), a categoria ganhou impulso, como lembra Luiz Roberto Baruzzi, ex-gerente de peixaria do Pão de Açúcar, atual diretor da Rede São Paulo Supermercados. “A merluza já era um produto um pouco superior ao que tínhamos aqui, ela tinha uma qualidade melhor. Para o brasileiro, peixe tem que ser branco, sem espinha e sem pele. A merluza tem um gosto mais pronunciado, mas é suave.”
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refrigeração da época e a Pescal era líder de mercado neste produto”, relembra. Ainda assim, havia muita restrição dos supermercados aos congelados, o que só começou a ser vencido na virada dos anos 2000.
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Produtos e apresentações
Caixas de filés interfolhados
A Iberconsa se dedica a vender os filés de merluza congelados a bordo sem pele interfolhados, “sem adição de químicos ou de água incorporada”, garante Basso. O trabalho está focado nas apresentações para indústrias que pretendem reenvasar o produto para o varejo, como a 2 x 7 kg na marca API, e para food service em 1 x 7 kg na marca Giorno. Ele antecipa à Seafood Brasil que irá lançar uma linha de bolsas de 800 g de filés sem pele na marca NOS que irá diretamente ao supermercado. Outros produtos em destaque são os embutidos de merluza, usados para cortar e fazer medalhões ou hambúrgueres. “Este produto se faz a bordo: os filés sem padrão de corte são colocados a pressão em um tubo e a própria pressão, o frio e a carne do filé atuam como aglutinante natural.” A Solimeno também se destaca no segmento de produto congelado a bordo, embora igualmente atue com o congelamento nas plantas de Mar del Plata. “Somos fortes na merluza em suas variedades de interfolhado, tanto em caixas de 2x7 kg e 3x7 kg”, conta Antonio. A empresa é uma das que apostam em uma linha de empanados de merluza. “Contamos com todo o tipo de formas feitas a partir de minced fish congelado a bordo, como medalhões, barras, nuggets e filés empanados.” Os produtos são vendidos a granel em caixas de 6 kgs e bolsas de 400 g a 1 kg.
Filés e cortes especiais
Além das indústrias, o negócio da merluza se diversificou também para as trading companies, que exportam o produto já envasado desde a origem. A Siam Canadian, que recentemente abriu um escritório em Buenos Aires, está entre as principais que executam este serviço. “Nossa divisão na Argentina se dedicou historicamente à venda para as grandes redes do varejo, com as suas marcas ou das fábricas”, explica o gerente geral da empresa, Mathieu Bourdeaux. “Isso nos dá uma vantagem, porque sabemos exatamente os preços praticados nas gôndolas, as especificações que buscam os consumidores e os tipos de embalagens de acordo com o consumo.” O conhecimento os credenciou para um movimento mais ousado, concluído este ano e com lançamento previsto para o pós-pandemia. Responsável por movimentar anualmente mais de 60 mil toneladas, a Siam Canadian preparou ao Brasil a marca Natural Coast com filés de merluza, panga e polaca, negociadas e acompanhadas por escritórios da empresa no Vietnã e na China, além do ponto de apoio na capital argentina. “Com isso, seremos os únicos a propor, com a mesma marca, produtos envasados na origem”. O objetivo, garante Bourdeaux, é oferecer o serviço one-stop-shop. “Através de apenas um canal com o nosso escritório de Buenos Aires, o cliente ganha tempo, segurança e pode se beneficiar do nosso poder de compra”, finaliza.
Empanados e processados
Fotos: Divulgação/Iberconsa/Solimeno/Siam Canadian
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parece ter se amenizado em 2020, mas a pandemia reduziu o ímpeto de importação que fez a Argentina virar o jogo contra os asiáticos em 2019. Um efeito positivo, porém, foi a vantagem na precificação - questão unânime entre os consultados para esta reportagem. “Sem poder incorporar químicos e glazing não compensado, a polaca da China aumentou de um dia para o outro até 40% e o nível de preço chegou a se equiparar com a merluza ou até superá-lo”, calcula Bourdeaux. Na visão dele, foi isso que permitiu à merluza argentina retomar sua posição no mercado. Basso, da Iberconsa, concorda. “Não é justo que
se comercialize um produto com glazing e tratamento químico sem informar isso de forma correspondente e pretender que um produto que não opere com estas condições tenha o mesmo preço.” Este esclarecimento fez com que o filé argentino voltasse a ser competitivo. “Não podemos esquecer que a proximidade também é importante. Não está claro o que acontecerá com a Covid, mas nossa proximidade permite acelerar ou desacelerar o fornecimento por parte de los importadores com base nas aberturas ou restrições associadas às quarentenas.” Para ele, é difícil neste cenário fazer uma compra que demorará 60 dias para chegar e outros 20 para estar finalmente disponível.
O executivo da Siam Canadian avalia que em 2021 a merluza vai confirmar sua liderança, mas há uma certa preocupação com o nível de captura. “Até o final de outubro de 2020, foram desembarcadas 187 mil toneladas, contra 237 mil toneladas em 2019, uma queda de 26%”, contabiliza Bourdeaux. Na visão dele, a frota argentina precisará estar funcionando a 100% para poder guardar seu marketshare em 2021, assim como as fábricas. “se faltar produto para a Páscoa, certamente os compradores levarão isso em consideração para a próxima compra.”
A progressão da polaca Lançada como merluza do Alasca, alvo de disputa entre China e EUA e convertida em item do gênero Gadus, espécie massificou filés congelados no varejo
Mas com as sucessivas crises econômicas a partir de meados da década passada, o produto encaixou mesmo no varejo. “Como lá na China eles empacotam e o pacote custa barato, o varejo de filé congelado cresceu”, frisa Ivan Lasaro, da Opergel. Ele aponta uma diferença central que marcou a vitória temporária da polaca
nesta época. “Embalar merluza na Argentina é 5 vezes mais caro que embalar polaca na China. O argentino prefere vender com o menor nível de beneficiamento possível.”
Fish blocks de polaca dos EUA começaram a ganhar espaço no Brasil nos últimos dois anos, mas já são principal demanda da Alemanha
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A importação começou tímida, com 3 contêineres por mês, para chegar a 40 contêineres mensais. De novo, o fator determinante foi o preço, mas não só. “A merluza tinha uma vertente de alta muito forte nos preços
internacionais. Não havia perspectiva de aumento da produção na Argentina, no esforço de captura e crise grande nas embarcações”, conta Lobo. A existência de espinhas, ainda que em pouca quantidade, dificultava a inserção da merluza na alimentação escolar e hospitalar. A polaca venceu a disputa. “Foram seis anos de sucesso comercial com este produto, bom e barato”, diz Lobo. O posicionamento dela, no entanto, foi definido pela Netuno para concorrer com o congrio no food service, garante o empresário. “Trazíamos filés maiores do que 100g, ofertávamos ao food service como uma opção a um prato de proteína de carne branca”.
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uando a polaca da China chegou ao Brasil pela primeira vez, em 2012, foi um estrondo. Quase 40% mais barata que a merluza argentina, com uma apresentação impecável para um filé branco e ausência total de espinhas, a então Theragra chalcogramma foi introduzida como merluza do Alasca. A história recente conta que foi a Netuno, então no auge, a responsável por introduzir o produto no Brasil com este nome, segundo conta o então diretor comercial da empresa na época, Eduardo Lobo, atual presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca). “Naquela época, batizamos com o nome comercial associativo ao consumidor. Como ele estava acostumado com a merluza, nossa ideia era oferecer outra opção.”
Capa O grande negócio atraiu muita gente, que começou a incorporar a polaca da China - capturada pela Rússia, eviscerada e congelada a bordo, para depois ser transformada em filés na indústria chinesa. E o preço era muito bom, como conta Luzaldo Pscheidt, da Costa Sul. “A China fazia o produto mais barato, com vários tipos de apresentações, e então começou a trazer outros produtos. O volume [da empresa] chegou a 60 contêineres por mês em 2012 até 2014”, conta. “Teve uma readequação de preço, qualidade do produto que melhorou, o Brasil não fazia controle sobre que produto era.” Depois do pico próximo a 70 mil toneladas importadas pelo Brasil em 2013, o Dipoa passou a restringir a importação de produtos sem declaração de glazing descontado e processos como soaking (branqueamento com químicos), além de aumentar o cerco sobre fraudes no ponto de venda. Um dos fatores motivadores foi a rejeição do próprio consumidor, como explica Meg Felippe, do Carrefour, que é médica-veterinária. “Algumas importações colocaram no mercado nacional produtos com baixa qualidade e aditivos, em alguns casos até excessivos, gerando experiências ruins para alguns consumidores que até ‘desistiram’ do consumo desses itens”. Thiago De Luca, diretor da Frescatto Company, completa: “O pescado da China era vendido da maneira que fosse mais conveniente. Uma marca vendia quatro produtos distintos e todos eram vendidos como polaca do Alasca. Isso foi travado”, conta. Na visão dele, porém, houve excessos do Mapa, como no caso de aditivos listados no Codex Alimentarius.
“A China sempre trabalhou de uma maneira muito aberta, para o mundo inteiro, com aditivos químicos. Eles faziam com que ele ficasse mais pesado, mais branco e também mais suculento.” Perdemos esta briga logo no início, mas podemos ter limitadores para o uso de aditivos de uma forma que seja boa para o consumidor.” Outro ponto polêmica foram os parasitas. “Foi o que nos desanimou em trazer o peixe da China. Você chegava com a carga em que havia parasitas comuns em peixes marinhos e eles eram rechaçados”, conta De Luca. “Toda a carga da China passou a sofrer uma pressão psicológica, principalmente para quem tinha SIF operacional (com fiscal ali). Muitos importadores pararam porque não dava para trabalhar com essa incerteza. Os produtos eram pagos na origem.” Teve início nesta época uma forte campanha conduzida pela indústria norte-americana de captura e processamento de polaca para diferenciar o produto congelamento apenas uma vez no Alasca e o filé de duplo congelamento da China. Em paralelo, o NOAA, nos EUA, reclassificou em 2014 a espécie como parte do gênero Gadus, do qual fazem parte as espécies que compõem o grupo de bacalhaus. Aqui no Brasil, o trabalho encabeçado pelo Alaska Seafood Marketing Institute (ASMI) foi caracterizar a polaca como a “genuína polaca do Alasca”.
Preços e qualidade em alta Para Carol Nascimento, porta-voz da ASMI na América do Sul, o trabalho do Dipoa gerou um reflexo flagrante nas compras direto dos EUA. “Saímos de zero e hoje temos importação de
pollock (HG, blocos de filés e surimi) quase na casa das 1.000 toneladas.” Outro ganho foi na apresentação dos produtos, tanto às indústrias brasileiras quanto ao consumidor final. “Dois grandes produtores globais, EUA (Alasca) e Rússia sempre enviaram matéria prima para ser processada nas indústrias chinesas, para que de lá, o produto pudesse ganhar o mundo. Na verdade, a produção de peixe HG (sem cabeça eviscerado na Rússia é maior, enquanto no AK a forma principal de matéria prima é bloco de filé), então com certeza a maior parte do filé que vimos entrar no Brasil ao longo destes anos foi de origem russa”, avalia Nascimento. Além da moralização alegada, é inegável que o preço praticada aqui segue a lógica de uma espécie com as maiores capturas globais e sujeitas a instabilidades de oferta e demanda. “A subida nos preços é um jogo global, não tem muito o que possa ser feito”, diz Nascimento. Tomando o Brasil como exemplo, o preço médio da polaca do Alasca importada pelo Brasil saiu da casa de US$ 2 para os atuais US$ 3,3 praticados em outubro deste ano. A partir de 2015, diversas mudanças globais afetaram o negócio. O mercado doméstico chinês passou a consumir polaca eviscerada (HG), as capturas se reduziram na Coreia do Sul e o consumo dos alemães aumentos nos blocos - single frozen (muito do Alasca) ou double frozen (muito do Alasca e da Rússia, ambos reprocessados na China), aponta Nascimento. “Ou seja, maior demanda global sustentada por uma forte
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PREÇO MÉDIO DA POLACA | US$/KG 3.4 3.2 3 2.8 2.6 2.4 2.2 2 2012
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Entrevistas em pandemia: da esq. para a dir. Eduardo Lobo (Abipesca), Meg Felippe (Carrefour) e Thiago De Luca (Frescatto Company)
tão batido de filé congelado. Isso, claro, não só em 2021, vejo isso como tendência de médio prazo.” Para ela, há um mercado intermediário que não é atualmente explorado por esses outros filés. “Também temos um novo consumidor, mais aberto ao congelado, mais interessado em saudabilidade, sustentabilidade, produtos que contam história” Ela tem certeza de que a história de origem do Alasca vai se sair melhor que a história de preço que caracterizou o produto chinês.
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Para 2021, a executiva enxerga números maiores do que no atípico 2020. “Muita gente estava com altos estoques desde o final de 2019 e começo
de 2020 para a Semana Santa e só foi conseguindo escoar os produtos ao longo do ano. Com a retomada, já vejo uma corrida para reabastecer estoques.” Por considerar que preço e câmbio se manterão em patamares elevados, ela enxerga “uma real oportunidade se abrindo” para a polaca direto dos EUA. “Posicionandose acima desses outros filés, investindo mais em sustentabilidade, novas embalagens, formatos, mais em inovação do que no mercado já
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Alemanha, tradicional Coreia do Sul e crescente China doméstica. Mais o Brasil que veio crescendo e quase chegou nas 70 mil toneladas. Ou seja, maior demanda, menor oferta, preços subiram - por isso todo importador brasileiro, sem exceção, reclama dos preços impraticáveis da polaca.”
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O estigma do panga Alvo de campanha mundial de difamação, vendido como “linguado” nos self-services, panga tenta reconstruir fama no Brasil com produtos certificados e marcas próprias
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indústria vietnamita do pangasius luta há quase uma década contra uma campanha mundial de difamação, fortemente apoiada em boatos sobre as condições em que os cultivos comerciais em escala se dariam no rio Mekong. Isso pegou também no Brasil, onde o tratamento químico dado aos filés também evocou uma onda de restrições e sanções do Dipoa contra exportadores. Soma-se a isso fraudes muito comuns no segmento do food service, onde ele se estabeleceu fortemente como a solução para o dia de peixe nos buffets a kg, mas era vendido muitas vezes como linguado. Com tudo isso, um produto que atingiu impressionantes 66,9 mil toneladas em 2014, registrou melancólicas 22 mil toneladas em 2019. Novamente, não são só os fatores internos que justificam o resultado, mas há sinais de que o produto pode voltar a disputar posições relevantes em 2021. O preço médio está muito abaixo da média histórica do produto nos últimos
três anos, que flutuou entre US$ 2,60/kg e US$ 2,80/kg. Só em outubro de 2020, o preço médio foi de US$ 1,90/kg. “Vender filé no Brasil é vender o que está mais barato. A merluza voltou a ficar mais barata que o panga, mas neste ano o panga voltou a cair um pouco no mercado internacional e está voltando com tudo”, avalia Luzaldo Pscheidt, da Costa Sul. “O panga é um produto de cultivo que teve uma fama muito ruim no Brasil, mas também na Europa”, atesta Mathieu Bourdeaux, da Siam Canadian. Na visão dele, é possível propor ao mercado panga certificado ou orgânico como alternativa. “Os varejistas compreenderam muito bem agora como diferenciar estes produtos na gôndola e recebemos cada vez mais demandas para produtos certificados.” A categoria já é explorada pela gigante Vinh Hoan no Brasil, que passou a considerar o mercado com mais interesse e atenção após o endurecimento das regras para
HISTÓRICO DA IMPORTAÇÃO DE PANGA PELO BRASIL | 2008 A 2020 (TON.)
COMPARATIVO DO PREÇO MÉDIO MÊS-A-MÊS NOS ÚLTIMOS 3 ANOS 2020
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importação de filés. “Isso deu mais chance para que exportássemos nossos produtos de alta qualidade e sermos competitivos. Participamos dessa popularização nos últimos anos ofertando o filé de panga de alta qualidade e desenvolvendo produtos marca própria para os principais varejistas”, aponta Felipe Katata, analista comercial sênior da divisão de alimentos e consumo da Mitsubishi Corporation. A empresa controla empresas de referência mundial como a Cermaq na produção de salmão e a Vinh Hoan como uma das principais fornecedoras globais de panga.
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Tilápia: o filé do Brasil Mesmo acima da barreira dos R$ 20/kg, produto se beneficia de aumento nos importados e de outras proteínas animais para conquistar a população com fresco
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inguém achou que isso poderia acontecer tão rápido, ainda mais com um produto que ainda não consegue se estabelecer abaixo da barreira psicológica dos R$ 20 que o varejo atribui à categoria como indicador de sucesso. Mas o fato é que a tilápia se popularizou entre os brasileiros como nenhum outro peixe. Se ela perde aos importados no preço - mas encurta cada vez mais a distância - ganha nos atributos particulares de neutralidade de sabor, ausência de espinha, possibilidade de venda a fresco e uma relativa estabilidade e padronização no fornecimento. Junta-se a isto o fato de a inflação das outras proteínas ter acelerado neste ano, principalmente o competidor direto, o frango, que no acumulado mensal subiu mais que a merluza e a tilápia, mas não menos do que a carne bovina. “A pandemia começou a mascarar alguns problemas, mas estamos com 14 milhões de desempregados. Para o nosso mercado o aumento da carne bovina foi favorável, mas o peixe continua a R$ 30 e o frango a R$ 19”, indica Thiago De Luca, da Frescatto. Para ele, a novidade é que, com esta diferença menor nos preços, o consumidor já consegue pensar em variar a proteína tradicional e apostar no peixe. “São fatores importantes para o chefe ou a chefe da família. O cálculo
é de qual proteína por refeição, é aquilo que ele tem para gastar.” Talvez isso ajude a explicar a expansão da busca pelo filé de tilápia em pleno ano de crise, mas esta é a consequência de um processo que remonta ao início da popularização dos filés brancos. “O filé de tilápia conquistou excelente aceitação do mercado nacional, de norte a sul, e atendeu a uma série de demandas desse mercado, em especial à constância e ao padrão. É um case de sucesso, pois, em uma década, converteu e fidelizou uma gama enorme de clientes, passou a fazer parte dos ‘top’ itens de venda nas categorias fresca e congelada e atendeu às demandas de praticidade”, aponta Meg Felippe, do Carrefour. Para ela, o calcanhar de aquiles continua a ser o posicionamento de preço. “[A tilápia] perde muito espaço no ponto de venda para os itens importados e, quando o mercado acena com um aumento de demanda, em geral nos deparamos com rupturas de abastecimento”, lamenta. Para Jair de Sordi, gerente do abatedouro de peixes da C. Vale, a profissionalização da cadeia é inegável, mas ainda não contorna a instabilidade da oferta. “Acredito que poderá haver um aumento de oferta de filés importados
HISTÓRICO DAS EXPORTAÇÕES DE TILÁPIA DO BRASIL | 2003 A 2020
1000 Toneladas
SEAFOOD BRASIL • OUT/DEZ 2020 •
32
1200
800 600 400 200 0
2005
2010
Fonte: ComexStat | Elaboração: Painel do Pescado/Jubart
2015
2020
em 2021, devido à falta de produto no mercado interno, consequência da lacuna de produção a partir do segundo semestre deste ano, principalmente da criação de tilápias”, aponta. A executiva do Carrefour Brasil aposta no aumento de escala e no ganho de eficiência para contornar estes problemas, que poderão levar a uma melhora no posicionamento de preços ou a um desembolso mais atrativo. “Isso permitirá aumentar a presença e a frequência nos tickets dos clientes em detrimento aos itens importados, com a larga vantagem de poder oferecer a opção dos itens frescos.” A comercialização de pescado fresco é um tema central do programa Act For Food, que tem o objetivo de promover a transição alimentar e permitir que todos possam comer melhor sem ter de pagar mais caro por isso. “Através da iniciativa ‘peixes frescos sem congelamento’ possibilitamos que nossos clientes tenham acesso a um produto in natura de alta qualidade, sem tratamentos que podem alterar suas características reais ou sabor original”, explica Felippe.
Expansão vertiginosa O Brasil nunca exportou tanta tilápia: até outubro de 2020, havíamos superado 1200 toneladas despachadas ao exterior. Após a pioneira GeneSeas, que desbravou o mercado norteamericano para o filé fresco via aérea, as cooperativas se juntaram ao time em 2020. A C.Vale trilha o mesmo caminho da Copacol e anunciou em outubro que começará a fazer embarques semanais aos Estados Unidos de tilápia resfriada produzida no oeste paranaense. Da água à gôndola, os produtos tardam 48 horas por via aérea. Para fazer frente à demanda no exterior e evitar a quebra de oferta doméstica, as cooperativas prepararam uma forte
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SEAFOOD BRASIL • OUT/DEZ 2020 •
CDs em São Paulo - SP e Itajai - SC
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Capa
INFLAÇÃO DAS CARNES EM 2020 | ACUMULADO MENSAL Alimentação e bebidas
Carnes
Merluza
Tilápia
Aves e ovos
foi a pioneira no desenvolvimento de bandejas com filés em atmosfera modificada, com 20 dias de shelf-life.
10
5
0
-5
-10 Janeiro
Março
Maio
Julho
Setembro
Fonte: IBGE - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
expansão de volumes abatidos por meio de ampliações e aquisições. A Copacol adquiriu o frigorífico Pisces por R$ 62 milhões em Toledo (PR) para abater outras 80 mil tilápias/dia até 2023, totalizando 250 mil peixes/dia em três unidades produtivas. Já a C. Vale abate outras 100 mil tilápias por dia, com planejamento de curto prazo para chegar a 150 mil.
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Mas a tilápia não cresce apenas no oeste paranaense. A Netuno, cuja licença de operação em Paulo Afonso (BA) é para 12 mil toneladas, recebeu novo aporte de investidores para viabilizar uma nova proposta agressiva
de diferenciação do produto cultivado em reservatório. “Há um mercado para a tilápia que irá competir com proteínas de carne branca por preço e um mercado maior ainda que vai pagar mais para ter um melhor produto”, conta o CEO da Netuno, Christian Becker. A empresa não pretende encarar, por exemplo a briga nos atacarejos. O foco é no varejo tradicional. “Nós nos especializamos no varejo, colocamos fresco e congelado em São Paulo e no Rio em 48 horas, no Rio Grande do Sul em 72 horas. Em qualquer parte do Nordeste em 24h. Nos especializamos com serviço comercial e logístico que dá garantias de que vai chegar no tempo programado ao cliente. Aliado à marca, um preço que navega entre 5% e 10% [mais alto] em relação à concorrência”, explica Becker. A empresa
Roberto Imai, diretor do Deagro/Fiesp, e Tito Lívio Capobianco, fundador da Geneseas em Boston (EUA): empresa foi pioneira na exportação de tilápia ao mercado norte-americano
A Netuno também foi a primeira empresa do gênero no Brasil a receber a certificação Aquaculture Stewardship Council (ASC), de modo a se credenciar para a venda nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Becker defende que o certificado coroa um produto diferenciado, sem off-flavor. “Além da saudabilidade toda de um peixe sem medicamento, temos a sustentabilidade social e ambiental porque cuidamos do rio”, diz. A produção atual é de 700 toneladas de peixe inteiro/mês, mas o objetivo é logo passar a 800 toneladas/ mês com uma campanha agressiva no PDV, inicialmente no Nordeste, com degustações, brindes e aulas de culinária. No oeste de São Paulo, a Brazilian Fish também tem boas perspectivas. Desde quando começaram no ramo, em 2007, a empresa apostou em diversificar a oferta dos filés com produtos pré-prontos congelados. Hoje ela assiste a uma expansão qualificada da concorrência, o que é bom para o País, na visão do sóciodiretor, Ramon Amaral. “Acredito que o Brasil tem o melhor produto, no melhor clima e na melhor água. Nós brasileiros, gostamos de constância no cardápio. Se aumentarmos a escala, garantiremos aos consumidores o produto na mesa sem interrupções, sem reflexo de câmbio e sem escassez.” Ele cobra uma participação mais incisiva das autoridades na busca pela competitividade, como a isonomia tributária com outras cadeias produtivas. “A solução dos desafios estruturais, a redução de custos de produção, processamento, logística e especialmente a diminuição da carga tributária, poderiam aumentar a competitividade do setor.” Já na fronteira com Minas Gerais, ao Norte de São Paulo, a Fider, braço
PREÇO MÉDIO DA TILÁPIA EXPORTADA (US$/KG) 2020
7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Fonte: ComexStat | Elaboração: Painel do Pescado/Jubart
o mais importante é que essa cadeia cresça de forma sustentável para que os volumes sejam consistentemente maiores. “Para isso, ainda precisamos de bastante profissionalização e conscientização
em todos os elos da cadeia. Já estamos quase em 2021 e os volumes são crescentes mas, mesmos assim, ainda há produtor que ‘sangra’ o peixe na beira do rio onde ele mesmo faz o cultivo”, conclui.
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Ainda há um longo caminho pela frente, porém. Na visão de Kubitza, à margem das projeções de liderança mundial do segmento,
Últimos anos
7.5
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da MFoods/MCassab para a tilápia, traz o âmbito urbano para a discussão. “Os apartamentos estão cada vez menores e é cada vez maior a demanda por alimentação saudável, com recomendação médica de consumo de pescado por pelo menos 2 vezes na semana. A tilápia é a junção disso tudo. Sempre há oferta, é fácil de fazer (mesmo pra quem mora sozinho), não deixa cheiro e é leve. É o pescado das cidades modernas e ainda vai ganhar muito espaço na mesa do consumidor, mesmo daqueles que ainda não possuem esse hábito”, sintetiza Juliano Kubitza, gerente de unidade de negócio Fider.
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Na
Gôndola A oferta de peixes, crustáceos e moluscos
Aposta nos empanados Com o Verão chegando, a Noronha preparou uma linha de produtos empanados que prometem praticidade e sabor. Os itens lançados inicialmente pela empresa são o filé de tilápia empanado, temperado e pré-frito que está disponível em pacotes de 500 g. O camarão descascado, temperado em pacotes de 300 g e a merluza empanada pré-frita, congelada em pacotes de 500 g.
Gadus morhua da Riberalves fazem o trabalho da maturação do bacalhau que normalmente é feito pelo sal grosso. Segundo a empresa, o tempo de cura em sal é o que basicamente define a maior qualidade do produto final. “Um ano em flor de sal é o que de melhor se pode conseguir quando o assunto é bacalhau”, garante a empresa.
Controle de origem A Aquasul, que atua há 20 anos com a produção e venda de póslarvas, desembarcou com tudo na venda do camarão vannamei em pacotes. A linha do crustáceo para o varejo contempla o filé (sem casca) e o produto sem cabeça. “São camarões bem selecionados, submetidos a rigoroso controle de qualidade na industrialização e fornecidos para todo o Brasil em embalagens de 400 g e 1 kg”, garante a empresa.
e 800g para o varejo, mas já está em processo de aprovação do SIF.
Peixe à passarinho Direto de Ubaporanga (MG), a Natupeixe tem uma linha extensa de itens de pescado marinho, de água doce, nativos, oriundos da pesca ou aquicultura. Também opera com importados, como salmão, panga, polaca e merluza, mas um dos destaques é este corte apelidado de “peixe à passarinho”, além das espécies regionais - como piramutaba, curimatã e traíra em filés, postas ou mesmo inteiras.
Em busca do SIF
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Iguaria no tempero Cristais de sal aglomerados à superfície da água do mar emprestam sofisticação a diversos produtos alimentícios. A flor de sal nestes novos lombos de
A catarinense Rio Vivo iniciou as atividades em outubro de 2008 com o abate e filetagem de tilápia. Depois de modernizar a concepção artesanal de produção, viu a matéria-prima local aumentar e agora é uma referência regional na absorção do peixe produzido no oeste de Santa Catarina. Por enquanto, a empresa comercializa com SIE os filés ou postas congeladas em embalagens institucionais de 5kg e em pacotes de 400g, 500g
Petiscos do mar A Karam’s incrementa a ampla linha já tradicional de porcionados e filés com novas opções de petiscos. O bolinho de camarão com catupiry (caixa de 300 g com 20 unidades), o bolinho de bacalhau (caixa de 360 g com 20 unidades), a
Hambúrgueres na bandeja As bandejas termoformadas no formato dos hambúrgueres são o destaque desta linha da norte-americana Nautical. As opções de salmão e caranguejo vem aos pares nestas embalagens de 453 g e 190 g, respectivamente.
Aproveitamento total Item pouco explorado no segmento, o caldo de peixe aumenta não só o rendimento da indústria como entrega benefícios nutricionais ao consumidor. Pensando nisso, a catarinense Onivita Alimentos aposta no caldo produzido
Tilápia empanada No início do ano, prépandemia, a Copacol lançou estes filés de tilápia empanados. Com a chegada do Verão, o produto deve ter mais destaque nas gôndolas com a busca por alimentação mais saudável. Os produtos estavam disponíveis inicialmente na rede de supermercados da cooperativa, nas versões tradicional e multigrãos, ambas em pacotes de 400 gramas e agora podem chegar a todo o Brasil.
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com pedaços do próprio filé de tilápia, sem adição de conservantes, em pacotes de 1 kg para servir 2 a 3 pessoas.
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casquinha de siri (caixa com 4 unidades e 300 g) e até um mini acarajé de camarão (caixa com 20 unidades e 360 g) estão entre as opções.
Estatísticas
Aquicultura, segundo o IBGE
Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) chega à 7ª edição cobrindo a aquicultura com diferença para a Peixe BR de 228,3 mil toneladas no recorte da piscicultura
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Texto: Fabi Fonseca
A
piscicultura brasileira alcançou 529,6 mil toneladas em 2019, um crescimento de 3% em relação a 2018. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que novamente contrastam com os dados da piscicultura apurados pela
Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). A diferença entre os balanços divulgados pelas duas fontes chega a 228.382 toneladas no recorte que a Seafood Brasil faz da piscicultura (a soma de todos os peixes cuja produção é apurada pelo órgão). A diferença aumentou em relação ao ano anterior: em 2018, a diferença entre os dois balanços era de 202.000 toneladas.
Segundo o IBGE, a Região Sul apurou aumento de de 4,8% na produção em relação ao ano anterior, mantendo a liderança do setor, concentrando 32,9% da piscicultura nacional. O Paraná manteve o topo do ranking estadual, sendo responsável por 23,9% do total nacional. Já segundo a PeixeBR, a piscicultura brasileira cresceu 4,9% em 2019 com 758.006
EVOLUÇÃO ANUAL DA AQUICULTURA | 2013 A 2019 Valor da produção (R$)
Produção da aquicultura (KG)
5.000.000.000
800.000.000
4.707.904.000 4.483.443.000
600.000.000
563.086.573
4.079.040.000
476.521.060
400.000.000
577.237.925
541.972.013
564.151.448
580.512.705
4.134.247.000
4.500.000.000
599.175.090
4.000.000.000
3.942.587.000 3.610.686.000
3.500.000.000 200.000.000
3.000.000.000
2.843.984.000
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2.500.000.000 2019
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Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal
Estatísticas
PRODUÇÃO DA PISCICULTURA 2018-2019 | IBGE X PEIXE BR - VOLUME (TON.) IBGE
PEIXEBR
UF
2018
2019
Var. %
2018
2019
Var. %
Acre
3.826
3.629
-5%
8.500
4.400
-48%
Alagoas
9.286
9.788
9%
8.250
8.000
-3%
Amapá
823
861
5%
1.030
1.100
7%
Amazonas
8.162
7.982
-2%
15.270
20.596
35%
Bahia
13.575
14.700
13%
30.460
28.600
-6%
Ceará
11.152
5.884
-7%
4.900
2.000
-59%
Distrito Federal
1.215
1.642
35%
1.500
1.500
0%
Espírito Santo
4.058
3.911
-4%
13.190
14.230
8%
Goiás
15.540
15.303
-2%
30.630
29.500
-4%
Maranhão
27.329
28.518
4%
39.050
45.000
15%
Mato Grosso
33.975
33.989
0%
54.510
49.400
-9%
Mato Grosso do Sul
13.956
18.149
30%
25.850
29.800
15%
Minas Gerais
35.414
36.217
2%
33.150
38.600
16%
Pará
13.501
14.084
5%
23.720
25.500
8%
Paraíba
2.308
2.380
34%
2.930
3.100
6%
Paraná
121.278
126.608
4%
129.900
154.200
19%
Pernambuco
20.635
19.866
-1%
23.470
25.500
9%
Piauí
10.809
11.477
5%
19.310
19.890
3%
Rio de Janeiro
1.186
1.410
17%
4.580
4.700
3%
Rio Grande do Norte
2.400
2.707
6%
2.410
3.200
33%
Rio Grande do Sul
14.312
14.944
4%
23.000
25.000
9%
Rondônia
50.181
48.766
-3%
72.800
68.800
-5%
Roraima
10.818
11.056
2%
17.100
18.400
8%
Santa Catarina
30.431
32.499
7%
45.700
50.200
10%
São Paulo
51.564
50.855
-1%
73.200
69.800
-5%
Sergipe
1.464
1.433
10%
3.550
3.690
4%
Tocantins
11.360
10.963
-3%
14.600
13.300
-9%
TOTAL
520.560
529.624
3%
722.560
758.006
5%
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Fonte: PPM/IBGE 2019 e Anuário Peixe BR 2020 | Elaboração: Seafood Brasil
toneladas produzidas, com a tilápia permanecendo como a principal espécie, conforme dados do Anuário 2020. Os peixes nativos fecharam o ano de 2019 representando 38% da produção nacional e as demais espécies com 5%.
em 2019 com 154.200 toneladas. Já São Paulo foi outra vez o segundo colocado com 69.800 toneladas. O Estado não esteve tão bem na atividade no ano passado se comparado a 2018, quando produziu 73.200 toneladas quando assumiu a vice-liderança do ranking.
No ranking da entidade, o Paraná permanece com a liderança da produção nacional peixes de cultivo
Já fora do recorte da piscicultura, a produção de camarão avançou 18,8%, totalizando 54,3 mil toneladas em 2019.
O Nordeste é responsável por quase toda a produção do País, com 99,6% do total nacional.
Tilápia: os Estados mais bem colocados O Brasil produziu 323,7 mil toneladas de tilápia em 2019, segundo dados do IBGE. O Paraná, com 120.515 t, lidera a lista dos cinco Estados que registraram maior produção da
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Estatísticas
espécie no período. No ano de 2018, a produção do Estado foi de 115.236 t, ou seja, o resultado do ano passado foi 5% maior. Já São Paulo manteve a segunda colocação, embora não tenha visto um desempenho superior ao ano retrasado. Com 45.568 t de tilápia produzidas em 2019, o Estado teve uma queda de 2% em relação às 46.350 t totalizadas em 2018.
Metodologias: a diferença entre IBGE e PeixeBR A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) investiga informações sobre os efetivos das espécies animais criadas e os produtos da pecuária, como unidade de coleta o município. A metodologia da coleta de dados baseia-se em um sistema de fontes de informações mantidas em caráter permanente, de forma a permitir um acompanhamento dos fenômenos ocorridos durante todo o ano civil. A técnica de coleta se baseia em entrevista pessoal com questionário em papel, consulta a especialistas ou registros das fontes do órgão. Saiba mais em https://bit.ly/IBGE_PPM_conceitos.
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Já a PeixeBR afirma se basear em informações advindas de instituições parceiras, como o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), associações e cooperativas de produtores estaduais e regionais, órgãos estaduais vinculados à produção e assistência técnica, produtores de alevinos e de peixes de cultivo, principais frigoríficos em diversas regiões, compradores de peixes (atacadistas e varejistas). “Além das informações coletadas junto a esses parceiros, damos especial atenção aos Estados. Aqueles cujos levantamentos de produção são dissonantes entre as várias instituições recebem visitas da Peixe BR. A entidade reúne-se com os principais atores da piscicultura para identificar o real status da produção de peixes de cultivo, objetivando entender os pontos de conflito e chegar às estatísticas que reflitam a produção efetiva.”
Fonte
2018 (ton.)
2019 (ton.)
IBGE
520.560
529.624
PEIXEBR
722.560
758.006
Dif.
-202.000
-228.382 Fonte: PPM/IBGE 2019 e Anuário Peixe BR 2020 | Elaboração: Seafood Brasil
Com 25.124 t de tilápia no ano passado, Santa Catarina ficou na terceira posição do ranking. O resultado é 7% superior ao obtido no ano retrasado. Na sequência, aparece Minas Gerais, com 34.039 t, um salto de 3% frente às 33.103 t do período anterior. Pernambuco fecha a lista com 19.802 t: o desempenho do Estado foi 4% inferior as 20.571 t de tilápia registradas em 2018. Outros destaques na produção da tilápia no Brasil são o Mato Grosso, que saltou 41% em sua produção de 2019, totalizando 24.131 t no Estado. Na contramão, o Ceará reduziu a sua produção em 47% (5.845 t), em relação às 11.122 t de 2018.
Camarão: Ceará se recupera, mas RN segue à frente A PPM mostrou que a produção de camarão avançou 18,8% em 2019 totalizando 54,3 mil toneladas sobre o ano anterior. O Nordeste segue na liderança absoluta mais uma vez com destaque na produção da espécie, enquanto o IBGE ainda não captura dados de produção do interior de São Paulo, por exemplo, onde a carcinicultura cresce em sistemas fechados. Rio Grande do Norte manteve a liderança com 20,7 mil t, que representam um salto de 5% em relação as 19,7 mil t de 2018. O Ceará registrou 16,7 mil t do crustáceo em 2019. No ano retrasado a produção era 13,04 mil t, ou seja, um crescimento de 28%.
PRODUTOS DA AQUICULTURA COM MAIOR VOLUME EM 2019
2,5% 3%
Pacu e patinga
6,7%
Ostras, vieiras e mexilhões Carpa
9,1%
Tambacu, tambatinga Camarão Tambaqui 16,9%
Tilápia 54%
Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal
45
Os destaques negativos ficaram com Paraná (80 toneladas), Distrito Federal (2,9 toneladas) e Espírito Santos (12,4 toneladas), que tiveram redução na produção de 33%, 24% e 17%, respectivamente.
1,9%
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O maior crescimento do ano se deu em Alagoas, que avançou 89% em sua produção e fechou o período com 8,2 mil t. Com um crescimento de 60%, a Paraíba alcançou a marca de 4,3 mil t no ano. Sergipe também aparece entre os destaques com produção de 3,3 mil t, que representam um salto 17%. Já a Bahia produziu 2,6 mil, ou seja, 56% a mais em relação as 1,7 mil t de 2018.
Estatísticas
TOP 20 - Municípios
As cinco regiões Em uma análise pelas cinco regiões do Brasil, o Nordeste produziu cerca de 150,9 mil t no ano de 2019. Destas, os destaques foram a tilápia com 58,2 mil t e o camarão com 54 mil t.
Produção de camarão (t.) MUNICÍPIO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
No Sul, a produção do ano ficou registrada em 189 mil t. Na região, a tilápia ficou à frente outra vez com 150 mil t. O Norte encerrou 2019 com uma produção de 97,4 mil t. O destaque da região ficou com o tambaqui (73,1 mil t), tambacu e tambatinga (5,95 mil t) ÇÃO ERIZA V e as espécies pintado, L U P X O cachara, cachapira e RAÇÃ T N E pintachara e surubim res oduto CONC ios pr que, juntas, somaram da unicíp m % s 2 , e maiorspondem por 31amarões 4,46 mil t no ano. Os 20 e mc ixes r m anto e de pe ponde , enqu o ã ç u s e res prod , exilhõ % m / 4 , s a 9 9 e ostr 2,8% eamente. por 6 tiv c e p s re
O Sudeste fechou o período com uma produção estimada em 92,5 mil t. A tilápia com 84,5 mil t liderou com folga na Região, que produziu ainda 3,6 mil t de pacu e patinga. Já o Centro-Oeste totalizou 69 mil t produzidas no ano. A produção da região foi dominada pela tilápia com 30,1 mil t e os peixes tambacu e tambatinga com 22,2 mil t.
VOLUME (MILHEIRO)
Pendências (RN) Aracati (CE) Canguaretama (RN) Arês (RN) Acaraú (CE) Mossoró (RN) Senador Georgino Avelino (RN) Nísia Floresta (RN) Camocim (CE) Cajueiro da Praia (PI) Goiana (PE) Tibau do Sul (RN) Valença (BA) Paraipaba (CE) Nossa Senhora do Socorro (SE) Guamaré (RN) Beberibe (CE) Jaguaribe (CE) Jaguaruana (CE) João Pessoa (PB)
3.954 2.989 2.626 2.575 2.150 2.031 1.887 1.703 1.670 1.662 1.435 1.349 1.300 1.228 1.120 996 985 945 919 850
TOTAL 20 MAIORES TOTAL GERAL
34.374 54.736
MELHORES PREÇOS MÉDIOS EM 2019 R$ 25,00 R$ 21,81 R$ 20,00 R$ 16,86 R$ 14,76 R$ 11,32 R$ 10,00
R$ 7,31
R$ 5,70
R$ 13,33 R$ 10,90
R$ 8,14
R$ 7,75
R$ 7,16
R$ 8,95
R$ 8,81
R$ 7,03
R$ 9,12
R$ 8,28
R$ 8,22
R$ 7,93
R$ 8,99
R$ 4,56
R$ 5,00
o ad ur Do
cu
na
ré
i Tu
ar mb
ra et ra
La
irã
o
ga ai Tr
cu ru
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Pi
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R$ 15,00
Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal
TOP 20 - Municípios
TOP 20 - Municípios
Produção de ostras e mexilhões (t.)
MUNICÍPIO
VOLUME (MILHEIRO)
Nova Aurora (PR) Morada Nova de Minas (MG) Ariquemes (RO) Toledo (PR) Aparecida do Taboado (MS) Nossa Senhora do Livramento (MT) Assis Chateaubriand (PR) Petrolândia (PE) Glória (BA) Maripá (PR) Santa Fé do Sul (SP) Palotina (PR) Jatobá (PE) Cafelândia (PR) Marechal Cândido Rondon (PR) Sorriso (MT) Almas (TO) Tupãssi (PR) Cujubim (RO) Nova Santa Rosa (PR)
TOTAL 20 MAIORES TOTAL GERAL
17.376 14.705 10.879 9.682 9.610 8.809 8.796 8.500 8.346 8.047 7.400 7.313 7.000 6.989 5.656 5.635 5.346 5.072 5.057 4.790 165.008 529.623
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
MUNICÍPIO
VOLUME (MILHEIRO)
Palhoça (SC) Florianópolis (SC) Bombinhas (SC) São José (SC) Penha (SC) Governador Celso Ramos (SC) São Francisco do Sul (SC) Porto Belo (SC) Balneário Camboriú (SC) Angra dos Reis (RJ) Guaraqueçaba (PR) Maracanã (PA) Ubatuba (SP) Barra de São Miguel (AL) Augusto Corrêa (PA) Guaratuba (PR) Caraguatatuba (SP) Biguaçu (SC) Marcação (PB) Roteiro (AL)
TOTAL 20 MAIORES TOTAL GERAL
8.836 2.943 936 738 600 353 230 80 66 50 40 40 39 32 31 31 26 25 21 15 15.131 15.216
A
produção de alevinos aumentou 6,96% em 2019, segundo a PPM IBGE, em contraste com a queda de 0,98% da produção de pós-larvas e 0,44% da criação de sementes de moluscos. Minas Gerais, com aumento de 117,65% na alevinagem, foi o maior destaque na piscicultura, seguida da Paraíba, com incremento de 98,29%. Nas larvas poucas alterações e quedas pouco acentuadas nos tradicionais Ceará (-1,62%) e Rio Grande do Norte (-0,41%), comportamento similar ao das sementes de moluscos em Santa Catarina, que se mantiveram em 39.973 milheiros.
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Produção da piscicultura (t.)
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Direto da Produção
Formas jovens em ebulição
Investimentos em genética e importação de matrizes querem elevar a produção brasileira de peixes, camarões e mexilhões a outro patamar
Texto: Fabi Fonseca e Ricardo Torres
A
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Este ensaio deve ganhar um forte impulso com a chegada de técnicos da Galícia (Espanha) a Cabo Frio (RJ) para montar, a 2,5 quilômetros da Praia do Peró a maior fazenda marinha do Brasil. A iniciativa da Mexilhões Sudeste Brasil (MSB), pretende produzir mexilhões, ostras e coquilles Saint-Jacques no local em uma área com cessão de uso junto à Secretaria de Aquicultura e Pesca do Mapa (SAP/Mapa) por 20 anos. A área estimada para o cultivo é equivalente a 200 hectares, com investimento de R$ 420 milhões e previsão de produzir 35 mil toneladas por ano. Isso equivale ao dobro de toda a produção nacional, concentrada em Santa Catarina.
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aquicultura brasileira está plantando as sementes para o futuro. A afirmação é literal, já que os dados mostram ascensão da produção de alevinos na década e sinalizam uma recuperação da produção de pós-larvas de camarão pós-mancha branca. De acordo com a mais recente Pesquisa da Pecuária Municipal, do IBGE, a produção de alevinos deu um salto de 64,66% entre 2013 e 2019, enquanto as pós-larvas de camarão mostram estabilidade a partir de 2018. Já as sementes de moluscos caíram 31% em 2019, na comparação com 2013, mas ensaiam uma ligeira recuperação: aumento de 0,44% sobre 2018.
Direto da Produção
Projeto da Mexilhões Sudeste Brasil (MSB) envolve a construção de um laboratório em Cabo Frio para abrigar incubadora de mexilhões
A chegada da MSB traz consigo uma série de tecnologias comuns no cultivo de mexilhões na Galícia, que têm potencial para qualificar ainda mais a produção nacional. Os espanhóis se juntam, assim, a um time de estrangeiros líderes em seus segmentos que desembarcaram no Brasil. Outro exemplo são os alemães do EW Group, que consolidaram o ramo de melhoramento genético de alevinos no Brasil, a partir das aquisições da Aquabel e AquaAmérica pela GenoMar Genetics AS. A AquaGenetics do Brasil, holding criada com as aquisições, marca a junção das empresas que comandaram nos últimos anos o segmento de alevinagem e melhoramento genético de formas jovens de peixe no Brasil, que se tornam oficialmente as marcas de genética de tilápias Aquabel e AquaAmerica.
Camarão: importação ou programas nativos As sementes não serão compradas de terceiros, mas produzidas ali mesmo. A MSB desenhou um laboratório para abrigar “o sistema de incubação mais avançado do mundo em criação de mexilhão”, como define o projeto. Na estrutura, serão armazenados as condições de cultivo de cada lote,
para análise e otimização. Além disso, ocorrerá o registro de atividade com dados de crescimento da semente, identificação e controle de lotes mediante tecnologia de radiofrequência (RFID). Já com a licença de operação, o projeto tem previsão de iniciar no primeiro semestre de 2021.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fez a alegria de muitos ao sinalizar apoio à intenção de alguns produtores de importar matrizes de outros países. A posição da ministra é vista como positiva e necessária para Ana Carolina Guerrelhas, sóciafundadora da Aquatec, em Barra do Cunhaú, Canguaretama (RN). Ela assegura que o Aquatec importaria
EVOLUÇÃO DAS FORMAS JOVENS 2013-2019 | MILHEIROS Larvas e pós-larvas de camarão
Sementes de moluscos
Alevinos 20.000.000
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2019 Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal
oficialmente as matrizes, assim como fez pela última vez em 2006. Ela alerta, no entanto, que a autorização precisa ser simplificada para evitar que entre material genético “de contrabando”, capaz de atender a uma demanda pontual, mas também pode levar ao caos.
Entrada da CP Foods já rendeu ganhos de sanidade nas larvas para consumo próprio da Camanor
matrizes nos EUA e na Tailândia, mas no nosso entender a melhor genética é da empresa CP Foods, da Tailândia”. Não à toa, a CP Foods é dona de 40% da Camanor desde abril de 2018. “Ela investe há 20 anos milhões de dólares por ano para montar o programa deles. Os fornecedores norte-americanos usam, na grande maioria, cópias das larvas da CP Foods.”
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Entre os maiores interessados na importação de animais de desempenho, o diretor da Camanor, Werner Jost, afasta as possibilidades de importação de doenças. A empresa construiu um quarentenário, aprovado pelo Ministério da Agricultura, que se tornou o único do gênero aprovado para camarão no Nordeste do Brasil, segundo Jost. “Há fornecedores de
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Na contramão da idéia, Saulo Guedes, sócio-fundador da Aquasul, laboratório de pós-larvas e náuplios em Nísia Floresta (RN), defende que a decisão irá atender apenas ao anseio de poucos produtores. Há também receio pela possibilidade da importação de doenças que ainda não foram vistas no País, apesar de o governo e os produtores interessados defenderem que os quarentenários evitariam este problema. Conforme ele, deveria ser desenvolvido esse trabalho aqui no Brasil, para então o passarmos a exportadores de matrizes e não importadores. Ele apostaria em parcerias, como uma público-privada entre o governo e uma instituição, como por exemplo a Embrapa. Outro caminho é a facilitação do acesso aos financiamentos, mas que atualmente ainda esbarram na burocracia.”Para fazer aqui um trabalho de genética em que a gente possa desenvolver nossas matrizes, precisaria do aporte, do apoio do governo federal. “Então, eu acredito que seria uma linhagem muito melhor paro o Brasil e já adaptada às nossas condições e, principalmente, com restrição às novas doenças”.
Direto da Produção mercado”, diz Guerrelhas, frisando também os desafios sanitários. “Hoje se domina os processos básicos de fazer a ‘pós-larva’ mas não se consegue ainda atender a complexidade da indústria. É como se tentássemos montar um grande quebra-cabeças no qual algumas peças não se encaixam, outros podem se encaixar ainda que não perfeitamente e outras são perfeitas. Eu diria que, com todas as dificuldades, falta de insumos e tecnologia do passado, era muito mais fácil produzir PLs do que é hoje , com a presença de tantas doenças e uso de ambientes, manejos e instalações tão diferentes.” Por isso, ela avalia que é mais vantajoso comprar matrizes de outro programa já desenvolvido e adaptá-las às suas necessidades.
Segundo ele, o potencial genético das matrizes se reverte em crescimento e sanidade do animal. “Mesmo que a genética tenha um peso muito grande no sucesso da produção, o aspecto de sanidade é o que mais pesa no resultado final. Robins McIntosh deixou claro que 20% é genética e 80% é sanidade.” A Camanor não conseguiu - ainda - importar a genética, mas a ajuda da CP Foods já possibilitou melhorar o status de sanidade dos animais domésticos. “Hoje, eles testam negativamente contra todos os vírus conhecidos e testados com o método do PCR”, atesta Jost.
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Evolução de sistemas torna atividade complexa Foi no laboratório de pós-larvas na praia de Barretos que a Aquasul começou a produção, nos anos 2000. “Nessa época, o Brasil, embora já estivesse na atividade havia alguns anos, não tínhamos muito conhecimento técnico. Esse conhecimento foi trazido basicamente pelo pessoal do Equador”, lembrou. Além de melhorias na genética, o tempo também trouxe mais conhecimento de manejo, nutrição animal, combate e prevenção de doenças e mais uma série de benefícios. Os avanços também são
reflexos das formações acadêmicas, como biólogos, engenheiros de pesca, veterinários e tantos outros cursos espalhados pelo País. “Hoje, eu vejo assim, que o Brasil não deixa mais nada a desejar, em termos de tecnologia, em termo de conhecimento da atividade, para outros países. No âmbito da genética, a gente precisa avançar, mas no resto não”, defende. Há um pouco mais de uma década antes de a Aquasul entrar na atividade, especificamente em 1989, a Aquatec iniciava sua trajetória como referência nacional na produção de PLs de vannamei. Naquela época, como detalha Guerrelhas, tudo no ramo ainda era muito complexo e somente alguns “abnegados” e amigos do “desafio” se atreviam a encarar a atividade. Com o tempo foram surgindo inúmeras referências na literatura e a internet trouxe ferramentas, como os vídeos no YouTube, com detalhes de produção. “Com tantas informações e insumos acessíveis, aparentemente tornou-se mais fácil a produção de PLs, mas o difícil ainda é ter um produto que apresente a performance zootécnica adequada para atender à diversidade de ambientes, instalações, manejos e filosofias de produção existentes no
A Potiporã ainda considera vantajoso apostar em um programa nacional e ainda reforçou os investimentos nos últimos anos, conta a gerente geral da unidade produtora de larvas da Potiporã, Roseli Pimentel. “No início de 2019, foram realizados investimentos para desenvolvimento de um software personalizado para integração de dados, aquisição de um sequenciador de DNA e desenvolvimento de um painel de marcadores genéticos”, conta. Já neste ano, a empresa apostou no envio de um projeto ao edital 04/2020 à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para introduzir tecnologias 4.0 no programa da Potiporã. O projeto foi aprovado em segundo lugar e garantiu R$ 2,5 milhões em recursos não reembolsáveis que serão aplicados no programa genético a partir de 2021. “Esses investimentos projetam o programa de melhoramento genético da Potiporã como um dos mais robustos e inovadores em nível mundial”, aponta. O que dá estas credenciais, na visão dela, são os recursos que a empresa tem para realizar a identificação genética de 100% dos animais do programa de melhoramento genético, o que representa a genotipagem de mais de 3.000 animais por mês. “O domínio dessa tecnologia permite monitorar de forma precisa a diversidade genética dos plantéis e determinar as famílias
Em processo de ampliação da sua produção, Guedes, da Aquasul, tem boas perspectivas ao futuro próximo do laboratório. Atualmente, a Aquasul tem uma área de produção com 60
Já na Aquatec, apesar da Covid-19, as estimativas também são positivas. É esperado que o volume de produção
de PLs fique em torno de 18 bilhões neste ano, mas o número poderia passar dos 20 bilhões se não fossem as baixas de 3 meses (abril, maio e junho) que o laboratório sofreu baixas com a pandemia. Guerrelhas ressalta que neste ano, a indústria teve a oportunidade de experimentar um novo material genético de “resistência/ robustez” introduzido pela Aquacrusta/ Sabores da Costa, que será responsável pelo futuro aumento de produção para se chegar às esperadas 120 mil t contra as 90 mil t de 2019. “Seu impacto não foi em taxa de crescimento e nem em conversão alimentar, mas foi em maior sobrevivência nos diferentes ambientes.” Já as vendas foram maiores no período, apesar de tudo. Com a performance atual, o Aquatec espera aumentar suas vendas em 25% em relação ao número de 2019. Mas, para o próximo ano, ela revela que está difícil prever o resultado, sobretudo
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Expansão em curso
funcionários e um parque com 10 mil m² que passa por reformas. Em breve, serão 15 mil m² de produção para 11 unidades em operação – hoje em dia são cinco, mas outras seis serão instaladas. A capacidade instalada é de 300 milhões de PLs/mês e 45 milhões de naúplios por dia, enviadas principalmente para o mercado do Nordeste. Em 2020, o laboratório viu uma sazonalidade na comercialização das PLs, já que o Aquasul também vende para outros laboratórios que não têm o setor de maturação, as reservas são para mais de 60 dias. “Estamos com todas as cinco unidades em plena produção e ainda não damos conta de atender a demanda. É por isso que começamos uma nova ampliação, onde vamos atingir 600 milhões de PLs/mês”. As obras estão previstas para serem concluídas até 2022.
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que apresentam melhor desempenho em condições de campo, garantindo o ganho contínuo em sobrevivência e crescimento.” Pimentel destaca ainda que a empresa expandiu recentemente o número de lotes (batches) para seleção realizados por ano, visando diminuir o tempo para identificação das melhores famílias. “Outro ponto importante é que o programa genético da Potiporã é assistido também pelo monitoramento sanitário do plantel. Todos os animais do programa são certificados individualmente por meio da técnica de PCR, o que permite manter no programa apenas os animais ‘limpos’, ou seja, sem carga viral detectável para os principais vírus que acometem a carcinicultura nacional.”
Direto da Produção Centro de produção da pós-larva X, da AquaCrusta/ Sabores da Costa: alto índice de sobrevivência conquistou o Nordeste e pode elevar a produção nacional a 120 mil toneladas contra 90 mil de 2019
pelos questionamentos do tipo: se as exportações vão acontecer em quantitativos expressivos e não só experimentais, se o mercado consumidor conseguirá absorver 120 mil toneladas na forma como é vendido o camarão hoje – fresco e com preços justos na comporta, além de uma série de outras dúvidas que somente o tempo responderá se impactarão em sua produção. “Como sou pelo ‘otimismo’ acredito que vamos contornar estas situações imprevisíveis e vamos seguir crescendo a passos regulares”, finalizou.
Covid-19 acelera protocolos de biossegurança
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Na terceira geração de carcinicultores da Costa Negra, no Ceará, o CEO da Sabores da Costa, Rubens Sales, tem o desafio de fazer jus ao legado dos pioneiros José Rubens Sales (avô) e Livino Sales (pai). “No decorrer do tempo, a operação da minha família foi crescendo, de forma a se fazer necessário manter todo o controle do processo produtivo, passando a construir, além dos viveiros, o seu próprio laboratório, investindo sempre em tecnologia e melhoramento da genética do camarão.” A Sabores da Costa surge no cenário nacional, em 2014, com objetivo inicial de se posicionar no mercado de comercialização de camarões orgânicos, como parceira da empresa Aquacrusta Marinha. Rubens assumirá também o legado do pai no âmbito institucional em fevereiro, quando se tornará o presidente da Associação dos Carcinicultores da Costa Negra (ACCN). A região produz o único camarão com Denominação de Origem Controlada (DOC) e Identificação Geográfica (IG) reconhecida internacionalmente. “Temos como objetivo principal fomentar a região da Costa Negra, o grupo de empresários pretende dar visibilidade ao setor, levando o produto da Costa Negra do Ceará para o mundo”, sustenta.
Atualmente, a Sabores da Costa se apresenta como a única no Brasil com selo World Quality Services (WQS) de rastreabilidade para criação de camarão orgânico, fresco e congelado. Segundo Sales, a partir da experiência adquirida na produção e comercialização do produto, a empresa passou a manifestar interesse em participar mais de perto do processo inicial da cadeia. Foi assim que assumiu a gestão do laboratório da Aquacrusta, em Acaraú. “No último ano, desde que assumimos a gestão do nosso laboratório principal, até o momento, representamos a produção aproximada de 30% a 35% de Litopenaeus vannamei do Brasil. Esperamos para o ano de 2021 um incremento de 20% na nossa produção”, aponta Rubens Sales. Fruto de um aprendizado longo de recuperação e convivência com doenças, que se iniciou com a larva Delta, em 2004. “Com o aparecimento da NIM (Síndrome da necrose idiopática
Para o executivo, 2020 foi um divisor de águas, mesmo em face da Covid-19. A empresa investiu no melhoramento genético das larvas de resistência, além de aprimorar protocolos laboratoriais, automação de processos, captação de dados, análise e desenvolvimento de novos protocolos de produção. Tudo isso se somou a outros investimentos realizados em anos anteriores. “O resultado disto é que possuímos hoje em nossa empresa, a título de exemplo, o maior cepário da América Latina, com
a produção em escala de microalgas, contando várias espécies, além da produção de artêmia viva, sendo estes um diferencial competitivo relevante, à medida que internalizamos todo o processo, fato que nos permite aumentar o nível de exigência quanto à qualidade.” Fator importante no momento atual é assimilar que a mudança de protocolos de biossegurança é a melhor forma de resolver, ou ao menos minimizar os problemas sanitários. “Trabalhamos com ciclos de produção com tempo de repouso para desinfecção dos laboratórios, acesso limitado de pessoas, restringindo em algumas áreas apenas para os funcionários do setor. Além disto, reformulamos os demais protocolos de produção, melhorando e expandindo a estrutura para reduzir a densidade populacional e assim gerar menos impacto. A tarefa é árdua, porém recompensadora quando se comparam os resultados obtidos neste último ano”, indica o executivo.
Pescados com qualidade
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Matéria-prima da melhor procedência, ótimas práticas de fabricação, instalações que respeitam a legislação e equipamentos de congelamento ultrarrápido são alguns dos fatores que garantem o padrão de qualidade Natubrás. São camarões, lulas, mexilhões, polvos e cortes nobres de peixes, em embalagens práticas e seguras ao consumidor.
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do Exija cedor e n for seu alidade a qu dutos pro dos ás ubr Nat
muscular), em 2004, e da mancha branca (WSS), em 2015, o setor sofreu bastante, em especial no segundo momento, onde a virulência era capaz de dizimar produções inteiras”, sublinha Sales. “Com o constante investimento em tecnologia e melhoramento da genética do camarão, foi desenvolvida pelo nosso laboratório a denominada larva X, resistente à mancha branca e que tem melhorado os índices de produção do setor no último ano.”
O sabor que faz a diferença
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Suplemento especial de tecnologia para processamento de pescado
Seafood Brasil preparou este material com a ajuda do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e com o suporte financeiro e editorial das empresas Aquabit, Brusinox, Lex Experts, Marel e MQ Pack para colaborar no aprimoramento da indústria de pescado brasileira. As empresas apresentam as principais novidades em equipamentos e serviços, enquanto os pesquisadores delineiam novas tendências. Para a contribuição dada a este suplemento, o IP-APTA designou as pesquisadoras Cristiane Rodrigues Pinheiro Neiva, Érika Fabiane Furlan e Thaís Moron Machado.
Segundo elas, crescem, portanto, trabalhos para buscar aproveitar os compostos bioativos de alto valor biológico e não apenas direcionar para os produtos convencionais de farinha e óleo de peixe. “Este é um caminho
importante a ser trilhado junto à indústria para a sustentabilidade da produção de pescado, uma vez que a geração de coprodutos de valor agregado pode incidir na maior fatia do lucro de uma indústria de pescado. Colabora com isso o baixo rendimento obtido na produção de filés de peixe, carro chefe do mercado nacional e as tendências de mercado futuro cada vez menos lineares, visando à logística reversa , ou seja, oportunizando caminhos para uma economia mais circular.” Elas citam o exemplo da Europa, onde o conceito começa a se tornar lei em alguns países. “A exemplo da Islândia, podemos ter um mercado de coprodutos que proporcione ganhos superiores aos obtidos pelos produtos convencionais de pescado”, apontam.
Grandi fish/Creative Commons
“O momento atual, apesar da crise econômica e de saúde pública,
democratizou o acesso à informação e facilitou as comunicações e isso tem sido muito positivo para a conscientização do setor quanto às questões globais da pesca e aquicultura, que já preocupavam a academia e vinham inquietando as grandes empresas de pescado, que já enfrentavam dificuldades com o resíduo gerado, resultando em maior interesse por parte dos empresários também no aproveitamento do resíduo da produção e do processamento do pescado”, afirmam as pesquisadoras.
Consultoria
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Beneficiamento
Sistemas
Embalagem
Linha de processamento da HB Grandi Fish em Reykjavík, Islândia
Qualidade como norte
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unca foi tão evidente a importância das práticas associadas ao controle microbiológico dentro de unidades de beneficiamento. “Este momento de pandemia apenas ressaltou a importância destas boas práticas”, apontam Cristiane Rodrigues Pinheiro Neiva, Érika Fabiane Furlan e Thaís Moron Machado, pesquisadoras que assinam os comentários enviados pelo Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “É importante estarmos atentos aos processos de limpeza e desinfecção utilizando técnicas de monitoramento microbiológico. Uma higienização ineficiente pode propiciar a formação de biofilmes. Entretanto, graças aos estudos recentes é possível tanto identificá-los como eliminá-los.” Além dos diversos equipamentos, sistemas e EPIs, é fundamental que as indústrias de pescado contem com especialistas aptos a implantar estas práticas de maneira efetiva, como a médica-veterinária e consultora Sarah de Oliveira, da Lex Experts. E a demanda cresceu durante a pandemia. Tivemos um aumento significativo na demanda e incremento de 100% no faturamento desde março até o momento. Com a ampliação dos negócios foi necessário anteciparmos a construção de uma sede e também realizarmos a contratação de novos consultores especialistas na área”, indica.
Com o aumento das demandas, Oliveira estruturou diferentes divisões no grupo:
1
Lex Capacita – para oferecer, mais que cursos, educação continuada para técnicos e empresários da área na qual o objetivo é desenvolver o senso crítico e uma visão mais sistêmica do setor;
2
Lex Artesanal – fomentar a inclusão dos pequenos produtores dentro do serviço oficial de inspeção, permitindo o desenvolvimento econômico e garantindo a inocuidade do pescado;
3
Lex RT – atuação como responsáveis técnicos dentro de empresas do segmento, a fim de participar de forma perene no desenvolvimento das organizações; e
4
Lex Consultoria – emprego de técnica, experiência e paixão em forma de consultoria, entregando soluções descomplicadas para o setor e objetivando aprimorar os processos e produtos das organizações para estimular novos negócios. A especialista avalia que tanto o setor público quanto o privado precisam aprimorar suas formas de atuação. “O setor público deve continuar o processo regulatório, porém com uma avaliação de impacto regulatório baseada nas diferentes realidades do País.” Ela valoriza e reconhece os trabalhos do
Suasa [Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária], mas ainda aponta que o governo precisa ampliar a comunicação com ONGs, academia e o setor privado. “O setor público precisa atuar de forma mais constante nas ações fiscalizatórias, principalmente com relação às importações de pescado.” Já o setor privado precisa desenvolver um olhar mais exigente para a sua própria atuação e suas entregas. “É importante que se aproxime mais do consumidor final, a fim de mostrar a qualidade dos produtos nacionais e reduzir a concorrência desleal com os produtos importados. Ela recomenda ainda a inovação de embalagens e apresentações, além da exploração de peixes não convencionais”, diz Oliveira. “É preciso que o setor privado tome frente das pesquisas, da geração de dados e puxe as discussões”, conclui.
Empresa citada
Sarah de Oliveira (47) 9 98856-2714 contato@lexbr.net
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Descabeçadora e evisceradora automática de tilápia e filetadora automática são algumas das apostas da Brusinox para a retomada
Aquecimento e expansão
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busca por tecnificação no processamento move as empresas do pescado, cada vez mais interessadas na expansão do rendimento, das margens de aproveitamento da matéria-prima e da competitividade. A grande escala que a tilápia já possui no País direciona os desenvolvimentos dos fornecedores, embora o camarão, tambaqui e outras espécies nativas também exijam desenvolvimentos específicos. “Em 2019 foi batido o recorde de produção de tilápia no Brasil. O potencial produtivo é gigantesco, mas podemos considerar que estamos apenas iniciando no cultivo de tilápia”, aponta o gerente de vendas da empresa, Ambrózio Leonel Bacca Filho. “Além de área de cultivo, para um crescimento sólido e ordenado, se está trabalhando no melhoramento genético, alimentação, técnicas de manejo e também no processamento”. 58
Segundo ele, a quarta revolução industrial é o que norteia os desenvolvimentos da empresa. “O foco hoje é desenvolver equipamentos que produzam mais com menos custo e mais rendimento, além de fornecer informações para a gestão da indústria 4.0”, diz Bacca Filho. “Hoje não se pensa mais em apenas produzir, mas sim fazer a gestão do processo, a fim de se obter informações para se avaliar o processo e, baseado nas informações, poder tomar decisões que levarão a uma melhora da produtividade. A indústria brasileira tem potencial e deverá crescer muito na produção de pescados de cultivo, assim como já ocorre com aves, suínos e bovinos.” Na visão dele, a indústria do processamento tem aceitado muito bem as novas tecnologias. Mais do que isso: a demanda pela modernização cresce ao lado do cliente, como explica o executivo. “O principal desafio é mostrar para o cliente que o
investimento que será realizado dará resultados a curto prazo, pois com a dificuldade de se obter financiamentos, a indústria foi obrigada a realizar aquisições por conta própria e o retorno rápido é fundamental.” Segundo ele, a criação de soluções mais padronizadas, que atendam a uma gama elevada de clientes sem a necessidade de customizações, é outro ponto que gera mais segurança para quem está adquirindo o equipamento. Uma das novidades da Brusinox que ganhou ritmo neste ano foi o sistema de gerenciamento de processos, do qual o cliente consegue extrair informações do processamento e transformá-las em informações gerenciais. Outro item de destaque foi uma nova evisceradora de tilápia, que agora assiste à chegada de um novo equipamento integrado. A expectativa é grande. “Estamos lançando nossa nova filetadora que, juntamente com a evisceradora, irá mudar a forma de processar tilápia na
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indústria.” Um lançamento programado para 2021 é na área de refrigeração. “Teremos um sistema de congelamento similar ao congelamento a nitrogênio, mas com o custo operacional igual ao sistema convencional”, diz Bacca Filho. “Essa tecnologia não existe no Brasil e acreditamos que esse sistema será muito aceito pelo mercado, principalmente por quem trabalha com qualidade de produto”. O ano de 2020 despontava promissor para Bruxinox, mas a pandemia modificou a forma de trabalho, principalmente com relação a visitas a clientes. “Como trabalhamos com muitos projetos customizados, tivemos de modificar nossa forma de atuação. Internamente conseguimos implementar todas as regras de distanciamento social exigidas e procuramos seguir à risca todas as orientações a fim de garantir a saúde de todos os funcionários.” Era de se esperar um desempenho ruim para 60
este ano, mas não foi o que ocorreu com as demais proteínas. “As viagens internacionais ainda não estamos fazendo, pois, muitos países exigem quarentena ou as fronteiras estão fechadas e isso afetou todo nosso planejamento anual de abertura de novos mercados. Os mercados já atendidos não foram muito afetados, sendo que as vendas foram muito boas mesmo com a pandemia. O mercado nacional de pescado demonstrou uma certa demora em retomar os investimentos. Noutros segmentos em que atuamos no mercado nacional, a retomada foi muito mais rápida. Acreditamos que, com a normalização da situação para o próximo ano, consigamos continuar crescendo juntamente com o mercado.” Deve colaborar para isso a nova sede da empresa, no bairro São Luiz, ainda em Brusque (SC). Outra empresa que mudou de casa no Brasil foi a islandesa Marel.
A multinacional está de mudança de Piracicaba (SP) para um novo espaço, a cinco minutos do Aeroporto Internacional de Viracopos (SP), onde abrirá, em 2021, um novo centro de demonstração e treinamento. O Progress Point abrigará cerca de 130 funcionários e pode acomodar até 200 convidados. Mais de 80 funcionários trabalham no escritório de Piracicaba, que abriga a empresa no Brasil desde 2002. “Estamos em posição privilegiada e precisamos de mais espaço para crescer”, explica Clausius Nóbrega, Diretor Regional da Marel na América Latina. “Estamos expandindo nossas operações na América Latina e entusiasmados com a inauguração do primeiro centro de demonstração Progress Point da empresa no hemisfério sul.” O espaço deve facilitar a demonstração da ampla linha, que inclui equipamentos autônomos, sistemas individuais e linhas de
Área que abrigará o novo Progress Point da Marel na América Latina fica ao lado do Aeroporto de Viracopos
produção completas, todos controlados e integrados com o software Innova. O Progress Point para a América Latina se soma aos centros de demonstração em Copenhague (Dinamarca); Boxmeer (Holanda); e Kansas e Des Moines (na América do Norte). Segundo a empresa, esses quatro centros também se tornaram cruciais para as atividades de vendas e serviços. As instalações de demonstração da Marel são projetadas para imitar os ambientes de processamento das indústrias de alimentos, a fim de fornecer, aos clientes e funcionários, experiências práticas de maquinário e software durante treinamentos, demonstrações privadas e apresentações, entre outros eventos.
“No clima atual de restrições a viagens e distanciamento social, visitas a fábricas e feiras comerciais se tornaram uma raridade. Neste contexto, as instalações do centro de demonstração
da Marel se tornaram ainda mais vitais para demonstrações de equipamentos online e treinamento em um ambiente de fábrica controlado. Estes centros permitem oferecer demonstrações de
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Aditivos e Ingredientes Existe uma crescente preocupação com os riscos associados ao uso de substâncias químicas adicionadas aos alimentos, intencionalmente ou não, nas várias etapas, como produção, processamento, manuseio ou preparação dos alimentos. “Seguindo as atuais demandas dos consumidores por alimentos mais saudáveis e com menos aditivos, vários extratos de plantas vêm sendo testados quanto à sua capacidade de inibir principalmente a oxidação lipídica em alimentos em especial em produtos de peixes”, apontam as pesquisadoras do IP. “Dentre eles destaca-se os extratos de canela, das espécies Cinnamomum e o Alecrim (Rosmarinus officinalis L.), conhecidos como antioxidantes naturais devido ao alto teor de compostos fenólicos. Além disso, estes extratos apresentam propriedades antimicrobianas e nutracêuticas. Parece estranho temperar ou aromatizar o peixe com canela, mas esta especiaria pode compor muito bem as semi-conservas e preparações mais requintadas. Outros extratos, como coentro e manjericão também já foram testados em pescado com efeitos antioxidantes bastante promissores.”
realidade aumentada (RA), combinando apresentações ao vivo, online e virtuais dos produtos”, diz a empresa. O Progress Point combinará uma área de demonstração com espaço para escritórios, salas de reuniões e a instalação de uma cozinha industrial. “Do ponto de vista de vendas, a nova localização do escritório nos aproxima de muitos de nossos clientes”, explica Nóbrega. “Nossos técnicos de serviço e especialistas em treinamento também estão entusiasmados com a forma como isso nos tornará mais acessíveis na era pós-Covid, abrindo novas oportunidades para colaboração futura.”
Algas como ingrediente Se há uma forte tendência da indústria mundial por alimentos vegetais, há também uma oportunidade de um trabalho conjunto. O Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, testou a utilização da macroalga Kapppaphycus alvarezii e o uso direto do resíduo sólido ou 62
O segmento de aditivos e ingredientes naturais no pescado pode se tornar uma tend~encia a partir da demanda do consumidor. “É possível até encontrar gôndolas específicas nas grandes redes de supermercados para produtos industrializados com aditivos naturais, demonstrando que há um nicho de mercado para este tipo de produto”, afirmam as especialistas. “Também alguns subprodutos do processamento vêm sendo testados em pescado como a farinha de bagaço de uva, resíduo do processamento do suco de uva, rico em polifenóis e fibras que são normalmente descartados. Os efeitos da farinha de bagaço de uva foram positivos e similares aos aditivos químicos quanto a estabilidade oxidativa, físico-química, e características sensoriais de hambúrgueres de salmão congelados e quando utilizados na produção de salsichas a partir de Carne Mecanicamente Separada (CMS) de peixe branco conferiram coloração rosada atrativa ao produto”, detalham. A lista dos aditivos aprovados pela Anvisa para uso em pescado está disponível junto à Resolução RDC Nº 329, de 19 de dezembro de 2019.
farinha como aglutinador, em produtos a base de Carne Mecanicamente Separada (CMS) de pescado, como a almôndega (fish ball) ou bolinhos (fish cake) e avaliando-se os parâmetros de composição química, textura, cor e aceitação sensorial dos produtos elaborados observou-se melhora nos aspectos nutricionais e de textura, agregando valor aos produtos a base de CMS de pescado. As pesquisadoras do IP avaliam que ainda é fundamental melhorar a qualidade dos produtos gerados. “A pesquisa científica tem gerado informações técnicas, que poderão colaborar com um futuro regulamento de identidade e qualidade para a CMS de peixe, bem como respaldar as indústrias com informações que possibilitem a padronização dos processos produtivos e a utilização de matérias primas alternativas, além de promover a redução de perdas pelo uso de uma tecnologia mais sustentável”, dizem. Para elas, os novos produtos de pescado a base de CMS (de qualidade) são inovações disruptivas. “Ou seja,
têm a capacidade de criar valor através da simplicidade e praticidade no atendimento a demandas por produtos saudáveis, isentos de espinhas e ossos, proporcionando um alimento seguro e de ótima qualidade, inclusive para crianças e idosos, além da versatilidade para compor a categoria de produtos prontos para o consumo.”
Empresas citadas
Ambrózio Leonel Bacca Filho (47) 3351-0567 ; 9 9948 7667 bacca@brusinox.com.br
Eduardo Weschenfelder (19) 3414-9000 eduardo.weschenfelder@marel.com
Modernização da gestão
Q
uando se discute implantação da indústria 4.0 nos frigoríficos, normalmente se dá a sensação de que se trata de um processo radical e disruptivo do dia para a noite. Na verdade, percebe-se que alguns elementos podem ser introduzidos aos poucos, de forma que a integração homem-máquina-software seja feita sem tantos sobressaltos. Uma destas ferramentas são os sistemas informáticos de gestão integrada. A Aquabit, já conhecida como uma fornecedora de sistemas para a gestão de pisciculturas, começa aos poucos a verticalizar suas ferramentas, de modo a contemplar a administração por software de processos, da criação ao beneficiamento. “Cada vez mais existe a necessidade de aproximação do produtor com as indústrias de processamento de pescado, pois é quem compra o seu produto. A produção na propriedade precisa ser profissional e em escala para poder manter uma consistência no fornecimento”, avalia o CEO, Ailton Rodrigues.
Ele enxerga que o desajuste na cadeia - com escassez de matéria-prima - motiva as indústrias de processamento a buscarem um melhor relacionamento de parceria com os produtores para garantir o pescado vivo. Por isso, a empresa desenvolveu uma plataforma de integração dos frigoríficos e cooperativas com o produtor para a melhoria do rendimento de filé, bem como a eficiência nas despescas. A empresa iniciou um piloto no Oeste do Paraná. “Desde setembro de 2020 estamos em Cascavel (PR), instalados na Fundetec [Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e implantando o projeto em três frigoríficos da região. Informatizamos todo o processo de despesca. fechando assim um ciclo de relacionamento comercial do frigorífico com o produtor e iniciando outro ciclo com o novo lote.” Segundo ele, a plataforma contempla cadastro dos produtores na SAP/Mapa, acompanhamento da previsão de despesca, agendamento
da despesca, ordem de carregamento ou romaneio, controle de depuração, avaliação das despescas/produtor e pagamentos ao produtor. “Os frigoríficos pequenos, de 3 a 5 toneladas/dia, normalmente fazem todo o controle em cadernos e planilhas alguns até mesmo na cabeça e acordos olho no olho. Vai passar a ficar tudo registrado no sistema agora.” Para demonstrar os resultados, ele compartilhou uma planilha simples que mostra o ganho no rendimento do filé a partir do controle dos parâmetros. Para este cálculo, ele considerou R$ 7,00 o Kg do peixe vivo e R$ 27,00 o Kg do filé. A Aquabit considera que o objetivo é que o melhor rendimento de filé seja alcançado através da parceria do frigorífico com os produtores, semelhante ao que as grandes cooperativas praticam com seus cooperados. Empresa citada
% DE RENDIMENTO DE FILÉ Custo matéria prima Kg de Filé Faturamento Lucro
33%
35%
Dif
R$ 21,000.00
R$ 21,000.00
R$ 0.00
990,00
1,050,00
60.00
R$ 26,730,00
R$ 28,350,00
R$ 1,620.00
R$ 5,730,00
R$ 7,350,00
R$ 1,620.00
Ailton Rodrigues (45) 9 9106-4745 comercial@aquabit.com.br
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Embalagens: além da imagem
A
comunicação com o consumidor não passa apenas pela preocupação estética com a embalagem, mas por uma experiência aprimorada de consumo. As pesquisadoras do IP avaliam que o mercado brasileiro já apresenta rotulagens mais atrativas nos pacotes, como já observamos em países com o mercado de pescado mais estabelecido. Além das vantagens nutricionais e de saúde, bem como tecnológicas e com vistas a praticidade, como os produtos congelados individualmente ou IQF, os envases passaram a trazer instruções de preparo e consumo. Na visão delas, as embalagens têm papel importante na conquista do 64
consumidor, além de oferecer maior segurança no consumo, ressaltada pela pandemia. É importante ter uma visão geral de materiais de embalagem e processos com papel importantes na conservação e segurança do pescado, extensão do tempo de vida útil, proteção do consumidor, mas na atualidade as questões de sustentabilidade e da redução da pegada de carbono precisam também ser consideradas. “A embalagem facilita a logística, a rastreabilidade e o marketing”, pontuam.
automatizarem processos repetitivos e contarem com a inteligência artificial e internet das coisas para aumentar a precisão e, por consequência, o rendimento. Atenta a esta tendência, a MQ Pack se especializou em balanças de múltiplos cabeçotes e máquinas de empacotamento. “Temos um projeto inovador em que não existe nenhuma peça com o nome MQ Pack, todas as peças são globais, o software fica com o cliente e possui conectividade Full EtherNet”, aponta o CEO da empresa, Marcos Queiroz.
Quando se olha para o frigorífico de pescado, a busca no segmento de embalagens é por um sistema que permita aos gerentes industriais
Ele defende que a tecnologia aberta possibilita ao cliente a compra de um equipamento com qualidade elevada, sem torná-lo “refém do fabricante da
máquina em peças e em serviços”. “Temos exemplos reais de clientes que utilizam nossa tecnologia aberta há mais de seis anos em ambientes frigoríficos e nunca foi necessário gastar R$ 1,00 de serviço técnico. O cliente tem total autonomia sobre o equipamento e total independência do fabricante da máquina”, indica. Para ele, a vantagem de utilizar tecnologia de controle aberto é saber que, em qualquer lugar, o cliente terá várias opções de compra de peças de reposição a um preço “não abusivo”. Além disso, as máquinas possuem conexão ethernet de fábrica e garantem suporte técnico remoto vitalício gratuito. Recentemente, a empresa instalou em uma indústria de Minas Gerais um sistema automático que envolve a empacotadora BSH 400 inclinada, que realiza o empacotamento de filés de tilápia e aplica zíper zippak
ZB70 (boca de palhaço). A máquina é alimentada por uma esteira que traz os filés pesados e separados por uma balança horizontal de 16 cabeçotes. Um funcionário acondiciona os filés na máquina, que faz a pesagem automática e separa os itens de modo a formar pacotes de 400g e 800g.
Empresa citada
Marcos Queiroz (11) 9 8981-6103 marcos.queiroz@mqpack.com
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Na Cozinha
Lanches
saudáveis
Oferta de comida casual à base de pescado cresce pelo Brasil Texto: Guilherme Bourroul, especial para a Seafood Brasil
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Bárbara Malvar/Notorius Fish
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uem já teve o privilégio de ir à feira de Boston, nos EUA, sabe que o lobster roll é um sanduíche difundido pelos quatro cantos do mundo. Criado na Nova Inglaterra, região no nordeste dos Estados Unidos conhecida pela pesca da lagosta, o lanche se popularizou em diversos países, com o crustáceo geralmente acompanhado de maionese e salsão.
Na Cozinha
Se a combinação de pescado no pão é sucesso mundial, ela foi potencializada no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus, quando muitos chefs tiveram que se reinventar e, com criatividade e ousadia, passaram a buscar alternativas de pratos acessíveis. “Uma das tendências importantes da alimentação em geral – e no food service não é diferente – é a saudabilidade. E pescado é uma opção reconhecida como saudável.
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As empresas produtoras estão aumentando a oferta e distribuição, o que ajuda a incrementar a disponibilidade para o consumidor, no varejo e, principalmente, no food service”, afirma Renato Lutti, diretor da Galunion Consultoria para Food Service. Segundo ele, outro ponto bastante importante é que o pescado ajuda a compor melhor as margens dos estabelecimentos de food service, muito pressionadas nos últimos anos pelo
Bárbara Malvar/Notorius Fish
aumento do preço de matérias-primas e dificuldade de repasse ao consumidor. Entre os que captaram o espírito do momento está Dário Costa, vencedor do reality show gastronômico Mestre do Sabor, da TV Globo, e participante do “MasterChef profissionais”, da TV Bandeirantes. O chef celebridade inaugurou, em setembro, o restaurante Paru, em pleno Mercado de Peixes, em Santos (SP). A casa apresenta “comida
Chef Dário Costa aposta em lanchonete de frutos do mar no novo mercado de peixes de Santos (SP)
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Divulgação/Dário Costa
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de rua” em uma “lanchonete de frutos do mar”, como explica o próprio. “Eu apostei nesse formato porque já tinha o Madê, meu primeiro restaurante, que é mais formal, e sempre quis abrir um local mais popular e democrático.” A “pegada” é de um restaurante com comida de rua, só que com frutos do mar, com boa parte deles da região. De acordo com ele, a ideia foi ter um formato de lanchonete, com uma característica provocativa de fast food. “Estamos acostumados com hambúrgueres, sanduíches, porções, espetinhos. Só que trouxe como novidade ingredientes do mar, ingredientes da região e ingredientes brasileiros”, afirma Costa.
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Que fim deu o McFish? Um dos precursores do mercado de lanche com pescado foi o McDonald’s, com o McFish, combinação de um filé de peixe branco à milanesa, queijo, molho tártaro e pão cozido no vapor. O sanduíche foi criado em 1962, em Cincinnati, nos Estados Unidos. Em entrevista ao jornal USA Today, em 2007, Lou Groen, proprietário da franquia naquela cidade, disse que criou o McFish após constatar a queda nas vendas do seu estabelecimento às sextas-feiras, dia em que os católicos tradicionalmente se abstêm de carne em algumas regiões. “A área em que estávamos era 87% católica. Nas sextas-feiras lucrávamos apenas US$ 75 por dia. Todos os nossos clientes iam ao Frisch’s – uma rede da região que “tinha um ótimo sanduíche de peixe”, revelou à época. No Brasil, o sanduíche chegou com o nome de Filé de Peixe, virou McFish e ficou no cardápio por 23 anos, até ser descontinuado no final de 2019. Na Páscoa do último ano, como tentativa de alavancar as vendas, o McDonald’s chegou a colocá-lo em promoção, na Sexta-feira Santa, como Clássico do Dia, data específica em que a rede vende os sanduíches a preço mais atrativo (R$ 7,90, na ocasião). Com a iniciativa, a rede informou esperar um volume de vendas cinco vezes maior do que em dias usuais. Embora o McDonald’s não confirme, sabe-se que o tradicional lanche foi eliminado em diversos países da América Latina, em decorrência, principalmente, do aumento global do preço do peixe branco. “A conta não fechava”, conta uma fonte do mercado, que atua diretamente nesta cadeia. No entanto, na Europa e nos Estados Unidos ele permanece disponível aos consumidores com o nome de Filet-o-Fish e é feito com polaca do Alasca. No Brasil, durante um período ele foi feito com hoki argentino, até que os fornecedores envolvidos perderam o selo Marine Stewardship Council (MSC) recuperado em junho deste ano.
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Questionada pela reportagem da Seafood Brasil sobre os motivos que levaram à interrupção da venda no Brasil, a rede alimentícia limitou-se a confirmar que o McFish não está mais disponível nos restaurantes no País. “A companhia também reforça que segue buscando inovações em seu cardápio para garantir produtos de alta qualidade e alinhados com os desejos de seus clientes”, afirmou o McDonald’s, por meio de sua assessoria de imprensa. Em busca na internet, a Seafood Brasil constatou que a empresa não costuma falar abertamente do assunto. Ao ser criticada nas redes sociais e no site Reclame Aqui, a empresa deixa “como sugestão o McVeggie, uma opção de lanche diferenciada” e até “lamentamos que o lanche preferido tenha saído de nosso cardápio”, ao mesmo tempo em que não dá nenhuma previsão de o lanche retornar.
Gabriela Batista
Renato Lutti, da Galunion: busca por mais saudabilidade no food service favorece o formato casual
Gabriela Batista
Gabriela Batista
Fish n’ Chips da “ZL”: sócios Rodrigo, Alan e Pedro fizeram ação em parceria com a Nike para lançar nova camisa do Corinthians
Gabriela Batista/Notorius Fish
O conceito de restaurantes de “fast and good food” foi a linguagem encontrada de como combinar uma experiência gastronômica baseada
Barreto conta que a operação foi iniciada depois de um período longo de testes e escutas sobre a aceitação dos pratos. “Nós cozinhávamos, embalávamos e íamos entregar em casas de conhecidos. Desde que começamos já percebíamos uma boa aceitação do público e tínhamos mapeado o que ainda precisava melhorar.” Ele lembra os desafios enfrentados no começo: “Ouvimos de início e lemos na internet que lanche de peixe tem tudo pra dar errado, mas por enquanto temos nadado em outra corrente (risos).” Em outubro, terceiro mês de operação, reduzida ao período de quinta a domingo no jantar, a Notorius Fish já havia feito entregas a aproximadamente 2,3 mil casas na cidade. Embora esteja localizada na Vila Madalena, bairro boêmio da
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Outro empreendimento que nasceu durante a pandemia é o Notorius Fish. Os sócios Pedro Barreto, Rodrigo Sanovicz e Alan Finguerman apostam na “cozinha casual do mar”, com opções de lanche com camarão, peixe empanado, atum selado e blend de siri com ervas. “Já estávamos em um contexto de distanciamento social e começamos a prestar ainda mais atenção na oferta de delivery de comida em São Paulo. O Alan, nosso chef, já tinha uma carreira na gastronomia orientada a peixes e frutos do mar. Então pareceu muito natural desde sempre um restaurante delivery com proteínas do mar”, explica Barreto.
em peixes e frutos do mar aliada a uma experiência acessível. “Como referências e inspirações, tivemos a gastronomia de rua de cidades costeiras e portuárias de todas as partes, em especial a de lugares como as costas oeste e leste norteamericana.”
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“A aceitação está sendo incrível”, relata o chef. Segundo Costa, desde a abertura, o estabelecimento enche todos os dias. “Muitos já eram clientes do Madê, mas tem bastante gente vindo pela primeira vez e estamos recebendo muitos turistas também”, relata.
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Menu do Paru, de Dário Costa, é focado em peixes frescos: tuna burger, coxinha de caranguejo, pastel de atum e linguiça do mar são algumas das opções
“Peixes de aquicultura? Nem pretendo” Divulgação/Dário Costa
Dário Costa conta que não trabalha com espécies de aquicultura. “E nem pretendo. Uma vez que temos uma fauna tão rica aqui na região, não se faz necessário. Não sabemos o dia de amanhã, mas, neste momento, não é interessante pra gente.” O chef prefere apostar na popularização do consumo de peixe e frutos do mar locais, mas também no aproveitamento integral das espécies. “Usamos partes não convencionais do pescado, proporcionando experiências novas aos clientes, e ainda reduzimos a produção de lixo. Queremos mostrar que podemos fazer qualquer coisa com os nossos ingredientes, basta abrir a mente com consciência e valorizar o que está ao seu redor. Consideramos desde sempre que o consumo regional de alimentos pode ser a chave para boa parte dos problemas da nossa sociedade”, complementa.
capital paulista, a casa atende apenas por delivery por enquanto. O sucesso é confirmado no ambiente digital. A página no Instagram já registra quase 8 mil seguidores.
Matéria-prima
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Para pratos globalmente conhecidos, como o Fish n’ Chips e o Filet O’ Fish, Barreto explica que foi feita uma ampla pesquisa com espécies de peixes que se adaptavam bem para essas porções. “São peixes de água fria, do norte ou do sul. Descobrimos a merluza como excelente opção.” Algo parecido aconteceu com o prato inspirado no Lobster Roll. O Notorius Fish optou pela substituição da lagosta pelo camarão, por conta da maior oferta da proteína no Brasil. Desde o início, em paralelo, a casa testou diferentes fornecedores de lagosta para pontualmente ter também essa versão clássica no menu. “Já o siri foi uma opção de valorizar uma carne muito saborosa que, pelo menos em São Paulo, não se tem tanto o costume de comer no dia-a-dia. Nossa releitura está na manipulação da proteína em um blend quase secreto para hambúrguer, também empanado. Dentro do que trabalhamos oficialmente -e deixamos os
Na opinião de Lutti, da Galunion, estabilidade de fornecimento é um dos principais desafios para os estabelecimentos. “Os peixes de cultivo tendem a ter seu abastecimento mais estável ao longo do ano, embora ainda esteja em passos iniciais para certas espécies. A cadeia de produção de tilápia, por exemplo, está bem estruturada e já permite aos estabelecimentos de food service ter em seu cardápio esta oferta estável ao longo do ano”, pontua.
Conforme ele explica, a logística ainda é um desafio para o abastecimento do food service e os produtores estão se estruturando para atender melhor. “Para redes que têm presença nacional o desafio logístico se torna maior e o pescado congelado passa a ser a única opção em muitos casos. Por ser uma matériaprima sensível do ponto de vista de segurança dos alimentos e qualidade do produto, estabelecer uma relação de confiança com seu fornecedor se torna fundamental. Muitos têm fornecedores fixos e até acordos de longo prazo”, complementa. Para o chef Costa, restaurantes que já operam precisam considerar os desafios de obtenção de matériaprima de qualidade: “A dica é arriscar, procurar peixes da safra, peixes da época e fazer teste, usar mesmo, porque é só na prática, manipulando, que vai conseguir dominar, fazer bons pratos e sair da zona de conforto dos peixes convencionais que ficam ditando as regras no mercado. Uma vez que se abre o leque de possibilidades, não se fica mais preso a uma espécie, não vira refém disso.”
Divulgação/Dário Costa
testes e as novidades de lado, por fim, temos também o atum, como a nossa escolha favorita para servir um sanduíche com peixe fresco”, acrescenta.
BOAS FESTAS! A ABRAPES deseja aos seus Associados e aos membros da Cadeia do Pescado um Natal de muito amor e esperança. O ano que se encerrará em breve foi de muitos desafios, trabalho, persistência e aprendizado. Aproveitamos para manifestar nosso mais carinhoso sentimento e respeito para aqueles mais afetados com a pandemia da COVID-19 em 2020. Que o ano de 2021 seja repleto de saúde, prosperidade, oportunidades e realizações!!! FELIZ NATAL E ÓTIMO ANO NOVO
HAPPY HOLIDAYS! ABRAPES wishes all its Associates and members of the Fish and Seafood Chain a Christmas full of love and hope. The year that will soon end was one of the most challenging ever, replete with hard work, persistence and learning. We take this opportunity to express our most affectionate feeling and respect for those most affected by the COVID-19 pandemic in 2020. May the year 2021 be filled with health, prosperity, opportunities and achievements!!!
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MERRY CHRISTMAS AND HAPPY NEW YEAR
Personagem
Longevidade produtiva Julieta Moreira, a agricultora de Minas Gerais que decidiu virar piscicultora aos 84 anos Texto: Fabi Fonseca
A
encantadora história da produtora rural Julieta Moreira, que resolveu se aventurar no mundo da piscicultura à beira dos 85 anos de idade, ganhou a atenção de diversos veículos da mídia nacional neste mês de novembro. Não é para menos. Dona Julieta impressiona pelos bons resultados de produção no sítio Santa Edwiges, no município de Cachoeira da Prata, em Minas Gerais, onde mora sozinha e mantém criações de galinhas, porco, vaca e no último ano de peixes, especificamente a tilápia. Por meio do projeto “Unidade Demonstrativa”, desenvolvido pela Emater-MG, vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a propriedade de quatro hectares de Dona Julieta ganhou um tanque escavado para a produção de tilápia no ano passado. A piscicultura teve origem após um problema na lavoura de banana. A produtora conta que sanar o problema ficaria muito caro, então a bananeira deu lugar ao tanque de 15 x 4 m e 1,2 m de profundidade.
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No local foram colocadas calhas para auxiliarem na captação de água da chuva, o que diminuiu o consumo proveniente do poço artesiano da comunidade. Além do tanque escavado, a água abastece as plantações de milho, feijão, mandioca, alho, amendoim, batata doce, cana de açúcar e mais uma série de alimentos cultivados pela produtora. A maioria de sua produção, no entanto, é para consumo próprio e dos familiares, embora o excedente possa ser comercializado na região. Dona Julieta comemora a boa surpresa com os 300 kg de tilápias que teve na sua primeira colheita.“Foi ótima e deu muita fartura, distribui para a família e os amigos. Não ficou caro, o preço foi razoável. Então, eu incentivo todo mundo a investir. Não existe terra ruim. Quando não produz uma coisa, ela produz outra”, diz, com semblante sério. A agricultora que virou notícia nacional não é de sorriso fácil e nem tem lá grande apreço pela fama. Mas já virou referência por toda a parte. Sabe aquela história de que “a grama do vizinho é sempre mais verde?”. Neste caso é a piscicultura de Dona Julieta, que impressionou tanto os vizinhos a ponto de eles começarem a escavarem seus próprios tanques para dar início à criação de tilápias.
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