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Cristina Ramalho

(1963)

Poeta mineira, ensaísta e ficcionista, vive em Belo Horizonte desde 1981. É professora de teoria da literatura da faculdade de letras da UFMG. Realizou estudos de pós-doutorado em literatura e cinema na universidade de Londres, onde ocupou também o cargo de pesquisador visitante.Já publicou vários livros de ensaio e ficção, dentre eles O livro de Zenóbia, finalista do prêmio Portugal Telecom de 2005. Seu segundo romance, O livro dos nomes, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, do Prêmio Portugal Telecom e do Prêmio Jabuti em 2009. De poesia publicou: Dos Haveres do Corpo(1985) e Triz (1999).

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NOTURNO (a T. S. Eliot ) O dia é noite no poema: Sombras, pedras, luas secas encobrem a estação das flores. Sobre o deserto memory and desire ainda restam: ecos entre as cinzas deste verso. Will it bloom this year? Na terra triste do poema enterro o fim e o infinito: me faço silêncio, eclipse. OFÍCIO Escrever a água da palavra mar o vôo da palavra ave o rio da palavra margem o olho da palavra imagem o oco da palavra nada.

BLACKHEATH A poesia me chama entre as árvores de folhas incompletas. O vento é frio, apesar de terno. Corvos mancham o azul sem peso desta tarde que não começa. O trem também me chama. E não vou.

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