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Carmem Lucia Fossari

(1954)

Poeta paulista, é professora de História, pós-graduada pela UNESP de Assis e pela UEM, Maringá. Participou do Mapa Cultural Paulista versão 2015/ 2016. Participa da Associação de Escritores e Poetas de Paraguaçu Paulista- APEP. Tem poemas publicados em três Antologias: “Um olhar Sobre” (2014), “Filhas de Maria e Valentim”, (2015) e “Um Olhar Sobre”, (2017). Possui poemas publicados em sites como Blocos Online , Parol , Movimiento Poetas del Mundo , Revista de Ouro , Revista Ver-O- Poema e InComunidade e Revista Mallamargens. Venceu, em setembro de 2020, o concurso da Arribaçã Editora com o livro Madalenas Desarrependidas.

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PROTOCOLO Tenho alguns comprimidos uma faca e depressão crônica Para não morrer escondo tudo de mim E rio

Para não morrer evito aguas fundas janelas do quinto andar Cordas cintos e soda cáustica

Para não morrer não leio Sylvia Plath, Ana Cristina César Anne Sexton ou Florbela Espanca Não carrego pedras no bolso quando observo o mar Não acendo forno Não carrego estiletes Para não morrer ouço rock alemão Tento desenhar a sobrancelha de Nina Hagen Teço poemas de manhã e desfaço à noite

Para não morrer crio elos e conexões com olhos alheios Para não morrer tenho com/paixão de mim E engendro álibis com meus espelhos Viver é a anti-mágica, SOB O OLHAR DO PÁSSARO há prisão nesta liberdade a fechadura antítese do pássaro o homem contradição do voo -anjos de coturnos acorrentados

toda manhã insisto caminho abro os braços/ cruz com as chaves da minha reclusão auto- imposta

minha liberdade é hiato: olhos de terra e chão

há dias que insisto em asas ou tesouras: _ viver é uma adequação.

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