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ESTADO DE SP | Maior flexibilização

Com avanço da vacinação e queda nos índices, SP projeta aumento das flexibilizações e volta ao normal

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Vacina de dose única da Janssen é menos eficaz contra a variante Delta, sugere estudo

Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, a expetativa é que as novas diretrizes do Plano São Paulo sejam anunciadas na próxima semana: ‘Boas notícias virão’

Estudo preliminar avaliou que os níveis de anticorpos em pessoas imunizadas com o composto foram menores em comparação com outros imunizantes

Na última semana, 288 cidades de São Paulo não registraram óbitos em decorrência da Covid-19. Além disso, 18 municípios não contabilizaram nenhum caso da doença. Esses números são apenas alguns dos indicadores que mostram o recuo da pandemia no Estado, que registrou a menor taxa de internações, 61%, desde o início do ano. O resultado positivo é atrelado ao avanço da imunização, o que deve permitir um avanço do Plano São Paulo para o mês de agosto e, futuramente, a tão esperada “volta ao normal”. “Com a melhora dos índices há possibilidade de aumentar a flexibilização ao fim desse período de transição. É uma boa expectativa, mas ainda com cuidado, vamos ter que conviver com o uso de máscara e com a pandemia. Ainda temos um período de imunização, mas são cenários positivos graças à vacinação em São Paulo. […] Ao fim do processo vamos voltar ao normal, vamos poder ter não só na questão sanitária uma grande saída quanto na economia. São Paulo já demonstra uma previsão de crescimento de 7%, impulsionando o Brasil e podendo fazer com que a geração de emprego e renda venha muito forte nessa sequência”, esclareceu Marco Vinholi, secretário do Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo em entrevista.

Até esta quarta-feira, 21, o Estado de São Paulo já havia aplicado mais de 32,2 milhões de doses de vacinas, sendo cerca de 7,4 milhões correspondentes à segunda dose, o que significa o esquema vacinal completo, e pouco mais de 1 milhão de doses únicas. A estimativa é que o reforço da imunização, já anunciado pelo governo estadual para iniciar em janeiro, aconteça com uso da ButanVac, do Instituto Butantan. Segundo Vinholi, embora ainda não exista uma indicação do Ministério da Saúde sobre a imunização anual, o instituto já aponta a necessidade e o governo de São Paulo se prepara para a aplicação. “A gente trabalha

O senadOr de rOndônia desqualificOu O respOnsável pOr acusar O gOvernO de se esfOrçar para cOmprar as vacinas da empresa

para que no início do ano que vem a gente já tenha a ButanVac com uma grande saída. Ela vai estar já nesse ano disponível, mas ano que vem, nesse novo ciclo, será a grande vacina que vai possibilitar ao Brasil uma independência e uma imunização mais rápida e eficiente. Esse olhar é fundamental, imagina chegar no ano que vem mais uma vez nessa corrida das vacinas”, esclareceu. A expectativa é que o anúncio do governador João Doria sobre as novas flexibilizações do Plano São Paulo aconteçam na próxima quarta-feira, 28. “Com melhora dos indicadores, o que temos de horizonte é avançar com a possibilidade de voltar ao normal. […] Com certeza, boas notícias virão”, finalizou.

COVID-19 | Vacinação

Após a divulgação de um estudo preliminar feito por especialistas da Universidade de Nova York, publicações sugerem que a vacina contra a Covid-19 de dose única, do laboratório Johnson & Johnson pode ser menos efetiva contra a variante Delta do coronavírus. O infectologista Renato Kfouri esclarece que durante o experimento os pesquisadores observaram o comportamento dos anticorpos contra a variante indiana produzidos por pessoas que tomaram vacinas diferentes. No caso da Janssen, os níveis de anticorpos produzidos foram menores, mas isso não significa que o imunizante seja menos eficaz. “Trata-se de um estudo preliminar que não avaliou eficácia da vacina e sim os níveis de anticorpos induzidos por ela. Não se pode traduzir essa resposta de anticorpos como eficácia clínica protetora. É preciso de mais dados, é preciso olhar com cautela o que vem acontecendo na prática, no mundo real. Por enquanto, não há nenhuma evidência que os indivíduos vacinados com a Janssen respondem de forma pior.”

A epidemiologista e professora Titular da Universidade Federal do Espírito Santo Ethel Maciel, acredita que ainda é cedo para tirar conclusões. “Ainda precisamos entender um pouco melhor. A própria Johnson & Johnson, que fez os estudos em relação a essa variante, discorda de algumas das conclusões, então há ainda uma incerteza. O Centro de Controle de Doenças nos Estados Unidos, assim como a agência regulatória americana, a FDA, não se manifestaram sobre a necessidade de uma possível segunda dose ou da vacina da Janssen mesmo ou da vacina da Pfizer ou Moderna, fazendo um mix de doses”, esclareceu. A pesquisa ainda precisa ser ampliada e só vai ter validade depois que for revisada por cientistas que não tem ligação com a equipe responsável. Por isso, ainda são necessários muitos estágios para que ela chegue a conclusões e possa ser publicada nas revistas especializadas.

Segundo a pesquisadora e coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra, a pesquisa foi feita com amostras de sangue em laboratório, o que pode não refletir o desempenho da vida real. “Para a gente dizer que uma vacina protege ou não protege, a gente precisa mais do que esses estudos in vitro. Precisamos também dos estudos de vida real mostrando o quanto impacto em hospitalizações, casos graves e também em óbitos”, disse. A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos informou que os americanos que completaram o ciclo de vacinação, com dose única da Janssen e duas doses das outras marcas, não precisam de reforço neste momento.

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