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Análise das Nascentes

AVALIAÇÃO DAS NASCENTES

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AVALIAÇÃO DAS NASCENTES

O diagnóstico das nascentes busca analisar as condições ambientais e o grau de preservação destas por meio de uma avaliação qualitativa individual.

A partir da visita técnica foram identificadas quatro nascentes na propriedade.

As nascentes encontradas são abastecidas pelo lençol freático e caracterizam-se como pontuais (olho d’água) e difusas, ou seja, observa-se pequenos vazamentos superficiais espalhados por uma área encharcada que propicia o acúmulo de água em poças.

AVALIAÇÃO DAS NASCENTES - Metodologia

Para cada parâmetro, é atribuído um valor de acordo com seu estado de conservação (Tabela 1). Os parâmetros são classificados em bom, médio e ruim e os valores atribuídos são, respectivamente, 3, 2 e 1. Portanto, a somatória mínima representará um conjunto de parâmetros considerados ruins e a somatória máxima indicará que todos os parâmetros são bons.

É realizada uma somatória de cada variável para ser definido e classificado o grau de preservação (da classe A: ótima, até a classe E: péssima) das nascentes (Tabela 2).

Das quatro nascentes identificadas, foi feita uma avaliação para cada nascente: N1, N2, N3 e N4. Foi aplicado in loco o Índice de Impacto Ambiental de Nascentes (IIAN), destacando os parâmetros macroscópicos identificados.

A classe de grau de proteção de cada nascente (Tabela 3) foi determinada a partir da avaliação dos parâmetros macroscópicos definidos (Tabela 1) e a classificação das nascentes quanto a esse impacto (Tabela 2).

AVALIAÇÃO NASCENTES - Resultados

Com base no Método IIAN, as nascentes foram enquadradas no grau de preservação bom (B), ruim (D) e péssimo (classe E). Essa classificação nos mostra que o grau de preservação das nascentes está comprometido.

Os parâmetros físicos de análise da água como cor, odor, resíduo, espuma, materiais flutuantes etc., tiveram alta pontuação pois suas qualificações foram boas.

Um ponto de atenção é a ausência de proteção no entorno da nascentes, pois juntamente com o fácil acesso e a presença constante de animais, contribui para a degradação do ambiente.

Foi observada a presença de regeneração moderada da vegetação nas nascentes. Apesar de existir vegetação no entorno, a mata ciliar é pouco densa e diversa.

A N3 e N4 estão em áreas próximas a estrada e residências podendo ter sua potebilidade comprometida.

De acordo com Código Florestal Brasileiro, Lei 12.651/2012, a APP no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, deve possuir raio mínimo de 50 (cinquenta) metros. Entretanto, para os casos de áreas rurais consolidadas em APP no entorno de nascentes, será admitida a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo obrigatória então a recomposição do raio mínimo de 15 (quinze) metros.

A ausência de proteção e delimitação da APP das nascentes é um ponto de atenção, pois além de não estar conforme a exigência legal, suas localizações são de fácil acesso por humanos e animais, possibilitando uma degradação do local mais acentuada.

O conhecimento da vazão das nascentes ao longo do ano é de extrema importância para auxiliar na análise dos comportamentos hidrológicos de pequenas bacias. A vazão mostra as quantidades de água produzidas pela bacia.

Através de medição in loco realizada foi possivel estimar a captação mínima superficial das nascentes, é importante ressaltar que metodologias de restauração e recuperação de nascentes podem aumentar de 10% até 30% da vazão de uma nascente por ano.

Para a medição da vazão das nascentes, foi utilizado o método de medição direta, onde o curso d’água é desviado para um tubo em um local que apresenta diferença de nível para formar uma queda d’água em um recipiente de volume conhecido. É necessário colocar o recipiente para coletar a água e marcar o tempo necessário para seu enchimento. Os resultados foram:

N01 - 8.580 l/dia (intermitente) || N02 - 10.590 l/dia (perene)N03 - 1.275.57 l/dia (perene)

ReferênciasBRASIL. Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012

GOMES, P.M.; MELO, C.; VALE, V.S. Avaliação dos impactos ambientais em nascentes na cidade de Uberlândia-MG:análise macroscópica. Soc Natureza. 2005; 17 (32):103-120.

LEAL, M.S.; TONELLO, K.C.; DIAS, H.C.T.; MINGOTI, R. Caracterização hidroambiental de nascentes. Revista Ambiente & Água, Taubaté, SP, v.12, n.1, p.146-155, 2017.

RAMOS, H.F.; SANTOS, D. da C.R.M. dos. O índice de impacto ambiental de nascentes (IIAN) e o grau de preservação das nascentes em propriedades rurais de Barra Mansa. In: III SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018, Juiz de Fora, MG. Anais do III Simpósio de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul, Juiz de Fora, MG: UFJF, 2018. p. 271-279.

AVALIAÇÃO DAS NASCENTES - Área de abastecimento por gravidade

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