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Harry Potter

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Ingmar Bergman

Ingmar Bergman

Primavera em Hogwarts

por BÁRBARA LIMA (@barborela_)

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O inverno de julho floresce o coração com duas primaveras. Para quem é fã de Harry Potter, a querida Joanne Rowling (J. K. Rowling, ou apenas Jo) e nosso amado Harry, Daniel Radcliffe, comemoram mais um aniversário. Leoninos com personalidade forte e ambiciosos, os dois se encontraram no mundo fantástico de Jo Rowling, e sua imaginação construiu uma série de livros de popularidade mundial.

Joanne aproveitou a sua infância como qualquer outra daquela época. Viveu em várias cidades inglesas, nasceu em Yate e se mudou para aldeias próximas durante a sua juventude. Com pouco menos de um ano de idade, viu a sua irmã Diane nascer, esta que influenciou para a sua brilhante carreira. Desde pequena, J. K. escrevia as histórias que contava para sua irmão e lia todos os livros de Jessica Mitford, a autora que é a sua inspiração.

Até 2016, Rowling foi a primeira e única pessoa a ficar bilionária apelas pela venda de livros. Em 2017, no entanto, este status foi perdido devido generosas doações feitas pela autora.

Apesar de ter tido uma infância alegre nas aldeias inglesas, a autora ressalta que a sua adolescência foi difícil de absorver. Em tempo de conhecer a si mesma para formar uma personalidade, J. K. enfrentou dias árduos, cinzas, que marcaram a sua trajetória. A sua querida mãe havia adoecido, e a relação ruim com o pai, com quem não conversava, levou-a à depressão profunda, motivo para em vários momentos pensar em tirar a própria vida. Durante essa metamorfose, Rowling se apaixonou por The Smiths. Quando mais velha, escrevendo o romance Harry Potter, as letras de Morrissey despertaram ideias mirabolantes, e uma delas foi a de criar a plataforma imaginária nove três-quartos, ou a famosa estação de King’s Cross, onde seus pais se conheceram durante uma viagem de trem. J. K. revelou também que baseou a personagem Hermione Granger em si mesma quando tinha onze anos; uma menina carismática, gananciosa e inteligente, que sempre se destacava entre os colegas. Hermione era nota A em Feitiçaria, e, Jo tirava as melhores notas em inglês, motivo pelo qual deu monitoria da língua em boa parte de sua juventude.

E foi numa viagem de trem de Manchester para Londres que as ideias da série foram desabrochando em sua mente criativa. Harry Potter havia nascido a partir de então, com a sua história que marcou a vida de quem leu a obra e assistiu a adaptação para o filme. J. K., quando pôs à venda os exemplares de Harry Potter e a Pedra Filosofal, teve a sua vida indo da pobreza para uma das autoras mais procuradas do mundo.

Daniel Radcliffe, o retrato de Harry Potter, conseguiu transformar a obra de Jo para o universo do audiovisual. Ambicioso desde pequeno alcançou o que mais almejava: ser o Harry de Rowling. Em mínimos detalhes o personagem foi construído, e hoje, Daniel é conhecido popularmente por ser um Potter, que lutou contra Voldemort e vivenciou grandes aventuras ao lado de Hermione Granger (Emma Watson) e Rony Weasley (Rupert Grint).

Criado em Londres, Radcliffe vem de uma família judia, a sua infância como a de J. K., foi marcada por costumes ingleses. Aos cinco anos teve interesse em começar a atuar, e desde então, sempre conseguiu o que desejava. Em 1999, aos dez anos, ganhou o papel em uma adaptação televisionada em duas partes do romance David Copperfield. Não demorou para o pequeno Daniel ser o protagonista de uma das maiores séries, e ao conseguir o protagonismo em Harry Potter, optou por dedicar-se unicamente para a atuação e não fazer faculdade.

Desde Harry Potter, Radcliffe vem atuando apenas em papeis mais experimentais no cinema. De acordo com o ator, em 2016, a escolha é um resultado de não precisar se preocupar com o seu salário, uma vez que boa parte da fortuna adquirida por fazer Potter por 10 anos, continua intacta.

Após passar por oito audições para o papel, Chris Columbus, o diretor do filme afirmou “esse é Harry Potter”. Daniel, a cópia perfeita do jovem bruxo, estudante de Hogwarts, tornou-se ainda jovem, a atração dos anos 2000. E como se não bastasse ter atuado brilhantemente no primeiro filme da série, as outras adaptações conquistaram ainda mais os fãs do bruxo. O resultado não podia ser diferente, ator com dez anos ganhou um milhão de libras pela atuação em Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001), e aproximadamente quinze milhões pelo sexto filme, Enigma do Príncipe, em 2009. Segundo Daniel, no entanto, a quantia de dinheiro não importa, mas sim, ter conseguido o papel na série.

E mesmo com todas essas conquistas, o nosso querido Harry Potter passou por momentos de superação. Em 2008, no auge da sua juventude, descobriu que sofre de dispraxia, uma doença que afeta levemente a sua aprendizagem e coordenação motora, levando-o a ter tido muita dificuldade no processo de aprendizagem escolar. Ao longo desse tempo, devido às frustrações com a sua saúde, tornou-se dependente de bebidas alcoólicas, e em 2010, percebendo essa sua necessidade de suprir as suas infelicidades com álcool, decidiu parar de consumir.

Hoje, com 29 anos, Daniel continua sendo o Harry Potter que traz de volta os sonhos de ir para Hogwarts, vagar pelos seus corredores, e aprender truques de mágica. O querido Harry, aventureiro, inteligente e perseverante, deu um toque a mais na carreira de Daniel. O seu legado jamais será esquecido, e mesmo com o fim da série, Radcliffe sempre estará guardado na memória.

Ao longo de sua jornada nos cinemas, Harry Potter já fez quase US$ 3,2 bilhões em bilheteria (com a inflação ajustada). Mundialmente, até janeiro de 2018, já foram vendidos mais de 500 milhões de livros da saga.

Daniel e J. K. têm muito em comum. Ao florescer as fantasias de Jo, criou-se Daniel Radcliffe, que como dito anteriormente, é Harry Potter em todos os mínimos detalhes. Hogwarts está em festa no salão comunal, comemorando mais uma primavera destes dois grandes nomes. Os olhos de Rowling estão marcados por um perfeito delineado, que aprendeu a fazer ainda quando era adolescente, e lacrimejando, cheios de orgulho. E Harry Potter, sente uma imensa gratidão em ter sido construído por Daniel Radcliffe, que desde então, é mais conhecido por ser “o menino que sobreviveu”. //

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