Cirurgia da CATARATA e a INDEPENDÊNCIA dos óculos

TEXTO VINÍCIUS LIMA FOTO JOÃO PAULO SANTOS

A cirurgia da catarata é um procedimento muito realizado no mundo todo pelo fato de que, um dia, todos terão catarata. Sim, a doença é caracterizada pela perda da transparência de uma lente presente no olho, chamada de cristalino, conforme explica a médica oftalmologista Simone Yabiku. “O tipo mais comum de catarata é a senil, que vem com o avançar da idade, geralmente após os 55 anos. Porém, podem existir outras causas, como diabetes, uso de corticóides, inflamações intraoculares, a catarata infantil que aparece na infância, a congênita quando o paciente já nasce com essa condição, e até mesmo a catarata por trauma no olho”.

O único tratamento para catarata é a cirurgia, na qual a lente opacificada é retirada, sendo substituída por uma lente transparente e definitiva. A boa notícia é que essa cirurgia evoluiu muito e se tornou muito segura. O grande diferencial hoje está na possibilidade de personalização da cirurgia, pois cada paciente é único, com necessidades visuais diferentes e olhos com características distintas. Estes fatores, quando considerados pelo cirurgião, podem oferecer resultados melhores atendendo os objetivos de cada paciente. “Existem diversos tipos de lentes intraoculares no mercado, cada uma desenvolvida com suas particularidades para atender olhos e necessidades diferentes, por isso uma boa conversa com o paciente e exames pré-operatórios de qualidade são fundamentais para definirmos quais são os objetivos e expectativas do paciente e qual lente melhor se enquadra a ele”.

A doutora Simone explica que as lentes implantadas na cirurgia da catarata também podem conter o grau do paciente levando a uma independência do uso de óculos após a cirurgia. A personalização da cirurgia da catarata associada à correção de grau vai muito além da especificação correta do grau de cada olho. Para Simone é muito importante entender o cotidiano e a vida do paciente. “O chair time, aquele momento de conversa com o paciente é muito valioso, é quando entendo as necessidades, suas principais atividades, hobbies e expectativas, me dando a possibilidade de indicar e explicar a melhor opção de lente para cada caso. Existem pacientes que veem nessa cirurgia a oportunidade de não ser mais dependente de óculos, mas outros simplesmente gostam de usar óculos e não querem correção do grau, existem os músicos cuja visão intermediária é mais importante, enfim, oferecer ao paciente o que ele realmente precisa é nossa meta”. Em seu hospital, a doutora Simone Yabiku concentra tecnologias de ponta para cirurgia da catarata, como um moderno aparelho de Facoemulsificação, que através de ondas de ultrassom emulsifica a catarata e ao mesmo tempo aspira. Simone conta também com um sistema que captura uma imagem digital de referência em alta resolução do olho e essa “impressão digital” serve de guia durante a cirurgia para maior precisão e controle. “Esse sistema digital auxilia em tempo real em várias etapas da cirurgia, desde o local da incisão, tamanho de abertura da cápsula para retirada da catarata e local exato da posição onde devo implantar a lente, gerando maior segurança e excelentes resultados”, conclui Simone.

Simone Yabiku

Médica Oftalmologista

CRM 21721 - RQE 15849

Especialista em catarata e cirurgia refrativa pela USP/SP