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Natal tem turismo religioso
from Revista Unick
Natal tem muito turismo religioso e cultural a oferecer
A capital do Sol, como é conhecida Natal, tem belas praias, passeios de bugue nas dunas e uma excelente gastronomia, principalmente no que se refere ao camarão. Falando nisso, quem nasce no Rio Grande do Norte é chamado de Potiguar, palavra que vem da língua indígena tupi e que, adivinhe só? Seu verbete original poti'war significa “aquele que come camarão”, crustáceo encontrado com fartura no litoral do estado.
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Mas a capital do Rio Grande do Norte não conta apenas com o turismo de sol e mar e o turismo de lazer. Natal abriga um cenário que no século XVII, na invasão holandesa, causou a prisão do padre Ambrósio Francisco Ferro. Ferro foi o segundo pároco da abadia mais antiga da cidade, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Apresentação, que foi erguida na mesma data da fundação da cidade, no ano de 1599.
Relatos históricos dizem que na invasão holandesa, o padre Ambrósio, por receio dos holandeses destruírem todo o acervo da Igreja, escondeu dentro da parede um Ostensório. Para quem não sabe, trata-se do objeto litúrgico que leva em procissão a Santa Hóstia, corpo e sangue de Jesus Cristo, para adoração dos fiéis. O receio do padre Ambrósio se concretizou: com o domínio holandês no século XVII a Igreja Matriz Nossa Senhora da Apresentação se tornou um templo Calvinista.
Mas fato é que português dos Açores, Padre Ambrósio foi Pároco de Natal a partir de 1636 e refugiou-se na Fortaleza dos Reis Magos, de onde foi levado para o martírio de Uruaçu, em 3 de outubro de 1645, juntamente com 80 fiéis de sua Paróquia. Ele é um dos Santos Mártires do Brasil, canonizado pelo Papa Francisco no ano de 2017.
No ano de 1654, os invasores flamengos foram expulsos da Capitania, mas destruíram tudo o que puderam inclusive os livros de registros referentes a Igreja. (Fonte: Historiador Professor Anderson Tavares de Lyra).
Neste caso, o único registro histórico que a igreja possui é o ostensório que foi escondido pelo Santo Mártir Padre Ambrósio Francisco Ferro. O objeto litúrgico foi encontrado na década de 1990, precisamente no ano de 1994, quando a igreja passou por uma reforma para o resgate de sua história e memória. A reforma foi solicitada e acompanhada pelo então pároco da época, Monsenhor Agnelo Dantas Barretto. Durante a reforma, próximo à pia batismal, foi encontrado escondido na parede o ostensório que data do século XVI.
Mais mistérios
Neste mesmo período também foi encontrado o corpo de André de Albuquerque Maranhão. André de Albuquerque Maranhão,
Foto: Caninde Soares
Igreja e Convento de Santo Antonio também conhecido como Andrezinho de Cunhaú, nasceu no Engenho Cunhaú, no atual município de Canguaretama (RN).
André tinha um pensamento revolucionário, comandava a Cavalaria que guardava as fronteiras entre Rio Grande e Paraíba, e simpatizava revoluções de libertação da coroa. Em 28 de março de 1817, juntamente com sua tropa, parentes e oficiais, chegou a cidade e implantou um governo provisório, a “Revolução Republicana de 1817”, reflexo da Revolução Pernambucana que eclodiu no dia 6 de março, e ele foi o líder.
Mas pouco tempo depois o comandante da tropa de linha Antônio Germano, e seus soldados, invadiram o palácio do governo aos gritos de “Viva o Senhor Dom João VI” e “Morra a Liberdade”, e encontram André de Albuquerque na mesa dos despachos. Ele negou sua rendição, sofreu um golpe de espada em sua região inguinal, e ainda teve os dedos cortados, provavelmente por tentar segurar a espada.
Foi então jogado pela janela do palácio e preso sozinho em uma cela na Fortaleza dos Reis Magos. Sem qualquer assistência médica, com ferimentos abertos e órgãos dilacerados, sangrou até morrer. No dia seguinte, seu corpo foi retirado da fortaleza e transportado totalmente sem roupa pela cidade. Lá, o cadáver sofreu humilhação pública até ser sepultado na Igreja Matriz de Natal.
Hoje a praça onde se encontra a Igreja Matriz ganhou o nome dele. Nesta mesma praça também há um monumento em homenagem a ele e ao Padre Miguelinho. (fonte: https://curiozzzo.com/foto-rara-dos-ossos-andre-de-albuquerque/)
Foto: Caninde Soares Foto: Sidnesio-Moura Foto: Igreja-do-Rosario


