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Visita da Bastonária da OM de Angola

Trocar experiências e fomentar a cooperação

No dia 17 de dezembro, a SRNOM recebeu a visita da Bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar. Estreitar relações e fomentar a cooperação, estabelecendo parcerias, foram os grandes objetivos deste encontro, promovido pelo cirurgião pediátrico José Manuel Pavão.

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No âmbito de um périplo pelo Norte do país, onde visitou diversas instituições e contactou com responsáveis da área da saúde, Elisa Gaspar marcou presença na sede da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) a 17 de dezembro. Naquela que foi essencialmente uma visita de cortesia, a quinta Bastonária da Ordem dos Médicos de Angola teve a oportunidade de conhecer as instalações da Casa do Médico e reunir com o Presidente do CRNOM, António Araújo, numa visita promovida e guiada pelo cirurgião pediátrico José Manuel Pavão. “O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos privilegia sempre o estreitar relações com os nossos congéneres dos países de Língua Oficial Portuguesa. Nesse sentido, recebemos de bom grado esta visita, tendo em vista o estreitar de relações, fomentar a proximidade e confiança e programar atividades conjuntas e parcerias que se possam vir a estabelecer no futuro”, confidenciou António Araújo no encontro. “Somos um país relativamente novo, a nossa Ordem também é recente, tem apenas 23 anos. Como tal, importamo-nos muito com a experiência dos colegas. O intercâmbio entre nós, médicos, é muito importante. Sabemos que, hoje em dia, as tecnologias são tão avançadas que se nós não corrermos, ficamos para trás. Então temos que beber da experiência de países como Portugal, um país irmão. Muitos de nós temos raízes aqui, eu própria sou bisneta de um português. É sempre bom falarmos a mesma língua e estarmos unidos para evoluirmos juntos”, afirmou Elisa Gaspar.

ESPECIALIZAÇÃO Desde 2019, ano em que se tornou bastonária da Ordem dos Médicos

O intercâmbio entre nós, médicos, é muito importante. Sabemos que, hoje em dia, as tecnologias são tão avançadas que se nós não corrermos, ficamos para trás. Então temos que beber da experiência de países como Portugal, um país irmão.

Elisa Gaspar

angolana, a dirigente tem apostado na organização, através da “descentralização e criação de Conselhos Provinciais”, distribuídos por 18 províncias, facilitando a resolução dos problemas dos médicos que tinham que se deslocar a Luanda. Informatizar a Ordem, simplificar processos e definir um programa de ação, com estabelecimento de parcerias, têm sido as principais prioridades da entidade. “Neste momento temos 40 Colégios de Especialidade formados, e queremos criar mais, para todas as especialidades. Conseguimos, com o Ministério da Saúde, uniformizar os programas de formação de todas as especialidades, facilitando as transferências de colegas. Uniformizamos também os protocolos hospitalares, em que cada hospital segue o mesmo protocolo na mesma patologia. Conseguimos abrir o ano letivo, a nível nacional, porque antes não havia formação pós-graduada. Já temos programas, protocolos e formamos equipas. Fomos às províncias conferir idoneidade aos hospitais e aos profissionais médicos séniores especialistas que estão a formar a nova geração. Além disso, durante este ano de 2021, fizemos dois exames, um em maio e outro em outubro. Há anos que Angola não fazia exames de especialidade, muitos colegas não conseguiam terminar, e logo na primeira época de exames formámos cerca de 200 especialistas. Para nós isto é um ânimo muito grande”, revelou.

MOBILIDADE Com cerca de 15 mil médicos inscritos, a Ordem dos Médicos de Angola reconhece que necessita de 30 mil para “conseguimos ter, no mínimo, cinco médicos em cada município e, no mínimo também, dois especialistas em cada província, para que se possa fazer uma regionalização onde especialistas de alto gabarito, fixados no território, façam uma cobertura mais abrangente”. No entanto, a Bastonária mostrou-se otimista e abordou ainda a questão da mobilidade médica. “A troca de experiências é sempre vantajosa e revela-se uma perspetiva muito promissora para os médicos”, concluiu Elisa Gaspar. “Esta visita espera-se muito produtiva, dada a larga dimensão de assuntos a tratar. A aproximação entre as instituições, cada uma com a sua experiência, e com a Ordem dos Médicos angolana a ter em mãos uma série de novas iniciativas, como esta da regionalização que está a introduzir nas províncias e a questão das comunicações, que também não serão fáceis, revela-se muito importante. Fiquei muito satisfeito por saber que já estão a aproveitar as plataformas digitais, é um avanço e modernização de que todos, naturalmente, vão beneficiar”, salientou José Manuel Pavão. “A questão mais pertinente é, sem dúvida, a formação. Existem novas especialidades, e é essencial que a Ordem dos Médicos de Angola mantenha esta dinâmica”, realçou ainda o especialista em Cirurgia Pediátrica e antigo diretor do Hospital Maria Pia, no Porto. n

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